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Saiba como funciona o mercado de jogos digitais brasileiro

Fúria da cidade

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Reinaldo Canato/UOL
'Start': um futuro promissor

Esqueça o papo de que videogame é brincadeira. Tem gente por aí que está levando esse assunto muito a sério, e não é para menos. Segundo um estudo divulgado em 2014 pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) com dados da agência de auditoria PricewaterhouseCoopers, a estimativa é de que no Brasil o mercado de jogos digitais cresça de US$ 448 milhões (número de 2013) para US$ 844 milhões em 2018, uma taxa de 13,5% ao ano.

Já dados de 2016 divulgados pela Newzoo, uma das principais empresas que pesquisam a indústria dos games mundial, apontam o Brasil como o 11º maior mercado produtor de jogos no mundo.
Apesar dos números grandes, esse ainda é um setor em crescimento, espalhado por vários Estados do país, de Pernambuco ao Rio Grande do Sul, e que se mantém com empresas pequenas - no geral, com menos de cinco anos de fundação e faturamento médio na casa dos 240 mil reais por ano.

"Horizon Chase": um pódio brasileiro para celebrar

Game de estúdio gaúcho venceu o prêmio de melhor jogo do 4º BIG Festival

A história por trás do jogo

No início de julho de 2016, o estúdio gaúcho Aquiris conquistou o prêmio de melhor jogo da quarta edição do renomado festival de jogos independentes BIG, o maior do gênero da América Latina, realizado em São Paulo. O jogo em questão era o "Horizon Chase", inspirado nos games clássicos de corrida dos anos 80 e 90.

A conquista serviu para colocar o Brasil de vez no mapa da premiação, que é uma das mais conhecidas dos amantes de games, e também para dar uma animada no setor. Israel Mendes, 39, diretor de marketing da Aquiris, traduz um pouco do sentimento que toma conta de quem trabalha com o mercado de jogos no país.

"O Brasil está emergindo e tem bastante talento. Conseguimos ver algum movimento bem produtivo, principalmente na cena independente. Só que ainda somos poucos organizados, temos boas ideias e pouca consciência de como é o negócio em si. Temos aquele ideal romântico de trabalhar com o que se gosta, trabalhar jogando, mas que tende a ficar cada vez menos presente", acredita Israel.
Para ele, não adianta apenas querer fazer um jogo. É preciso pensar muito antes de criar algo. Qual gênero? Onde as pessoas vão jogar? E a publicidade? Quem banca os custos? São perguntas práticas que precisam ser respondidas antes de se botar a mão na massa.

E é bom escutar o que Israel tem a dizer. O Aquiris é um dos maiores estúdios do país. São 51 funcionários e seis sócios trabalhando na empresa. Atualmente (agosto de 2016), estão operando quatro jogos ao mesmo tempo, contando com o premiado "Horizon Chase", um game idealizado para ser jogado em tablets ou celulares.

Por ter essas características, ele pôde ser feito em menos de um ano, com um acabamento competitivo, bom manuseio para o usuário e trazendo o clima nostálgico dos jogos de corridas do passado. A boa produção rendeu a indicação - e o prêmio. "Pela primeira vez concorremos com um jogo no festival. Tivemos três indicações e perdemos as duas primeiras categorias. Parecia tudo perdido quando vencemos na principal. Explodimos na hora. Me senti como um jogador de futebol defendendo o nosso país em casa. Não levamos um '7 a 1'. Foi uma mistura de orgulho e motivação profissional", afirma Israel.

Dois jogos, dois exemplos


Reprodução/Moïra
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Financiamento coletivo



Com o projeto de um jogo chamado "Moïra", inspirado em clássicos do Game Boy, o estúdio Onagro, de São Paulo, conseguiu chamar a atenção de jogadores ao redor do planeta e transformar o game em realidade após arrecadar mais de R$ 60 mil com uma campanha na internet. À frente do projeto, Gabriel Amoedo, 21, game designer e um dos oitos funcionários do estúdio, conta que a campanha foi fundamental para o jogo e que um dos maiores desafios para quem quer explorar a indústria é financeiro. "Sem patrocinador ou financiamento, é muito difícil manter um projeto. Muitos desenvolvedores possuem um trabalho por fora e trabalham em seu jogo no tempo livre".

