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Senhor dos Anéis - Tolkien

hemispheriomeridional disse:
Tilion disse:
ele criou um guia para tais termos

Qual é o título? [size=xx-small](em inglês, se possível)[/size]

Grato.


f.
¬¬

O texto se chama "Guide to the Names in The Lord of the Rings", que Tolkien escreveu depois de quase surtar quando viu a lambança nas traduções em holandês e sueco do SdA, onde os tradutores erraram praticamente em todas as traduções de nomes, supondo etimologias que nem de longe remetiam às utilizadas por Tolkien.

O "Guide" foi publicado originalmente no livro A Tolkien Compass (1975) e recentemente reimpresso em uma versão ampliada como "Nomenclature to The Lord of the Rings" no livro The Lord of the Rings: A Reader's Guide (2005), volume de notas sobre o SdA (fantástico).

Breno C. disse:
Senhor dos Anéis é filosoficamente um livro bem simples, mas isso não atrapalha a sua grandeza.

Ele é enganosamente simples no tocante à filosofia. As pessoas geralmente acham isso porque só vêem em primeiro plano a dicotomia "Bem x Mal", como se tudo na obra fosse necessariamente branco e preto e se resumisse a isso, quando na verdade o forte dela é justamente os tons de cinza, que são colocados de forma tão sutil que muita gente não percebe em uma leitura superficial. Isso sem falar em inúmeras outras questões que vão além do "certo" e "errado".

Recomendo os estudos de Tom Shippey sobre o SdA e as outras obras de Tolkien (nos quais ele aborda inclusive a filosofia existente no SdA e nos outros livros), os livros The Road to Middle-earth e J. R. R. Tolkien: Author of the Century, sendo que o primeiro livro (publicado no início dos anos 80 e reimpresso em versão ampliada recentemente) é considerado até hoje a referência nos estudos tolkienianos. Recomendo também o jornal acadêmico Tolkien Studies, onde costumam ser publicados diversos artigos de peso sobre esses temas.
 
Tilion disse:
Ele é enganosamente simples no tocante à filosofia. As pessoas geralmente acham isso porque só vêem em primeiro plano a dicotomia "Bem x Mal", como se tudo na obra fosse necessariamente branco e preto e se resumisse a isso, quando na verdade o forte dela é justamente os tons de cinza, que são colocados de forma tão sutil que muita gente não percebe em uma leitura superficial. Isso sem falar em inúmeras outras questões que vão além do "certo" e "errado".

Você falou tudo o que eu não consegue. Concordo com todas as palavras, só acrescentaria que de certa forma é um obra um pouco preconceituosa e as vezes limitadora, mas fora isso é genial.
 
Bem, não vou discutir a fundo Tolkien e o SdA por aqui, pois pra isso já tem a Valinor, onde já discuti e volta e meia continuo discutindo isso há quase 7 anos. :P Isso sem contar as listas de discussão antes disso, hehe.

Mas recomendo então tu dar uma procurada por lá por tópicos sobre a questão desse "preconceito", visto que a coisa também não é bem assim como todo mundo acha. O questão de "o que é negro é ruim" não é relacionada à cor da pele, mas a algo primordial inerente à própria humanidade (em tribos africanas, inclusive), onde tudo que é escuro, a Escuridão em si, a Noite, o Desconhecido, é sim visto como ruim e algo a ser temido e evitado.

Mas de novo recomendo aqui os livros do Shippey. Ele simplesmente consegue abordar todas essas questões com uma gama incrível de detalhes em um número não muito grande de páginas.
 
Tilion disse:
Ele é enganosamente simples no tocante à filosofia. As pessoas geralmente acham isso porque só vêem em primeiro plano a dicotomia "Bem x Mal", como se tudo na obra fosse necessariamente branco e preto e se resumisse a isso, quando na verdade o forte dela é justamente os tons de cinza, que são colocados de forma tão sutil que muita gente não percebe em uma leitura superficial. Isso sem falar em inúmeras outras questões que vão além do "certo" e "errado".


Nem precisaria ler esses livros todos que você recomendou (se bem que eu adoraria lê-los se tivesse oportunidade) mas uma segunda leitura (ou terceira, ou quarta) mais atenta, em personagens como Boromir e, claro, Gollum (além dos não tão óbvios Gandalf, Galadriel, Bilbo e Frodo) já nos mostra estes "tons de cinza" que você mencionou.
Mas tudo isso é mais nítido ainda em "O Silmarilion", principalmente nas histórias sobre os elfos.
 
O Gollum é o personagem mais óbvio desse aspecto, sendo inclusive um dos mais complexos psicologicamente, se não o mais.
 
Não chego próximo ao conhecimento que o Tilion e outros aqui do Fórum têm das obras do Tolkien, mas essa questão do preconceito é algo que vez por outra algum amigo sempre questiona.

Já encontrei na internet até artigos de alguns imbecis que chamavam Tolkien de nazistoide e usavam a suposta aversão dele por hippies que pisavam em seu gramado para provar isso...

Enfim, para quem não analisa o SDA de forma superficial e sabe colocar a história dos livros em seu devido contexto, fica claro que é impossível acusar Tolkien de racismo. De início, é preciso entender que a Terra Média provavelmente é equiparável a região da Europa setentrional em épocas onde nem se sonhava com globalização. O sujeito morria na mesma vila em que nasceu muita vezes sem nunca tê-la deixado. Portanto, é evidente, a maioria dos heróis e personagens do SDA têm essa compleição escandinava.

