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Seria Fëanor uma representação da humanidade ?

Boa noite a todos.


Tive um insight sobre o Fëanor hoje, na madruga, a 120km/h, sozinho na estrada, indo para Cabo Frio onde a família passa férias.

É uma questão que demanda um pouco de experiência de vida e uma mínima noção de história do século 20, ou seja, gostaria da opinião dos que estão nesse perfil....



Durante a semana fazendo manutenção de um grande site político que administro, coloquei no ar um vídeo pesadíssimo(triste) sobre o comunismo e como eles chegarão a incrível cifre de 100 milhões de mortes no século 20... 1:20hs de muita coisa triste... como disse, pesadíssimo, triste, deprimente, lacrimoso, mas infelizmente......... a mais pura verdade. Foi feito pelo parlamento Europeu, é um vídeo sério... tipo BBC etc...

Pois bem, vinha na estrada dirigindo e pensando na capacidade do ser humano em fazer maldade... parece infinita... a cada dia se supera... me lembrei de uma frase de um grande filósofo que disse:

"...não importa se é europeu, americano, japonês, russo, africano, preto, branco, amarelo, indio... basta ser humano pra não prestar"

Eu sei que a imprensa esconde muita coisa, mas os fatos estão ai e ainda assim muitos ainda aderem a essa ideologia... parece ser uma doença, como diz o filósofo Olavo de Carvalho que está escrevendo um livro sobre o pensamento revolucionário e suas similaridade com algumas doenças tratadas pelos psiquiatras.

A viagem estava triste.... abri os vidros, desliguei o ar......... resolvi arejar o ambiente... tasquei um DVD do trio Vinicius de Moraes, Jobim e Toquinho.

Mudou da água pro vinho...

Eu já estava encantado com aquela musicalidade e impressionado em como poderia tanta harmonia e sinceridade entre esses três...

Lembrei de algumas frases prontas que escutamos por ai... que diz:

"Ninguém é insubstituível..." e me perguntei......

- Quem substituiu o Vinicius de Moraes ?
- Quem substituiu o Tom Jobim ?
- Mozart ?
- O Carl Sagan ?
- O Tolkien ?

Eu vou chegar lá..................

Em uma faixa, o Vinicius conta que escreveu a próxima música em um momento de saudade do Tom. Ele estava em uma praça, olhando tudo em volta e lembrando os velhos tempos.

Vocês já viram exemplo tão bonito de amizade... de sinceridade... de amor fraterno ? Vocês conhecem alguém que tenha escrito uma música para um amigo quando este sentiu saudade ? Dá pra mensurar o quilate desse ser humano ?

Pois bem, vinha na estrada dirigindo e pensando na capacidade do ser humano em fazer coisas bonitas... parece infinita... a cada dia se supera...

Em um trecho da música ele fala:

- Só tenho uma certeza, é preciso acabar com essa tristeza, é preciso inventar de novo o amor....


Como pode o mesmo ser que se destrói........criar coisas maravilhosas... ?


Pronto........ veio o insight !

Caramba, Fëanor era a exacerbação disso em uma única pessoa... será que o mestre Tolkien buscou essa minúcia ? Não li todos os textos, não li as cartas do mestre, não sei o quanto ele falou desse personagem... mas tenho hoje bem claro que ele representa isso e gostaria de escutar vocês.......
 
Por hora, não vou me prolongar no assunto...

Admito que não li o post inteiro, mas só vi a parte do Mozart e do comunismo....

Concordo que ele era foda, mas há outros tão fodas (OU MAIS): Beethoven, Bach, Wagner, Stravinsky, Tchaikovsky, Vivaldi....

Mozart era ágil e de técnica absurda... mas em termos de complexidade e inovação, não é nada "insubstituível", pq sabemos que o precursor da estética romântica da música sinfônica foi Haydn! =)

Eu não li, como já disse, o tópico, mas parece que algumas coisas fogem do tema estritamente tolkieniano.

Ah sim, outra coisa: o que há de errado com o comunismo???? Já que, historicamente, ele NÃO EXISTIU, mas sim foi distorcido por políticos narcísicos que difamaram a essência comunista....deu no que deu..

O comunismo é o modelo político mais justo que existe...isso se fosse colocado em prática, claro, se todas as pessoas tivessem a mesma índole boa e não interesses próprios.
 
Última edição:
Por hora, não vou me prolongar no assunto...

Admito que não li o post inteiro, mas só vi a parte do Mozart...

Concordo que ele era foda, mas há outros tão foda (OU MAIS): Beethoven, Bach, Wagner, Stravinsky, Tchaikovsky, Vivaldi....

Mozart era ágil e de técnica absurda... mas em termos de complexidade e inovação. não é nada "insubstituível", pq sabemos que o precursos da estética romântica da música sinfônica foi Haydn! =)

Eu não li, como já disse, o tópico, mas parece que algumas coisas fogem do tema estritamente tolkieniano.

