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[SÉTIMO LIVRO] Esaú e Jacó (Machado de Assis)

Os primeiros sete capítulos não são muito reveladores. Destaca-se o mistério que a vidente não quis explicar, exclamando somente "Coisas futuras" quando foi questionada. Mesmo assim há alguns trechos que me chamaram a atenção, principalmente pela ironia sagaz do mestre Machado (a versão que estou lendo é a do Portal do MEC):

E eles pararam a distância, tomados daquele invencível desejo de conhecer a vida alheia, que é muita vez toda a necessidade humana.

Ou esse trecho em que ele ironiza o povo judeu

...como diziam aqueles bons judeus, que a gente queimou mais tarde e agora emprestam generosamente o seu dinheiro às companhias e às nações. Levam juro por ele; mas os hebraísmos são dados de graça.


A narrativa de Machado é sem dúvida singular. Ele interage o tempo todo com o leitor. É como se estivesse contando a história ali, bem na nossa frente.
 
sammynewton disse:
A narrativa de Machado é sem dúvida singular. Ele interage o tempo todo com o leitor. É como se estivesse contando a história ali, bem na nossa frente.

Isso é uma das coisas que mais gosto na literatura machadiana, de certa forma isto nos torna mais próximos da história e interagimos mais com as suas personagens.

Leitor, não é muito que percebas a causa daquela expressão e desses dedos abotoados. Já lá ficou dita atrás, quando era melhor deixar que a adivinhasses; mas provavelmente não a adivinharias, não que tenhas o entendimento curto ou escuro, mas porque o homem varia do homem, e tu talvez ficasses com igual expressão, simplesmente por saber que ias dançar sábado.

Por enquanto a história ainda está meio morna, esperemos para saber quais serão essas "COISAS GRANDES"....
 
Eu não li esse livro do Machado, estou lendo pela primeira vez.
Além das citações que vocês escreveram acima, acho uma delícia a maneira como ele nos mostra as situações e o caráter dos personagens.
A hipocrisia e mediocridade de Santos (pai dos gêmeos) repetindo frases "de efeito" que ele ouviu (algumas ele nem entendeu), a maneira como se livrou do parente pobre e apaixonado pela Natividade, e esta, tão vaidosa e fútil.
Descobrimos tudo isso em um único capítulo, com pouco mais de duas páginas: "A Missa do coupé"
E também já temos uma idéia da personalidade da irmã de Natividade, Perpétua: viúva, sem filhos, parece meio ressentida e que está de favor na casa do cunhado, não?

Em oito capítulos (curtos) conseguimos ver bastante coisa, já dá pra ter uma idéia de como será o relacionamento entre Pedro e Paulo, a julgar pela família e a sociedade por quem e na qual eles serão educados.
"Coisas futuras! " :lol:

LucasCF disse:
sammynewton disse:
E eles pararam a distância, tomados daquele invencível desejo de conhecer a vida alheia, que é muita vez toda a necessidade humana.

Também achei fantástica essa parte. Eu já ia falar dela. :D

Até porque, de certo modo, é o que nós fazemos como leitores, não?
¬¬
 
Esse é somente o segundo livro do Machado de Assis que leio, mas estou gostando muito, tem certas coisas que conseguem mesmo mecher com o Leitor, tipo:

sammynewton disse:
...como diziam aqueles bons judeus, que a gente queimou mais tarde e agora emprestam generosamente o seu dinheiro às companhias e às nações. Levam juro por ele; mas os hebraísmos são dados de graça.

Fiquei com um pouco de desprezo pelo pai dos gêmeos pelo modo como agiu quando o parente morreu, escolhendo uma igreja humilde e afastada, não divulgar quem mandou fazer a missa, e ainda deixaram de colocar o nome completo do falecido, mostrando imenso descaso. Acho que só compareceu para alívio de consciência.
 
