Não dá para enrolar muito quando o assunto é a HQ Scalped, porque ela mesma é muito franca com o seu leitor. O roteiro é bem aberto e não deixa margens para interpretações e viagens comuns quando o assunto é o primeiro número.
Imagine um filme dos anos 90 estrelado pelo Steven Seagal com direito a tudo o que tem nos filmes dele: máfia, tiroteio, plote pseudo revelador, uma mocinha com cara de puta e alguma minoria cinematográfica (asiáticos, índios e ciganos). Esses elementos todos definem bem o que é Scalped.
Pode parecer loucura eu estar indicando algo que tenha a cara do Seagal, mas não se deixem levar pela bobeira de acreditar nos preconceitos (ou pós conceitos). Scalped é um filme de ação noventista com uma qualidade muito grande.
A história gira entorno de uma reserva indígena e de seus moradores. Um deles é o recém chegado do exílio Dashiell Cavalo Ruim. O cara faz o estilo brigão e já chega com os dois pés no peito de sua antiga “sociedade”, negando seus valores e arrumando briga com todos.
Historinha vai, historinha vem e ele, depois de apanhar muito do chefe Corvo Vermelho, acaba se tornando o novo xerife da cidade e começa a arrumar briga com os moradores que promovem uma certa resistência. O legal de tudo é a inversão de valores que o personagem já não tem em grande quantidade. O final tem aquele plot twist gostoso que te faz pensar: porra, clichê de mais.
O roteiro é do Jason Aaron e está dentro do nível bom, mas tem um mega potencial de se tornar uma leitura de qualidade acima de “bom”. Já a arte é do R. M. Guéra, cujo nome é familiar, mas no momento não me remete a nada.
A dica é boa e para quem quer começar a acompanhar, basta ir comprando as revistas da Panini chamadas Vertigo.
Fonte: http://imnotwolverine.tumblr.com/