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Sexismo na Linguagem

Mellime

ahlalalalalala
Usuário Premium
Excelente texto / lição do Professor Cláudio Moreno.

Só senti falta de uma menção ao pessoal que escreve com @ e x ao invés do gênero, como alu@s, acusadxs, candita@s, convidadxs etc.


sexismo na linguagem

Uma leitora ficou inconformada com a manchete que encontrou em um grande jornal paulista: “Fulana de Tal foi o quinto juiz suspenso este mês pela Comissão de Arbitragem”. Segundo ela, o jornal demonstrou uma indisfarçável atitude machista ao empregar juiz em vez do consagrado feminino juíza. “O senhor não concorda que a gramática do Português tem um viés claramente sexista? Na escola eu nunca me conformei com a regra que nos obriga a dizer que “o menino, sua mãe, sua tia e suas três irmãs foram convidados para o jantar” — em que um simples vocábulo masculino tem muito mais força gramatical que todos os vocábulos femininos reunidos! Qual o problema de usar convidadas? Por acaso o menino, com isso, sofreria algum tipo de humilhação? E alguém se preocupa com a humilhação das mulheres, neste caso? Em pleno séc. XXI, não deveríamos eliminar de nosso idioma esses resquícios patriarcais, contribuindo assim para derrotar a ideologia de desvalorização da mulher?”.

Minha cara leitora, não me leves a mal, mas vou discordar integralmente do que dizes — com todo o respeito. Primeiro, nossa gramática não tem o “viés” (palavrinha da moda…) sexista que lhe atribuis; segundo, é impossível mudar essas regras; terceiro, mudanças introduzidas na linguagem não têm o poder de alterar a realidade objetiva; quarto e último, o jornal estava corretíssimo ao usar juiz, e não juíza. Vamos por partes. Em primeiro lugar, essa “supremacia” do masculino que nos leva a usar convidados, e não convidadas, na tua frase (e que faz o dicionário registrar os substantivos no masculino singular — aluno, lobo, prefeito) — essa supremacia, repito, é ilusão. Mattoso Câmara Jr. fez, nos anos 60, a descrição definitiva do sistema de gênero e número de nossos substantivos e adjetivos: o plural é marcado por S, enquanto o singular se assinala pela ausência desse S; a marca do feminino é o A, enquanto o masculino se assinala pela ausência desse A. Sabemos que aluna, mestra e professora são femininos porque ali está a marca; inversamente, sabemos que aluno, mestre e professor são masculinos porque ali não está a marca. Por isso, quando quisermos ser genéricos, podemos usar o singular, masculino (ou seja, o número e o gênero não-marcados): “O brasileiro trabalha mais do que o inglês” (entenda-se: “todos”) — e por esse mesmo motivo o dicionário assim registra os substantivos. Paradoxalmente, o gênero que exclui é o feminino: se dissermos que o aumento vai ser estendido aos aposentados, homens e mulheres estão incluídos; se for, porém, estendido às aposentadas, os homens estão fora. Se o jornal escrevesse que “Fulana de Tal foi a quinta juíza afastada do cargo”, estaria afirmando que, além dela, quatro outras juízas tinham sido afastadas. Como esse não foi o caso – os quatro suspensos antes dela eram homens -, o jornal teve de usar juiz, que engloba o masculino e o feminino.

As mulheres não devem sentir-se humilhadas por isso; é assim que funciona o nosso idioma. Por que afirmo que essas regras não podem ser mudadas por uma decisão política ou ideológica? Porque, diferentemente das leis que regem um país, das regras do futebol, da convenção de nosso condomínio ou do nosso sistema de acentuação e de ortografia — que são regras de superestrutura, criadas por nós e, ipso facto, modificáveis por nós —, as regras morfológicas e sintáticas do Português estão no nível estrutural, muito mais profundo, evoluindo ao longo dos séculos num ritmo e numa direção sobre os quais não temos o menor controle.

Por fim, estimada leitora, aconselho-te a abandonar essa esperança de que seja possível mudar a realidade apenas pela introdução de alterações na linguagem. Esta crença ingênua (e onipotente) esteve muito em voga nos anos 70, dando origem, inclusive, ao equivocado movimento do politicamente correto. Muitas feministas pós-Woodstock acreditavam que podiam resgatar (que verbozinho enjoativo!) a dignidade da mulher forçando na linguagem a visibilidade do gênero feminino. Se o vocábulo tinha dois gêneros, os dois deveriam aparecer na frase. Até bem pouco tempo, uma ONG brasileira fazia questão de escrever “os eleitores e as eleitoras votaram”, “os participantes e as participantes receberão”… Felizmente esta tendência está agonizante, e qualquer pessoa culta, quando escreve “Para o bem de seus filhos, os brasileiros deveriam escolher melhor os candidatos em que votam”, sabe que está dizendo “Para o bem de seus filhos (não importa o gênero), os brasileiros (não importa o gênero) deveriam escolher melhor os candidatos (não importa o gênero) em que votam”. Agora, imagina só se eu vou ter a coragem de escrever “Para o bem de seus filhos e de suas filhas, os brasileiros e as brasileiras deveriam escolher melhor os candidatos e as candidatas em que votam”. Que espanto sentiriam os meus leitores e as minhas leitoras!

