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Notícias Ruth Rocha comemora 50 anos de carreira: “Harry Potter não é literatura”

Erendis

Master Pretender
Aos 84 anos, a premiada autora infantil vai celebrar as bodas de ouro na literatura com três adaptações para o teatro, um documentário e exposição. “Uma família de negros me disse que eu era a escritora que os mostrava. Isto foi muito emocionante”, contou em entrevista ao iG
Antes de começar a escrever, Ruth Rocha, autora de mais de 120 livros infantis, gostava mesmo era de contar histórias para sua filha. Foi ao ouvir um dos contos que inventava na hora para a sua criança -- “minha filha falava: ‘agora conta uma história sobre aquele pote’” -- que uma amiga, editora da revista “Recreio” nos anos 1960, teve a ideia de pedir um texto para Rocha. “Eu falava que não sabia escrever ficção, mas um dia fui na casa dela, ela me trancou e só me deixou ir embora depois que eu entregasse o texto”, conta rindo em entrevista ao iG.
Ruth Rocha comemora, a partir do ano que vem, os 50 anos de seu casamento com a literatura. A festa de bodas de ouras terá as adaptações teatrais das histórias “O Reizinho Mandão”, “Dois Idiotas Sentados Cada Qual em seu Barril” e “Romeu e Julieta”. A estreia do documentário e exposição “Ruth Rocha 50 anos: A Aventura de Ler” completam a celebração.
A comemoração não poderia ser pequena, uma vez que tramas suas como “Marcelo, Marmelo, Martelo” e “A Primavera da Largatinha” formaram o gosto pela leitura e alegraram a infância de pelo menos duas gerações. “Ouço sempre histórias de gente que aprendeu a ler com os meus livros e agora leem para seus próprios netos”, ela comenta.

Aos 84 anos e com o livro mais recente, “Solta o Sabiá”, lançado em 2012, Ruth está longe de se aposentar, mas também não está planejando novas histórias para um futuro próximo. Ela tem se dedicado a sua coleção de livros para educação infantil “As Pessoinhas” e para o relançamento de seus livros, principalmente a série “O que é O que é?”.

A autora, porém, também não se mantém longe do universo infantil e não tem papas na língua na hora de massacrar os atuais best-sellers infanto-juvenis. “Não é literatura, é tudo besteiras”, a paulista diz. “Não acho errado ‘Harry Potter’ fazer sucesso, mas não acho que seja literatura”, categoriza. Ela também ataca a falta de incentivo dos pais na hora de levar os filhos a uma livraria: “vejo pais gastando R$ 1 mil em um celular, mas não R$ 1 mil em livros”.

iG: Foi difícil começar a escrever para crianças?
Ruth Rocha:
Foi uma coisa fácil e natural para mim. Sei que é difícil, porque sei o quanto que a gente erra. Para mim foi uma coisa mais ou menos natural. Aconteceu, porque eu tinha uma amiga que fazia a revista “Recreio” e ela começou a insistir para eu escrever história. E eu dizia para ela que eu não sabia escrever e ela pediu que eu colocasse no papel as histórias que eu contava para a minha filha. Um dia fui na casa dela e ela me sentou lá, me trancou e fez eu escrever.

iG: Então você criava histórias para a sua filha?
Ruth Rocha:
Minha filha pedia para eu inventar história. Ela dizia assim: “Eu quero a história daquele pote”. Um dia, ela me perguntou porque o preto é pobre, tive uma conversa com ela e escrevi “Romeu e Julieta” para ela. Na verdade, a minha formação é sociologia, eu tenho esta coisa com preconceito me incomoda muito. Neste dia eu fiz essa história por causa da minha filha.

iG: Você disse que os escritores infantis erram bastante. Que tipo de erro é mais comum?
Ruth Rocha:
Há vários. Um deles é achar que a criança é muito pequena e não sabe nada. O outro é achar que ela é grande e sabe tudo [risos].

iG: Você está completando 50 anos de carreira. Acha que a criança mudou muito desde quando você começou a trabalhar, nos anos 1960?
Ruth Rocha:
Olha, o que eu sei é que o meu livro que mais vende é o “Marcelo, Marmelo, Martelo”, um dos primeiros que eu lancei, em 1969. E até hoje, quando saiu em livro, começou a vender muito. A criança não muda tanto assim. O que mudou muito são os adolescentes. Porque o adolescente é quando se abre o leque da personalidade. E quando são crianças eles são muito parecidos.

iG: Mesmo com a tecnologia?
Ruth Rocha:
São instrumentos, o iPad, o iPhone são instrumentos para as pessoas agirem. Precisam de mudanças muito profundas. A tecnologia é boa e é ruim. Tecnologia é bom, mas o uso dela precisa ser mediado por uma educação boa. E a educação está meio frouxa. A família não está educando muito, a escola não tem condição. A gente precisa de uma revolução da educação.

