Bom... com uns 12, 13 anos eu era doida pelo Oasis, eu até fui no show deles (o único show que eu fui em toda a minha vida - eu prefiro ver shows no sofá de casa)... aí sei lá, fui perdendo o gosto...
Dia 16 de setembro de 2000. Sábado de manhã. Pai, mãe e filha numa loja de CDs. Papi tinha um aniversário de um amigo prá ir, e foi comprar um CD do Black Sabbath pro cara (que era muito fã do Sabbath), e falou p/ mim e mamãe: "procurem algum CD prá vcs". Eu falei q tudo bem... peguei um CD duplo ao vivo do Aerosmith, uma banda que eu precisava e ainda preciso conhecer melhor e encontrei meus pai. Papi comprou uns CDs de MPB, da Maria Bethânia e sei lá mais o que... e a mami comprou o CD do Black Sabbath e um CD que mudaria a minha vida p/ sempre.
Chegamos em casa e mami colocou o CD misterioso p/ tocar, enquanto eu fui ao meu quarto ouvir meu CD novo, que eu não escutei por muito tempo... da sala, ouvia uma profusão de vozes, guitarras, e um órgão ao fundo. De vez em quando, ouvia uma flauta ao fundo, quando o vocalista não cantava. Aí, eu ouvi algo que parecia p/ mim uma batalha... pelo o que retratava a letra:
Fight's begun, they've been released, killing foe for peace
Bang, bang, bang, bang, bang, bang
And they're giving me a wonderful potion 'cos I cannot contain my emotion...
Eu fui correndo à sala e vi a minha irmã, a maior escutadora de músicas ruins da face da Terra, dançando. E eu pensei: "essa música não deve ser ruim, porque o Cd é da mãe, e mami não ouve músicas ruins... pô, ela gosta de Sabbath e Led!"... aí eu sentei no sofá e fiquei escutando mais um pouquinho aquela música estranha, mas divertida... até que o cara fala:
A flower?
If you go down to Willow Farm, to look for butterflies, flutterbyes, gutterflies, open your eyes, it's full of surprise, everyone lies, like the fox on the rocks, and the musical box...
Eu falei com os meus botões: um trava-línguas! Como pode?... achei aquilo demais... e eu olhei, naquele momento, a música estava nos seus 13 minutos, mais ou menos... achei aquilo muito surreal.
Esperei a música acabar e perguntei à mamãe o que era aquilo. Ela respondeu:
- Chama Genesis, você conhece.
- Uhn... mas a voz do Phil Collins tá diferente, mãe.
- É porque não é ele quem está cantando, Nadia... é o Peter Gabriel.
- Hein? Aquele daquele clipe esquisito, que tem aqueles tiques nervosos, que passa na MTV de madrugada?
- Esse mesmo.
- Ahn... mas como assim? Cadê o Phil Collins?
- Nessa época, ele só tocava bateria.
- Que época?
- 1972.
- O QUÊÊÊÊÊÊÊÊÊ? Eu achava que o Genesis era de, sei lá, 1980 prá cá.
- Ih, Nadia, eles começaram mais ou menos em 1970.
Aí eu comecei a ouvir mais e mais aquele CD esquisito. E comecei a gostar mais e mais. Um dia, passou um documentário na TV sobre eles. E eu gravei prá assistir sempre e sempre. E aí eu vi a cara do vocalista àquela época. Foi paixão à primeira vista pelo Peter. E mamãe já havia dito que ele tinha olhos azuis...
E desde então eu me dediquei a conseguir todos os CDs do Genesis daquela fase com o Peter Gabriel. Até agora, já foram 4, faltam 3, mas um desses três eu tenho gravado em fita. E quando eu digo às pessoas da vida real que eu gosto de Genesis, elas fazem careta. Qual é o problema em gostar de uma banda que não existe mais? Que não faz mais sucesso? Se as músicas do Genesis tocam direto no meu coração, então estou feliz com isso.
Eu sei que meu post ficou longo, mas se é p/ falar de coisas q eu amo, eu não vejo razão em exagerar um pouquinho... àqueles que leram até o final, obrigada pela paciência.
P.S.: Uma coisa que me marcou tb foi assistir a um DVD do Led Zeppelin... ver o Jimmy Page tocando ao vivo foi tudo prá mim!
P.S.: o Genesis é minha paixão, sem contar os Beatles, que ouço desde 6 anos, qdo eu ficava gritando na sala "I wanna hold your hand, I wannna hold your hand", e não tinha a mínima noção do que significava
, e o U2, que desde os 10 anos, faz parte da minha vida...
da
Estel ouvindo Peter Gabriel - Sledgehammer, o clipe dos tiques nervosos - atenção, epilépticos, não assistam a esse clipe!