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E eles pararam a distância, tomados daquele invencível desejo de conhecer a vida alheia, que é muita vez toda a necessidade humana.
...como diziam aqueles bons judeus, que a gente queimou mais tarde e agora emprestam generosamente o seu dinheiro às companhias e às nações. Levam juro por ele; mas os hebraísmos são dados de graça.
sammynewton disse:A narrativa de Machado é sem dúvida singular. Ele interage o tempo todo com o leitor. É como se estivesse contando a história ali, bem na nossa frente.
Leitor, não é muito que percebas a causa daquela expressão e desses dedos abotoados. Já lá ficou dita atrás, quando era melhor deixar que a adivinhasses; mas provavelmente não a adivinharias, não que tenhas o entendimento curto ou escuro, mas porque o homem varia do homem, e tu talvez ficasses com igual expressão, simplesmente por saber que ias dançar sábado.
sammynewton disse:E eles pararam a distância, tomados daquele invencível desejo de conhecer a vida alheia, que é muita vez toda a necessidade humana.
LucasCF disse:sammynewton disse:E eles pararam a distância, tomados daquele invencível desejo de conhecer a vida alheia, que é muita vez toda a necessidade humana.
Também achei fantástica essa parte. Eu já ia falar dela.
sammynewton disse:...como diziam aqueles bons judeus, que a gente queimou mais tarde e agora emprestam generosamente o seu dinheiro às companhias e às nações. Levam juro por ele; mas os hebraísmos são dados de graça.
Quando a sorte ri, toda a natureza ri também e o coração ri como tudo o mais.
Vail disse:Você está certissimo, kuinzytao, a tragetória de M.A. fora dos livros, também merece um bocado de nossa atenção.
Quando lemos uma biografia, as vemos com certo afastamento, como se o que estivesse ali fosse resultado do destino, do inevitável, e não do esforço constante, da gana de vencer e de fazer diferença. Machado foi autodidata em muitas coisas, outras aprendeu nas folgas, como quando, com doze ou treze anos, vendia doces numa escola e aproveitava para aprender algo. Outras aprendeu com aqueles que tiveram a sensibilidade de enxergar o seu potencial. Como o forneiro de uma padaria que lhe ensinou francês ou o autor de "Memórias de um sargento de milícias", Manuel Antônio de Almeida, que se tornou seu protetor.
JLM disse:esqueceram de citar q MA foi excelente tradutor de literatura francesa. dele eu já li trabalhadores do mar, do victor hugo, livro extremamente detalhista de termos náuticos. alguém conhece outra tradução q ele fez?
anna denon disse:Santos tinha alguns em Maricá, a quem nunca mandou dinheiro,
fosse mesquinhez, fosse habilidade. Mesquinhez não creio; ele gastava largo e dava muitas esmolas. Habilidade seria; tirava-lhes o gosto de vir cá pedir-lhe
mais.
Quanto às larguezas do marido, não esqueças que o parente era defunto, e o defunto um parente menos.
Clara V. disse:No meu livro (Série Bom Livro, da editora Ática) está escrito "coisas" mesmo.
Sky Charão disse:* Bom, até agora só aconteceu a visita a Cabocla (vidente), que pelo visto recebeu um monte por um informação bem vaga. A preocupação dos pais com os gêmeos - sobre o seu futuro.
anna denon disse:Uma professora da faculdade costumava dizer que se julgava uma boa conhecedora das pessoas, pela observação e por ter lido muitas vezes Machado de Assis...e de fato concordo com ela. À parte da grande trama principal acho a leitura recheada de pequenas delícias, pequenas pérolas do comportamento humano....
Santos tinha alguns em Maricá, a quem nunca mandou dinheiro,
fosse mesquinhez, fosse habilidade. Mesquinhez não creio; ele gastava largo e
dava muitas esmolas. Habilidade seria; tirava-lhes o gosto de vir cá pedir-lhe
mais.
(...)
Quanto às larguezas do marido, não esqueças que o parente era defunto, e o defunto um parente menos.
JLM disse:Clara V. disse:No meu livro (Série Bom Livro, da editora Ática) está escrito "coisas" mesmo.
a minha versão é a da nova cultural de 2003, q traz junto memorial de aires. falando nisso, as duas histórias tem algo a ver? alguém ae já leu memorial de aires e poderia dizer se está vinculada com o personagem, ou pelo menos com o começo, de esaú e jacó?
kuinzytao disse:Achei interessante as questões relacionadas a fé trazidas nesses capítulos.
"Tinham fé, mas tinham também vexame da opinião, como um devoto que se benzesse às escondidas."
