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Sinatra

A voz...

O glamur, o requinte...

A grande voz merece um tópico.

Como não gostar de Sinatra? Sua música cheia, adornada de sopros, cordas... Logra em nos comover.

Para mim, Sinatra é a personificação do galã, é o icone que surge na minha cabeça quando penso numa personalidade masculina. Há tanto o que se discutir sobre a vida e a obra do autor...
 
Eu não conheço muito o Sinatra, mas o que eu conheço acho bem legal, é tipo Beatles, não dá pra não gostar!
 
O machismo, a sonegação de impostos, a deserção à guerra, os envolvimentos com a máfia...

Bem... eu até gosto da música, mas o cara pra mim é só mais uma americano gordo.
 
Feanor disse:
O machismo, a sonegação de impostos, a deserção à guerra, os envolvimentos com a máfia...

Bem... eu até gosto da música, mas o cara pra mim é só mais uma americano gordo.

Uhuuu, é por isso q Sinatra é F*da

:mrgreen:

Eu comecei a fumar pór causa dele huahuahuahua

Mas, pow, ele foi um grande ícone sim, é que ele tb enfrentou vários problemas...

Seu timbre de voz é um milagre
 
O Sujo de Sangue disse:
A voz...

O glamur, o requinte...

A grande voz merece um tópico.

Como não gostar de Sinatra? Sua música cheia, adornada de sopros, cordas... Logra em nos comover.

Para mim, Sinatra é a personificação do galã, é o icone que surge na minha cabeça quando penso numa personalidade masculina. Há tanto o que se discutir sobre a vida e a obra do autor...

Excelente lembrança, Frank é muito bom. Como disse Nick Marshall, ele é o melhor antídoto contra a depressão causada por mulheres (ou algo parecido).
 
Varda do Um Triângulo disse:
Sinatra é demais!!! Um dos meus sonhos é dançar "I've got you under my skin" no dia do meu casamento!!!

Quero dançar com o bono cantandpo no meu ouvidinho a versão que ele canta junto com o sinatra, e eu vou fazer a parte do sinatra!

Meu sonho sempre foi cantar Ive got u under my skin com o Bono.

E eu amo new york! sinatra ruleia!
 
I DID IT MYYYYYYYY WAAAAAAAAAAAAAAAAAAYYY...

Sinatra é o genio da musica do seculo XX.
Junto com o nosso Tom Jobin.
 
Belapathy disse:
Varda do Um Triângulo disse:
Sinatra é demais!!! Um dos meus sonhos é dançar "I've got you under my skin" no dia do meu casamento!!!

Quero dançar com o bono cantandpo no meu ouvidinho a versão que ele canta junto com o sinatra, e eu vou fazer a parte do sinatra!

Meu sonho sempre foi cantar Ive got u under my skin com o Bono.

E eu amo new york! sinatra ruleia!


Ah... e eu achava q só eu tinha esse sonho... ahh!!! Eu queria conhecer os dois, mas o Sinatra não vai dar... eu me contento com o Bono mesmo!! :mrgreen: :mrgreen: :mrgreen: e com o Larry, of course! :mrgreen:

:kiss: da Estel ouvindo Jethro Tull - não-sei-que-música
 
Um pouquinho da vida do grande mestre:

"Eu penso que minha verdadeira
ambição é passar para outros
o que eu sei. Sabe, tomou-me muito tempo,
muito tempo, aprender o que sei agora, e
não quero que isso morra comigo.
Eu gostaria de passar isso para os jovens."


Frank Sinatra

Quando você se apaixona, ou rompe com o seu amor; quando você está feliz, ou sentindo desespero; quando perde o emprego, vai à falência, ou ganha uma bolada e fica rico, há sempre uma canção de Sinatra por perto, e ela casa perfeitamente com o seu humor.

A frase está na Internet, em um site mantido por fãs de Sinatra, o Frank Sinatra Home Page (http://sinatra.boldinternet.com/), e talvez seja uma das mais verdadeiras que já se escreveram sobre ele.

Porque Frank Sinatra foi um cantor tão formidável que é praticamente impossível apontar alguém, entre nós, nossos pais e avós, que não tenha cantarolado, ou dançado, ou namorado ao som de uma de suas canções.

Uma história (ou uma lenda?) que começou em uma cidadezinha de New Jersey, ao lado do Rio Hudson, chamada Hoboken. Ali moravam, no número 415 da Monroe Street, o ex-boxeador Anthony Martin Sinatra e sua mulher, uma enfermeira e parteira, nascida Natalie Garaventi e chamada na época simplesmente Dolly, Dolly Sinatra. Os dois italianos: ele siciliano, ela genovesa.

Francis Albert Sinatra nasceu no dia 12 de dezembro de 1915. O parto foi difícil e o fórceps o marcou.

Um superbebê. Pesava seis quilos e pouco, tinha ferimentos no queixo e em uma das orelhas.

- Não acho que sobreviverá - disse o médico. - O melhor é que nos concentremos na mãe.

Rosa Garaventi, a avó, não levou o médico a sério: colocou o garotinho sob uma torneira de água fria e o choque fez com que respirasse.

Em dezembro de 1915 os Estados Unidos acompanhavam a guerra na Europa e dois anos depois entrariam nela. No cinema, chorava-se a morte de John Bunny, a primeira grande estrela da comédia americana, um abre-alas para Chaplin, Buster Keaton e Harold Lloyd, entre outros. E, enquanto o garotinho Sinatra crescia, um outro gênero de filmes ia se firmando: o de gângsteres. Muitos consideram Underworld, de 1927, o primeiro deles. O Sinatra adolescente acompanhou as aventuras de Little Caesar, O Pequeno César, com Edward G. Robinson, em 1930, e Scarface, com Paul Muni, em 32. Na tela eles eram vistos como heróis e, para os garotos com que Frank convivia, ser gângster estava na moda. Ele chegou a declarar, muitos anos depois, que gostara daquilo e talvez tivesse levado a coisa um pouco longe demais. Queria ser considerado um bandido e chamava gângsteres por apelidos, era grosseiro, ameaçava pessoas e procurava exibir mau-caratismo entre maus-caracteres. Falava de uma garrafa que partiu sua cabeça em uma briga de quadrilhas e de uma corrente de ferro que quase o aleijou, mas muita gente achou aquilo papo-furado, que tudo o que Sinatra queria era aparecer.