Eu me pergunto, o que faz uma pessoa dar tanto dinheiro por tão poucas palavras? Sinceramente, eu no lugar da Natividade teria um pé atrás rsrsr, "coisas futuras" só isso? Que vidente hein!! ¬¬
Mas boa parte das pessoas são assim, só ficam bem quando ouvem aquilo que as fazem felizes, em se tratando da sorte em geral é claro, e no caso da Natividade foi assim, era o que ela queria ouvir. E essa frase lhe cai bem...

Quando a sorte ri, toda a natureza ri também e o coração ri como tudo o mais.
 
Vail disse:
Você está certissimo, kuinzytao, a tragetória de M.A. fora dos livros, também merece um bocado de nossa atenção.
Quando lemos uma biografia, as vemos com certo afastamento, como se o que estivesse ali fosse resultado do destino, do inevitável, e não do esforço constante, da gana de vencer e de fazer diferença. Machado foi autodidata em muitas coisas, outras aprendeu nas folgas, como quando, com doze ou treze anos, vendia doces numa escola e aproveitava para aprender algo. Outras aprendeu com aqueles que tiveram a sensibilidade de enxergar o seu potencial. Como o forneiro de uma padaria que lhe ensinou francês ou o autor de "Memórias de um sargento de milícias", Manuel Antônio de Almeida, que se tornou seu protetor.

Ele aprendeu francês com o padeiro O__O
Machadão :winner:

JLM disse:
esqueceram de citar q MA foi excelente tradutor de literatura francesa. dele eu já li trabalhadores do mar, do victor hugo, livro extremamente detalhista de termos náuticos. alguém conhece outra tradução q ele fez?

Oh eu tenho esse livro aqui em casa, quero ver se a tradução é dele..
bah que emoção XD
a gente aprende um bocado aqui no clube :joy:

Eu comecei a ler uma vez este livro, acho que foi na 6ª série, não gostei e já deixei...certamente não estava preparada.
Agora vou pegar de volta, acabei Hamlet e depois vou ler esses primeiros capítulos e comentar aqui :lendo:
 
:lendo: Eu comecei a ler esse livro faz uns 2 anos, mas acabei sempre deixando para depois, agora que li esse inicio por causa do clube, consegui me concentrar na história.

* Bom, até agora só aconteceu a visita a Cabocla (vidente), que pelo visto recebeu um monte por um informação bem vaga. A preocupação dos pais com os gêmeos - sobre o seu futuro.

* A irmã Perpétua, ainda não mostrou a que veio, assim como a história do homem que morreu - também sem muitos detalhes.
 
Uma professora da faculdade costumava dizer que se julgava uma boa conhecedora das pessoas, pela observação e por ter lido muitas vezes Machado de Assis...e de fato concordo com ela. À parte da grande trama principal acho a leitura recheada de pequenas delícias, pequenas pérolas do comportamento humano....

Santos tinha alguns em Maricá, a quem nunca mandou dinheiro,
fosse mesquinhez, fosse habilidade. Mesquinhez não creio; ele gastava largo e
dava muitas esmolas. Habilidade seria; tirava-lhes o gosto de vir cá pedir-lhe
mais.
(...)

Quanto às larguezas do marido, não esqueças que o parente era defunto, e o defunto um parente menos.
 
anna denon disse:
Santos tinha alguns em Maricá, a quem nunca mandou dinheiro,
fosse mesquinhez, fosse habilidade. Mesquinhez não creio; ele gastava largo e dava muitas esmolas. Habilidade seria; tirava-lhes o gosto de vir cá pedir-lhe
mais.

Quanto às larguezas do marido, não esqueças que o parente era defunto, e o defunto um parente menos.

Bem lembrado Anna, estes dois trechos são bem ácidos. Beiram quase a maldade. Pelo que vi até agora, a filosofia machadiana oculta nas entrelinhas do texto é tão interessante quanto o enredo principal.
 
hehehe, no meu aparecem "cousas futuras". vai ver traduziram pro portuguêizi moderno a versão q v6 tão lendo.
 
