• Caro Visitante, por que não gastar alguns segundos e criar uma Conta no Fórum Valinor? Desta forma, além de não ver este aviso novamente, poderá participar de nossa comunidade, inserir suas opiniões e sugestões, fazendo parte deste que é um maiores Fóruns de Discussão do Brasil! Aproveite e cadastre-se já!

Sobre a efemeridade das mídias

Anica

Usuário
Ótimo artigo do Umberto Eco que saiu no New York Times. Sugiro fortemente a leitura e deixo desde já a pergunta para todos vocês: concordam ou não com o que foi colocado por ele?

[size=x-large]Sobre a efemeridade das mídias[/size]

No encerramento da Escola para Livreiros Umberto e Elisabetta Mauri, em Veneza, falamos, entre outras coisas, sobre a efemeridade dos suportes da informação. Foram suportes da informação escrita a estela egípcia, a tábua de argila, o papiro, o pergaminho e, evidentemente, o livro impresso. Este último, até agora, demonstrou que sobrevive bem por 500 anos, mas só quando se trata de livros feitos de papel de trapos. A partir de meados do século 19 passou-se ao papel de polpa de madeira, e parece que este tem uma vida máxima de 70 anos (com efeito, basta consultar jornais ou livros dos anos 1940 para ver como muitos deles se desfazem ao ser folheados).

Portanto, há muito tempo se realizam congressos e se estudam meios diferentes para salvar todos os livros que abarrotam nossas bibliotecas: um dos que têm maior êxito (mas quase impossível de realizar para todos os livros existentes) é escanear todas as páginas e copiá-las para um suporte eletrônico.

Mas aqui surge outro problema: todos os suportes para a transmissão e conservação de informações, da foto ao filme cinematográfico, do disco à memória USB que usamos no computador, são mais perecíveis que o livro. Isso fica muito claro com alguns deles: nas velhas fitas cassete, pouco tempo depois a fita se enrolava toda, tentávamos desemaranhá-la enfiando um lápis no carretel, geralmente com resultado nulo; as fitas de vídeo perdem as cores e a definição com facilidade, e se as usarmos para estudar, rebobinando-as e avançando com frequência, danificam-se ainda mais cedo.

Tivemos tempo suficiente para ver quanto podia durar um disco de vinil sem ficar riscado demais, mas não para verificar quanto dura um CD-ROM, que, saudado como a invenção que substituiria o livro, saiu rapidamente do mercado porque podíamos acessar online os mesmos conteúdos por um custo muito menor. Não sabemos quanto vai durar um filme em DVD, sabemos somente que às vezes começa a nos dar problemas quando o vemos muito. E igualmente não tivemos tempo material para experimentar quanto poderiam durar os discos flexíveis de computador: antes de podermos descobrir foram substituídos pelos CDs, e estes pelos discos regraváveis, e estes pelos "pen drives".

Com o desaparecimento dos diversos suportes também desapareceram os computadores capazes de lê-los (creio que ninguém mais tem em casa um computador com leitor de disco flexível), e se alguém não copiou no suporte sucessivo tudo o que tinha no anterior (e assim por diante, supostamente durante toda a vida, a cada dois ou três anos), o perdeu irremediavelmente (a menos que conserve no sótão uma dúzia de computadores obsoletos, um para cada suporte desaparecido).

Portanto, sabemos que todos os suportes mecânicos, elétricos e eletrônicos são rapidamente perecíveis, ou não sabemos quanto duram e provavelmente nunca chegaremos a saber. Enfim, basta um pico de tensão, um raio no jardim ou qualquer outro acontecimento muito mais banal para desmagnetizar uma memória. Se houvesse um apagão bastante longo não poderíamos usar nenhuma memória eletrônica.

Mesmo tendo gravado em meu computador todo o "Quixote", não o poderia ler à luz de uma vela, em uma rede, em um barco, na banheira, enquanto um livro me permite fazê-lo nas piores condições. E se o computador ou o e-book caírem do quinto andar estarei matematicamente seguro de que perdi tudo, enquanto se cair um livro no máximo se desencadernará completamente.

Os suportes modernos parecem criados mais para a difusão da informação do que para sua conservação. O livro, por sua vez, foi o principal instrumento da difusão (pense no papel que desempenhou a Bíblia impressa na Reforma protestante), mas ao mesmo tempo também da conservação.

É possível que dentro de alguns séculos a única forma de ter notícias sobre o passado, quando todos os suportes eletrônicos tiverem sido desmagnetizados, continue sendo um belo incunábulo. E, dentre os livros modernos, os únicos sobreviventes serão os feitos de papel de alta qualidade, ou os feitos de papel livre de ácidos, que muitas editoras hoje oferecem.