Assim como Santos que estava participando dos estudos espíritas e gostaria de fazer uma consulta, mas que também ficava no vai-não-vai.
Uma coisa legal, o narrador aconselhar a reler Ésquilo, para fundamentar que o costume de procurar uma vidente é velho.
E, a paciência de Machado em descrever o jeito mesquinho das pessoas, a um só tempo entre gratos e desconfiados enquanto os pensamentos eram os piores, as conclusões em detrimento do outro, no caso, as duas senhoras.
... "Sem rodeios, supôs que as duas senhoras vinham de alguma aventura amorosa, e deduziu isto de três fatos, que sou obriagado a enfileirar aqui para não deixar este homem sob a suspeita de caluniador gratuito. O primeiro a alegria delas, o segundo o valor da esmola, o terceiro o carro que as esperava aum canto" ...
O Capítulo V tem dois parágrafos > simplesmente hilários. Perfeitos!
JLM disse:Clara V. disse:No meu livro (Série Bom Livro, da editora Ática) está escrito "coisas" mesmo.
a minha versão é a da nova cultural de 2003, q traz junto memorial de aires. falando nisso, as duas histórias tem algo a ver? alguém ae já leu memorial de aires e poderia dizer se está vinculada com o personagem, ou pelo menos com o começo, de esaú e jacó?
Fonte: http://fredb.sites.uol.com.br/esaujaco.htmlROMANCES INTERLIGADOS
Ao escrever Quincas Borba (1891), Machado de Assis reutilizou um personagem já falecido no seu romance anterior, Memórias Póstumas de Brás Cubas (1881), o filósofo enlouquecido Quincas Borba. Assim, os romances se interligam não exatamente através da personagem, mas através da Teoria do Humanitismo que o filósofo transmite a Rubião, o protagonista do romance.
Também Esaú e Jacó (1904) e Memorial de Aires (1908) se encontram interligados. Une-os a figura sábia e diplomática do conselheiro José da Costa Marcondes Aires, fino observador das sutilezas da psicologia humana.
Na Advertência de Esaú e Jacó lemos:
“Quando o conselheiro Aires faleceu, acharam-se-lhe na secretária sete cadernos manuscritos, rijamente encapados em papelão. Cada um dos primeiros seis tinha o seu número de ordem, por algarismos romanos, I, II, III, IV, V, VI, escritos a tinta encarnada. O sétimo trazia este título: Último.
A razão desta designação especial não se compreendeu então nem depois. (…)Era uma narrativa; e, posto figure aqui o próprio Aires, com o seu nome e título de conselho, e, por alusão, algumas aventuras, nem assim deixava de ser a narrativa estranha à matéria dos seis cadernos. (…)
Nos lazeres do ofício, [Aires]escreveu o Memorial, que, aparado das páginas mortas ou escuras, apenas daria (e talvez dê) para matar o tempo da barca de Petrópolis.
Tal foi a razão de se publicar somente a narrativa. Quanto ao título, foram lembrados vários, em que o assunto se pudesse resumir, Ab ovo, por exemplo, apesar do latim; venceu, porém, a idéia de lhe dar estes dois nomes que o próprio Aires citou uma vez:
ESAÚ E JACÓ”
Os primeiros seis cadernos trazem a matéria ficcional que daria origem ao romance de 1908, Memorial de Aires. Em vários momentos da narrativa de Esaú e Jacó, nos deparamos com o Conselheiro Aires escrevendo seu Memorial. Algumas das palavras com que registra os acontecimentos ou suas reflexões são reproduzidas pelo narrador.
**Maniaca do Miojo** disse:Bom, tem o nome dos filhos da Natividade, Pedro e Paulo...
confesso que não entendi, pensei que seria Esaú e Jacó
kuinzytao disse:Achei interessante as questões relacionadas a fé trazidas nesses capítulos.
kuinzytao disse:Uma coisa legal, o narrador aconselhar a reler Ésquilo, para fundamentar que o costume de procurar uma vidente é velho.
**Maniaca do Miojo** disse:Nunca li Ésquilo
LucasCF disse:No seu tá dous né JLM?
"dicho, che quando l'anima mal nata..." - dante
"ni cet excès d'honneur, ni cette indignité.""
JLM disse:LucasCF disse:No seu tá dous né JLM?
tá sim, lucas. e tem outras cousas na minha versão: o uso de citações estrangeiras, uma de dante no capítulo 1 e uma parece-me francesa no cap. 3. alguém tem as traduções ae?
"dicho, che quando l'anima mal nata..." - dante
"ni cet excès d'honneur, ni cette indignité.""