[2ª parte]

Na coluna anterior, procurei demonstrar que não há nenhuma discriminação sexista nas regras de concordância nominal de nosso idioma, ao contrário do que apregoam certos grupos que lutam pelo reconhecimento dos direitos da mulher. Repito: uma expressão como meus amigos sempre terá dois valores — um, mais restrito, que se refere apenas aos amigos homens; outro, mais genérico, que funciona como uma espécie de neutro, designando tanto os amigos masculinos quanto os femininos. Por que isso? Porque o masculino é o gênero não-marcado, inclusivo, enquanto o feminino é um gênero naturalmente excludente; ao falar de minhas amigas, falo das mulheres, e apenas delas. Não é, pois, uma mera atitude que possamos mudar de acordo com nossa vontade; trata-se, isso sim, da maneira como a língua se estruturou ao longo de sua formação, e não vai ser alterada pela decisão de um grupo, por mais numeroso que seja.

Ora, como isso contraria frontalmente algumas palavras de ordem que ainda são levadas a sério em nosso meio, diversos leitores escreveram para discordar do que afirmei. Dois deles tentaram ao menos entabular uma discussão teórica sobre o assunto, honestamente interessados em me convencer do seu ponto de vista; eu os respeito por isso, embora seus argumentos fossem mais emocionais e políticos do que lingüísticos. Os outros descambaram para o ataque pessoal, dizendo de mim o que Maomé não disse do toucinho — machista, retrógrado e machista retrógrado foi o mínimo com que mimosearam este seu criado. A estes já vou avisando que aqui essa tática não pega; não tenho medo de rótulos, e não vou deixar que o conhecimento científico recue diante de patrulhadores que elevam o tom de voz para esconder a falta de estudo.

O principal defeito de seu raciocínio é confundir (1) a relação masculino-feminino do sistema morfológico do Português, que é imutável, com (2) a recusa que certos setores da sociedade ainda têm de usar os femininos de cargos e funções — esta sim, uma atitude censurável e que pode (e deve) ser reformada em pouco tempo. No primeiro caso, o uso do masculino como forma abrangente é indispensável para o funcionamento de uma língua como a nossa, em que o artigo, o numeral, o pronome, o adjetivo e o particípio concordam em gênero com o substantivo que acompanham. Se a cada masculino acrescentássemos a forma feminina correspondente, deixaríamos de falar o Português e passaríamos a nos comunicar numa algaravia repleta de ecos intermináveis. Asseguro aos defensores da “inclusão lingüística” que uma frase do tipo “os dez cantores premiados serão reunidos no auditório, onde os admiradores poderão fotografá-los” fará muitíssimo menos dano que algo impronunciável como “os cantores premiados e as cantoras premiadas, num total de dez, serão reunidos e reunidas no auditório, onde os admiradores e as admiradoras poderão fotografar a eles e a elas“, frase tão repetitiva e prolixa que lá pela metade já esquecemos do que ela está falando.

Coisa bem diferente é a forte resistência que ainda existe em usar a flexão feminina naqueles cargos e postos que, durante séculos, foram ocupados exclusivamente por homens. Quem acompanhou a ascensão política e profissional da mulher nos últimos trinta anos viu a lentidão com que a mídia foi adotando formas femininas que hoje se tornaram indispensáveis: primeira-ministra, senadora, governadora, deputada, prefeita, vereadora, juíza, promotora, entre tantas. O mecanismo da língua prevê esses femininos, mas seu emprego era praticamente nulo devido ao escasso número de mulheres que conseguiam vencer as limitações que lhes eram impostas. Aqui o problema é realmente de natureza ideológica e pode ser solucionado por uma mudança de atitude. O ingênuo e bondoso Exército da Salvação, por exemplo, há muito utiliza os femininos soldada, sargenta, capitã, coronela e generala, que as Forças Armadas ainda relutam em adotar — por enquanto. O Francês, quanto a isso, é surpreendemente mais rígido, como denuncia Marianne Yaguello, e lá os movimentos feministas enfrentam um osso duro de roer: apesar de existir a flexão feminina, grande parte das profissões de prestígio ainda são utilizadas exclusivamente no masculino: “Mme. X est chirurgien” (“cirurgião”), “Il est amoureux de son chirurgien” (“ele está apaixonado por seu cirurgião” – mesmo que se trate de uma mulher!). Como se pode ver, é a língua que sofre a influência da evolução social (dentro, é claro, dos limites fixados por sua estrutura) — e não o contrário, como querem. Ela não pode preceder e forçar a evolução das mentalidades.


http://wp.clicrbs.com.br/sualingua/2009/09/21/sexismo-na-linguagem/
 
Excelente texto / lição do Professor Cláudio Moreno.