No meu livro (Série Bom Livro, da editora Ática) está escrito "coisas" mesmo.
Até estranhei um pouco porque estava acostumada a ler outros livros do Machado de Assis com essa forma de escrita que o Jefferson citou.

Eu já estou lendo os outros capítulos, e vocês?

Li duas vezes os oito primeiros (eu achava que a discussão ia começar na segunda-feira passada! :dente: ) mas não fiquei nem um pouco cansada, ao contrário, reparei em mais detalhes como o diálogo consigo mesmo do Irmão de Almas, justificando os dois mil-réis que surrupiou da esmola pras almas alegando que "também ele era alma..." :rofl:
 
Clara V. disse:
No meu livro (Série Bom Livro, da editora Ática) está escrito "coisas" mesmo.

a minha versão é a da nova cultural de 2003, q traz junto memorial de aires. falando nisso, as duas histórias tem algo a ver? alguém ae já leu memorial de aires e poderia dizer se está vinculada com o personagem, ou pelo menos com o começo, de esaú e jacó?
 
O Capítulo primeiro iniciou com a visita a cabocla e encerrou a visita no capítulo VIII;
Enquanto isso o narrador pinta todas as cores, costumes, pensamentos e juizos de valor.

Achei interessante as questões relacionadas a fé trazidas nesses capítulos.
"Tinham fé, mas tinham também vexame da opinião, como um devoto que se benzesse às escondidas."
Assim como Santos que estava participando dos estudos espíritas e gostaria de fazer uma consulta, mas que também ficava no vai-não-vai.

Uma coisa legal, o narrador aconselhar a reler Ésquilo, para fundamentar que o costume de procurar uma vidente é velho.

E, a paciência de Machado em descrever o jeito mesquinho das pessoas, a um só tempo entre gratos e desconfiados enquanto os pensamentos eram os piores, as conclusões em detrimento do outro, no caso, as duas senhoras.

... "Sem rodeios, supôs que as duas senhoras vinham de alguma aventura amorosa, e deduziu isto de três fatos, que sou obriagado a enfileirar aqui para não deixar este homem sob a suspeita de caluniador gratuito. O primeiro a alegria delas, o segundo o valor da esmola, o terceiro o carro que as esperava aum canto" ...

O Capítulo V tem dois parágrafos > simplesmente hilários. Perfeitos!
 
Sky Charão disse:
* Bom, até agora só aconteceu a visita a Cabocla (vidente), que pelo visto recebeu um monte por um informação bem vaga. A preocupação dos pais com os gêmeos - sobre o seu futuro.

Machado tem também um conto denominado " A Cartomante" que também ironiza os calotes que as pessoas levam desses "adivinhadores do futuro".
Eles falam exatamente o que as pessoas querem ouvir, a Natividade (bah que nome ) por exemplo anseia o futuro dos filhos,logo a Madame Dina fala que eles terão um futuro glorioso, e a Natividade fica radiante de felicidade hehehe

Eu fui uma vez numa mulher, por curiosidade, a qual declarava que falava com os mortos e tal.
Eu e minhas amigas, fomos direcionadas a sentar numas cadeiras, logo ela começou a fazer uma oração, em seguida, encarnava nela o preto véio e então ela começava a falar de um jeito gozado.
Fiquei morrendo de medo XD
Mas, depois o negócio ficou muito tosco ¬¬
As minhas amigas perguntavam de seus avós que já haviam morrido, e ela(e) respondia que estava bem e tal...eu perguntei dos meus avós, ela respondeu que estavam com saudades...:blabla:
entretanto, eles estavam vivos ainda, a mulher era a tal da safada tb..
depois saímos pq a mulher começou a gritar, daí eu e minhas amigas ficamos com medo de volta...
Bem, eu sou espírita, mas como bem Machado escreveu através do Santos, espiritismo é outra cousa =D

E alguém mais se aventurou com esses caras???