No contexto da história dos livros, essa “Europa” sofre uma ameaça externa. Ora, é evidente que uma ameaça externa só poderia vir dos “povos orientais”, ela só poderia ser não-branca. Alguns dizem que os povos orientais foram enganados por Sauron, não significando necessariamente que para Tolkine eles eram inerentemente ruins. Não acho que seja preciso ir tão longe. Basta entender que o fato de “forças externas” ameaçarem essa “Europa” não significa que heróis não-brancos não estivessem lutando contra Sauron em seus respectivos países. Simplesmente eles não caberiam na história da região que o livro se propõe a contar, nem por isso é possível dizer que não existissem.

Por fim, como o Tilion disse, a cor “escura” representa a noite, o nada. Momentos perigosos e dramáticos em que não se pode ver, onde não há luz e, em conseqüência, não há esperança. Os povos antigos temiam a noite, como o senso-comum nos faz temer, exatamente por isso. Desse modo, antes de representar qualquer tom de pele, a cor negra representa a escuridão.

De vez em quando sempre aparece um presidente ou figura pública que deixa certos movimentos militantes histéricos por dizer algo como “Esse é um dia negro para nós”. Tanto no caso do Tolkien como nesse, é a interpretação simplista que impede a verdadeira compreensão do que se diz.
 
Desculpem entram no meio dessa discussão produtiva de vocês, mas venho aqui fazer uma pergunta; alguém vai assistir ao "Retorno do Rei" que vai passar no SBT nesse sábado? E alguém dúvida que um "filminho curto" naqueles não seja reduzido pela metade com todos os cortes que vai ter? :dente:
 
Em relação a escuridão tratada por Tolkien, não nescessariamente ela é ruim. Opostos sempre existiram, e precisam se contrapor para a criação. O Caos nao é escuro, é ausencia. A escuridão é a antítese da luz. E o caos é a antitese da criação, mas para criar precisamos do caos,pois sem ele ,há estagnação. A luz da legitimidade a escuridão e vice-versa.


Tratando de ''terra média'', o termo ''middle earth'' essa medida foi adotada e foi chamada muito tempo a Dummonia, na alta idade média no famoso ciclo arturiano, onde por motivos obvios Tolkien por ser ingles, nada mais normal do que adotar.Não só lá foi chamado , mas todo povo em criação a sua cultura, denomina de ponto zero o seu lar, sendo o ponto médio da terra.
Sendo assim o oriente possuia varios endereços. O que hoje fica dificil pois estamos em um mundo globalizado onde a cultura esta sendo padronizada.

Sobre os tons. No livro, a sociedade do anel, Gandalf se encontra com o mago vermelho e com o mago marrom, ele sendo o cinzento e o saruman o branco. Mostrando notória evolução a cor branca de pureza e elevação. O motivo nao é só o branco.E
sim o Branco são o todas as cores e não apenas uma, por isso o Mago branco é o mais poderoso, pois ele já passou por todos os caracteres evolutivos, sendo a mistura de cor das primárias, todos sabem, cria a cor branca.

A dicotomia na obra de tolkien bem x mal, trata notoriamente de uma estrutura voltada a novelas de cavalaria da idade média, a ética do cavaleiro esta muito bem trabalhada na personagem Aragorn.
 
Tratando de ''terra média'', o termo ''middle earth'' essa medida foi adotada e foi chamada muito tempo a Dummonia, na alta idade média no famoso ciclo arturiano, onde por motivos obvios Tolkien por ser ingles, nada mais normal do que adotar.Não só lá foi chamado , mas todo povo em criação a sua cultura, denomina de ponto zero o seu lar, sendo o ponto médio da terra.

Sempre julguei que a inspiração estivesse na mitologia nórdica, com Midgard. Mesmo porque o ciclo do anel dos Nibelungos teria influenciado o Tolkien.

Gandalf se encontra com o mago vermelho e com o mago marrom

E quem seria o Mago vermelho?
 
Isso Daniel, na verdade como eu disse, a denominação estava em todo lugar onde o ponto zero era a própria sociedade em que vivia determinada cultura.
 
Também não me lembro do mago vermelho... onde ele aparece (ou é mencionado) Morpheus? :pipoca:
 
Não tem mago vermelho. É um cinzento (Gandalf), um branco (Saruman), um castanho (Radagast) e dois azuis (Alatar e Pallando).
 
Podemos ver aqui no trecho

Capitulo - O conselho de Elrond

O nome do mago castanho e não marrom como mencionei, é Radagast, mestre de muitas formas.
Desculpem-me o mago vermelho nem foi uma obra postuma de Tolkien, veio da minha cabeça rs. Não sei de onde tirei isso.


Um trechinho do mesmo capítulo.

"Pois sou saruman, o sábio, o fazedor de anéis, Saruman de muitas cores''

muitas cores = Branco.
claro que tambem serve de metaforas para dezenas de outras interpretações.
 
Estou fazendo um trabalho sobre a Inglaterra no século XX e meu grupo da facu escolheu falar sobre as 2 guerras mundiais (claro), e como Tolkien esteve em uma e os filhos em outra, decidimos falar através dos olhos do Tolkien, comparando com o Senhor dos Anéis. Pra isso tivemos que ver um documentário e fazer algumas pesquisas e hoje vejo o SdA com outros olhos, acho que o compreendo melhor.

P.S.- O seminário será apresentado em formato de peça e eu serei o Tolkien auheauheuhuahe vai ficar engraçado :P Se eu conseguir gravar, postarei aqui pra vocês verem e darem opiniões claro :)
 
Nanda disse:
P.S.- O seminário será apresentado em formato de peça e eu serei o Tolkien auheauheuhuahe vai ficar engraçado :P Se eu conseguir gravar, postarei aqui pra vocês verem e darem opiniões claro :)



Aaaahhh, eu quero ver!!
:joy:
 

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