Só senti falta de uma menção ao pessoal que escreve com @ e x ao invés do gênero, como alu@s, acusadxs, candita@s, convidadxs etc.

não li o texto ainda, depois volto para comentar. mas esse @ e x é o troço mais imbecil que já puderam pensar desde aquele papo de herstory. a língua portuguesa escrita já dá conta disso muito bem sem esse 'x', tanto é que desejo do sandman é uma personagem sem gênero definido e na tradução conseguiram manter isso, sem recorrer à esse x idiota que às vezes só parece erro de digitação. sem contar que, né, grandes bostas tirar o gênero quando escreve mas não resolver o problema quando fala.
 
As lutas do idioma refletem bem os males de cada país.

Ocorre que as pessoas pensam de forma simplista quando se fala em "o poder emana do povo", porém o caso vai bem mais além.

Porque do povo também emanam coisas ruins como a confusão mental e a irresponsabilidade...

Quando as aquisições universais do conhecimento são esquecidas a população começa a pensar que a lógica deixa de valer por decreto verbal ideológico ou pela moda (o indivíduo imagina que porque o idioma é vivo ele sempre pode dar o significado as situações sem ter que encarar o peso da realidade)

Um caso típico é a luta por direitos iguais. Dificilmente o membro de um grupo radical tem consciência o bastante para pensar naquilo que está por trás movendo a vontade do grupo. O cidadão absorve passivamente, sem digerir o jargão e vocabulário e passa a se comunicar igual a massa ao redor em vários níveis não verbais que vão da empatia a psicologia individual.

É nesse momento que a massa procura anular o conhecimento adquirido.

Por exemplo, hoje as pessoas evitam chamar alguém afrodescendente de negro porque a massa descobriu que o significado machuca por estar relacionado ao passado (e presente) de preconceito.

Entretanto, o correto (o objetivo) é eliminar a camada de significado de sofrimento e que permite que um branco conviva com o significado de ser chamado de branco tanto quanto o afrodescendente deveria se sentir natural ao se mencionar pela cor.

Quer dizer, deveria ser um insulto a inteligência geral ficar mudando os significados dos termos para um grupo específico em nome de um trauma ao invés da cura. E isso ocorre porque a sociedade (cheia de cicatrizes) anda lentamente e emana (como eu havia dito) vontades de agir que também não são lógicas. (a dor pode enlouquecer)

Enquanto se cuida dos feridos e do passado das pessoas o conhecimento universal deve ser mantido preservado dentro do meio acadêmico para que as pessoas não se assustem quando encontrarem visões amplas e gerais. Não é porque uma coisa pode ser mudada que ela deva ser mudada. As regras do comportamento do idioma continuam valendo independente do que a população sofreu.
 
Última edição:
Numa visão mais pragmática da língua, a primeira parte desse texto tá cheio de problemas!
A visão de língua do autor restringe-se à famigerada norma culta. Isso é típico de gramáticos que enxergam a língua como imutável e atribuem à gramática normativa a função de "baluarte do bom português".

Na segunda parte, ele tenta se redimir, mas ainda persiste na ideia de que língua é imutável.
Se assim fosse, estaríamos aqui escrevendo em latim, não?

A questão que vale a pena discutir é como a língua se modifica.
Certamente não é pela vontade de um indivíduo. A língua é um fato social e, individualmente, não é possível alterá-la. Se fosse diferente, dificilmente, nós conseguiríamos nos entender, uma vez que atribuiríamos palavras diferentes para designar o mesmo objeto. Essa compreensão se dá por um tipo de "acordo" coletivo. Só que esse "acordo" não é tão rígido como os gramáticos afirmam ser! Ele vai sendo alterado ao longo dos tempos, para se adaptar às necessidades coletivas do grupo que compartilha determinada língua. O resultado disso são as variações linguísticas.

Pensando nesse aspecto, o uso de @ ou x para romper com a questão gramatical que o professor explicou até bem é uma manifestação até certo ponto coletiva de que essa regra não é mais suficiente para expressar certas questões em português. Esse, pelo menos, parece ser a justificativa (talvez inconsciente) de quem usa esse artifício. Se essa estratégia é suficiente ou não para alterar o uso da língua, somente o tempo irá dizer. Na minha opinião, ainda não é suficiente, uma vez que ela é uma manifestação intencional de um certo grupo.