Outra coisa que não gosto é cigana, elas dão medo =S


anna denon disse:
Uma professora da faculdade costumava dizer que se julgava uma boa conhecedora das pessoas, pela observação e por ter lido muitas vezes Machado de Assis...e de fato concordo com ela. À parte da grande trama principal acho a leitura recheada de pequenas delícias, pequenas pérolas do comportamento humano....

Santos tinha alguns em Maricá, a quem nunca mandou dinheiro,
fosse mesquinhez, fosse habilidade. Mesquinhez não creio; ele gastava largo e
dava muitas esmolas. Habilidade seria; tirava-lhes o gosto de vir cá pedir-lhe
mais.
(...)

Quanto às larguezas do marido, não esqueças que o parente era defunto, e o defunto um parente menos.

Essa parte é muito boa hehehe
É pura verdade, experimanta-te emprestar dinheiro para parente, depois, todo dia estão na porta de sua casa pedindo x_x''

JLM disse:
Clara V. disse:
No meu livro (Série Bom Livro, da editora Ática) está escrito "coisas" mesmo.

a minha versão é a da nova cultural de 2003, q traz junto memorial de aires. falando nisso, as duas histórias tem algo a ver? alguém ae já leu memorial de aires e poderia dizer se está vinculada com o personagem, ou pelo menos com o começo, de esaú e jacó?

JLM, o meu livro tb é da Nova Cultural :D
tb fiquei confusa com o Memorial :think:

kuinzytao disse:
Achei interessante as questões relacionadas a fé trazidas nesses capítulos.
"Tinham fé, mas tinham também vexame da opinião, como um devoto que se benzesse às escondidas."
Assim como Santos que estava participando dos estudos espíritas e gostaria de fazer uma consulta, mas que também ficava no vai-não-vai.

Uma coisa legal, o narrador aconselhar a reler Ésquilo, para fundamentar que o costume de procurar uma vidente é velho.

E, a paciência de Machado em descrever o jeito mesquinho das pessoas, a um só tempo entre gratos e desconfiados enquanto os pensamentos eram os piores, as conclusões em detrimento do outro, no caso, as duas senhoras.

... "Sem rodeios, supôs que as duas senhoras vinham de alguma aventura amorosa, e deduziu isto de três fatos, que sou obriagado a enfileirar aqui para não deixar este homem sob a suspeita de caluniador gratuito. O primeiro a alegria delas, o segundo o valor da esmola, o terceiro o carro que as esperava aum canto" ...

O Capítulo V tem dois parágrafos > simplesmente hilários. Perfeitos!

A kuinzytao, sobre está frase do livro que mencionastes, acontece muito com pessoas que seguem a religião Espírita que tem medo de falar para não sofrer nenhum preconceito ou com medo das opiniões.

Nunca li Ésquilo XD
Ah isso de encontrar vidente,profeta,...
é velho mesmo, muitos vão atrás por curiosidade, para pedir ajuda, para ter algo a seguir, para saber o que precisão fazer da vida,etc...
aqui na minha região onde eu vivo, ainda tem muitas crenças nisso tudo, por ser um povo simples e sofrido, agarram-se muito nas crendices..
a minha avó era fã do João Maria, um monge que dizia ser enviado para ajudar os colonos,caboclos, jagunços, na Guerra do Contestado, ele era meio que curador, ficava indo em casa em casa,curando as pessoas,trazendo palavras de conforto,em troca de comida e um teto para pernoitar..ele fazia premonições tb, "como a máquina de ferro está vindo", referindo-se a Locomotiva da Indústria Lumber, como o povão era humilde e não sabia das coisas, ficavam fascinados neh ^^
E o cara era estudioso, vivido, rodou o mundo, então era fácil conversar as pessoas.