"Moïra" ainda está em desenvolvimento, mas é possível jogar uma versão de demonstração pela página do Facebook do estúdio. O jogo completo também estará disponível em consoles como PS4 e X-Box One. Mesmo sem estar finalizado, o game conseguiu uma indicação ao 4º BIG Festival. "Foi uma experiência e tanto. Ter nosso jogo indicado na categoria melhor jogo brasileiro foi uma honra para a Onagro. O Möira também já foi exposto em diversos outros eventos do gênero".

Reprodução/Starlit Adventures
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Projeto paralelo


Aos 39 anos, Fernando Peña D'Andrea é o sócio-fundador da Rockhead Games, o estúdio gaúcho criador do "Starlit Adventures", game vencedor de melhor jogo brasileiro no 4º BIG Festival. O sucesso do jogo é fruto de muito trabalho do estúdio, que passou por algumas etapas até conseguir disponibilizá-lo. "É necessário fazer o seu negócio sobreviver durante o desenvolvimento de produtos próprios. O que muitas empresas fazem para conseguir recursos nesse período é desenvolver serviços para terceiros e, entre estes projetos, tocar adiante os seus", diz Fernando. Outro fator que contribui para um estúdio ter sucesso é a divulgação. "Há um grande número de aplicativos competindo pela atenção dos jogadores.

O desenvolvedor precisa ser criativo na hora de dar visibilidade ao seu jogo". Ajuda se a história e a execução do game forem boas. No caso do "Starlit", Fernando conta que a equipe queria um jogo estilo arcade (que lembra fliperamas), que tivesse apelo a um público amplo e que fosse algo que eles próprios quisessem jogar. "O projeto saiu e voltou para a prancheta algumas vezes. Tudo para que o jogo continuasse interessante".

Mão na massa


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Marcel Nilo


Com 27 anos, Marcel Nilo é autônomo na área. Ele atua como criador de personagens e cenários para jogos. Sua formação engloba um curso superior em comunicação digital e outro de computação digital, além de diversos estudos em áreas artísticas. Atualmente, ele trabalha criando personagens, monstros ou objetos para games. "Basicamente tudo o que você enxerga em um jogo. Meu trabalho é fazer os personagens, sejam eles realistas ou cartoon, com a utilização de softwares que imitam a escultura tradicional em massa. É algo que adoro fazer", conta. No mercado, Marcel já passou pelos maiores estúdios do Brasil, como Vetor Zero e Casa Blanca, e também já trabalhou em grandes estúdios de games para mobile do mundo, como a Top Free Games e a Game Loft, da Nova Zelândia. "É um dos trabalhos mais gratificantes que eu poderia pensar em exercer. Imaginar que algo que surgiu de sua cabeça estará nos consoles e celulares de milhões e milhões de pessoas, que elas se apegarão a eles e dessa forma lhe darão vida."

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Amora Bettany


Amora Bettany, 29, é desenvolvedora indie de games no estúdio paulistano Miniboss. Ela trabalha ao lado do parceiro, Pedro, e juntos criam vários jogos. Atualmente, Amora faz a concepção de arte e o design de personagens de dois games: "Skytorn" e "Celeste". "Sempre quis trabalhar com jogos, desde criança, mas não sabia como. Quando conheci o Pedro em 2010, descobri que ele tinha o mesmo sonho e a gente começou a conversar sobre como realizá-lo. Hoje em dia existem muitas ferramentas de fácil acesso, que requerem pouco ou nenhum conhecimento em programação. Escolhemos uma e começamos a fazer nossos testes", conta a profissional. Sobre o fato de ser mulher em uma área de maioria masculina, Amora acredita que a presença feminina deve crescer, mas de maneira lenta. "Nós somos condicionadas desde cedo a fazer as coisas diferentes dos meninos. Não é intuitivo ou fácil desenvolver interesse por uma coisa que é considerada 'naturalmente' de outro gênero", afirma.