Apesar disso, a questão do sexismo na linguagem é muito interessante e o autor não chegou nem perto de discuti-la a contento, pois restringiu seus argumentos em um uso muito restrito da língua. Atualmente, já se pensa em uma língua culta falada (muito diferente da escrita) e em uma gramática descritiva dessa língua oral. Tudo isso para tentar abandonar a ideia de que a língua escrita é "melhor" ou "mais correta" do que a língua em seu uso diário, falada, nas situações informais. A partir dessa reflexão é que surgem estudos sobre o uso dos gêneros e sobre as identidades múltiplas do usuário da língua. Utilizar Mattoso Jr, um linguista, em certos aspectos, ultrapassado denota que o autor nega essa recente visão de língua e se apega a conceitos linguísticos relacionados a segregações históricas, a injustiças sociais e à manutenção do status quo.

Pra quem quiser se aprofundar no assunto e contrapor as ideias do Claudio Moreno a uma perspectiva mais atual, eu recomendo duas leituras:
MIKHAIL BAKHTIN - Estética da criação verbal; e
JUDITH BUTLER - Problemas de gênero.
 
O povo anda pegando no pé de cada coisa, né? Até na língua portuguesa agora o pessoal tá palpitando. Primeiro censuraram Monteiro Lobato, ignorando toda contextualização de suas obras, agora feminazis tem suas virilhas coçando quando leem tudo no masculino sem saber direito ao certo o motivo disso. Lembro do bafafá que foi quando a Dilma foi eleita presidente e todo mundo queria intubar um "presidenta" na nossa goela como a única forma aceitável e tudo diferente disso seria machismo e toda essa balela que a gente cansa de ler no Facebook por aí.


A impressão que dá é que essa galera anda por aí super-reativa à procura de brechas onde possam destilar toda sua pulsão agressiva. Eu, hein!

Melly, só vi até hoje usarem @ no lugar de "o" ou "a" quando se referiam aos transgêneros, tipo Maitê Schneider falando 'para tod@s @s menin@s assistirem sua entrevista no Jô esta noite', mas aí a gente cai num contexto bem delicado e complexo, que é a definição de gênero desta categoria. Uns chamam transgêneros de "eles", outros de "elas", e nesse contexto acho até aceitável o uso da arroba. Isso do X no lugar do "o" ou "a" eu nunca tive a infelicidade de ver.
 
Não vai ser uma resposta muito erudita mas: esse pessoal que reclama dessas picuinhas têm uma vida muito mais tranquila do que a minha. Eu lembro do D&D 3.0 onde os americanos começaram a utilizar “she” ao invés de “he” para descrever personagens, em uma tentativa de incluir as mulheres no RPG; aí lá pelo meio do texto eles esqueciam, aí lembravam novamente, e no fim o texto não tinha coesão nenhuma e aquilo só irritava os jogadores.
 
Não vai ser uma resposta muito erudita mas: esse pessoal que reclama dessas picuinhas têm uma vida muito mais tranquila do que a minha. Eu lembro do D&D 3.0 onde os americanos começaram a utilizar “she” ao invés de “he” para descrever personagens, em uma tentativa de incluir as mulheres no RPG; aí lá pelo meio do texto eles esqueciam, aí lembravam novamente, e no fim o texto não tinha coesão nenhuma e aquilo só irritava os jogadores.

isso rola com quem se mete com os 'x' também, slicer. cansei de ver texto que começava usando o 'x' no lugar de o ou a, mas lá pelas tantas voltava pro o ou a, depois x e ficava uma lambança.
 
O povo anda pegando no pé de cada coisa, né? Até na língua portuguesa agora o pessoal tá palpitando. Primeiro censuraram Monteiro Lobato, ignorando toda contextualização de suas obras, agora feminazis tem suas virilhas coçando quando leem tudo no masculino sem saber direito ao certo o motivo disso. Lembro do bafafá que foi quando a Dilma foi eleita presidente e todo mundo queria intubar um "presidenta" na nossa goela como a única forma aceitável e tudo diferente disso seria machismo e toda essa balela que a gente cansa de ler no Facebook por aí.


A impressão que dá é que essa galera anda por aí super-reativa à procura de brechas onde possam destilar toda sua pulsão agressiva. Eu, hein!

Melly, só vi até hoje usarem @ no lugar de "o" ou "a" quando se referiam aos transgêneros, tipo Maitê Schneider falando 'para tod@s @s menin@s assistirem sua entrevista no Jô esta noite', mas aí a gente cai num contexto bem delicado e complexo, que é a definição de gênero desta categoria. Uns chamam transgêneros de "eles", outros de "elas", e nesse contexto acho até aceitável o uso da arroba. Isso do X no lugar do "o" ou "a" eu nunca tive a infelicidade de ver.


Pim,
uma quantidade alarmante de colegas de faculdade meus fazem isso. Basicamente o grupinho dos direitos de gênero.
 
