Matheus Spier
Usuário
Se eu escrevesse um livro de sonetos, acho que iria abrir o volume com o seguinte poema:
A terra, do dilúvio despertando,
Floriu num arco-íris sobre a lama;
Suando orvalho, ao sol orou, rasgando
Do limo a pele morta em verde grama.
Como o renascer do mundo afogado
Despertando ao teu lado eu me senti:
Meu corpo em teus carinhos foi banhado,
A alma limpei provando o amor em ti.
Um boneco de barro da luxúria
Eu fui: buscava em corpos alimento,
Desnutrindo a alma na física fúria,
Afogando em saliva o pensamento.
Mas me salvaste de viver com fome:
Tens na alma o pólen que meu ser consome.
A primeira estrofe foi inspirada pelo primeiro poema das Iluminações de Rimbaud, "Depois do Dilúvio"=D. Gosto muito de Rimbaud (um dos poucos poetas modernos que me agradam).
A terra, do dilúvio despertando,
Floriu num arco-íris sobre a lama;
Suando orvalho, ao sol orou, rasgando
Do limo a pele morta em verde grama.
Como o renascer do mundo afogado
Despertando ao teu lado eu me senti:
Meu corpo em teus carinhos foi banhado,
A alma limpei provando o amor em ti.
Um boneco de barro da luxúria
Eu fui: buscava em corpos alimento,
Desnutrindo a alma na física fúria,
Afogando em saliva o pensamento.
Mas me salvaste de viver com fome:
Tens na alma o pólen que meu ser consome.
A primeira estrofe foi inspirada pelo primeiro poema das Iluminações de Rimbaud, "Depois do Dilúvio"=D. Gosto muito de Rimbaud (um dos poucos poetas modernos que me agradam).