Não sou um conservador reacionário. Em um disco rígido portátil de 250 gigabytes gravei as maiores obras-primas da literatura universal e da história da filosofia: é muito mais cômodo encontrar no disco rígido em poucos segundos uma frase de Dante ou da "Summa Theologica" do que levantar-se e ir buscar um volume pesado em estantes muito altas. Mas estou feliz porque esses livros continuam em minha biblioteca, uma garantia da memória para quando os instrumentos eletrônicos entrarem em pane.

Tradução: Luiz Roberto Mendes Gonçalves

Fonte: Colunas do New York Times no UOL
 
Acho que ele está sendo meio dramático não?
Quer dizer, quando ele escreve: "Mas estou feliz porque esses livros continuam em minha biblioteca, uma garantia da memória para quando os instrumentos eletrônicos entrarem em pane".

Por que os meios eletrônicos vão obrigatoriamente entrar em pane?
Ele acredita que isso vai mesmo acontecer, ou está ironizando?

Quanto à efemeridade de cds, pen drive etc. bem, acho que vai continuar como sempre foi.
As músicas por exemplo, passaram dos discos de 78 rotações pro vinil de 33 rpm, depois pra fitas k7 e daí pros cds e computadores com mp3 e depois pra outras mídias que serão inventadas...

Assim será com livros e filmes

Mas achei legal a parte que ele fala sobre as vantagens e desvantagens dos livros de papel e eletrônicos.
É bem isso, se o livro eletrônico ganha em portabilidade e quantidade de informação ele perde em acesso ou seja, não pode ser lido em qualquer lugar e manuseado com tanta facilidade como um livro de papel.
Lembrei de ontem, quando entrei em um ônibus e, com uma freada brusca que o motorista deu os dois livros que carregava cairam no chão e eles ficaram meio sujos e um pouco amassados, mas se fossem em e-book... ¬¬
 
ouvi uma vez em uma palestra que vamos perder muita parte da nossa memória por não tê-la em meio físico... Eu acho que tudo faz parte do destino, afinal, a biblioteca de alexandria não queimou tb?
 
Olha, se a gente for pensar bem, tudo é efêmero (exceto os diamantes hehe), por exemplo, nossos livros são comidos por traças, podem ficar embolorados ou úmidos, etc.
Mas acho injusto você pagar um preço alto por algo que sairá de linha em breve. Ou mídias de má qualidade em produtos originais.
Acho muito prático essa substituição de mídias como "pendrives" ao invés de CD's ou DVD's, mas e a arte, onde fica? Cadê aquele prazer em apreciar uma boa capa de LP? :)
 
Nossa, eu não teria como concordar mais, penso muito parecido com ele.
Já perdi dados gravados em cd pq um belo dia o Cd não quis mais funcionar, o cd-rom não conseguia lê-lo. E eu desesperada, não consegui recuperar nem metade do que tinha lá pq simplesmente não achava mais as músicas na net. Já perdi um "livro" que eu escrevia qdo tinha 17 anos por conta de um disquete que deixou de funcionar, e a única cópia que eu tinha era aquela, pq tinha formatado meu pc. Minha sorte, é que dentre as 130 paginas que eu havia escrito, 89 delas eu tinha e ainda tenho impressa. Pelo menos não perdi tudo - graças ao papel.
Não adianta, a duração dessas mídias são indeterminadas mesmo - podem te dar problema daqui a 100 anos (que é o prazo teórico de um DVD) ou podem te dar problema amanhã. Foram que elas são modificadas e nem tudo que era antigo passa pro novo. E os que passam, demora demais. Na internet é bem o que ele falou, difundem a informação mas não se esforçam para guardá-la.
Eu sou adepta do papel. Ler algo tipo livro na tela de um computador, por mais que eu o faça em demasia, cansa meus olhos. Eu tenho minhas apostilas da faculdade "scanneadas" e meus "cadernos" agora todos guardados no meu EEEpc mais por motivo de saúde do que por praticidade (o EEEpc pesa 1,2 kg eqto os livros, puff, nem precisa falar). Pudera eu ter coluna pra carregar meus livros! Fora que não tem nada igual quanto ao cheiro de livro novo, e ao ver minha parede forrada deles. Eita coisa linda de se ver! :)
 
tudo isso me lembra o maravilhoso filme FAHRENHEIT 451 do François Truffaut, baseado na obra de Ray Bradbury... :) Quem viu, sabe do que estou falando!
 