Acho que formalmente, lembrando esse artigo (muito bom de) Mattoso Câmara, a resposta dele está correta. Mas parece que isso não é suficiente. Esse apagamento do feminino no "neutro" masculino, incomoda. E nada impede as pessoas de tentarem mudar isso, embora como ele quis dizer, seja difícil (senão impossível) mudar uma língua por decreto.

Lembro o exemplo do sueco, em que as pessoas estão adotando (foi o que soube) um pronome "neutro" literalmente (não no sentido de "valor neutro" saussureano, estruturalista): Suécia adota pronome de gênero neutro. Vai "pegar"? Não dá para dizer, mas não custa tentar.

Até na língua portuguesa agora o pessoal tá palpitando. Primeiro censuraram Monteiro Lobato, ignorando toda contextualização de suas obras.

Nenhuma língua é em si machista, Pim, mas os usuários são e isso se reflete nela (acho que isso é básico de Análise do Discurso, né?). Talvez venha daí o incômodo.

Quanto a Monteiro Lobato, não queriam censurar ou proibir as publicações, o pedido (ao Ministério Público?) era para que os livros viessem com notas referindo-se à caça à onça e ao racismo da época, mas naquela confusão toda, com toda a emotividade típica de discussões assim ("Eu lia ele na infância e não virei racista!" ou "Era o meu autor favorito quando criança, não pode ser racista!") isso se perdeu, mas enfim, outro tópico.

[...] Lembro do bafafá que foi quando a Dilma foi eleita presidente e todo mundo queria intubar um "presidenta" na nossa goela como a única forma aceitável e tudo diferente disso seria machismo e toda essa balela que a gente cansa de ler no Facebook por aí
Não vi isso na época. Acho que Dilma fez bem em usar "presidenta" para se diferenciar como primeira presidente mulher do Brasil, mas é bobagem querer dizer que algo em língua é "a única forma aceitável". Esse exemplo é até interessante de como o uso da língua não muda imediatamente/inevitavelmente a realidade, porque o uso de "presidenta" pelos meios oficiais (Voz do Brasil, por exemplo) gerou o quê de consequência concreta para as mulheres no Brasil? Até agora, acho que nada (a Secretaria de Políticas para as Mulheres continua tendo um orçamento ridículo, mas enfim).

E o argumento do Sarney não é válido também, porque o que vale para uma língua não vale para outra, claro.
 
Última edição:
Não conheço o sueco, mas essa matéria aí faz parecer que a simples criação de um pronome reto neutro resolveria o problema. Para o português, um tal pronome artificial requereria equivalentes para pronomes possessivos, substantivos, adjetivos, artigos definidos e indefinidos e numerais também. Daí a coisa complica mais um pouco. Não basta apenas o pronome reto para omitir o gênero se eventualmente eu vou querer também qualificar o dito-cujo. Provavelmente esse gênero neutro - se fosse seriamente proposto por estas bandas - usaria o modelo feminino com a substituição da vogal "a", que lhe é característica, por outra que não seja o "o" nem o "e", já em uso para uma infinidade de formas. Só nos sobrariam "i" e "u". Em qualquer dos casos, as paroxítonas assim terminadas precisariam ser sempre acentuadas pelas regras atuais. (Êli é i mais boníti dis alúnis/êlu é u mais bonítu dus alúnus). Mais um empecilho. Cogitei um forçado "y" com som de "i", que poderia burlar tais regras de acentuação, mas é uma intervenção bem grosseira numa grafia que já quase o extinguiu há 70 anos... Sem falar que néam... (Ely é y mais bonity dys alunys)... Íamos parecer o finlandês.
Enfim. Não é tão simples quanto parece. E eu nem entro na questão da ampla aceitação, que nunca terá.
 
Nenhuma língua é em si machista, Pim, mas os usuários são e isso se reflete nela (acho que isso é básico de Análise do Discurso, né?).

E no entanto querem resolver o problema mudando a língua. :think:
Um dia os usuários não serão mais machistas, mas aí perceberão que não faz sentido refletir o não-machismo na língua, pq nesse caso o comportamento é mais relevante. Falem português e não sejam machistas. Problem solved.

Tão ridícula quanto a resposta do Sarney foi a intervenção da Marta Suplicy.
 
Isso me lembra do Doutor Plausível, que tenta algumas revoluções linguísticas, mas não lembro se ele ataca a questão do sexismo. (Mesmo com todas as gracinhas dos textos dele, acho que ele faz bons apontamentos sobre assuntos diversos).
 
E no entanto querem resolver o problema mudando a língua. :think:
Um dia os usuários não serão mais machistas, mas aí perceberão que não faz sentido refletir o não-machismo na língua, pq nesse caso o comportamento é mais relevante. Falem português e não sejam machistas. Problem solved.

