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Seria o vazio semelhante ao inferno?

Melkor O vala

Usuário
Andei lendo o silmarilione e me deparei com uma dúvida:
Se tokien criou sua mitologia com base na biblia Melkor seria lúcifer, Eru seria deus, Os ainur seriam espécies de anjos E arda seria o mundo certo?

Mas e o vazio? O local onde Morgoth foi aprisionado? Tolkien criou em semelhança ao inferno na biblia?
 
Mas acho que ele não fez Melkor com a intenção de ser relacionado a Lucífer. O mundo é dividido assim. Bem e Mal, Luz e Escuridão... Não quer dizer necessariamente que ele se baseou na Bíblia.
 
O mundo é dividido assim. Bem e Mal, Luz e Escuridão... Não quer dizer necessariamente que ele se baseou na Bíblia.
Bem... de certo modo acredito que sim. Afinal, ele queria adaptar o seu mundo às verdades que ele acreditava, então tem bastantes pontos em comum com a Bíblia. No caso de Melkor, acredito que ele tenha sido criado para se correlacionar com Lúcifer mesmo (Tolkien chama Melkor algumas vezes de Dêmonio, com 'D' maiúsculo).
Mas querer achar relação entre tudo o que tá na Bíblia e a obra de Tolkien é exagero. Não dá pra sair pegando qualquer coisa no Silma e dizer 'ah, vou procurar na Bíblia, deve ter relação'. Já vi tanta coisa tosca saindo desse tipo de comparação...

Quanto ao tópico, eu não vejo relação alguma.
O inferno é algo material, algo que é. O Vazio não é.
Além disso, o inferno é o local de castigo, coisa que o Vazio não é.
Não acho que o Vazio tenha sido 'inspirado' em alguma coisa.
 
Não vejo o Vazio como o "inferno", lá não é um lugar de sofrimento e desespero; para mim o Vazio é mais como um 'grande salão cheio de ecos e sem luz' (explicação tosca, eu sei, mas não consigo descrevê-lo de outra maneira) onde os que são mandados para lá vão refletir sobre seus atos até serem julgados.
 
Última edição:
Acredito que seja influência da religião, e não pegar a Biblía e tê-la como base para escrever um livro. Quanto ao Vazio, bem, acredito que ele esteja mais para purgatório do que o inferno...
 
Sim, Tolkien baseou muito de sua obra na Bíblia, e isso se torna muito nítido no Quenta Silmarillion e no Ainulindalë. Mas eu não creio que o vazio seja o inferno, eu o compararia mais a lugares como Angband ou Utumno. Como alguém disse aí, o inferno possui uma concepção atrelada ao mundo material, enquanto que o vazio é o vácuo, a ausência de matéria.:think:
 
Mas querer achar relação entre tudo o que tá na Bíblia e a obra de Tolkien é exagero. Não dá pra sair pegando qualquer coisa no Silma e dizer 'ah, vou procurar na Bíblia, deve ter relação'. Já vi tanta coisa tosca saindo desse tipo de comparação...

:lol::lol: Verdade... As pessoas acabam extrapolando à obra de Tolkien.
 
Morgoth fala...

Calma lá... as crenças de Tolkien estavam sim no meio de sua obra... o lance do deus único, da subcriatividade, etc. Mas dizer que ele baseou sua obra na Bíblia fica um pouco forte demais, por isso concordo com o que Failivrim falou acima.

A obra de Tolkien tem sua maior inspiração nos mitos e lendas nórdicos. É ali que você ve a fonte de muitas das histórias, e mesmo o modo da narrativa é similar às sagas escandinavas. Bem loko...

Quanto ao Vazio, não o vejo como o inferno também, mas simplesmente como um vazio propriamente dito, onde nada existe. Aliás, falando de inferno propriamente dito, recomendo o Lost Tales I, bem interessante apesar de remeter a versões muito antigas do legendarium. Ali podemos ver Angband como o próprio inferno e é para lá que iam os homens condenados por Nienna em Fui. E pode acreditar que os danados sofrinham hein... hehehehe
 
Também acredito que o Vazio não era semelhante ao Inferno. Imagino o Vazio como um lugar todo escuro, porque nada existe lá (nem mesmo a luz). Diferente da minha concepção de Inferno, que é um lugar de dor e sofrimento, onde se paga pelos erros cometidos em vida.
 