Ah sim, outra coisa: o que há de errado com o comunismo???? Já que, historicamente, ele NÃO EXISTIU, mas sim foi distorcido por políticos narcísicos que difaram a essência comunista....deu no que deu..

O comunismo é o modelo político mais justo que existe...isso se fosse colocado em prática, claro, se todas as pessoas tivessem a mesma índole boa e não interesses próprios.
Êita, concordo com o que você disse sobre o comunismo, parceiro. Só que é utópico e talz. Mas não discutamos isso aqui. Já que você não leu o post, sugiro que o faça. O ponto do F6eanor Língua de Cobra está no fim do post, não no começo :P
 
Êita, concordo com o que você disse sobre o comunismo, parceiro. Só que é utópico e talz. Mas não discutamos isso aqui. Já que você não leu o post, sugiro que o faça. O ponto do F6eanor Língua de Cobra está no fim do post, não no começo :P
Hehehehe..

É um problema quando um post é meio disperso e fica nos circunlóquios, mas entendo a boa vontade do autor (paradoxal o nick....)

A idéia de que Fëanor seria uma representação da humanidade é boa....mas o conteúdo que explanaria a tese, pareceu-me inconsistente! Mas...vamos ver se este tópico se desenvolve.
:cool:
 
Acho que o que ele quis dizer foi que Fëanor era capaz de criar coisas tão belas (as Silmarils) e ainda assim realizar os feitos mais pérfidos de toda a história dos Quendi, sejam eles Ávari ou Eldar, Moriquendi ou Calaquendi. Mas todos os personagens mais trágicos de Tolkien (Fëanor, Túrin, os Reis de Númenor, Isildur, até mesmo Melkor e Sauron) têm as falhas intrínsecas aos seres humanos. A mais expressiva destas sendo uma necessidade de se compensar suas perdas (a rebelião de Fëanor, a tomada do Anel por Isildur, e a revolta de Ar-Pharazôn são as maneiras através das quais estes personagens buscaram reparar suas perdas pessoais).

Não importa se eles são homens, elfos, anões, hobbit, orcs, Maiar ou Valar. A história dos povos da Terra-média é uma história de perdas. A perda da vida, para os Númenorianos, a perda das Árvores para os Valar, a 'perda' da capacidade de criar para Melkor (embora ele nunca a tenha tido, seus irmãos criaram as coisas mais belas para povoar a Terra-média, e ele não era capaz de fazê-lo, nem mesmo a casca mais vazia, desde sua rebelião no Ainulindalë), a perda do Anel por Sauron, a perda das Silmarils... Posso ir continuando a lista. Mas ao meu ver esta éa característica mais humana de quaisquer personagens de Tolkien. E o modo como eles reagem a estas perdas define quão desenvolvidos (no sentido do desenvolvimento pessoal do personagem, como uma iluminação, ou o que o valha) eles realmente são. Arwen reagiu bem a sua perda (à morte de Aragorn), mas do outro lado Fëanor não (o assassinato de Finwë e o roubo das Silmarilli, mais feriram seu orgulho do que qualquer outra coisa, o que o levou a fazer o que fez).
 
:yep: É um paralelo que pra mim faz bastante sentido. A vida de Fëanor cumpria requisitos de um processo inteligente. A inteligência tem a característica de poder criar as maiores belezas ou as coisas mais assustadoras a depender do discernimento do usuário.

O elfo concentrava o maior potencial de desenvolver essas qualidades dentre os filhos e poderia tê-las manifestado de forma poderosa para o bem (para melhorar o mundo) ou para o mal (uma rebelião que poderia destruir o mundo).

Morgoth teria esse potencial ainda mais concentrado, mas escolheu na hora de cantar a música que trabalharia sem usar o potencial para o bem. Ele não sabia qual era o objetivo final de seu esforço, e a manifestação da obra dele nunca poderia ensiná-lo pois sua obra trabalhava apenas para si. Nas palavras do SdA "O mal continua sendo o mal."

Munidos da criação de conceitos próprios de beleza pela beleza ou a técnica pela técnica não foram capazes de criar discernimento em Feanor e isso salvava Aulë, que construía coisas porque queria ajudar Eru e as fazia para todos e não para si mesmo.

Os Valar do bem eram realistas e procuravam por uma técnica e beleza que não comprometessem resultados. Eles conheciam bastante seus ofícios.
 
Concordo com isso também. Acredito que Fëanor apresentou, nas suas ações, várias das faces que a personalidade humana pode apresentar. A criação de coisas belas e ao mesmo tempo realizar atrocidades para conseguir o que deseja são características que, olhando para a própria história da humanidade, acontecem com os humanos. Além do fato de que, agindo por impulso, não é possível medir as conseqüências dos seus atos.
 
Caro, Fëanor conselheiro de Théoden, comparsa e assassino de Saruman!!

