Não creio que possa haver falta de arte numa estrutura poética que foi utilizada pelos cânones da literatura lírica ocidental: a saber, os expoentes máximos do
dolce stil nuovo, Dante e Petrarca. O Canzoniere do Petrarca registra nova sextinas!
O que acho interessante da sextina é o fato dela ser basicamente feita em torno de seis palavras que são, e que possuem, em sua essência, o assunto do poema em questão. Ela é como uma caixinha, que é vistoriada de todos os lados durante até a leitura até que o leitor perceba o que ela possui em seu interior... E ver que o poema se diferencia da prosa por possuir um final de linha que nunca se cumpre.
E esse jogo entre as palavras dá margem aos mais variados tipos de sextinas, indo desde as verdadeiramente interessantes como a de Newman, cujas seis palavras devem ser, entre si, anagramas, até as mais desnecessárias de classificação, como a sextina dupla ou a sextina rimada (digo desnecessárias pois seria como eu criar uma sextina com todas as seis palavras como alimentos e chamá-la "Sextina da Comida"). E existem também as mais compactas, como a quartina ou a bina...
P.S.: Ah, sim, obrigado pelo comentário