Ele retrucou afirmando que foram apenas a música e seu talento que o impediram de tornar-se um bandido de verdade.

Serenatas de amor no estilo Bing Crosby

Quando Frank tinha 15 anos, seu tio Dominick Garaventi deu-lhe um ukelele - um instrumento havaiano de quatro cordas, parecido com a guitarra. Ele conhecera havia pouco uma garota morena chamada Nancy Barbato, e usou o ukelele em serenatas para ela: sentava-se em frente ao poste de rua na calçada e cantava imitando Bing Crosby.

Dolly não gostava disso: aquele garoto tinha que se formar em engenharia pela universidade, ou, pelo menos, tinha que se dedicar a negócios. E ela é quem comandava a casa.

Na época das serenatas, mais precisamente em março de 1935, Frank - que era repórter iniciante, um foca, na seção de esportes do Jersey Observer, e pretendia fazer carreira como jornalista - levou Nancy para ver Bing Crosby em pessoa, em um show em Jersey City.

Quando deixaram o teatro, Nancy percebeu que algo havia acontecido.

- O que há? Você não parece bem.

Ele engoliu em seco antes de responder:

- Vou me demitir do meu emprego.

E explicou:

- Quando vi aquele cara no palco, alguma coisa me aconteceu. Parecia que eu é que estava lá, não o Crosby. Eu tenho que ser um cantor.

Foi o que repetiu em casa. Dolly, dizem, pegou um sapato e esmigalhou o Bing Crosby sorridente que enfeitava uma das paredes do quarto do rapaz. Era ela quem dava as ordens em casa, mas era também muito esperta, sabia que de nada adiantava remar contra a maré: quando percebeu que não havia jeito, concordou com o filho e aceitou que ele deixasse a escola e procurasse um emprego em que pudesse cantar.

Sinatra decidiu que aprenderia a cantar cantando e ouvindo cantar. Gastava todo o seu dinheiro em discos, que ouvia até se estragarem. Escolheu Bing Crosby e a orquestra de Tommy Dorsey como modelos de tom e balanço. Comprou um fone de ouvido e passava boa parte da madrugada girando um dial e ouvindo tudo o que as rádios tocavam.

Em casa, as coisas melhoraram um pouco. Ainda que os pais não tivessem lá grande esperança de vê-lo fazer sucesso, a mãe contou-lhe que às vezes ela e papai Sinatra iam às apresentações do filho, e o marido se entusiasmava e aplaudia mais alto que ela. Mas fazia questão de sentar- se num dos últimos lugares, para que Frank não os visse.

Em 1938 ele estaria cantando com grupos jovens em 18 shows de rádio em cinco estações de Nova York e Nova Jersey. É o que havia começado a fazer três anos antes, como parte de um quarteto, o The Hoboken Four, que nasceu por acaso. Naquela época - 1935 -, havia em Nova York um programa de rádio que promovia concursos de calouros, o Major Bowes Amateur Hour, considerado o melhor primeiro passo que um aspirante a cantor poderia dar, já que era uma rádio de boa potência, captada por um grande número de ouvintes. Alguém que fizesse sucesso ali poderia ter seu nome lembrado depois.

Frank inscreveu-se para o concurso e foi aceito. Por coincidência, um trio de cantores de Hoboken havia se inscrito também, o que deu ao Major Bowes a idéia de juntar os quatro e formar um quarteto. Bowes mesmo escolheu o nome: The Hoboken Four. A estréia aconteceu no dia 8 de setembro de 1935, com o programa transmitido ao vivo do palco do Capital Theatre e Frank ocupando a posição de cantor principal do grupo. O júri era a própria audiência, convidada a ligar para Murray Hill 8-9983 e manifestar sua preferência. O Hoboken Four foi o vencedor. E o programa daquele dia ficou marcado por ser o último de Frank como amador: os classificados em primeiro passavam a integrar uma equipe formada pelo Major Bowes para excurcionar por várias cidades do interior. Frank Sinatra e seus três companheiros receberiam um salário de US$ 50 semanais, mais refeições.

Alguns meses depois, quando ficou claro que a estrela do grupo era Frank, e começaram a surgir as primeiras brigas entre os quatro, ele se despediu dos companheiros e voltou para Hoboken, passando a cantar sozinho. Era o que fazia em 1939, num restaurante de beira de estrada em New Jersey, o Rustic Cabin, com o salário de US$ 15 por semana. Além de cantar, era também o chefe-de-cerimônia e conduzia os clientes até as mesas.

Foi quando transformou a garota Nancy Barbato na senhora Sinatra, ganhou dos pais um Chrysler preto e fez um passeio de lua-de-mel durante quatro dias. Na volta, o casal mudou-se para um apartamento de três dormitórios alugado no 487 da Garfield Avenue, pagando US$ 42 por mês. Frank tivera um aumento, passando a receber US$ 25 por semana, e Nancy conseguiu um emprego como secretária, para ajudar nas despesas.