Pesquisei sobre o assunto e descobri que Tolkien não gostava de fazer alegorias em suas obras (pra quem não sabe o que é [ame=http://pt.wikipedia.org/wiki/Alegoria]alegoria[/ame]).
Ele chegou a criticar As Crônicas de Nárnia, do amigão dele C. S. Lewis, justamente pelas referências bíblicas. Como o Darth Morgoth disse, a maior influência de Tolkien são os contos nórdicos. Lembro de ver um documentário no Dvd de SdA, e a editora de Tolkien dizendo que ele baseou seu mundo em uma Inglaterra utópica, livre das guerras e etc...
 
Pesquisei sobre o assunto e descobri que Tolkien não gostava de fazer alegorias em suas obras (pra quem não sabe o que é alegoria).
Ele chegou a criticar As Crônicas de Nárnia, do amigão dele C. S. Lewis, justamente pelas referências bíblicas. Como o Darth Morgoth disse, a maior influência de Tolkien são os contos nórdicos. Lembro de ver um documentário no Dvd de SdA, e a editora de Tolkien dizendo que ele baseou seu mundo em uma Inglaterra utópica, livre das guerras e etc...
Tolkien abominava alegorias, isso é certo. Mas ele adaptava o seu mundo as suas crenças. Como Arda foi criada para ser a Terra em um passado mítico, ele não escreveria coisas que iam contra os princípios mais fundamentais da sua fé. Mas isso é diferente de alegoria. Como bem diz o texto, a alegoria é oculta, tem um significado oculto ao texto. Na obra essa 'relação' não é nada oculta.
Vou dar um exemplo: na obra de Lewis, Jesus é representado por Aslam. Na obra de Tolkien Deus não é representado por ninguém. Deus aparece como ele próprio: Deus, como ele era na concepção de Tolkien (só tem um novo nome).
 
Sim sim, concordo plenamente com você... Mas veja... A situação "religiosa" nos livros de Tolkien tem muito mais referências mitológicas do que bíblicas, você não acha?
 
Sim sim, concordo plenamente com você... Mas veja... A situação "religiosa" nos livros de Tolkien tem muito mais referências mitológicas do que bíblicas, você não acha?
Sim, mas a 'estrutura' do mundo de um modo geral tem inspiração mais bíblica que mitológica (até a Redenção é mencionada).
 
Hmmm... Depende... A idéia de vários seres com poderes de Deuses é muito mais mitólogico... Errr... Vamos colocar assim:

Se analizarmos e pesquisarmos, leve em consideração que toda a Bíblia teve inspirações mitológicas. A história da Deusa Mitra, Hórus e até mesmo Khrishna e Jesus. O mito de Enki e a história da Criação.... Posso dar vários exemplos...

No fundo no fundo, SdA Vai ter uma inspiração na mitologia, pq a Bíblia em tem inspiração na mitologia antiga...

Mas talvez essa seja uma discussão pra outro post... Ou talvez seja um tópico que nem deva ser discutido...
 
Célio Meneldur disse:
Quanto ao tópico, eu não vejo relação alguma.
O inferno é algo material, algo que é. O Vazio não é.
Além disso, o inferno é o local de castigo, coisa que o Vazio não é.
Não acho que o Vazio tenha sido 'inspirado' em alguma coisa.

Antes de começar, enfatizo que não sou Católico, nem evangélico, nem espírita, nem nada que seja instrumento manipulador de massas. Não que eu deixe de considerar o sentido original nobre e de grandes valores aos quais se prestam as grandes religiões antes que fossem corrompidas pelo gosto do poder de seus líderes com o decorrer dos tempos. Mas é sempre bom recorrer às fontes quando falamos sobre algo tão controverso.


