Brunno Zenni
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O britânico Asif Kapadia topou o desafio de contar a história da intimidade do ídolo.
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Estou ancioso para a estreia do filme, e vocês o que esperam do filme?
Autódromo de Suzuka, 1990: uma imagem que você nunca viu. Antes do Grande Prêmio do Japão, os pilotos se reúnem com o diretor de prova. Senna está ali. E, longe do volante, vai viver um de seus momentos de maior coragem.
Depois de um ano sendo prejudicado pelos dirigentes da Fórmula 1, ele percebe que mais uma vez querem favorecer o rival Alain Prost.
Em inglês, ele diz: ‘não posso ficar, isso é uma piada’.
Senna vai falando e caminhando até a porta e sai. Depois desse protesto, ganhou dois títulos mundiais. Imagens como essa, guardadas por 20 anos nos arquivos da Fórmula 1, foram descobertas por este homem.
O britânico Asif Kapadia é um diretor de cinema e conta que aceitou um desafio que, falando assim, parece impossível: fazer Ayrton Senna contar a própria história. Uma vida narrada por quem já se foi.
Nunca um ídolo do esporte teve a vida tão documentada e nem foi cercado por tantas câmeras em todos os lugares, dentro e fora das pistas. Mesmo assim, o Ayrton Senna que o Brasil conhece tão bem surge diferente e revive na tela 16 anos depois.
A quantidade de gravações existentes permitiu o milagre. O filme conta que em 1984, um amigo começou a visitar aos domingos de manhã. No ano seguinte, já entrava em casa sem tocar a campainha. E, no fim da visita, botava uma música.
Ayrton era do Brasil, mas não só dos brasileiros. É incrível, mas nas mãos de Senna a bandeira verde-amarela emocionava o mundo inteiro.
“O Japão fez do Ayrton Senna muito mais que um ser humano genial no que faz, ele virou um personagem. Em vida já era como se fosse um personagem criado, maior que a própria pessoa”, explica Reginaldo Leme.
Com depoimentos gravados para o filme, o comentarista conversa através do tempo com o personagem principal.
Em outro momento inédito, Senna nos leva de carona em uma volta mágica pelo circuito de Mônaco. A história já foi lida, mas é a primeira vez que ouvimos a voz do piloto. Ele narra em inglês o momento de um gênio encontrando a perfeição.
“Naquele dia, de repente, eu percebi que eu não estava mais pilotando com a consciência, eu me sentia em uma outra dimensão. O circuito para mim era um túnel e eu estava indo, indo, indo. Então, eu percebi que eu estava além da minha consciência”, contou Senna.
Durante aquela volta, Senna chegou a andar quase dois segundos mais rápido do que todos os outros pilotos.
“Surgir um Ayrton Senna, surgir um outro Pelé, isso é uma coisa para alguns séculos. De cinco em cinco séculos, se é que vai surgir um outro Pelé, um outro Senna”, aposta Reginaldo Leme.
Para contar a história desse ídolo planetário, o filme mistura inglês e português. A trilha sonora é do brasileiro Antônio Pinto, que já compos para Central do Brasil e Cidade de Deus.
O diretor diz que o mais difícil foi mostrar, não o gênio das pistas, mas o homem fora delas. Para isso, Asif Kapadia contou com muitas imagens da TV Globo. Como as do dia em que, diante das câmeras, Senna e Xuxa começaram a namorar.
Os amigos, a família Senna, todos colaboraram. Até Alain Prost que, mesmo sem querer, acaba fazendo o papel de vilão.
“O Prost autorizou o filme, participou do filme. A saga do Ayrton e do Prost foi vital para o trabalho dos dois. Um precisou do outro pra atingir o máximo do potencial e escrever essa historia superbonita na Fórmula 1”, conta a irmã, Viviane Senna.
E os melhores momentos do filme nem são aqueles em que Senna vence Prost. São os que mostram Senna vencendo o senso comum, a mesmice, o que já se conhece. Como em 1991, em Interlagos. Não era possível ganhar naquelas condições.
“Parece impossível pilotar um carro de Fórmula 1 com o câmbio travado na sexta marcha”, comenta Reginaldo Leme.
Mas Senna nunca tinha vencido no Brasil, e decidiu que tinha chegado a hora.
“Hoje eu lutei tanto, vai ter que dar, vai ter que dar e vai ter que chegar em primeiro porque Deus é maior que todos e Ele vai me dar essa corrida depois de tudo. E foi isso mesmo. Deus me deu essa corrida e valeu e eu estou feliz demais e a emoção foi muito grande”, revelou Senna na época.
Os livros dizem que ele ganhou 41 corridas. Mas Senna não cabe nos números. Sempre que essa história é contada de novo, ele vence mais uma vez.
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Estou ancioso para a estreia do filme, e vocês o que esperam do filme?
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