Sobre este tema,tem o filme "A vida de Brian", bah é de chorar de rir, tem a parte dos profetas, messias, em que o Monty Python ironiza mesmo, não perdoa :rofl:
O Brian só fala asneira e o povo todo cultuando ele huahuahua:rofl:

Bom, tem o nome dos filhos da Natividade, Pedro e Paulo...
confesso que não entendi, pensei que seria Esaú e Jacó :wall:
 
Um início bem agradável de livro, prometendo muitas coisas (como já disse a vidente: cousas futuras).
A descrição dos personagens por Machado é muito boa, com ironia, humor, entrelinhas, etc.
Vamos em frente.
 
JLM disse:
Clara V. disse:
No meu livro (Série Bom Livro, da editora Ática) está escrito "coisas" mesmo.

a minha versão é a da nova cultural de 2003, q traz junto memorial de aires. falando nisso, as duas histórias tem algo a ver? alguém ae já leu memorial de aires e poderia dizer se está vinculada com o personagem, ou pelo menos com o começo, de esaú e jacó?


Logo na advertência já percebi a 'modernização'. :D Colocaram dois. No seu tá dous né JLM?
Mas tem uma Nota da Editora lá:
"(2) Dois: Machado de Assis havia utilizado "dous" na primeira edição, da B. L. Garnier."



Quanto ao memorial, tudo que eu sei é isso:
ROMANCES INTERLIGADOS

Ao escrever Quincas Borba (1891), Machado de Assis reutilizou um personagem já falecido no seu romance anterior, Memórias Póstumas de Brás Cubas (1881), o filósofo enlouquecido Quincas Borba. Assim, os romances se interligam não exatamente através da personagem, mas através da Teoria do Humanitismo que o filósofo transmite a Rubião, o protagonista do romance.
Também Esaú e Jacó (1904) e Memorial de Aires (1908) se encontram interligados. Une-os a figura sábia e diplomática do conselheiro José da Costa Marcondes Aires, fino observador das sutilezas da psicologia humana.

Na Advertência de Esaú e Jacó lemos:

“Quando o conselheiro Aires faleceu, acharam-se-lhe na secretária sete cadernos manuscritos, rijamente encapados em papelão. Cada um dos primeiros seis tinha o seu número de ordem, por algarismos romanos, I, II, III, IV, V, VI, escritos a tinta encarnada. O sétimo trazia este título: Último.
A razão desta designação especial não se compreendeu então nem depois. (…)Era uma narrativa; e, posto figure aqui o próprio Aires, com o seu nome e título de conselho, e, por alusão, algumas aventuras, nem assim deixava de ser a narrativa estranha à matéria dos seis cadernos. (…)
Nos lazeres do ofício, [Aires]escreveu o Memorial, que, aparado das páginas mortas ou escuras, apenas daria (e talvez dê) para matar o tempo da barca de Petrópolis.
Tal foi a razão de se publicar somente a narrativa. Quanto ao título, foram lembrados vários, em que o assunto se pudesse resumir, Ab ovo, por exemplo, apesar do latim; venceu, porém, a idéia de lhe dar estes dois nomes que o próprio Aires citou uma vez:

ESAÚ E JACÓ”

Os primeiros seis cadernos trazem a matéria ficcional que daria origem ao romance de 1908, Memorial de Aires. Em vários momentos da narrativa de Esaú e Jacó, nos deparamos com o Conselheiro Aires escrevendo seu Memorial. Algumas das palavras com que registra os acontecimentos ou suas reflexões são reproduzidas pelo narrador.
Fonte: http://fredb.sites.uol.com.br/esaujaco.html

edit:
**Maniaca do Miojo** disse:
Bom, tem o nome dos filhos da Natividade, Pedro e Paulo...
confesso que não entendi, pensei que seria Esaú e Jacó :wall:

Acho que o título do livro é por causa da semelhança das histórias. Quando eu pesquisei sobre o livro semana passada, achei umas coisas legais... a mãe de Esaú e Jacó (Os da Bíblia) foi influenciada por um oráculo. O oráculo disse que o mais velho serviria o mais novo, certo?
Substitua Rebeca por Natividade. Esaú e Jacó por Pedro e Paulo (e ainda por cima também são nomes bíblicos né?) Oráculo por Cabocla. e tire a parte do mais velho serviria o mais novo :P Tipo, Natividade foi influenciada pela Cabocla, e Receba pelo oráculo, não é?