Tão ridícula quanto a resposta do Sarney foi a intervenção da Marta Suplicy.
Acho que não é uma questão de querer resolver o problema através de uma mudança na língua.
Ao meu ver, o caminho a ser seguido pra entender melhor o fenômeno é inverso.
Que tal pensar que o problema é tão sério e evidente que chega a se refletir na língua?

Essa imutabilidade da língua é muito relativa. Assim como todo patrimônio social, a língua sofre influência da sociedade que a utiliza.
Em uma sociedade dominada por um perfil específico, a linguagem vai refletir os valores desse perfil. Acredito que ninguém discorde que a classe dominante na nossa sociedade é, em geral, descrita como homem, rico, branco e heterossexual. É esse grupo que dita, por meio de vários mecanismos de controle social, os padrões. Aí se inclui a tal "norma culta".

Aquele que não a utiliza é segregado e sofre consequências muito negativas. Opor-se intencionalmente a esses padrões é uma forma de lutar contra aquele perfil dominante opressor. Foi por essa lógica que a presidenta Dilma resolveu se denominar presidenta. Todos devem lembrar o furor que ela causou entre gramáticos, políticos e até entre leigos que não se abstinham de dar o seu pitaco. Nada contra o pitaco, mas é sempre bom entender que por trás de nosso discurso sempre existe uma influência política. No meu entendimento, as pessoas que a criticaram (e ainda a criticam) refletem inconscientemente (ou não!) um preconceito inerente à nossa sociedade.

Um pensamento análogo pode ser desenvolvido para a questão dos @ e x. Essa é a forma de se posicionar contrariamente ao perfil dominante heterossexual (em geral, homofóbico). De fato, o objetivo principal não é mudar a língua, mas a língua se torna objeto de uma luta ideológica que pode ou não provocar uma mudança linguística. Pra mim, é válido!
 
E com isso vão acabando com palavras das mais bonitas da língua e não resolvem o problema.

Que saudade da época em que eu podia usar um lindo e quase místico "poetisa" ao invés de um insosso e politicamente correto "a poeta".

@Ana Lovejoy essa estória de herstory é verdadeira? :rofl:
 
Última edição:
É verdade que alguém propõe seriamente o uso de @'s e x's para evitar o gênero das palavras? :roll:

Veja com os seus próprios olhos:

SELEÇÃO UNIFICADA DO SAJU 2013/02

Seleção do SAJU 2013/02

O SAJU (Serviço de Assessoria Jurídica Universitária), programa de extensão voltado para direitos humanos, cidadania e acesso à justiça, está selecionando profissionais e estudantes de diversas áreas e universidades. Há ainda a possibilidade de remanejo dxs sajuanxs que desejarem participar de outros grupos.

A seleção ocorrerá nos dias 09 e 10 de setembro de 2013no Salão Nobre da Faculdade de Direito da UFRGS.

Não é necessária inscrição prévia.

Confira mais informações no edital abaixo.

Dúvidas pelo email: saju@ufrgs.br.

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EDITAL DE SELEÇÃO 2013/02

Art. 1º. O SAJU, Serviço de Assessoria Jurídica Universitária, programa de extensão em direitos humanos, cidadania e acesso à justiça da UFRGS, localizado na Av. João Pessoa, 80, Centro, por meio deste edital, vem tornar público o processo de Seleção Unificada de Discentes e Profissionais 2013/2. Estão sendo disponibilizadas vagas para ingresso neste semestre para novxs* estudantes e profissionais nos grupos jurídicos que desenvolvem projetos de extensão universitária vinculados ao SAJU. Está também aberta a possibilidade de remanejo axs sajuanxs que desejarem transferir-se de grupo.

Art. 2º. Para que x candidatx possa concorrer à seleção de vagas, é necessário que elx participe dos eventos da Seleção Unificada, conforme o calendário a seguir:
09/09 a 10/09 - Apresentação do SAJU e dos Grupos
12/09 a 18/09 - Entrevista no(s) grupo(s) escolhido(s), no dia especificado pelo(s) grupo(s), atentando-se aos seus horários, conforme tabela do art. 5º.

§ 1º. Se x interessadx não puder participar de um ou mais encontros da seleção, deverá
apresentar justificativa à Comissão.
§ 2º. X candidatx que já houver participado de um processo seletivo está dispensadx de comparecer no dia 09/09, devendo ir apenas no dia 10/09 para efetuar sua ficha de inscrição.
§ 3º. Não há pré-requisito acadêmico para ingresso de estudantes no SAJU. Podem participar graduandxs de qualquer semestre e universidade.
§4º. É passível de ingresso no SAJU, relativamente axs profissionais, independentemente da sua instituição de ensino de origem, desde que devidamente registradx em seu órgão profissional.
§5º. As atividades dos dias 09/09 e 10/09 ocorrerão às 18h e 30min, no Salão Nobre da Faculdade de Direito da UFRGS, rua João Pessoa número 80.

