Uma vida não pode ser ceifada em hipótese alguma; mesmo que, aparentemente, se esteja a fazer um bem coletivo. Existem determinados principios aos quais qualquer sábio como Elrond está submetido. O problema dos humanos é analisar problemáticas que sugerem uma solução óbvia demais sem a consideração dos valores envolvidos, que, apesar de serem menos importantes que a causa pela qual se luta (a destruição do MAL), ainda sim, são substancialmente necessários para dar sentido àquilo que se defende, ou seja, o próprio bem.
Temos de considerar o contexto da situação, de mundo, de naturezas, de ideais, de perspectivas, etc...para termos uma razoável certeza de qual atitude tomaríamos. No lugar dele, pode ter certeza que não agiríamos como pensamos que agiríamos. Uma coisa é imaginarmos a situação, outra coisa é vivê-la.
De qualquer forma, tirar a vida de alguém vai contra os meus princípios, ainda que isso fosse inevitável em determinada situação. Mas ainda assim, temos a capacidade de nos superarmos: sempre podemos mudar de última hora uma decisão tomada há tempos, e sempre podemos nos redimir nos momentos menos improváveis; mas muitas vezes (e não são poucas) temos de recorrer à sabedoria de terceiros e não à nossa própria, ao considerarmos quaisquer justificativas para atitudes que incidam sobre questões absolutamente complexas.
No meu ponto de vista, tal ato de tirar a vida nunca é justificável , pois seria, na verdade, um mero capricho destituído da essência do bem. Qualquer um, nas circunstâncias de Isildur, tbm poderia ser levado ( poderia não, seria) a sucumbir pelo Anel. Assim ocorreu com Frodo. Não se resolvem problemas desse tipo com atitudes impensadas ou, do contrário, lógicas demais. É preciso estabelecer um equilíbrio entre valores interiores e ponderação, reflexão. Nem sempre o caminho mais fácil e lógico é o correto.
Estaríamos lá na Montanha...só nós e Isildur...mas daí vemos que as consequências devem seguir o curso desencadeado pela atitude, seja qual for e de quem for. Interferir nisso não seria papel de Elrond. Assim como não foi papel de Frodo ser vingativo quando Saruman apareceu no Condado antes de morrer, e tbm não foi papel de Sam interferir na questão do fardo do Anel durante toda a jornada de Frodo. Cada um tem um papel a desempenhar, e o papel de Elrond (assim como o nosso, se estivessemos no lugar dele), era o de orientar como pudesse com a sabedoria que lhe é própria.