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Daniel Monastero


Daniel Monastero, 35, atua no marketing e nas relações públicas do estúdio Garage 227, de São Paulo. Seu cargo é um exemplo de que nem todos que trabalham com jogos precisam atuar como programadores ou designers. Ainda em 2006, o Garage 227 deve lançar o jogo "Shiny", o primeiro totalmente feito pelo estúdio. Os custos foram arcados em parceria com uma empresa internacional - prática comum na área -, e o game será lançado para usuários do X-Box One e do Steam, para quem prefere jogar pelo computador. "Fizemos com carinho todas as etapas do game, o design, a interface do usuário, os botões, a narrativa, até a trilha sonora ganhou um trato especial e foi feita nos Estados Unidos", relata. Daniel também se mostra otimista com o mercado nacional, que ainda está no começo. "Os brasileiros sabem que dá para fazer jogos bons, com qualidade internacional. Estamos vivendo uma fase bacana. Ainda não é um momento que entra muito dinheiro, mas já há empresas fora da curva. É o momento das produções".

Games como um negócio


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Webcore

Fernando Chamis, 35, é diretor da Webcore Games, estúdio paulistano que surgiu há dez anos em meio a um clima de desconfiança. "Quando começamos, pensamos como poderíamos deixar o negócio viável. Vimos estúdios independentes que abriram as portas e fecharam em seguida. Por conta disso, sempre buscamos prestar serviços para grandes marcas e, paralelamente, fazer os jogos próprios". A estratégia de negócio deu certo. Enquanto a Webcore produzia jogos para marcas como "Menino Maluquinho", por exemplo, conseguia também desenvolver o "My Night Job", jogo de sobrevivência totalmente produzido pelo estúdio e inspirado em filmes de terror dos anos 80. O game concorreu ao prêmio de melhor jogo brasileiro na quarta edição do festival independente BIG Festival. Aliás, são os festivais e feiras de game que funcionam como a maior vitrine de um estúdio. "Um estúdio deve participar de vários festivais e feiras, tanto no Brasil quanto fora dele. São nos eventos que você consegue marcar reuniões com publishers internacionais e conseguir patrocínios. Se o seu jogo está lá, a pessoa pega o controle e joga. Dá para fazer uma divulgação, crescer".


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Manifesto

Localizada em Recife, a Manifesto Games é um dos diversos estúdios que surgiram na capital pernambucana a partir da implantação do projeto Porto Digital, que criou um polo de desenvolvimento de softwares no local. Com 40 funcionários atuando em vários jogos, o estúdio se destaca na criação de games em parceria com diversas empresas, nacionais e internacionais, fazendo produções dos mais variados gêneros. Erica Ferrer, que trabalha como responsável pela área de negócios internacionais da Manifesto, conta que, apesar do cenário favorável para a indústria, o país precisa crescer muito ainda. "É um mercado enorme em termos de consumo. Somos o quarto do mundo em número de jogadores e o maior da América Latina (em termos financeiros). Mas nossa indústria ainda é muito iniciante, são poucas empresas e a maioria com faturamentos baixos. Não é uma indústria relevante de modo geral", afirma. Ainda assim, a Manifesto é uma das mais ativas empresas do setor no Brasil. "Já fizemos jogos para Disney, Sea World e até um para o filme Pixels", conta Erica. No mercado nacional, criaram jogos para marcas como Fiat e Sebrae.

Reprodução/RedZero
#Partiu fazer games!

Seja fazendo um curso livre, uma graduação ou uma pós na área, quem quiser se aventurar no mercado de jogos deve ter em mente que pode seguir diversos caminhos. "É uma área multidisciplinar, há profissionais de exatas, como engenheiros de software e programadores, de humanas, artes e comunicação, como roteiristas, ilustradores, modeladores e animadores, e até pessoas de ramos como administração, imprescindíveis para as empresas da área", explica Lucas Ribeiro, que ensina Game Arts na escola RedZero, que conta com unidades no Rio e em São Paulo.

Entretanto, o mais usual é que o profissional atue como designer ou programador. Ou seja, trabalhe na parte criativa e visual, tudo aquilo que o usuário consegue ver ao jogar - ou na parte de programação, que torna possíveis os comandos dos jogos.

Com exceção da pós-graduação, que exige uma formação anterior em qualquer área, o interessado tanto em cursos livres quanto em cursos de longa duração não precisa de conhecimento específico para ingressar nos estudos, embora seja desejável.

