Lênin mandou matar crianças inocentes, Stalin fez o mesmo. Getúlio queimou bandeiras estaduais, declarou ilegal o ensino de italiano, alemão e japonês no Brasil (considerando que o imbecil nasceu no Rio Grande do Sul, onde grande parte da população descendia de italianos e alemães, ele fez um dos maiores desserviços da história), Collor deu calote, Lula encobriu falcatruas e mentia não saber de nada e por aí vai.
Catarina foi uma das responsáveis pela contínua modernização russa até a monarquia czarista entrar na lama antes de serem assassinados.
Ninguém é santo, como eu disse antes.
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Mas pera lá, tirando o Stalin ai, muitas das decisões politicas foram feitas por uma necessidade do momento que forçou medidas tão drásticas.
Quando voce diz que Lenin "matou" crianças inocentes, penso que está se referindo aos filhos do Nicolau II.
O que acontece nesse caso é que o PC Soviético agiu na forma mais maquiavélica* possível. Seguiu o exemplo do julgamento do Luis XVI por Robspierre. Os czares e seus filhos eram o crime da monarquia em si, não era possível manter um estado revolucionário sobre a sombra dos filhos do Nicolau crescendo em alguma nação vizinha, eles poderiam um dia tentar conquistar o trono tirado deles por meio da invasão estrangeira (no maior estilo Daenerys Targaryen). Matar as crianças foi cruel, mas naquele momento o PC decidiu ser o mais estratégico. E a ordem em si partiu do Trotsky.
*Quando digo maquiavélico, não leve como "malvado", mas sim pelo fato dessa estratégia de se livrar dos herdeiros do poder estar descrita n'O Principe.
O Getúlio flertou com Itália e Alemanha por anos, precisava afirmar que tinha realmente escolhido seu lado. Proibir o Alemão e o Japones foi apenas uma forma de afirmar isso. Quanto a queima das bandeiras foi para reduzir esse provincianismo brasileiro (especialmente nos estado do sul/sudeste) e centralizar as decisões politicas dentro do executivo federal, reduzindo a autonomia dos estados. Mas também foi simbólico a queima das bandeiras.
Eu não sei se entendi bem o que você colocou nesse trecho, Felagund. Na verdade as monarquias feudais eram muito mais digamos "frágeis" e fragmentadas, do que os estados modernos que temos se consolidando nos séculos XVI e XVII. Não há parâmetro para comparação, numa nova situação em que se começa, entre outras coisas, a constituir um aparato fiscal centralizado e que as grandes monarquias européias estabelecem domínios ultramarinos, que significam um aumento de receitas da Coroa. A não ser que estejamos chamando a França do século XVIII de feudal, por exemplo. Embora historiadores marxistas como Vovelle vejam na França pré-revolucionária determinadas conformações das relações de poder que denominam "feudais", não podemos enquadrar a França de Luís XVI num modo de produção como o feudalismo. Embora haja permanências, como as noções de privilégio, elas se inserem num novo contexto e foram ressignificadas. Além do mais, há uma certa confusão entre relações feudais e relações senhoriais, crítica apontada pelo historiador liberal Alfred Coban que tem, a meu ver, relevância. Consideremos que o liberalismo clássico, que alguns dizem ter sua "certidão de nascimento" na Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão de 1789 (não digo certidão de nascimento, mas um marco que encerra uma compilação de teóricos e uma síntese), apresentava pressupostos vagos que permitiram diversas interpretações e apropriações em contextos os mais diversos, que conjugaram monarquia e liberalismo (inclusive para o caso brasileiro falamos em uma monarquia liberal... a Constituição de 1824 era extremamente avançada se a comparamos com alguns casos europeus do período). "O Capital", de Marx, é inclusive um estudo sobre o caso inglês, berço do capitalismo moderno, e uma monarquia. Eu entendo quando você diz que num certo sentido uma monarquia é anti-liberal... e é mesmo. Porque criamos categorias privilegiadas de cidadãos. Apenas atentando para a não absolutização do conceito anyway
Eu me referi a França do século XVIII como feudal sim. Mais pelo fato da nobreza ainda possuir mais lotes de terra do que os burgueses. Mas foi erro de analise minha. O que vc postou está certíssimo.
Mas eu me referia que o melhor momento da monarquia foi no feudalismo pq foi durante esse período que ela nunca foi contestada. Tirando o caso inglês (que é uma contestação antiga) os levantes perigosos de fato foram na regulamentação da burguesia e na formação da Republica moderna. Os burgueses caçaram seus nobres em muito países, e isso se deve ao desenvolvimento da classe burguesa no capitalismo.
Como o marxismo contém várias subdivisões, geradas do conflito e da conciliação dos escritos de seu próprio pai fundador com as experiências da história, pergunto? Como dar-se-ia, para você, a gestão da sociedade pelos trabalhadores?
Isso é complicado...
Um dos problemas de todos os PCs da vida e da Internacional foi querer criar um padrão para todas as revoluções marxistas no mundo. Como se em todos os países as condições revolucionárias fossem as mesmas, e se caso não fossem, era obrigação dos revolucionários a criarem.