Tudo muda. Sempre vai mudar. Daqui a pouco vão surgir novos meios eletrônicos de se armazenar coisas, assim como pode surgir um papel ultra resistente.

Mas cautela nunca é pouca. E eu nem precisei perder um trabalho importante pra me tocar disso. Não dói nada ter arquivos, seja documentos, músicas, livros, filmes... salvos em vários lugares e de várias formas para se certificar que eles não vão sumir do nada.

Também acho que isso que ele falou foi meio exagerado. Como a Amélie disse... a biblioteca de Alexandria pegou fogo, né.
 
Uma professora minha sugeria ter sempre documentos importantes "guardados" em serviços de email, tipo o gmail. Manuscrito de livro, monografia, etc. etc. etc., para garantir. Mas depois que o geocities saiu do ar e eu perdi meu arquivo do hellfire antigo, sei lá. Imagina, o google declara falência e fecha o blogger e o gmail, por exemplo? o_O

Sobre as demais mídias, eu confesso que acho MUITO irritante o fato de elas parecerem ter um prazo de validade menor do que o do papel. Eu tenho jornais de 94 que ainda estão guardadinhos sem o menor problema. Em compensação, disquetes de 99 em 2001 já davam problemas (e hoje em dia computador mais moderno nem vem com leitor de disquete).
 
É aquele negócio que tudo é feito para durar pouco para consumir mais, Anica.

Mas pensar que tudo que tu tem salvo vai sumir do nada um dia, daí não dá. O geocities deve ter saído do ar pq quase ninguém mais usava....

Ao abandonar uma coisa se adota outra, não? E nessa outra deve-se encontrar aquilo que tu quer.
 
Bem, queria começar pedindo desculpas por não ter lido as respostas antes da minha, então se eu falar alguma coisa que alguém já tenha dito, me perdoem.

Não concordo muito com o texto, principalmente quando ele se perde falando sobre os meios eletrônicos de arquivamento, talvez porque eu trabalhe nessa área e tenha que lidar justamente com armazenamento.
Sim, essa é uma grande questão, ninguém sabe ao certo quanto tempo os novos meios de armazenamento eletrônico duram, primeiro porque eles não precisão durar, são eternos testes para algo melhor e maior. E segundo porque, nesse caso em especifico, a questão evoluiu para algo diferente, que seria "como transferir os dados de uma maneira segura?".
Com as antigas formas de armazenamento de dados (tabuas de madeira, livros de pano), você tinha uma certeza da validade e não havia uma forma rápida e segura de se migrar aqueles dados para outra forma de armazenamento. Hoje com os dados eletrônicos, que apesar de vários nomes e forma diferente de apresentação funcionam do mesmo jeito: códigos binários, existe a possibilidade de se migrar constantemente a forma com a que a informação é guardada.

Então, acho que esse texto é só mais uma preocupação de quem, apesar de conhecer os meios eletrônicos de armazenamento, não entende muito bem como eles funcionam.
 
.Izze. disse:
É aquele negócio que tudo é feito para durar pouco para consumir mais, Anica.

Mas pensar que tudo que tu tem salvo vai sumir do nada um dia, daí não dá. O geocities deve ter saído do ar pq quase ninguém mais usava....

Ao abandonar uma coisa se adota outra, não? E nessa outra deve-se encontrar aquilo que tu quer.

sobre o geocities, como eu disse ele tinha armazenado meu arquivo do blog. não é exatamente em outro lugar que eu vou encontrá-lo, é pessoal - assim como seria o caso dos emails que tenho no gmail. Porém concordo com você sobre terem parado com o serviço por que quase ninguém mais usava. O problema é que quase não é igual a todo mundo, né.
 
Clara V. disse:
Acho que ele está sendo meio dramático não?
Quer dizer, quando ele escreve: "Mas estou feliz porque esses livros continuam em minha biblioteca, uma garantia da memória para quando os instrumentos eletrônicos entrarem em pane".

Por que os meios eletrônicos vão obrigatoriamente entrar em pane?
Ele acredita que isso vai mesmo acontecer, ou está ironizando?

Ele está ironizando, porque antes mesmo ele citou que tem uma memória externa do computador que usa para procurar citações (o que ele exalta como vantagem).

Quanto à efemeridade de cds, pen drive etc. bem, acho que vai continuar como sempre foi.
As músicas por exemplo, passaram dos discos de 78 rotações pro vinil de 33 rpm, depois pra fitas k7 e daí pros cds e computadores com mp3 e depois pra outras mídias que serão inventadas...

Assim será com livros e filmes

Será, mas até onde os vinis ficaram extintos realmente? Ano passado os maiores lançamentos no mundo da música receberam versões em vinil, que foram infinitamente mais vendidos do que CD.