Art. 3º. É requisito essencial que x candidatx manifeste sua intenção de permanecer no SAJU por, no mínimo, 1 (um) ano. X estudante ou profissional que ingressar no SAJU em 2013/2 somente receberá certificado de participação no programa após, no mínimo, um ano de permanência.



Art. 4º. De acordo com o calendário da seleção, exposto no art. 2º, constituirá parte da seleção uma ficha de inscrição, a ser preenchida e entregue até o dia 11/09 na sede do SAJU.

§1º. Todxs xs participantes (estudantes e profissionais) receberão esta ficha no dia 10/09 e poderão entregar na hora ou até o dia seguinte (11/09) na sede do SAJU.
§2º. Os grupos do SAJU possuem autonomia para, caso sintam necessidade, aplicar uma prova específica do grupo para estudantes, advogadxs e outrxs profissionais.



Art. 5º. As temáticas, áreas de atuação, horários de funcionamento dos grupos e interesse em estudantes e/ou profissionais estão dispostos a seguir:



GruposÁrea de atuaçãoVagasHorário
G1
Direito Cível, Família, Trabalhista e Previdenciárioestudantes de direito Quintas-feiras, 18h30min
G2Direito Cível, Família, Trabalhista e Consumidorestudantes de direito Quartas-feiras, 18h30min
G3Direito Cível e de Famílianão selecionará neste semestre Terças-feiras, 18h30
G4Direito Cível e de Famíliaestudantes de direito e advogadxs Segundas-feiras, das 14h às
18h
G5Direito de crianças e adolescentesestudantes e profissionais do Direito, Serviço Social e Psicologia Quintas-feiras, das 14h às
18h
G6Direito cível e de famíliaadvogadxs, estudantes de direito profissional ou estudante de psicologia. Sextas-feiras, das 19h às 22h
G7Direito do consumidoradvogadxs Quartas-feiras, das 14h às
18h
G8-GDireitos sexuais e de gêneropsicólogx, advogadx e estudante de direito Sextas-feiras, das 14h às 18h
G9Direito de crianças e adolescentesestudantes de direito Terças-feiras, das 14h às 18h
G10Adolescentes em situação de conflito com a Leiestudantes de direito e advogadxs Terças e sextas-feiras, das
11h30 às 13h10
G11Adolescentes em situação de conflito com a Leiestudantes de direito Segundas-Feiras, das 11h30
às 13h30
GAJUPEducação e Assessoria Popular Comunitáriaestudantes, interessadxs ou profissionais de qualquer área Quartas-feiras, das 11h30 às
13h30
GAIREAssessoria a Imigrantes e Refugiadosestudantes de direito, psicologia ou ciências sociais Terças-feiras, das 10h às 12h
GMMediação de Conflitosestudantes de psicologia, pedagogia e serviço social
e profissionais mediadorxs de conflitos de qualquer
área Terças-feiras, das 11:30h às
13:30h
GEIPDireito Penalestudantes de direito Segundas-feiras, às 19h
GAPDireito à Moradia e à Cidadeestudantes de todos os cursos e advogadxs Sextas-feiras, das 12h15 às
13h45
GAMAIGrupo Antimanicomial de Atenção Integralinterassadxs de qualquer área e advogadxsSextas-feiras, das 10h30 às 12h30

§ 1º. X candidatx poderá se inscrever em até 3 (três) grupos para participar da seleção.
§ 2º. A ordem de preferência dos grupos será informada pelx candidatx na ficha de inscrição, podendo ser modificada no SAJU após a realização da última entrevista nos grupos.
§ 3º . A seleção será concluída no Conselho do SAJU, a ser convocado na forma do Estatuto, no qual serão definidxs xs selecionadxs.

Art. 6º. A atuação profissional dxs advogadxs no SAJU envolve:
I – Escuta e acolhimento de demandas;
II – Orientações jurídicas ao público;
III – Ajuizamento e acompanhamento de ações;
IV – Realização de acordos extrajudiciais;
V – Realização de audiências;
VI – Orientação e acompanhamento dxs assistentes jurídicxs nas demandas, sempre atentando para o protagonismo estudantil;
VII – Construção e envolvimento em oficinas populares e outras atividades em comunidades, de acordo com a demanda do grupo;

Art. 7º. Após a realização do Conselho de Seleção, o resultado da Seleção será divulgado, por meio de afixação de cartazes, na sede e no site do SAJU.

Art. 8º. Depois de transcorrido um ano de participação no SAJU, poderá x estudante ou profissional desligar-se do programa e ainda assim receber o certificado. Todavia, para tanto, deverá comunicar sua saída à monitoria do grupo com antecedência mínima de trinta dias.