Nesse mesmo ano de 1939, um trompetista desempregado, que saiu da banda de Benny Goodman para formar a própria, ouvia a Parada Dançante na estação WNEW, quando teve a atenção despertada por um cantor. Não conseguiu pegar o nome, mas descobriu o lugar em que ele cantava, em Jersey. Na noite seguinte, o mesmo trompetista - seu nome era Harry James - estava lá ouvindo Frank Sinatra. Gostou. Contratou-o por dois anos com o salário de US$ 75 semanais.

- Peça demissão - disse Frank a Nancy pelo telefone. - Nós vamos viajar por aí com Harry James.

Cantou. E nada de trombetas ou rojões


Wishing foi uma das duas canções de sua estréia com a banda de James no Hyppodrome Theater, em Baltimore, na última semana de junho de 39. Nancy o ouvia na platéia, e ele cantou também My Love For You. Como pouca coisa na vida desperta o soar de trombetas e o espocar de rojões, nada de especial aconteceu naqueles dias. Depois de Baltimore a banda foi para Nova York e continuou seu trabalho.

Entre sucessos (Harry James foi considerado o trompete número 1 da América na pesquisa da revista Down Beat em 39) e fracassos (apresentando-se em Beverly Hills, Los Angeles, para um público que não gostou da batida da banda, James e todo seu pessoal, Sinatra incluído, foram despedidos), Frank começou a questionar se o seu lugar era realmente ali.

E foi aí que, no início dos anos 40, ele recebeu um convite para cantar com a banda de Tommy Dorsey. Aqui, como dizem vários de seus biógrafos, ninguém sabe dizer exatamente como a coisa aconteceu, porque todo mundo gosta de se proclamar responsável pela aproximação dos dois. Uma das versões é que, depois de alguns meses com James, Frank havia conquistado um certo número de admiradores, e um deles era um executivo da CBS que, um belo dia, soprou para Dorsey: "Vá ver um garoto magrinho que está cantando com a banda de Harry".

Foi o que fez Sinatra realmente decolar. O contrato com Harry James ainda estava valendo, mas esse o cancelou com um aperto de mão e um conselho: "Não perca esta chance". Naquela época, apenas Glenn Miller rivalizava com Dorsey, que tinha uma orquestra considerada a banda dos cantores: ele sempre valorizava seus arranjos dando destaque ao crooner. Frank foi contratado por US$ 100 semanais.

Sempre disse que Tommy Dorsey foi o seu "treinador", e lhe ensinou a respirar durante o canto. Foi Dorsey quem lhe recomendou exercícios físicos, como jogging e natação, para aumentar a capacidade pulmonar. Frank dava longos mergulhos na piscina e cada vez ficava mais tempo embaixo d'água. Com isso passou a cantar vários versos seguidos sem respirar, o que lhe permitiu também aperfeiçoar o ritmo e o balanço das canções.

Frank prestava enorme atenção ao trabalho de Dorsey.

- Eu descobri - contaria - uma fresta que havia entre um canto dos lábios de Tommy e o bocal do trombone. E percebi que aquilo não era natural, mas uma fresta através da qual ele respirava. No meio de um compasso, quando uma nota ainda estava sendo tocada, ele dava uma rápida aspirada, e aquilo permitia que tocasse quatro escalas mais.

Ele fez uma adaptação dessa técnica para o seu canto, praticando exaustivamente e aprendendo a usar o nariz como Dorsey usava aquela fresta. Fez muito mais: treinou tanto para desenvolver os pulmões que alguns de seus biógrafos afirmam que podia ficar sem aspirar o dobro do tempo de uma pessoal normal.

Dois traços marcantes de sua personalidade se desenvolveram a partir daí: a vaidade, o cuidado com as roupas, com a elegância - e o mau humor, a irritação. Ele costumava interromper a banda quando achava que algum instrumento tocava alto a ponto de interferir com sua voz. Em um show, certa vez, alguém lhe atirou pipocas. Ele voou para cima do público, querendo arrebentar o atrevido. Em outro, Buddy Rich, o homem do surdo, interrompeu uma canção de Frank para fazer um solo. Sinatra atirou-lhe um copo.

O sucesso foi crescendo e atingiu um ponto em que passou a incomodar Tommy Dorsey, porque, vaidade por vaidade, ele também tinha sua dose, e alta. Ele também, Dorsey, era um brigão, o que dava à orquestra, muitas vezes, um clima de violência. Outro inconveniente era que o público queria ouvir a voz, não os instrumentos, e, muitas vezes, no momento em que a banda, até então tocando só, passava a acompanhar o cantor, as pessoas paravam de dançar para cercar o palco e apenas ouvi-lo cantar. Dorsey não suportava essa humilhação.

Em julho de 42, Sinatra resolveu sair. No ano anterior uma pesquisa da revista Billboard entre estudantes deu-lhe o título de Vocalista Masculino Número 1. No final de 41, ele realizou um sonho antigo, ao ser declarado, pela revista Down Beat, o Melhor Vocalista Masculino de Orquestras dos Estados Unidos, dando uma rasteira em ninguém menos do que Bing Crosby, detentor do título de 1937 a 1940.

Mas o contrato de cinco anos estava praticamente pela metade, e Dorsey foi inflexível nas negociações: certo, ele liberaria Frank, mas com novo contrato, em que receberia 33% da renda bruta de Sinatra durante os dez anos seguintes, e mais 10% iriam para o gerente de sua banda, Leonard Vannerson. O contrato foi assinado. E aqui entra a lenda... ou a verdade? Sinatra filiou-se depois à Music Corporatin of America, a MCA, a maior de todas, e ela queria livrá-lo de qualquer compromisso anterior, principalmente daquele contrato com Dorsey. Oficialmente, dizem que isso custou US$ 35.000 à MCA, e mais US$ 25.000 ao próprio Frank.