iG: O que acha destes novos best-sellers, que misturam fantasia, com a presença de vampiros e bruxas?
Ruth Rocha:
Isto não é literatura, isto é uma bobagem. É moda, vai passar. Criança deve ler tudo, o que tem vontade, o que gosta, mas eu sei que não é bom. O que eu acho que é literatura é uma expressão do autor, da sua alma, das suas crenças, e cria uma coisa nova. Esta literatura com bruxas é artificial, para seguir o modismo. Acho que o Harry Potter fez sucesso e está todo mundo indo atrás.

iG: Então você não gosta de “Harry Potter”?
Ruth Rocha:
Não acho errado os livros fazerem sucesso. Eu gosto porque acho que as crianças leem, mas eu não gosto de ler “Harry Potter”, não acho que é literatura.

iG: Qual você acha que é um livro infantil de qualidade?
Ruth Rocha:
Eu, na verdade, leio muito mais livros para adulta. Todo mundo acha que eu ainda tenho criança dentro de mim [risos], mas na verdade sou adulta, até velha. Mas o ganhador do Jabuti de 2014 [“Breve História de um Pequeno Amor”, de Marina Colasanti] é uma obra muito bonita.

iG: Como você acha que é a melhor forma de incentivar uma criança a ler?
Ruth Rocha:
A criança tem que ser estimulada. Você tem que conversar com a criança, cantar muito com ela, ensinar versinhos, contar histórias desde que nasce. Porque a leitura é um complexo que compreende de ler, escrever, entender. É importante criar a criança para ler bem. Ter vários livro no alcance da criança. Vejo muita gente comprar um celular para a criança, que custa cerca de R$ 1 mil, mas nunca vi um pai gastar R$ 1 mil em livros. Outra coisa muito importante a ler é o evento. A criança passa muito tempo brincando de ser grande. De ser bombeiro, médico... Elas imitam os adultos, então é importante que em uma casa as pessoas leem, que cultivem a cultura. Agora se ela vai ler mesmo, eu não posso garantir [risos]

iG: Os seus livros fizeram a infância de muitas pessoas. Você já ouviu algum tipo de história que te emocionou?
Ruth Rocha:
Uma vez uma família de negros que disse que sou a autora que mostra negros em suas histórias e isso foi emocionante para mim. Mas já ouvi muita gente que aprendeu a ler com os meus livros, que agora eles mesmos leem para seus netos… Há 50 anos ouço isso e cada vez eu fico mais emocionada.

Fonte

Mas, gente... sério, qual é o problema dessas pessoas com Harry Potter? Elas realmente acham que precisam desqualificar uma obra de sucesso pra falar bem de outras? Sei lá, pra mim, isso aí não pegou bem não, e olha que na infância eu li bastante Ruth Rocha da biblioteca da escola :think:
Edit.: Mas também tenho que comentar aqui que concordo plenamente com ela na questão do incentivo a leitura...
 
Última edição:
Eu não acho errado colocar temas fantásticos em livros, mas poha, é a primeira que eu vejo um autor famoso falar mal de Harry Potter em público.

Falar mal de Crepúsculo é "moralmente aceitável", falar mal de 50 tons de cinza é "moralmente aceitável", mas tocou em HP, parece que tá cometendo sacrilégio. É como se fosse unanimidade que HP é "bom" e por isso ngm pode falar mal.

Pq não pode criticar? HP é passível de crítica assim como qqr outro texto. E vou ser franca, tbm achei Harry Potter beeeem fraquinho.
 
eu não acho que o problema esteja em criticar, sabe @Lindoriel ? Toda obra é passível de crítica, o que é bom pra mim, não necessariamente vai ser bom pra você e é claro que até mesmo os clássicos não estão acima de qualquer crítica (e com clássicos, me refiro a clássicos MESMO)
o que eu acho, é que esse povo está sendo muito infeliz nas colocações, na forma de criticar sabe?
dizer que não é literatura? pera lá! quem é que define o que é e o que não é literatura? só porque não é um clássico? por ser "fraquinho"? é literatura YA, é pra gente mais jovem que não está familiarizada com linguagem rebuscada, mas começa a ler por ali, daqui a pouco está partindo pra coisa melhor, entende?
aí vem uma autora famosa como ela e diz que não é literatura, já quebra as pernas de quem está começando, saca? é isso que eu me refiro...
 
Ela foi muito infeliz mesmo com esse comentário, foi uma tremenda falta de educação e respeito para com uma colega de profissão. Ela tem todo o direito de não gostar, mas deve criticar de uma maneira construtiva, não dessa maneira arrogante que ela fez. Com certeza ela não gostaria nada se algum autor ou alguma autora mais antigos do que ela falassem em uma entrevista que não consideram o que ela fez como literatura.
 
Acho que tem pouco escritor falando mal publicamente porque sabem como fanboy é sensivelzinho e vai querer armar uma cruzada pela cabeça do cara ou preparar um megaboicote mas redes sociais etc. Essas coisas que todo desocupado adora fazer. Muito mais por isso do que por respeito a uma "colega de profissão". E pelo menos nesse quesito a Ruth Rocha teve colhões de tocar na feridinha. Mas o fez de modo atrapalhado e passou vergonha.

