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Silmarilion - Pérolas

Zuleica

Usuário
Irresistível as palavras de Ilúvatar a Ulmo. Estou no VI capítulo e acabo voltando para reler - será que só eu achei irresistível? Estive a procura de um post com citações do Silmarilion e não encontrei.(Caso exista passem o link, por gentileza)

E Ilúvatar falou a Ulmo...
- Não vês como aqui neste pequeno reino, nas Profundezas do Tempo, Melkor atacou tua província? Ele ocupou o pensamento com um frio severo e implacável, mas não destruiu a beleza de tuas fontes, nem de teus lagos cristalinos. Contempla a neve, e o belo trabalho da geada! Melkor criou calores e fogo sem limites, e não conseguiu secar teu desejo nem sufocar de todo a música dos mares. Admira então a altura e a glória das nuvens, e das névoas em permanente mutação; e ouve a chuva a cair sobre a Terra! E nessas nuvens, tu és levado mais para perto de Manwë, teu amigo, a quem amas.

Um olhar entusiasmado sobre as expressões de uma natureza que apenas podem ser transformadas, pelo mal, em algo mais belo e melhor.
 
Eis o porque de Melkor não ser o "mal", mas sim o "oposto".
Não temos a definição clara de "bem" e "mal", vide o exemplo de Ilúvatar, ele é um deus colérico, mas piedoso, ele em suma é "todo poderoso". É uma concepção judaíca primitiva, que foi resgatada pela cristandade medieval por volta dos séculos XII e XIII.

Obviamente, uma maravilhosa passagem, e ilustra a questão de que Melkor não representa o "mal", mas sim a dualidade do oposto, que se mescla ao proposto, e por isso mesmo é indefinível.
 
Até porque O Silmarillion, considerando a questão da "autoria interna", foi composto por Bilbo em Valfenda a partir dos materiais que lá leu e dos relatos em primeira mão feitos por Elrond e outros Elfos, de modo que a abordagem dos fatos retratados no livro está longe de ser "imparcial": é simplesmente a versão dos Noldor Exilados dos acontecimentos, e qualquer conceito de "bem" e "mal", "belo" e "feio" está invariavelmente condicionado aos valores que tais Noldor dão a essas coisas.

Isso certamente levanta questões interessantes, como a própria citação do primeiro post mostra, tais como: Será que Melkor era tudo isso que os Noldor pintavam? Por um lado é bem provável, mas esse está longe de ser o quadro completo (vide a opinião do próprio Ilúvatar sobre o Vala!).

No que diz respeito às citações, o próprio Juramento de Fëanor é uma bela "pérola", e mostra muito mais sobre Fëanor e os seus do que a maioria das outras passagens sobre Melkor fala sobre sua verdadeira natureza. Em questões de "maldade", "impetuosidade" e pura "teimosia", o Juramento de Fëanor e os atos posteriores deste e de seus filhos (principalmente Curufin) são tão perniciosos quanto as maiores atrocidades cometidas por Melkor.
 
O mal (pelo menos no que eu deduzi sobre as obras de Tolkien), assim como todo o resto, no fim vai se tornar em bem (não estou dizendo que Melkor ou Sauron se tornarão bons).
Tudo foi previsto por Eru, e ele sabe que não se pode haver vitórias sem sacrificios (como a famosa frase do trailer do filme do SdA).
Assim como na historia da humanidade foi nescessária certos "sacrificios" para se alcançar um bem maior!!

podemos ver isto na fala de eru com Ulmo e com Manwë.
 
Eis o porque de Melkor não ser o "mal", mas sim o "oposto".
Não temos a definição clara de "bem" e "mal", vide o exemplo de Ilúvatar, ele é um deus colérico, mas piedoso, ele em suma é "todo poderoso". É uma concepção judaíca primitiva, que foi resgatada pela cristandade medieval por volta dos séculos XII e XIII.

Obviamente, uma maravilhosa passagem, e ilustra a questão de que Melkor não representa o "mal", mas sim a dualidade do oposto, que se mescla ao proposto, e por isso mesmo é indefinível.

Bah, ótima correção Aracáno Elessar - vejo que apesar de bater na tecla de que é apenas um oponente - não devemos e nem precisamos demonizar quem se opõe - faço isso sem me dar conta. A passagem é linda porque ilustra exatamente essa constatação.

Até porque O Silmarillion, considerando a questão da "autoria interna", foi composto por Bilbo em Valfenda a partir dos materiais que lá leu e dos relatos em primeira mão feitos por Elrond e outros Elfos, de modo que a abordagem dos fatos retratados no livro está longe de ser "imparcial": é simplesmente a versão dos Noldor Exilados dos acontecimentos, e qualquer conceito de "bem" e "mal", "belo" e "feio" está invariavelmente condicionado aos valores que tais Noldor dão a essas coisas.

Isso certamente levanta questões interessantes, como a própria citação do primeiro post mostra, tais como: Será que Melkor era tudo isso que os Noldor pintavam? Por um lado é bem provável, mas esse está longe de ser o quadro completo (vide a opinião do próprio Ilúvatar sobre o Vala!).

No que diz respeito às citações, o próprio Juramento de Fëanor é uma bela "pérola", e mostra muito mais sobre Fëanor e os seus do que a maioria das outras passagens sobre Melkor fala sobre sua verdadeira natureza. Em questões de "maldade", "impetuosidade" e pura "teimosia", o Juramento de Fëanor e os atos posteriores deste e de seus filhos (principalmente Curufin) são tão perniciosos quanto as maiores atrocidades cometidas por Melkor.

Temos que contar que Iluvatar afirma que Melkor apenas expressa aspectos que ele revelou de si mesmo. Vou conferir sua pérola, seus comentários enriquecem meu interesse e a percepção do texto.
 
Última edição:
Exatamente, como muito bem observaram os colegas, além de não podermos esquecer da autoria da obra, ainda temos em questão, como colocou kuinzytao, e também meu colega Gabriel o citou acima, a "visão" de Ilúvatar com relação a Melkor.

Não precisamos, como alguns podem pensar, relativizar, apenas contextualizar, como belamente mostraram os colegas acima.
 
Temos que contar que Iluvatar afirma que Melkor apenas expressa aspectos que ele revelou de si mesmo. Vou conferir sua pérola, seus comentários enriquecem meu interesse e a percepção do texto.

Isso é o que mais me chama atenção quando penso em Melkor! Acima de qualquer coisa ele parte do pensamento de Eru, portanto, parte de tudo o que há! E, como tal, não há como pensar: e se ele não existisse? sua presença é necessaria ao desenvolvimento de tudo o que acontece. É necessário que haja trevas para haver luz... mais ou menos por aí.

Parabéns saitor! Vc, sempre brilhante!
 

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