Os interessados também devem estar preparados para estudar de um a dois anos e desembolsar de R$ 350 a R$ 1.500 por mês, valor que varia muito dependendo do tipo de curso e de sua duração. As graduações (jogos digitais, game designer) costumam ser mais caras. "Na universidade os alunos acabam vendo de tudo um pouco, da programação à arte. Já em cursos livres há focos mais específicos, desenvolvimento de jogos, programação, arte, etc. O ideal é procurar um curso que conversa direto com o seu interesse, sem se preocupar se é uma graduação ou não, já que na área isso não é tão relevante", afirma Lucas Ribeiro.

Outro fator determinante é sempre estar por dentro das novidades da área. Por se tratar de um mercado tecnológico, as mudanças acontecem rapidamente, segundo Reinaldo Ramos, coordenador do curso de jogos digitais da escola Melies, de São Paulo. Ele também reforça que, além do estudo, é necessário buscar rapidamente um emprego na área para adquirir ainda mais base sólida. "O aluno ou profissional deve tentar entrar em um estúdio ou criar uma empresa de jogos por conta própria. Mesmo com a crise, é uma das poucas indústrias que não caiu. O crescimento dela não é exponencial como em outros países, mas é contínuo", relata.

Além de ser uma área em expansão, o mercado de jogos abrange diversas regiões do país. Em Recife (PE), por exemplo, Raul Sales, 39, diretor acadêmico da escola Saga, conta que a instituição abriu uma filial local por conta da força do Estado no segmento. "Houve um fomento do governo na região que permitiu um crescimento na área tecnológica, de jogos inclusive. Em 2014, foi feita uma pesquisa solicitada pelo Porto Digital (polo tecnológico da região Nordeste), e o número de empresas do setor registradas em Recife chegou a 1.250, um número bastante elevado. Em geral, os alunos conseguem encontrar empregos na região metropolitana daqui sem a necessidade de se deslocar para o eixo Rio-SP", explica.

O Sul do Brasil é outra região que possui força no mercado nacional. Segundo a última pesquisa do BNDES, a região fica atrás apenas de São Paulo em número de desenvolvedores de jogos. Entre eles, há o Aquiris, maior estúdio independente de games do país, e o Rockhead Games, ambos premiados no último festival BIG de jogos independentes. Fernando Peña D'Andrea, que trabalha na Rockhead e é professor do curso de pós-graduação em jogos digitais da PUC-RS (Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul), conta um pouco do que os estudantes aprendem por lá: "São vários tópicos que passam por design de game, programação, animação, narrativa etc. E, após a formatura, é bem legal reencontrar alguns alunos em eventos do ramo em todo o país com suas próprias empresas".

Em relação ao retorno financeiro, o valor pode variar muito, mas uma coisa é certa: não adianta esperar um emprego formal. O artista digital Marcel Nilo conta que, mesmo para veteranos, não existe uma média salarial, e a quantia a ser paga por trabalho está ligado à qualidade artística do profissional, podendo variar de R$ 500,00 a R$ 10.000,00. "O mais comum é que os profissionais trabalhem como PJ (Pessoa Jurídica) e freelancers, e não como CLT (com carteira assinada), embora existam algumas exceções. No mundo inteiro é uma área escassa de bons profissionais", afirma.

Quem é quem na criação de um jogo?


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    Game Designer

    É o encarregado de fazer as regras do jogo. Trabalhos como história, expansão de mapas, cenários e novas fases também são feitos por ele.
    Imagem: Reprodução/Escola Alpha Channel
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    Art Designer

    É o profissional que dá o visual ao jogo. Seja arte em pixel ou em 3D, um artista é sempre necessário para dar vida ao protótipo de um projeto.

  • Imagem: Marcel Nilo/Arquivo pessoal
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    Programador

    O 'motor' por trás de um jogo, o programador, baseando-se nas regras do jogo ditadas pelo Game Designer, escreve o código que faz o jogo rodar.
    Imagem: Reprodução/Escola Melies
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    Sound Designer

    É a pessoa responsável pelas músicas e sons dos jogos. Tanto uma boa trilha quanto bons efeitos sonoros são imprescindíveis na área.
    Imagem: Reprodução
Vai encarar? Veja dicas
Para fazer um curso na área de jogos, o estudante precisa saber muito de computação, como programar dados, computação gráfica, modelagem 3D, além de uma carga bem grande de matemática.