A outra versão é a que envolve a Máfia. Frank Sinatra, de origem ítalo-americana, cresceu em uma área de New Jersey que era território da Máfia. E, já que ele estava lá, e a Máfia também... E então, diz a lenda, um certo don mafioso de nome Willie Moretti teria entrado nas negociações, feito uma visita a Dorsey, em seu camarim, e delicadamente - "Não é nada pessoal..." - o convenceu, com o cano de seu revólver literalmente enfiado na boca do atônito maestro, a "vender" o contrato de Sinatra pela quantia, acertada ali mesmo, de US$1. Negócio fechado!

Uma garota desmaiou. Foi o suficiente.

Depois que Sinatra se separou de Dorsey, foi tudo muito rápido. Houve um contrato de dois meses com o Teatro Paramount, em Nova York, com o salário de US$ 1.000 dólares por semana. Também a oportunidade de participar de um filme da RKO e de gravar discos pela Columbia. Nas noites de sábado, ele cantava no programa Lucky Strikes Hit Parade e, em março de 43, estrearia em um night-club de Manhatan chamado Riobamba. Aqui, um acontecimento curioso multiplicou o nome Frank Sinatra na mídia da época.

Ele cantava no Riobamba, em uma daquelas noites quentes de março, quando uma garota na platéia, particularmente sensível ao calor, sentiu-se mal e teve um desmaio. Foi o suficiente. Logo surgiu o rumor de que a voz aveludada daquele cantor magrinho, metido em paletós de grandes ombreiras, abalava as garotas e provocava síncopes. O rumor foi publicado pela revista Newsweek e tornou-se verdade.

Ele já era chamado, simplesmente, The Voice, A Voz. Difícil dizer precisamente quando o apelido surgiu, mas uma reportagem publicada em Newsweek no dia 20 de dezembro de 1943 já a registrava com naturalidade, ao relatar dois incidentes do cantor com suas Sinatra Swooners (expressão intraduzível, mas que quer dizer, aproximadamente, as Desmaiadoras de Sinatra): "A Voz mesmo teve de dizer- lhes que se calassem em um show. A algumas mães de fãs mais exaltadas foi pedido que mantivessem suas filhas em casa".

O magrinho anuncia suas 20 próximas namoradas

Hollywood, 1943. Aquele magrinho de nariz empinado chegou aos estúdios da RKO, depois da agitação no Teatro Paramount, para filmar Higher and Higher (A Lua ao seu Alcance). Já havia feito Las Vegas Nights, em 41, Ship Ahoy, em 42, e Reveille with Beverley, no próprio ano de 43. Mas naqueles filmes ele apenas cantava com a orquestra de Tommy Dorsey. Agora não: Sinatra ia estrear como ator. Em Higher..., ele faz o papel de Frank, um rico pretendente à mão de uma garota supostamente herdeira de uma fortuna.

E o que faz ele, na iminência do novo desafio? Apanha um papel, lista as 20 atrizes mais atraentes de Hollywood, prega-o em seu camarim e anuncia:

- Vou faturar uma por uma.

Primeiro nome a receber um X na frente dele: Lana Turner. Antes do final das filmagens, todos os nomes estavam ticados.

Nancy sempre soube, a partir da chegada à Costa Oeste, que o marido tinha casos. E sempre os tolerou. Ela sabia que tudo iria bem desde que não interferisse nas vontades e nos caprichos dele. Até o início da carreira solo de Frank, ela o ajudava nas despesas, usando parte de seu salário de secretária para pagar aluguel e supermercado e deixando o resto para que ele gastasse com suas roupas elegantes. Até então, foram felizes. Mas em 1946, no pico do sucesso - Frank chegou a fazer 45 shows em uma semana -, o esforço e a tensão começaram a pulverizar seu trabalho. Já fazia algum tempo interferiam no casamento.

Em uma daquelas noites, numa festa em um nightclub de Palm Springs, Sinatra tirou para dançar uma mulher que viera acompanhada do milionário Howard Hughes. Era Ava Gardner.

No dia 7 de outubro anunciou-se oficialmente que Nancy e Frank estavam separados, e isso não foi propriamente surpresa, pelo pouco tempo que ele dedicava à mulher e aos filhos Nancy e Frank Jr. Uma separação que não durou muito: o esforço de amigos provocou a reconciliação, e os dois ainda tiveram a filha Cristine, nascida em julho de 48. A separação definitiva viria em dezembro de 49. Quando Nancy entrou com o pedido de divórcio, o que se comentava, em Hollywood, é que ela poderia agüentar qualquer uma, menos Ava Gardner. Ava e Sinatra estavam tendo um caso.

Um caso que era sério e se tornou barulhento. Ela tinha uma carreira e não conseguia dedicar a Frank o tempo que ele exigia. Vinham então as brigas, tão públicas quanto as reconciliações que acabavam acontecendo. Em uma das brigas, Ava recorreu a seu ex-marido Artie Shaw. Quando Sinatra soube disso, entrou em parafuso. Primeiro tentou localizar os dois. Quando não conseguiu, foi para um hotel e - dizem - tentou o suicídio.

O divórcio de Nancy e a queda vieram juntos. Os filmes de Frank estavam sendo cada vez mais criticados, e a venda de seus discos despencou em 1948 e 49: parecia bastante claro que a carreira como cantor chegava ao fim (diziam que as garotas que urravam por ele nos shows, as Swooners, haviam crescido). Surgiu ainda uma acusação, sem provas, de ligação com comunistas, feita pelo Comitê de Investigação de Atividades Antiamericanas. Então veio novo golpe: Frank Sinatra acusado de envolvimento com a Máfia.