O inferno não é um lugar físico. Quem tem alguma noção do Cristianismo, deveria saber que, sob a ótica Católica (não compactuo dela, em todo o caso), Jesus desceu ao inferno depois que morreu, e depois ressuscitou. A Bíblia primeiramente foi escrita em grego, e não existia a palavra inferno. No original da Bíblia (em grego), a palavra para "inferno" era Haides (que para o português transliterou-se em Hades), o equivalente a Seol.


Existia [ame="http://pt.wikipedia.org/wiki/Seol"]Sheol[/ame], que era um "mundo das sombras" para onde iam os condenados. Por exemplo, em Isaías 5:14 diz que o Seol "escancarou a sua boca além de medida". Embora o Seol já tenha engolido, por assim dizer, um incontável número de mortos, parece que sempre anseia mais, conforme Provérbios 30:15, 16. Ao contrário de um local físico, como vc sugere que seja inferno, que pode receber apenas um número limitado de mortos, "o Seol não se farta", conforme Provérbios 27:20. Este contexto dá a entender que o Seol nunca fica cheio ou que não tem limites. Portanto, Seol ou Hades não é um lugar literal num local específico. Depreende-se que é a sepultura comum ou geral da humanidade, o lugar figurativo onde se encontra a maioria dos humanos falecidos. A Bíblia apresenta também a possibilidade de regressar do "Seol", "Hades" ou "Inferno" conforme Jó 14:13, Atos 2:31 e Revelação ou Apocalipse 20:13. Mostra também que aqueles que estão no Seol, ou Hades, incluem não só os que serviram a Deus, mas também os que não O serviram. (Gênesis 37:35; Salmo 55:15) Portanto, a Bíblia ensina que haverá "uma ressurreição tanto de justos como de injustos", confome expresso em Atos 24:15. Não importa no que eu ou vc acreditamos, mas sim tirarmos embasamento de fontes originais. E delas não podemos dizer que o inferno é um lugar físico ou semelhante ao Vazio como sugere a pergunta do criador do tópico.




Apesar da Bíblia citar passagens sobre o inferno, como a do rico no inferno que pede para que Abraão lhe refresque a ponta da língua com uma gota de água (claramente uma metáfora), ou quando Jesus fala sobre as "Trevas Exteriores, para onde são lançados os impuros, lugar onde há choro e ranger de dentes", é difícil acreditar literalmente em tudo o que está escrito. A cultura antiga e seus povos não falavam como nós, pessoas modernas cuja linguística é mais prática e burocrática. Nas obras literárias atuais, não há nada que lembre a linguagem das obras antigas. Todas essas obras possuem um certo mistério intencional em suas linguagens metafóricas, Muitas dessas metáforas eram necessárias para criar algum impacto e atrair a atenção, que fizesse alguma diferença. E é verdade que os grandes livros dos tempos antigos só perduraram e significaram alguma coisa por suas linguagens complexas e de estética e filosofia distintas. Mas a língua é um organismo vivo, pois acompanha as evoluções de seus respectivos povos. Muitos termos foram erroneamente interpretados e traduzidos do grego para o latim e assim por diante ( como o termo em discussão no tópico) .



Agora, o vazio na Obra de Tolkien faz parte de Eä, é bom que se diga. Tudo o que está fora das Mansões de Ilúvatar (que é o mundo espiritual) faz parte de Eä, inclusive Arda e o Vazio. A não ser que o Vazio seja algo indissociável do Todo. E penso no Vazio como um lugar relacionado com a antimatéria, matéria escura e energia escura do nosso universo, um lugar onde nada visível pode existir. É difícil discorrer sobre algo não menos que o cúmulo da complexidade. Pois é como tentar explicar o que é espírito (Ondas de frequência imperceptíveis a métodos científicos?).