Anica disse:
Uma professora minha sugeria ter sempre documentos importantes "guardados" em serviços de email, tipo o gmail. Manuscrito de livro, monografia, etc. etc. etc., para garantir. Mas depois que o geocities saiu do ar e eu perdi meu arquivo do hellfire antigo, sei lá. Imagina, o google declara falência e fecha o blogger e o gmail, por exemplo?

Se eles declararem, que seja com antecedência. Mesmo assim, eu não confio nos meios eletrônicos. Todos os meus 'manuscristos' são impressos.


Breno C. disse:
Então, acho que esse texto é só mais uma preocupação de quem, apesar de conhecer os meios eletrônicos de armazenamento, não entende muito bem como eles funcionam.

Não é a questão de entender ou não. Eles são substituídos a cada novo ano, como você mesmo disse, eles são testes para coisas maiores e melhores.

---------

Por mais que eu ache que a tecnologia sempre vai me surpreender com algo completamente eficaz as minhas necessidades, eu tenho mania de velho e fico com os livros até o último instante. Assim como o Eco, eu tenho versões de e-books dos meus livros para poder fazer uma consulta rápida (afinal, mesmo com os post its, tem coisas que ficam realmente dificeis de achar).

Entretanto a garantia de que daqui duas gerações o livro esteja obsoleto, assim como muitos dos amigos do meu irmão nunca chegaram perto de um CD.

Entretanto a música nunca deixou de ser música quando a guitarra elétrica apareceu. Quando o teclado apareceu. Havia um boom e depois o violão, o piano e tudo mais voltava ao arranjo dos mais modernos.

O mesmo pode acontecer com livros, muita coisa no homem é efemero, menos a nostalgia.
 
Os livros não vão sumir, o papel também não, ainda é mais confortável esse tipo de leitura do que aquela executada por meios eletrônicos. Eu, particularmente, tenho dor de cabeça imensa.

Estou com o Eco e com o Pips. Aqui em casa mesmo eu tenho alguns livros que eu não achei na internet e, acreditem, é o primeiro lugar que eu vou procurar quando preciso de algo obscuro pra minha monografia ou outras coisas.

É mais confortável para pesquisa rápida? Sim. Mas tudo aquilo que envolve o livro, a mística de sabedoria presente até nos mais imbecis deles, fará com que se preserve esse meio de comunicação.
 
Pips disse:
Breno C. disse:
Então, acho que esse texto é só mais uma preocupação de quem, apesar de conhecer os meios eletrônicos de armazenamento, não entende muito bem como eles funcionam.

Não é a questão de entender ou não. Eles são substituídos a cada novo ano, como você mesmo disse, eles são testes para coisas maiores e melhores.

Não cara, acredite, é uma questão de entender.
A informática pode evoluir muito rápido, mas mesmo assim não ao ponto de você, mesmo sendo um escritor (sabemos que em um disquete cabe algo em torno de 5 livros de mil páginas) ter que se preocupar em fazer backups de seus arquivos em novas mídias com tanta freqüência. Fora que com o CD o conceito de leitor universal cresceu. Hoje um leitor de Blue-ray também lê DVD e CD, e a tendência é cada vez maior com outros tipo de mídia (fita DAT e cartões eletronicos).

Pescaldo disse:
Os livros não vão sumir, o papel também não, ainda é mais confortável esse tipo de leitura do que aquela executada por meios eletrônicos. Eu, particularmente, tenho dor de cabeça imensa.

Na época em que o carro foi criado, um diretor de banco afirmou que eles nunca iam superar os cavalos. E foi a mesma coisa com o disco de vinil e o CD. Então usar a palavra nunca nesse caso é meio prematuro.

Eu diria que ainda não existem meios eletrônicos para uma boa exibição de arquivos como ebooks (contando com confortabilidade e segurança). Mas a pouco tempo eu tive contato com uma tablepc e digo que leria livros enormes usando o equipamento.
 
O problema do texto está muito mais voltado para o papel do livro x o papel da tecnologia na difusão do conhecimento e sua relação com o homem do que sobre a questão da durabilidade de uma ou de outra mídia.

Ainda ele trabalha a relação de confiança que homem contemporâneo tem com a tecnologia e como dependemos dela. Isso fica bem claro aqui: "Enfim, basta um pico de tensão, um raio no jardim ou qualquer outro acontecimento muito mais banal para desmagnetizar uma memória. Se houvesse um apagão bastante longo não poderíamos usar nenhuma memória eletrônica.