Uma linda amizade com a Máfia de Luciano


Sinatra foi denunciado pela primeira vez pelo repórter Robert Ruark, colunista da rede Scripps-Howard que havia acompanhado a visita do mafioso Lucky Luciano a Havana, Cuba, em 1947. Lucky Luciano havia sido preso em 1936, nos Estados Unidos, e conseguiu liberdade condicional dez anos depois, como reconhecimento do governo norte-americano pelos seus relevantes esforços, durante a 2ª Guerra, ajudando o desembarque aliado na Sicília. Foi então deportado para a Itália.

Em 1947 - já no ano seguinte, portanto -, Luciano estava em Havana, hospedado no Hotel Nacional, preparando-se para voltar ao território americano. O repórter Robert Ruark, enviado especial a Cuba, fez uma série de reportagens mostrando que ele, enquanto fazia sua escala na ilha, vinha sendo visitado pelos grandes gângsteres da Máfia nos EUA. E, no dia 20 de fevereiro, Ruark publicava:

"Sinatra esteve aqui por quatro dias na última semana, e durante esse tempo sua companhia em público e em particular era Luciano, os guarda-costas de Luciano, e uma rica coleção de jogadores e comparsas. A amizade foi linda. Eles eram vistos juntos nas pistas de corridas, no cassino e em festas especiais. Além de Luciano, fui informado de que Ralph Capone também estava presente... e ainda uma grande variedade de assassinos que acham o Sul saudável no inverno, ou nos dias de Grande Júri".

As ligações de Sinatra com a Máfia eram inegáveis, e um repórter da New York Magazine, Pete Hamil - um dos raríssimos jornalistas que foram amigos dele e por isso mesmo se tornou autoridade para falar do assunto -, escreveu, em 1980, que a Máfia corria pela vida de Sinatra como um rio subterrâneo. Pete ouviu dele algumas palavras a respeito:

- Se eu conheci esses caras? Claro, eu conheci alguns deles. Eu passei muito tempo trabalhando em cassinos, e cassinos não são dirigidos pela Associação Cristã de Moços. Havia uma porção de caras por lá, e eles eram produto da Lei Seca, e dirigiam cassinos muito bons. Mas se São Francisco de Assis fosse um cantor e trabalhasse em cassinos, ele teria conhecido esses mesmos caras. O que não o tornaria parte de alguma coisa. Eles te dizem alô, e você diz alô. Eles vêm ao camarim e agradecem a você. Você lhes oferece um drinque - e era isso. E, além disso, isso não importa mais, não é mesmo? A maioria dos caras que eu conheci, ou conhecia, está morta.

Caindo da cama com Marilyn Monroe

Sinatra teve como amigo o homem mais importante do mundo em sua época: John Kennedy.

Ele fez campanha para Kennedy e ajudou-o a eleger-se - é o que consta -, conseguindo que amigos mafiosos, que controlavam sindicatos, trabalhassem para ele. Frank foi recebido na Casa Branca, para que o presidente pudesse agradecer sua ajuda.

Outros amigos de Frank eram Dean Martin, Sammy Davis Jr., Shirley MacLaine, Joey Bishop, Peter Lawford e sua mulher, Pat Kennedy Lawford, irmã de John Kennedy -, o que fazia de Peter cunhado do presidente. Eles costumavam reunir- se sempre, em restaurantes, hotéis (principalmente o Sands, em Las Vegas, que era da Máfia), cassinos e na casa dos Lawford.

E havia Marilyn Monroe.

Norman Mailer conta que Sinatra deu a ela um cachorrinho branco, que Marilyn, fazendo graça, resolveu chamar de Maf, por causa das ligações dele com mafiosos. Os dois tiveram um caso, e uma amiga contou a Mailer que, certa vez, levou Marilyn para encontrar-se com o cantor no Hotel Waldorf Astoria, onde ele estava hospedado. No dia seguinte, procurou Marilyn para perguntar como havia sido o encontro.

- Bem - disse ela -, tivemos um problema. Nós juntamos duas camas que havia no quarto, mas algo deu errado com os colchões e eu ou Frank estávamos sempre caindo no meio deles.

- Mas e Sinatra? - quis saber a amiga. - Ele é bom?

- Não é nenhum Di Maggio.

Marlene Dietrich tinha opinião contrária. Quando lhe perguntaram o desempenho de Sinatra como amante, sua resposta foi esta:

- Ele é a Mercedes-Benz dos homens.

Na casa dos Lawford, Sinatra apresentou Marilyn a John e a Bob Kennedy, e ela teve um namoro com o presidente. Não foi a primeira garota que apresentou a John. Antes dela Sinatra já havia apresentado uma mulher com quem andara saindo, Judith Campbell Exner, que apresentou também ao capo mafioso Sam Giancana.

Mas, afinal: como era Frank Sinatra pessoalmente? Fala Gay Talese, o grande repórter norte-americano:

"Observei algo de sua faceta siciliana no verão passado, no Bar Jilly's, em Nova York. O Jilly's, situado na Rua Cinqüenta e Dois Oeste, em Manhattan, é o local onde Sinatra bebe sempre que se encontra em Nova York.

"Alguns de seus amigos íntimos, todos conhecidos dos homens que guardam a porta do Jilly's, conseguem uma escolta para penetrar até a sala dos fundos. Mas, uma vez ali, têm que se arranjar sozinhos. Uma noite, Frank Gifford, antigo jogador de futebol, não penetrou mais que um metro em três tentativas. Outros, que haviam chegado bastante próximo para apertar a mão de Sinatra, não o conseguiram; em vez disso, tocaram nos ombros, ou nas mangas, ou simplesmente se postaram de modo a ser vistos e, após conseguir uma piscadela, um aceno ou um gesto de cabeça, ou talvez seu nome (ele tem uma memória fantástica para nomes), voltavam- se e iam embora. Haviam marcado o ponto."