Tem aquela parte que a vidente diz:
“- Seus filhos serão grandes, oh! grandes! Deus há de dar-lhes muitos benefícios. Eles hão de subir, subir, subir... Brigaram no ventre de sua mãe, que tem? Cá fora também se briga. Seus filhos serão gloriosos. É só o que lhe digo. Quanto à qualidade da glória, coisas futuras!”


edit: Fui pesquisar de novo, para dar fontes... Achei isso aqui. Se não me engano foi o que li.
http://aneliseespindolaescritora.arteblog.com.br/103651/A-INFLUENCIA-DA-BIBLIA-NO-LIVRO-ESAU-E-JACO/
 
kuinzytao disse:
Achei interessante as questões relacionadas a fé trazidas nesses capítulos.

assim como no livro lido anteriormente, hamlet, notamos uma mistura de religiosidade do escritor. em MA, ele primeiro vai pra uma advinha, depois transita normalmente pra uma missa fúnebre, em q os protagonistas aparecem sempre deslocados, pelo preconceito religioso ou econômico. é interessante notar q mesmo sendo uma escrita do séc. xix, mostra a diversidade cultural sem preconceitos, ao menos, diante de uma crença, pelo narrador. os personagens podem até não gostar, mas vão lá, procuram, olham, pagam. qtos não são assim hj?

kuinzytao disse:
Uma coisa legal, o narrador aconselhar a reler Ésquilo, para fundamentar que o costume de procurar uma vidente é velho.

**Maniaca do Miojo** disse:
Nunca li Ésquilo XD

já li tudo de ésquilo, o vidente cego é tirésias, do mito de édipo, q previu oq iria acontecer com ele e sua dinastia. tirésias inclusive aparece em outros escritores, como homero e dante.

LucasCF disse:
No seu tá dous né JLM?

tá sim, lucas. e tem outras cousas na minha versão: o uso de citações estrangeiras, uma de dante no capítulo 1 e uma parece-me francesa no cap. 3. alguém tem as traduções ae?

"dicho, che quando l'anima mal nata..." - dante

"ni cet excès d'honneur, ni cette indignité.""

qto a interligação dos romances, era oq eu tava supondo aqui com meus botões mesmo, só esqueci de escrever.
 
JLM disse:
LucasCF disse:
No seu tá dous né JLM?

tá sim, lucas. e tem outras cousas na minha versão: o uso de citações estrangeiras, uma de dante no capítulo 1 e uma parece-me francesa no cap. 3. alguém tem as traduções ae?

"dicho, che quando l'anima mal nata..." - dante

"ni cet excès d'honneur, ni cette indignité.""

Aqui na da Ática também tem as citações também. Acho que não é da edição, o MA que colocou, sei lá.

Traduções:


"Dico, che quando l'anima mal nata": "Digo, que quando a alma (é) mal nascida". Extraído de a Divina Comédia, canto V do Inferno. Com esse verso, o poeta italiano quer significar aquela alma que transforma em mal, o bem da vida doado por Deus.

"Ni cet excès d'honneur, ni cette indignité": "Nem tal excesso de honra, nem tal indignidade". Extraída da peça Britannicus, do teatrólogo francês Racine (1639-1699). Essa é a resposta de Júnia, prisioneira de Nero, quando este lhe propõe casamento.
 

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