Mesmo tendo gravado em meu computador todo o "Quixote", não o poderia ler à luz de uma vela, em uma rede, em um barco, na banheira, enquanto um livro me permite fazê-lo nas piores condições."
 
Breno C. disse:
Não cara, acredite, é uma questão de entender.
A informática pode evoluir muito rápido, mas mesmo assim não ao ponto de você, mesmo sendo um escritor (sabemos que em um disquete cabe algo em torno de 5 livros de mil páginas) ter que se preocupar em fazer backups de seus arquivos em novas mídias com tanta freqüência. Fora que com o CD o conceito de leitor universal cresceu. Hoje um leitor de Blue-ray também lê DVD e CD, e a tendência é cada vez maior com outros tipo de mídia (fita DAT e cartões eletronicos).

Tá, eu só não entendi o por quê você me explicou sobre isso. A questão que eu coloquei foi que, por mais que tenhamos tudo isso a nossa mão, não é apenas a facilidade e praticidade que procuramos ao ler um livro. Pegue por exemplo a música, séculos atrás tínhamos que ver ao vivo para saber como era. Depois poderíamos ouvir em casa. Depois ouvir correndo. Depois ouvir no computador. Entendeu? Nesse ponto a praticidade da tecnologia fez eu aproveitar isso. Agora quando você lê, não dá para ficar andando com o computador pra cima e para baixo (dá com notebook, mas mesmo assim você tem que ligar, abrir programa, etc), enquanto com o livro você puxa da bolsa e já abre na página que quer, no lugar que quiser (ônibus, metrô, parques, gramado, etc). Não existe uma bateria. O Eco mesmo diz, se acabar a energia, se tiver apagão, onde você vai procurar suas coisas pra ler? Na estante. Acenda uma vela e pronto (bem como o Ronzi citou).
 
Breno C. disse:
Na época em que o carro foi criado, um diretor de banco afirmou que eles nunca iam superar os cavalos. E foi a mesma coisa com o disco de vinil e o CD. Então usar a palavra nunca nesse caso é meio prematuro.

E em muitos meios não o superou. Pelo menos eu não conheço alguém que toque a boiada de caminhonete. O vinil está voltando, ano passado tivemos diversos lançamentos nesse formato e a tendência é aumentar por conta da qualidade do som.

Breno C. disse:
Eu diria que ainda não existem meios eletrônicos para uma boa exibição de arquivos como ebooks (contando com confortabilidade e segurança). Mas a pouco tempo eu tive contato com uma tablepc e digo que leria livros enormes usando o equipamento.

Aí já é questão de gosto, mas eu digo que o livro, o papel, é praticamente insubistituível na maioria dos lugares. A mídia eletrônica tem seus pontos fortes, entretanto eles ainda não superaram os do papel.
 
Pips disse:
Clara V. disse:
Acho que ele está sendo meio dramático não?
Quer dizer, quando ele escreve: "Mas estou feliz porque esses livros continuam em minha biblioteca, uma garantia da memória para quando os instrumentos eletrônicos entrarem em pane".

Por que os meios eletrônicos vão obrigatoriamente entrar em pane?
Ele acredita que isso vai mesmo acontecer, ou está ironizando?

Ele está ironizando, porque antes mesmo ele citou que tem uma memória externa do computador que usa para procurar citações (o que ele exalta como vantagem).

Creio também que ele não está necessariamente falando de um "apocalipse eletrônico", no qual todas as máquinas entrariam em pane ao mesmo tempo, mas do fato de que, caso o que ele tenha armazenado em meios eletrônicos se perca (com o equipamento estragando, caindo um raio e queimando, etc.), ele ainda possui o mesmo conteúdo impresso em livros que pode consultar a qualquer momento.
 
O que ele fala sobre a efemeridade das mídias está certo. Daqui a pouco teremos o disco holográfico, que armazena 10 vezes o que armazena o blu-ray. Mas, uma vez que os arquivos estão guardados, seja no pc, num hd externo, em um servidor online, não são tão fáceis assim de ser perdidos (acidentes acontecem, lógico) e migrá-los é tarefa simples.

Não acho que os livros perderão espaço por um bom tempo ainda (até mesmo por nostalgia, como o Pips falou). Mas dizer que jamais irão sumir eu acho exagero. Acho que a tendência é que no futuro se usem mais leitores eletrônicos. Muita gente reclama que eles dão dor de cabeça, mas tem tecnologias aí em que os visores emitem muito pouca luz (ou nenhuma luz, como é o caso do papel eletrônico), não incomodam tanto.
 

Valinor 2023

Total arrecadado
R$2.434,79
Termina em:
Back
Topo