Não era em todas as noites que o humor de Sinatra estava disponível para centralizar atenções. Ele também não tinha a si próprio como único ídolo, mesmo para quem sabe, como sabemos, o volume de seu ego. Uma noite, no distante ano de 1966, ele jantava em relativa calma, longe do burburinho do Jilly's, no Restaurante Cote Basque, em Nova York. Em determinado momento, levantou-se e, com a elegância de sempre, terno impecavelmente cortado e sapatos brilhando, cruzou a sala com uma folha de papel em uma das mãos.

Parou ao lado de uma mesa em que jantava um homem igualmente elegante, baixinho, usando óculos de aro de tartaruga. Era Igor Stravinsky, o compositor russo. Sinatra estendeu-lhe a folha de papel.

- Poderia, por favor, conceder-me seu autógrafo?

Há inúmeros testemunhos de que Sinatra era extremamente dedicado aos amigos.

- Entre todas as pessoas que conheci, acho que foi ele o mais admirável ser humano - dizia o cirurgião Michael DeBakey, do Hospital Metodista de Houston, Texas, no final de 1993.

Sinatra constribuiu com centenas de milhares de dólares para aquele hospital. E o médico lembrou também a história de Frank com Joe Louis, o boxeador.

- Quando Joe teve um derrame, Sinatra mandou-me vê-lo. Não sei se ele queria que o público soubesse disso, mas ele me disse "tome conta dele e mande-me todas as contas" - não só a minha conta, mas também a do hospital, que ficou em milhares e milhares de dólares. Nenhuma das pessoas que ganhou dinheiro com Joe Louis quando ele estava lutando apareceu. Só Frank. Era a sua maneira. "Não me importa quanto vai custar. Ele é meu campeão e eu devo isso a ele", acrescentou.

Todo os esforços para conquistar Maggio

Em 1952, casado com Ava Gardner logo após o divórcio de Nancy, Frank Sinatra apaixonou-se por um soldado. Um soldado de ficção, o torturado Angelo Maggio da obra de James Jones, que ficou conhecendo ao ler o roteiro de From Here to Eternity (A Um Passo da Eternidade). Ele sentiu que o papel do soldado Maggio era o seu papel, que aquela poderia ser a maior chance de sua vida desde o dia em que, num show em Hoboken, com Nancy a seu lado, decidiu seguir os passos de Bing Crosby.

Só que Harry Cohn, o chefe dos estúdios Paramont, disse não a Sinatra e anunciou que contrataria Eli Wallach. Sinatra contra-atacou. Em primeiro lugar, pediu a Ava Gardner que tentasse convencer Cohn. Ela não conseguiu. Pediu então que Ava tentasse convencer a mulher de Cohn a convencê-lo. Nada. Sinatra foi ao produtor do filme, Buddy Adler. Adler disse não. Sinatra marcou um encontro com o próprio Cohn. "Nós precisamos de um ator. Você é um cantor, não um ator" - disse-lhe Cohn. Sinatra respondeu que, como em outras produções, queria apenas US$ 150.000 pelo papel. Cohn abanou a cabeça. Sinatra mandou dizer que aceitaria US$ 1.000 por semana, US$ 8.000 pelo total de oito semanas, o tempo da produção.

Cohn mandou-lhe um telegrama: venha fazer um teste. Sinatra foi, e conquistou o papel.

Desbancando os Beatles com a música que iria odiar

Frank Sinatra ganhou o Oscar de Melhor Ator Coadjuvante pelo papel do recruta Maggio em From Here to Eternity. E seu sucesso no cinema certamente teria sido muito maior se, no ano seguinte, tivesse feito o papel de Terry Malloy - que já havia sido oferecido a Marlon Brando - em Sindicato de Ladrões (On The Waterfront). Aconteceu assim: quando Budd Schulberg, o roteirista, terminou seu trabalho, Elia Kazan, o diretor, convidou Brando, que ele havia ajudado a formar- se no Actors Studio. Não se sabe por que, Brando devolveu o roteiro sem nem abri- lo. Kazan e Schuberg pensaram então em Sinatra, e deram-lhe um telefonema. Sinatra ficou entusiasmado e Kazan concluiu que poderia fazer o filme com ele.

A negativa veio do produtor, Sam Spiegel, argumentando que com Sinatra ele provavelmente não conseguiria todo o dinheiro necessário à produção. Kazan e Schulberg alegaram já ter feito o convite, mas Spiegel foi inflexível, respondendo que eles não tinham o direito de fazer isso. Em seguida, convidou Marlon Brando para um jantar, e acabou por convencê-lo. Sinatra, é claro, brigou muito, mas, dessa vez, perdeu.

- Atores - dizia ele - não são necessariamente cantores, mas bons cantores são essencialmente atores. Se não acreditamos naquilo que estamos cantando, se não sentimos a história da canção, estaremos apenas produzindo alguns sons bonitos.

Com o Oscar pelo papel de Maggio, seus discos, como que por mágica, voltaram às paradas musicais, com enorme aumento nas vendas. Ele já havia se divorciado de Ava Gardner.

Teve momentos de glória inesquecíveis, em 1966, quando gravou Strangers in the Night e desbancou os Beatles nas paradas de sucesso dos Estados Unidos e da Inglaterra. Mas logo em seguida os gays americanos adotaram aquela canção como uma espécie de hino, e Sinatra passou a detestá-la, recusando-se a cantá-la. Abriu uma exceção no Brasil, em vista dos apelos que recebeu, e cantou-a no Maracanã, em janeiro de 80, para um público recorde de 175 mil pessoas. Foi sua primeira visita ao País.

Strangers in the Night deu a Sinatra um disco de platina em 66. Em 55 anos de carreira, ele conquistou 25 discos de ouro. Com a gravação de Duets, no final de 93, recebeu seu primeiro disco de multiplatina, com mais de 2 milhões de cópias vendidas.