Kyra disse:
Hmmm... Depende... A idéia de vários seres com poderes de Deuses é muito mais mitólogico... Errr... Vamos colocar assim:

Se analizarmos e pesquisarmos, leve em consideração que toda a Bíblia teve inspirações mitológicas. A história da Deusa Mitra, Hórus e até mesmo Khrishna e Jesus. O mito de Enki e a história da Criação.... Posso dar vários exemplos...

No fundo no fundo, SdA Vai ter uma inspiração na mitologia, pq a Bíblia em tem inspiração na mitologia antiga...



Kyra, generalização é algo perigoso. É necessário um certo cuidado quando tocamos num assunto delicado como uma crença. Apontar o que é ou não fruto de influência de outras mitologias, sobretudo quando falamos da maior religião do mundo, que é o Cristianismo, fica complicado. É mais fácil para quem não é cristão ou não tem nenhuma crença em particular. Eu concordo com vc com relação à mitologia Suméria, que na verdade dá margens a outras interpretações, inferindo até mesmo em argumentos que atendam à veracidade das narrativas sobre os Anunnaki, que são "aqueles que desceram dos céus" e aqui estabeleceram o cruzamento entre os "gigantes" (tbm descritos no Antigo Testamento) e as filhas dos homens. Enki teria sido não um Criador do ponto de vista meramente cosmogônico (tendo em vista que Anu era o real Deus), mas as escritas cuneiformes falam que ele e outros de sua raça (como Enlil) vieram dos céus e aqui mantiveram trabalhos de mineralogia e genética. Inclusive, há gravuras não apenas sumérias dos Anunnaki e estranhas máquinas, mas egípcias de espaçonaves, o que é intrigante. E a Bíblia, no que concerne à Criação, realmente é nitidamente influenciada pelo mito sumério da Criação. Alguns deuses, como os do Olimpo e tbm os nórdicos, são os mesmos "deuses" descritos pelos sumérios, mas cada mitologia lhes deu nomes diferentes para denominar personagens com as mesmas características. É uma confusão, de fato, até incompreensão por parte dos antigos, de que, se houve viajantes do espaço que foram tomados como deuses ( "Eram os deuses astronautas?"), tal fato foi posteriormente transformado em mitologia. Mas existem argumentos bem fundamentados, principalmente pelos estudos de Sitchin e de Däniken, de que Enki, Enlil e os Anunnaki são, na verdade, extraterrestres que visitaram a Terra naqueles períodos. Algumas coisas em outras religiões, como a hindu, fala de naves vimanas através das quais deuses eram vistos voando como objetos reais, fora do campo ficcional. Mas ocorreu de forças maiores (os que detinham o controle político) perpetrarem uma imagem talvez fantasiosa demais, escondendo uma possível realidade dos fatos.



É preciso ressaltar que, caso alguém não conheça todo o conteúdo do Antigo Testamento, a maior parte do que é narrado lá, com exceção do Gênesis, que é pura metáfora (assim como o Apocalipse de São João), mostra exatamente de maneira quase documental, a cultura hebraica. A Bíblia é considerada por Historiadores como o livro mais completo e fundamentado sobre a cultura hebraica. Há a Cabala, que é um ramo místico dos ensinamentos judaicos que tinham o propósito de irem mais à fundo na Torá. Há outras obras, claro, principalmente aquelas que possuem um corpo doutrinal mas que não são cânones, como os livros apócrifos que mostram, inclusive, um Jesus mais humano, com defeitos, etc. E,logicamente, os Concílios da Igreja trataram de esconder tudo sobre o conteúdo de personagens Bíblicos que dessem margens à uma maior aproximação com pessoas comuns. Possivelmente os discípulos de Cristo escreveram e detalharam sobre muitas coisas que hoje nos parecem vagas, mas que poderiam esclarecer muito sobre o que hoje nos é motivo para duvidar. Aliás,uma coisa é certa: a religião é manipuladora em vários sentidos, inclusive contra os que professam uma mesma crença. É difícil divisar o que é fruto de manipulações e o que é autêntico sobre os acontecimentos Bíblicos. Mas se existe alguma similaridade com mitologias mais antigas, com certeza vc não vai encontrar nada no Novo Testamento e na maior parte do Antigo Testamento (que trata mais do modo de vida dos hebreus, seus códigos, sua vida cotidiana). No entanto, qualquer pessoa com conhecimento sobre a cultura suméria, há de convir que todas as outras mitologias ulteriores, como a Grega e a Nórdica e, por que não, o Gênesis da Bíblia, bebem de uma mesma fonte. Para quem duvida, basta pesquisar sobre o trabalho de Zacharias Sitchin , por exemplo, que é um estudioso e especialista das tabuletas sumérias.