Também não lí ainda alguma carta que fale específicamente da intenção do Professor para com Fëanor. Mas acho muito difícil alguém que lê sobre "O Elfo" não se identificar de alguma forma com ele.
Muitos até o detestam pelas suas atitudes pós-Melkor, mas é impossível não admirá-lo quando se fala de sua inteligência e habilidade para criar. E o que pouca gente lembra é que há um resumo muito preciso a respeito dele; "...Saiu então Fëanor correndo do Círculo da Lei e fugiu pela noita adentro. Pois seu pai lhe era mais caro do que a Luz de Valinor ou do que as incomparáveis obras de sus mãos. E quem, entre os Filhos, de elfos ou dos homens, deu mais valor aos pais?"

Fëanor, a meu ver, é como uma criança que acaba de ir para a escola, em seus primeiros dias e descoberta, e é aquele filho inteligente, sem esforço, que se destaca em tudo, esportes, artes, tudo! Impossível não ter orgulho de uma criança assim. Mas é uma criança que não leva desaforo de volta pra casa, aquela criança que "desce o sarrafo" sem dó, da mesma forma que sai em defesa de um amigo que está sendo maltratado. E assim, também facilmente levado pela mentira de outros, pela intensidade a que se dedica as coisas que ama...

Fëanor errou, não tenho meios de poupá-lo disso, mas o fez na maior das intenções que seu coração mandou. E muitos de nós fazemos isso. Não por valentia ou por falta de inteligência. Mas nossas paixões, se não bem administradas, sem um certo controle, nos levam aos mesmos erros de Fëanor. Quantos não matam seus amores, seus pais, filhos, melhores amigos, seus "Messias"...

Enquanto o ser "humano", se é que ainda podemos chamá-lo assim, "amar" ele matará!! Há muitos personagens que citam o homem como a pior praga do mundo. Se olharmos bem, não demora muito para isso virar regra. Infelizmente!!
 
Última edição:
Bem colocado.

Ele também, assim como os humanos, deixou em certos momentos a emoção falar mais alto que a razão, e tal feito, o levou a fazer coisas belas e outras não tão belas.
Na verdade todo personagem, seja de livro ou de filme, retrata as ações humanas, as boas e más, ambas de uma vez. Sempre existe os mais bondosos, os mais maldosos e os meio termo. Penso eu que isso serve de alerta, serve para nos fazer pensar em nossos atos. E como todo autor, o mundo em que se vive serve de base para a criação de um outro mundo e de seus personagens, Tolkien não era excessão a regra, então não somente Fëanor, mas todos as personagens possuem um pouco das características humanas, cada uma mostra uma delas, ou várias ao mesmo tempo.
 
Concordo!

Como dito, fico imaginando em quem o Professor encontrou em vida para compor o perfil de Fëanor. Será que existiu essa pessoa?? Eu mesmo confesso que se tem alguma Carta que fala disso, ainda não cheguei lá.

( Empaquei na leitura de Cartas, mas assim que terminar de ler novamente SDA, prometo retornar. Comecei a releitura para postar num tópico que abrí sobre a Interferência de Ulmo)

Essa idéia de uma pessoa em quem Tolkien se baseou para escrever sobre Fëanor sempre martelou na confusão de pensamentos que surgem quando leio sobre o maior de todos os elfos. Sim, e porquê não? Quando se está escrevendo, geralmente usa-se alguém, ou algum aspecto da personalidade de alguém.
Se Tolkien se baseou num encontro dele com sua esposa no campo para escrever sobre Luthien e Beren, porque não ser possível essa hipotese. Me pergunto tambem quais os personagens que ele criou lembrando de seus filhos e amigos com CSLewis?

Quanto a aséctos da humanidade, há ainda Númenor, que acredito ser a maior crítica que o Professor poderia ter feito à Humanidade!
 
Isso é uma coisa das quais eu sempre tenho frisado muito nesse fórum, a semelhança dos personagens criados por Tolkien com os seres humanos em sua essencia; muitos confudem com a questão da raça; mas o meu foco é esse ponto em que todos possuem falhas. Acho que o professor em suas pesonagens personifica muito bem a real existencia do bem e do mal e os contrasta de forma incrivel.
Gostei muito sobre o que o Danilo disse, que a historia de toda Arda acaba sendo uma história de perdas e que as pessoas a partir dessas perdas escolhem o caminho a seguir.
Sei que é muito clichê isso que vou falar agora [mas infelizmente eu adoro esses bordões de senso comum]: " Não existe o bem sem a existência do mal".
Quanto a Fëanor ser uma representação da humanidade isso eu não sei, eu realmente gosto muito dessa personagem, por que ela nos mostra o quão vulnerável qualquer um de nós pode ser diante de situações adversas. Muita gente fala que jamais mataria, mas num momento de desespero em que exige tal ato quem realmente garante que não fará tal coisa?
 

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