Nos jornais, em julho de 1966:

A atriz Maureen O'Sullivan anuncia o noivado de sua filha, Mia Farrow, com o cantor Frank Sinatra. "Frank é uma ótima pessoa e eu sei que eles serão muito felizes", disse a senhora O'Sullivan.

O casamento entre a jovem Farrow, 21 anos, e Sinatra, 50, está planejado para o final do ano.

Nos jornais, em julho de 1966:

Em decisão surpreendente, Frank Sinatra casou-se com Mia Farrow no Hotel Sands, em Las Vegas, em uma cerimônia de cinco minutos. O noivado do casal havia sido anunciado na semana passada. Ninguém da família de Sinatra, nem da senhorita Farrow, estava presente.

Este é o terceiro casamento de Sinatra, e o primeiro de Farrow.

Nos jornais, em dezembro de 1967:

Frank Sinatra e sua esposa há 16 meses chegaram a um acordo hoje em audiência de separação. O cantor, de 52 anos, concorda em que ele e Farrow, 22 anos, passaram muito pouco tempo juntos.

Ele voltou a casar-se, aos 60 anos, com Barbara Marx, ex-mulher de Zepo Marx, e com ela esteve no Brasil duas vezes.

Havia muito se dizia que Sinatra não podia mais cantar, que esquecia letras que cantava havia mais de 50 anos, que a esclerose o atacou. Mas, como Sinatra era Sinatra, tudo isso vinha também cercado de lenda e desconfiança: não seria malandragem? Não estaria fingindo? Um episódio divertido foi contado por Nelson Motta, aqui mesmo, no Estadão.

Duets estava sendo planejado, e alguém propôs a ele que gravasse com Bono. Ficou furioso, gritou palavrões e quase recorreu a sopapos. Achou que se tratava de Sonny Bono, cantor medíocre que, acha Motta, tem como único crédito ter sido marido de Cher, com quem fez a dupla Sonny and Cher, de quinta categoria. Explicaram a ele que não, que se tratava do irlandês Bono Vox, excelente cantor. Ele não se lembrava de Bono Vox. Colocaram um CD de Bono para rodar, e Sinatra adorou.

Gravaram a maravilhosa I've Got You Under My Skin, Sinatra cantando em Los Angeles, Bono em Dublin.

Algum tempo depois, na fase de divulgação do disco, a produção marcou a gravação de um clipe promocional, com Bono e Sinatra cantando a música em um bar de Palm Springs. Bono estava lá. Sinatra foi levado por assessores. No meio da confusão, quando a técnica preparava câmaras, microfones e luzes, alguém informou a Sinatra de que se tratava. Ele explodiu:

- Que história é esta? Que vídeo? Que dueto? Tô fora.

Bono espantou-se. A produção então, cheia de mesuras e salamaleques, tentou acalmar Frank, pediu-lhe que pelo menos posasse para algumas fotos ao lado de Bono. E Bono praticamente foi à lona com a resposta dele:

- Quem é esse cara?

O desastre tinha acontecido e era irreversível. Recorreu-se então ao expediente de dizer a Sinatra que não era nada demais: tratava-se apenas de tirar algumas fotos que o dono do bar guardaria como recordação. Ele concordou, posou para duas ou três fotos, alegou que um avião o esperava e bateu em retirada. Bono teve certeza de que ele fingia. Comentou com amigos: "Sinatra diz que não se lembra das coisas quando acha que o estão incomodando".

Pouco tempo depois do incidente com Bono, no dia 6 de março de 94, um domingo, Frank dava um concerto em Richmond, na Virgínia, no Teatro Richmond Mosque. A orquestra tocava My Way, e ele cantava os versos desta que é uma de suas canções mais famosas. Mais duas músicas e o concerto estaria terminado, mas Sinatra estava visivelmente incomodado pelo forte calor e tinha um lenço nas mãos, que passava no rosto, no queixo. My Way estava sendo demais para ele, e então pediu uma cadeira ao filho Frank Jr., diretor da orquestra.

Antes que a cadeira chegasse, a platéia viu, perplexa, Frank Sinatra desabar no palco. Foi um momento tenso: todo o teatro emudeceu, e as pessoas passaram a acompanhar, no mais absoluto silêncio, o trabalho dos enfermeiros que o socorriam, abriam seu colarinho e o colocavam em uma cadeira de rodas. Ao ser retirado, ele, com muita dificuldade, tentou um aceno para a platéia. As 3.700 pessoas presentes, em pé, o aplaudiram forte e demoradamente.

Foi atendido no hospital local, onde ficou três horas, antes de receber alta e voar em seu jato particular para a Califórnia.

Alguns meses depois voltou a sentir-se mal, um de seus shows foi cancelado e seu staff anunciou que ele não mais participaria de shows ao vivo.

Ele teve duas crises e foi internado duas vezes no período de pouco mais de um mês. Em janeiro deste ano, teve um ataque cardíaco.



Em fevereiro de 1963 a revista Playboy trazia uma entrevista com Frank Sinatra. Uma coisa excepcionalmente difícil, porque Sinatra não dava entrevistas.

Playboy: Você acredita em Deus?

Sinatra: Acho que posso resumir meus sentimentos religiosos em poucos parágrafos. Primeiro: eu acredito em você e em mim. Sou como Albert Schweitzer e Bertrand Russel e Albert Einstein, na medida em que tenho respeito pela vida, sob qualquer forma. Eu acredito na natureza, nos pássaros, nos oceanos, no firmamento, em tudo o que posso ver ou que tenha evidências reais. Se essas coisas são aquilo que você chama de Deus, então acredito em Deus. Mas não acredito em um Deus pessoal, no qual eu procuro conforto ou a vitória em um jogo de dados. Não sou inconsciente em relação à necessidade de o homem ter fé. Sou a favor de qualquer coisa que faça você atravessar a noite, seja orações, tranqüilizantes, seja uma garrafa de Jack Daniels. Mas, para mim, religião é uma coisa mais profundamente pessoal, na qual o homem e Deus vão juntos por si sós, sem intermediários. Não é necessário ir à igreja aos domingos para alcançá-Lo. Você pode encontrá-Lo em qualquer lugar. E, se isso soa herético, minha fonte é muito boa: Mateus, versículos 5 a 7, Sermão da Montanha.