Em princípio, algumas coisas do Legendarium do Tolkien são como cópias fiéis do Cristianismo, que por sua vez, em muitos pontos são influenciados não só por mitologias, mas por crenças enraizadas. Vejamos: assim como acontece com os anjos do Cristianismo, os Ainur são divididos em hierarquias: Valar e maiar (no cristianismo há os Serafins, Querubins, etc...cada qual com suas especificidades e papéis a desempenhar). A batalha de Dagor Dagorath, por exemplo, quando Morgoth seria liberto e exterminado por Túrin Turambar, é nada mais nada menos que a batalha final entre o bem e o mal depois do Apocalipse da Bíblia ( ou concomitante a ele). Todos os principais valores dos personagens tolkienianos, em especial os do Senhor dos Anéis, possuem equivalentes nos ensinamentos de Jesus, salmos e provérbios de Salomão. Mas é claro que por ser uma obra de ficção, Tolkien foi muito mais além de aplicar caracteristicas de sua crença à sua obra. Ele sabia o quão rico culturalmente, e fascinante, eram as culturas nórdicas, que nada mais foram que herdeiras das culturas da mesopotâmia e do norte da África, de onde floresceram as culturas mais antigas de todos os tempos. O deuses Odin, Thor, Loki, as valquírias, etc, etc, etc podem ser reconhecidos nas lendas sumérias dos Anunnaki, ou em alguns deuses babilônios, que são essencialmente os mesmos, com modificações incrementadas naturalmente pelas influências temporais e espaciais específicas. Tolkien era Católico fervoroso, mas não era fanático, claro. Ele era um homem de cultura elevada e, até certo ponto, de mente aberta. Afinal,não são muitos os Católicos fervorosos que se ocuparam tanto com mitologias nórdicas e derivadas como Tolkien. Tolkien era bem mais flexível que C.S Lewis, por exemplo.



Kyra disse:
A história da Deusa Mitra, Hórus e até mesmo Khrishna e Jesus


Jesus é um caso à parte. Ele é um personagem histórico. Assim como Herodes (que mandou matar crianças com menos de 2 anos pq não queria que o Messias nascesse) ou Pôncio Pilatos (que interrogou pessoalmente Jesus)e que respondia a Roma. O que os historiadores questionam são os milagres, as realizações milagrosas tão veementemente narradas na Bíblia, como ressuscitação de Lázaro, o caminhar sobre as águas, a transformação da água em vinho, entre os mais importantes. Mas mesmo que alguém não acredite na Bíblia, seja totalmente ou parcialmente, é preciso separar o que nos vem à mente como influência direta de outras mitologias e aquilo que mostra algo de original. Vc citou Khrishna e Jesus, mas todos os grandes ensinamentos universais, não importa quem os ensine, possuem uma mesma base edificada em valores como amor,equilíbrio, desprendimento, paz e respeito ao semelhante, iluminação e concentração numa vida espiritual. Mas dai não podemos fazer isso com todos os exemplos que nos vêm à mente, Pq todos os personagens famosos ligados às crenças diversas, possuem esse estigma de carregarem sabedoria, a característica de falar numa linguagem mística e através de parábolas. Mas isso não é o suficiente para apontar que tal fulano é na verdade uma recriação de algo que já existia. Se fosse assim, nós, seres humanos, não somos reais, pq nossas principais características, potenciais artísticos e comportamentais já foram mostrados sob diversas roupagens literárias, desde as comédias e tragédias gregas, passando por poetas latinos e até pelos idealistas renascentistas.