É uma visão forma interessante e muito mais conservadora. Vem daquela maxima de que todos os trabalhadores do mundo são iguais. Mas eu não me apoio nessa forma mais ortodoxa, digamos assim, de revolução.
A escola de Frankfurt ajudou o marxismo a se humanizar, trabalhar com condições humanas que foram ignoradas no século XIX, como cultura, psicologia e etc. Acredito que hoje o processo revolucionário marxista precisa ser re-analisado, precisamos entender qual o proletariado que existe hoje, e como a tomada do poder poderia ser feita (pensar em revolução pura e simples hoje, com um país como os EUA lotado de tecnologia e informações secretas é complicado).
Depois de tudo isso superado, acredito que a gestão poderia, em um primeiro nivel, centralizar a produção na mãos de tecnicos, como os ex gerentes, ex administradores, até mesmo os antigos donos dos meios de produção, porém com toda a produção gerada para a demanda REAL da sociedade e das necessidades da população, sem atingir lucros desnecessários.
Com as reformas educacionais, o desenvolvimento da consciência de cidadão e de trabalhador, poderíamos avançar para o estágio da dissolução dessa "tecnocracia" para um sistema mais plural, como eram os idealizados "sovietes" na URSS, que infelizmente foram destruídos pela centralização Stalinista.
No âmbito de governo, bom, isso é simples: O governo só serve para exercer a influencia de uma classe sobre a outra. O poder ta ai para prestigiar uma policia violenta e anti-trabalhadora, financiando empresários, lastreando seus investimentos, garantidos suas fortunas e salvando os seus bancos. Salvo meio duzia de medida popular que dá uma injeção de sobrevida ao trabalhador, a maioria do investimento se destina a classe dominante burguesa.
No primeiro estado, a classe dominante seria proletária, porem a burguesia privada dos meios de produção deixa de ser burguesia, e com isso perde o seu costume sobre o poder. Existe a necessidade da educação em primeiríssimo lugar. É necessário humanizar o ser humano em vários aspectos. Em acabar com esse individualismo mortal que vivemos, em criar um conceito de sociedade comum, conjunta, romper com essas ilusões de superioridade por classe, cor e etc.
A justiça seria, no primeiro momento, delegada ao partido, mas com o caminhar da revolução a população já teria condição de julgar o que ela considerar como crime. (alias, os crimes tenderiam a desabar, já que 99% deles são consequência ou das diferenças sociais ou do buraco gerado na "alma" humana pelas relações humanas empobrecidas que o capitalismo gera).
E, enfim, como tudo isso seria possível sem que o partido ou um grupo se mantivesse no poder, gerando falsas burocracias como na URSS? Bom, na minha concepção, a teoria trabalhada por Trotsky da revolução permanente deveria ser obrigatória de ser seguida. O cidadão comum deverá ser um revolucionário completo, negar toda a tirania e não aceitar que usurpem nem uma virgula de sua liberdade, portanto sempre que necessário, as antigas estruturas revolucionárias deverão cair para surgirem novas, livres de vícios, com pessoas novas que também, posteriormente, deverão ser substituídas, até o momento que a sociedade se auto-regule em nível de qualidade perfeito.
Claro que eu estou sendo completamente simplista aqui, é só um fluxograma, digamos assim, de como para mim se deve trabalhar com a revolução.
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Mas não falei de família, etnia ou condição social.
Mas existem pessoas melhores do que outras, e não falo de exemplos morais nem de qualificações técnicas. Falo de habilidade para governar. Lembra do Príncipe? Pois é...
Se for uma aristocracia formada por esse tipo de indivíduo, qual o problema? Porque indivíduos inferiores no mando, na habilidade de governar, deveriam ter as mesmas condições de governar um país que um incompetente? E pra organizar isso, por que não ir além e dividir a sociedade em capazes e incapazes? Já somos classificados o tempo todo e de diversas formas, nenhum discurso politicamente correto de dignidade igual muda isso. Só os melhores sobrevivem.
Por que não reproduzir isso para a política? Uma classe privilegiada de pessoas capazes de governar, de grande sensibilidade artística e psicológica, cultura filosófica, formação moral, coragem. E dentre esse grupo privilegiado que se escolha um líder forte o suficiente para engrandecer o país, fortalecê-lo, armá-lo, enfim, governá-lo.
Não sei se concordo com isso 100%, mans, é um exercício mental interessante. Se um sistema de castas não se determinar por idiossincrasias religiosas e ideológicas, mas por habilidade no governo, por que a democracia é preferível?
Por que um Tiririca deveria ter a mesma elegibilidade de um Roosevelt? Isso não faz sentido.
Ta lendo muito nietzsche ou republica de Platão?
Como exercício é bacana mesmo, mas acho muito pouco humanista e altamente relativo. Afinal, o que é um bom governante? Eu considero Lenin o melhor, vc com certeza não concorda.
Tirando que a incapacidade de muitas pessoas governarem ou ao menso terem conbdições de escolher melhor aqueles que governam caí sempre na questão da educação e da cidadania, que são desprezados em países como o nosso.
E eu desprezo a i'deia do nietzsche de seres humanos com "potencia de execução"quanto outro grupo que não tem. Não é a toa que muitos dizem que nietzsche é um dos pais do totalitarismo.