§1º. Na hipótese de não haver advogadxs disponíveis para assumir os casos repassados, x advogadx que estiver se desligando do programa ficará responsável pelos respectivos até que esses acabem, ou até que outrx advogadx venha a assumi-los, ou, ainda, renunciando a esses, dependendo do caso. Na hipótese de não haver assistentes disponíveis para assumir os casos repassados, x assistente que estiver se desligando do programa ficará responsável pelos respectivos casos até que eles encerrem ou até que outrx assistente ou monitorx venha a assumi-los.

§2º. Em caso de comprovada negligência dx advogadx ou estudante que estiver se ausentando, essx ficará suscetível a sanções disciplinares e administrativas.

Art. 9º. Xs sajuanxs que pretendem trocar de grupo devem comparecer obrigatoriamente às entrevistas, sendo a participação no restante da seleção facultativa.

Parágrafo único – Para tal procedimento, é necessário somente que x sajuanx comunique o(s) seu(s) grupo(s) de interesse até o dia 06/09.

Art. 10º. Na hipótese dx profissional não ser classificadx nesta seleção, elx poderá formar o cadastro de reserva, podendo ser chamadx até a data de validade desse edital.

Parágrafo único – Esse edital tem validade de seis meses, podendo ser prorrogado por igual

Art. 11º. Quaisquer dúvidas originadas desse edital serão dirimidas pelo Conselho Deliberativo.


*Nota: O SAJU prefere utilizar o X em vez das usuais flexões de gênero, evitando reforçar o binarismo, visto que não existem apenas “masculino” e “feminino”. Entendemos que o X é a melhor forma de representar − sem hierarquias – o gênero feminino, o gênero masculino, quaisquer outros gêneros e a não-demarcação de gênero.



Porto Alegre, 26 de agosto de 2013.



Comissão de Seleção


E a explicação que deram depois de muita polêmica no Facebook:

Por que utilizar o "x" nos editais?
Por que utilizar o "x" nos editais?

O uso do X é, antes de qualquer coisa, um ato político. Foi a forma encontrada pela militância da diversidade sexual e de gênero para fazer com que as pessoas reflitam sobre o assunto. Se não fosse "a polêmica do x no edital", talvez muitos continuariam sem saber da existência da transgeneridade ou a ausência de uma identificação de gênero, por exemplo. Portanto, uma das principais razões para a utilização de um neutralizador de gênero é justamente provocar em todas as pessoas algum questionamento, seja ele qual for, desde que não seja a mesma velha ignorância quanto a essa temática.

O português brasileiro tem instrumentos suficientes, na maioria das vezes, para que se faça um texto neutro em gênero. Ou seja, o X pode ser dispensável em muitos casos. A militância, ao utilizar o X, não quer este seja incorporado nas palavras da língua. No entanto, ao utilizá-lo, obriga as pessoas a pensarem na existência desses gêneros não previstos pelo nosso sistema binário (masculino e feminino pré-determinados). Daí alguém que nunca havia pensado nisso, ao deparar-se com o X, passa a pensar: ora bolas, mas que diabos?!

Muitos questionamentos costumam ser no sentido de "ah, então quer dizer que existe algo além do masculino e feminino?". Sim, é isso mesmo! Os estudos de gênero superaram essa questão. Hoje, sabe-se e acredita-se que gêneros são construções sociais. Isso significa que as expressões de gênero não previstas na sociedade são absolutamente naturais. Ninguém nasce masculino ou feminino. Nascer com um pênis ou uma vagina não define isso. Posso ter uma vagina e ser do gênero masculino, assim como posso ter um pênis e ser do gênero feminino, assim como posso ter um destes e não ser nem de um, nem de outro.

Assim, a decisão do Conselho Deliberativo do SAJU por essa forma de escrita teve por objetivo não somente abarcar toda diversidade de gênero, mas também suscitar essa discussão para quem teve acesso ao edital. O SAJU, enquanto núcleo de defesa de direitos humanos, continua lutando pelo reconhecimento das minorias e aguarda a quem tem interesse em unir-se para a construção de uma sociedade sem preconceitos, livre de rótulos, e de amarras morais e sociais!


6 de setembro de 2013


Conselho Deliberativo do SAJU
 
Mas afinal de contas e na língua falada como se pronuncia essa porra? Por que caralhos escrever assim se vou continuar dizendo novos?
 
Mas afinal de contas e na língua falada como se pronuncia essa porra? Por que caralhos escrever assim se vou continuar dizendo novos?

né. por isso esse x é estúpido. nem acho idiota por "muda a língua mas não muda a origem". é só porque não faz sentido você:

a) usar um código que só será compreendido por um determinado grupo, quando a ideia é justamente o de passar uma mensagem para pessoas de fora daquele grupo
b) usar um código que só se compreende na língua escrita e não tem como repassar para a língua falada

é besta demais. até porque, caramba, já existe " o (a) "
 

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