Seria preciso muita imaginação para achar que Jesus nunca existiu. Pq o próprio Império Romano trataria de desmentir tal fato e não fundar uma Igreja em torno de seus ensinamentos, afinal o Império era politeísta. Todos os documentos na época, em grego, chegaram às mãos de pessoas importantes, que as traduziram para o latim. Não creio ser o caso de, se realmente fosse um simples caso de aplicação de características de um personagem-simbolo mitológico dentro de um ponto de vista Cristão, tais documentos (os do Novo Testamento) receberiam alguma credibilidade. Afinal, o Império Romano percebeu que havia já há três séculos tais manifestações de pessoas que passavam de boca a boca sobre a existência de um homem santo, de "incrível" natureza que movia multidões e arrancava todo tipo de desconfiança dos judeus, a ponto de terem mandado prendê-lo e matá-lo.

O problema são as representações equivocadas de Jesus. Oras, ele era um ser humano, ainda que fosse um "enviado" do Altíssimo, ele era dependente de todos os problemas intrínsecos ao ser humano. Provavelmente tinha a pele bem morena, um aspecto físico condizente com o biotipo de seu povo (nada daquele Jesus europeizado, de pele clara, olhos azuis...:roll: )



Kyra disse:
Mas talvez essa seja uma discussão pra outro post... Ou talvez seja um tópico que nem deva ser discutido.




Apesar de eu acreditar numa força inteligente que criou alguma coisa nesse universo, não tenho religião, não frequento Igrejas nem nada disso. Só acho que a crença em algo ( como Deus, alma, vida após a morte) não deve ser discutida de uma maneira que sabemos não dar certo. Se nos basearmos na ciência e em coisas empíricas, sabemos que tais não podem ir além do ponto no qual seus avanços conseguiram chegar até aqui.


De qualquer forma, tem muita coisa que é noticiada e não ficamos sabendo, e que são necessárias para uma boa discussão sobre o assunto. Não ficar nesse marasmo de achar que a ciência é totalmente contrária à fé, pq não é verdade. Tanto que já li entrevistas de alguns cientistas importantes que preferem conciliar ciência e a crença em algo maior, que dê sentido a essa correlação harmoniosa de forças que sustentam o universo e possibilitam a vida.. Por exemplo, alguns cientistas defendem a idéia de que a consciência humana é de natureza não-localizada. E ela não estaria relacionada com o funcionamento bioquímico do cérebro. Existem teorias que dizem que o universo é uma realidade holográfica, uma projeção construída em linhas de tempo, dentro de outras linhas e por aí vai. Assunto extremamente complicado. E Deus nisso tudo não cabe numa ciência ainda incipiente. Só acho que se o espirito, Deus, e tudo o que a religião aborda existir, só será melhor entendido quando a ciência souber mais sobre o DNA humano; mais de 90% do nosso DNA é considerado "lixo", sem função específica. Alguém acha que é uma verdade só pq a ciência diz? Ou não seria o caso da falta de avanço da própria ciência? Quem disse, por exemplo, que esse insight que temos sobre alma, vida após a morte, etc, não esteja atrelada à parte do DNA que a ciência ainda não consegue entender? Uma coisa interessante é notar que em todas as mitologias podemos encontrar personagens e acontecimentos relatados em histórias das mais antigas culturas. E mesmo assim não podemos dizer que as mitologias são intencionalmente ficcionais, mas que tais personagens e histórias foram distorcidas com o passar do tempo.Alguma coisa na Bíblia pode ser (e é) influenciado pelos mitos sumérios, mas se o próprio povo sumério interpretou a intervenção de seres vindos do espaço, como se fossem deuses, tudo o mais perde credibilidade, por este equívoco histórico que criou e alimentou mitologias e várias religiões.