"Quando ele finalmente partir, ficará um

enorme buraco na música do século XX, talvez

o maior de todos: maior, certamente, do que

o de seu antigo ídolo, Bing Crosby, ou Elvis Presley,

ou os Beatles, ou até mesmo Duke Ellington ou Charlie Parker.

Porque, quando você soma tudo, é só Sinatra que fala

para todo mundo, que toca um pequenino lugar no

coração de todos - jovens, velhos, negros, brancos,

homens, mulheres, amantes do rock e da ópera."


(Tony Giske, da The Hollywood Reporter, dezembro de 1990)
 
Estel Hareth disse:
Belapathy disse:
Quero dançar com o bono cantandpo no meu ouvidinho a versão que ele canta junto com o sinatra, e eu vou fazer a parte do sinatra!

Ah... e eu achava q só eu tinha esse sonho... ahh!!! Eu queria conhecer os dois, mas o Sinatra não vai dar... eu me contento com o Bono mesmo!! :mrgreen: :mrgreen: :mrgreen: e com o Larry, of course! :mrgreen:

O Bono tb cantou com o Sinatra?
Vcs naum tão confudindo com o Pavarotti (Miss Sarajevo) ou ele cantou c/ os dois?

Ah, eu curto Sinatra, mas naum conheço mto. Minha mãe adora.
Eu acho as musicas dele muito lindas :grinlove:
 
Eu acho que se eu desenterrar esse tópico mais umas 20 vezes vocês vão acabar se interessando pelo tio Frank...

:obiggraz:

Laurelin Vox disse:
Estel Hareth disse:
Belapathy disse:
Quero dançar com o bono cantandpo no meu ouvidinho a versão que ele canta junto com o sinatra, e eu vou fazer a parte do sinatra!

Ah... e eu achava q só eu tinha esse sonho... ahh!!! Eu queria conhecer os dois, mas o Sinatra não vai dar... eu me contento com o Bono mesmo!! :mrgreen: :mrgreen: :mrgreen: e com o Larry, of course! :mrgreen:

O Bono tb cantou com o Sinatra?
Vcs naum tão confudindo com o Pavarotti (Miss Sarajevo) ou ele cantou c/ os dois?

Ah, eu curto Sinatra, mas naum conheço mto. Minha mãe adora.
Eu acho as musicas dele muito lindas :grinlove:

Sim, o Sinatra fez parceria com o Bono, e dá uma olhada no clássico que eles cantaram:

I've Got You Under My Skin

I've got you under my skin
I've got you deep in the heart of me
So deep in my heart, that you're really a part of me
I've got you under my skin
I've tried so not to give in
I've said to myself this affair never will go so well
But why should I try to resist, when baby will I know so well
That I've got you under my skin
I'd sacrifice anything come what might
For the sake of having you near
In spite of a warning voice that comes in the night
And repeats, repeats in my ear
Don't you know you fool, you never can win
Use your mentality, wake up to reality
But each time I do, just the thought of you
Makes me stop before I begin
'Cause I've got you under my skin

Essa letra do Porter é simplesmente linda... Canto ela no chuveiro desde os 10 anos de idade...
 
Gosto muito do The Voice como cantor, como profissional, mas como ser humano ele era de caráter tremendamente duvidoso... Maltratava empregados, a Mia Farrow, todo mundo... Envolvido com o crime, com um ego maior que o do Knolex... Mas não era racista, pois um dos seus maiores amigos na rat pack era Sammy Davis Jr. (pra americano WASP isso é raro)!

Mas enfim, como profissional ele é um ícone, voz melodiosa, músicas imortalizadas, enfim, o cara era foda! :mrgreen:

Fly me to the moon where I can play among the stars... Let me see what spring is like on Jupter or Mars... :assobio: :wink:
 
ah sim!
eu adora a a voz dele...um glamour incrpivel!!
lembro até hje o dia de sua morte...
estava eu na terceira série
qdo cheguei no colégio (essa época eu tinha mania de ficar na sala dos professores conversando com os ditos)

aih uma professora d otra série:
isa, o frank morreu
eu: o q ???? coitada da célia!!!
ela: o cachorro dela não... o cantor!
eu: :doh:
e fikei chorando um tempão pela morte dele...
e por te-lo confundido com um cachorro.... :(
 
Eru disse:
Fly me to the moon where I can play among the stars... Let me see what spring is like on Jupter or Mars... :assobio: :wink:

In other words, hold my hand
In other words, baby kiss me
Fill my heart with song
Let me sing for ever more
You are all I long for
All I worship and adore
In other words, please be true
In other words, I love you.

:mrgreen:
 
Affe.... ninguém merece... Under my Skin tem um significado absurdo pra mim...
Amo o Frank Sinatra... mas depois de um dia, que uma pessoa muito especial, cantou essa música toda pra mim, ao pé do ouvido, na beira do lago... dançando comigo de olhos fechados, como se estivéssemos dançando nas nuvens...

Bom.. nem preciso dizer... foi maravilhoso... e ele tb eh maravilhoso :grinlove:
 
Vocês sabiam que aquele cantor do O Poderoso Chefão 1 (o Johnny) foi inspirado no Sinatra? Inclusive o próprio fez testes para participar do filme mas como Michael.
 

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