Reinaldo Ramos, Coordenador do curso de jogos digitais da escola Melies, de SP

Diferentemente de profissões tradicionais, o recém formado que quer seguir carreira em desenvolvimento de jogos não tem uma trilha muito visível a seguir. Terá que desbravar sozinho seus passos.

Lucas Antunes Estanislau Ribeiro
, Game designer na escola Red Zero, de SP e RJ

Ouso falar que produzir um jogo pode ser comparado ao cinema em termos de processo. A questão da produção é bem similar, só que tem a adição da interatividade, que é o grande diferencial.

Kleber Kenyti Ueti, Desenvolvedor de jogos digitais na escola Alpha Channel, de SP
Arquivo pessoal

Sucesso lá fora

Se o mercado brasileiro tem um futuro promissor, o internacional já vive uma excelente fase.

Segundo a consultoria PricewaterhouseCoopers, a área de jogos digitais pode movimentar até 89 bilhões de dólares em 2018.
São países como Estados Unidos, Japão e Canadá que puxam esses números para cima. São também locais que podem servir de base para profissionais brasileiros que queiram tentar a sorte no exterior.
Foi o caso do brasileiro Gilliard Lopes, 30, que cresceu jogando videogame e transformou o hobbie em carreira. "No colégio, eu era o mais empolgado com os jogos e, como eu também gostava muito de computação, comecei a juntar os dois. Aprendi sobre games nos anos 90, na época não tinha nada, eu era uma espécie de autodidata", lembra.

Depois de 10 anos trabalhando na área no Brasil - e já formado em ciência da computação -, Gilliard mandou mais de cem currículos para gigantes do mercado de games no exterior. Conseguiu um retorno da EA (Electronic Arts) Games, no Canadá, e começou um novo desafio como produtor da área de apresentação dos populares games da série Fifa.

"A diferença de um estúdio como o da EA Games, em Vancouver, com 1900 pessoas, três prédios, quase um campus universitário, para os estúdios mais independentes do Brasil é notória. Aqui eu trabalho segmentado, cuido exclusivamente de uma equipe que trabalha com a interface dos jogos da Fifa. É muito diferente do 'faz tudo' que estamos acostumados no Brasil".

A distância, entretanto, não o afastou do mercado nacional. "Por eu ter sido empreendedor no Brasil, o interesse em saber como andam as coisas é grande. Me juntei com dois colegas brasileiros, que também trabalham com games no exterior, e montamos o Podquest, um site para divulgar experiências e manter contato com os gamers brasileiros". É também por meio do site que Gilliard incentiva novos profissionais. "A maioria não acredita que é possível trabalhar nessa indústria. Eles enxergam as grandes corporações como algo fora da realidade. Mas o segredo é trabalho, estudo e muito interesse pelo que faz", finaliza.

Reprodução/Webcore Games
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Fonte
 
A fragmentação do setor dá o tom da dificuldade de se levantar dados com maior solidez e previsibilidade.

Em nosso país o mercado ainda é inóspito para o empreendedor individual comum e mesmo que o cenário seja menos cruel no mundo digital do que nas outras áreas é nítido que o empreendor iniciante aqui aparenta sofrimento, sendo penalizado devido à falta de estrutura tecnológica e custo de investimento.

Os jogos oferecidos para diferente plataformas devem obedecer a uma demanda que se assemelha a produção e consumo de energia elétrica dos EUA:

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Ou seja, celulares, consoles, PCs, etc... cada ano as porcentagens flutuam e favorecem mercados específicos.

Lembro que comecei a interessar ao usar programas de PC de edição diversos, de vídeo, som, imagens, (Adope Premiere, Photoshop, Photoimpact) programas de datashow (Powerpoint, Dazzler), depois para programas simplezinhos de edição de jogos (RPGmaker, GameMaker, etc...). Hoje se eu fosse fazer um curso eu estudaria para poder aprender a operar programas criadores de robôs virtuais voltados para atividades de pesquisa na internet, dentre outras atividades.
 

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