No mais, Kyra, dá uma olhada nesses videos dentro do Spoiler...são não apenas fascinantes, mas nos ajuda a compreender como se deu o processo de criação de algumas religiões. É um dos melhores videos que já vi. Na verdade esses videos caberiam melhor no tópico sobre Ovnis, mas o assunto desse video vai mais além e explica ou sugere, entre outras coisas, como os deuses eram criados. É melhor assisti-los no Youtube...com imagem e legendas maiores...:obiggraz: . Assista aos poucos, afinal, cada parte tem 10 minutos. Mas vale a pena cada segundo!

















 
Última edição por um moderador:
E delas não podemos dizer que o inferno é um lugar físico ou semelhante ao Vazio como sugere a pergunta do criador do tópico.

Bem, isso é verdade. Mas se fizermos uma análise de como aqueles que crêem no inferno se referem a ele, teremos que o vêem de maneira materialista. Não querendo refutar o que tu colocaste, que aliás achei muito interessante.
Além do mais, mesmo sendo material ou imaterial, ele EXISTE, e o Vazio compreende o inexistente, a ausência total de matéria.
Nosso vácuo possui ondas se propagando, energia escura e antimatéria, mas acho que Tolkien não criou seu Vazio dentro dessa esfera de compreensão científica; haja vista que Arda era plana:think:.



Mas a língua é um organismo vivo, pois acompanha as evoluções de seus respectivos povos. Muitos termos foram erroneamente interpretados e traduzidos do grego para o latim e assim por diante ( como o termo em discussão no tópico) .

Fora o fato de que muitos textos foram considerados apócrifos, como o Evangelho de São Tomé e o de Maria Madalena.8-O
Se você ler "O que Jesus disse? O que Jesus não disse?", do Bart Ehrman(esqueci com se escreve o sobrenome:mrgreen:), perceberá ainda que os primeiros copistas eram voluntários que alteravam pequenas passagens para que o sentido ficasse conforme sua opinião. Uma passagem interessante é a encontrada em Marcos ( ou Lucas, se não me engano) em que se diz " e sua mãe e José", onde deveria ter " e sua mãe e seu pai". Foi alterada esta passagem para evitar especulações de que José fosse pai carnal de Jesus.


Agora, o vazio na Obra de Tolkien faz parte de Eä, é bom que se diga. Tudo o que está fora das Mansões de Ilúvatar (que é o mundo espiritual) faz parte de Eä, inclusive Arda e o Vazio. A não ser que o Vazio seja algo indissociável do Todo. E penso no Vazio como um lugar relacionado com a antimatéria, matéria escura e energia escura do nosso universo, um lugar onde nada visível pode existir. É difícil discorrer sobre algo não menos que o cúmulo da complexidade. Pois é como tentar explicar o que é espírito (Ondas de frequência imperceptíveis a métodos científicos?).

Primeiro, como disse em cima, a obra de Tolkien não está relacionada com termos científicos. Então, acho que o Vazio ( na obra Tolkieniana) é somente ausência total de tudo. O fato de que Melkor procurou o fogo secreto de Ilúvatar no Vazio e não o achou pode realçar o que estou dizendo.
Segundo. Tentas explicar o espírito dentro de uma noção científica, quando, ao longo da História, o mesmo só atingiu as esferas da religião e da filosofia. René Descartes dividiu o homem em res extensans e res cogitans, sendo o primeiro a matéria, e o segundo, a unidade pensadora, o espírito. Sócrates também falou sobre isso: disse que o espírito era nossa essência e que esta podia reencarnar ou até mesmo se tornar errante. Então, pode-se depreender que o espírito é nossa essência, que é pensante; as ondas são efeitos provocados pelo espírito, porque conceitualmente são perturbações do meio. A ciência ainda é muito vaga para responder a estas questões, portanto,ato-me à filosofia.:yep:
 
Roy Batty, acredito que você tenha interpretado mal minha resposta, ou eu que não tenha explicado o meu pensamento corretamente. Segundo a doutrina católica, o inferno existe, é um lugar, mesmo que não seja 'físico' no sentido que normalmente damos à essa palavra.
 

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