1% de bateria
Depois falo mais rsrs
 
Eu gosto muito da RR, mas ela não precisava ter dito o que disse.

Eu mesmo não curto absolutamente nada de HP porque é o tipo de ficção infantil que ao ter lido simplesmente não me encantou em nada e não suficiente pra manter meu interesse, mas nem por isso não acho a Howling uma péssima escritora ou que o que ela escreve não é literatura, ou seja não misturo não apreciar o trabalho de alguém com menosprezo e/ou ódio.
 
Concordo com o que ela falou, exceto a parte do Harry Potter, mas isso é a opinião de cada um e eu respeito; ela só poderia ter dito de uma forma mais profissional.
 
fiquei com uma impressão estranha da entrevista. porque faz sentido o que ela diz inicialmente:

iG: O que acha destes novos best-sellers, que misturam fantasia, com a presença de vampiros e bruxas?
Ruth Rocha:
Isto não é literatura, isto é uma bobagem. É moda, vai passar. Criança deve ler tudo, o que tem vontade, o que gosta, mas eu sei que não é bom. O que eu acho que é literatura é uma expressão do autor, da sua alma, das suas crenças, e cria uma coisa nova. Esta literatura com bruxas é artificial, para seguir o modismo. Acho que o Harry Potter fez sucesso e está todo mundo indo atrás.

ou seja, que esses livros escritos para copiar sucessos buscando também o sucesso são carentes de personalidade própria, de inovação (aparentemente o que ela define como o que é literário ou não, vide a resposta). só que aí ela diz:

iG: Então você não gosta de “Harry Potter”?
Ruth Rocha:
Não acho errado os livros fazerem sucesso. Eu gosto porque acho que as crianças leem, mas eu não gosto de ler “Harry Potter”, não acho que é literatura.

e note, isso a começar foi uma pergunta idiota (ou canalha) do repórter. porque na resposta anterior ela não diz que não gosta de harry potter. ela explica só que esse monte de livro tudo parecido está tentando copiar o sucesso de harry potter. e aí ela vai responder e se embanana. porque ela encaixa harry potter no mesmo lugar dos livros que supostamente tentam imitá-lo, como se ele não fosse algo original.

olha, eu não passei do terceiro livro, não estou aqui defendendo qualidade literária. mas acho que há um rio enorme separando definição de livro bom e ruim da definição do que é ou não literatura. o uso da expressão foi bem infeliz, embora eu meio que entenda, porque quando era mais nova eu costumava usar para quando queria me referir a livros que considerava ruins.

anyway, acho que o babaca maior da entrevista foi o repórter. a ruth rocha pode dar a opinião que ela quiser sobre quem ela quiser - a relação com um livro é pesssoal e não porque um monte de gente idolatra um livro que outras pessoas também precisam amar. insisto: foi mais o termo que ela usou que pegou mal.
 
É que vocês não leram a entrevista do Zero Hora:

Ruth Rocha: "O politicamente correto foi muito prejudicial para a literatura infantil"
Escritora paulistana fala sobre sua careira e opina sobre Harry Potter, entre outros temas
por Alexandre Lucchese
Atualizada em 23/04/2015 | 04h4623/04/2015 | 04h02
Em entrevista por telefone, Ruth Rocha lembra sua trajetória e destaca influências que considera negativas na literatura infantil, de autoajuda a Harry Potter.

A senhora está perto de completar 50 anos de carreira. Quando começou a escrever, imaginava tamanho êxito?

Nunca imaginei. Comecei a escrever com 37 anos. Um pouco antes, passei a fazer artigos sobre educação para a revista Claudia. Lá pelas tantas, Sônia Robato, diretora da revista Recreio, me convidou para ser orientadora pedagógica da publicação. A revista foi um sucesso, vendia 1 milhão por mês. A Sônia começou a insistir para que escrevesse uma história que eu contava para minha filha. Então, escrevi Romeu e Julieta. Ela gostou muito e foi me pedindo outras. Aí, não parei mais.

Sua formação em Sociologia influenciou o trabalho literário?
Escrevi muito sobre o poder, sobre reis e muito disto vem da formação. E a ditadura deixou a gente "de frente para o crime". Tem muita coisa na literatura infantil da época que trata de poder. É engraçado que a censura estava em cima da música, do teatro e de mais uma porção de coisas, mas deixou toda a literatura infantil falar mal do poder. Teve uma repressão contra João Carlos Marinho, autor de O Gênio do Crime, que foi detido por falar sobre o esquadrão da morte, e a professora que levou o livro dele para a escola foi expulsa do serviço público. Mas deixaram passar coisas "piores".

Como abordar a questão política hoje?
A política hoje está muito polarizada, violenta. Ainda não tive uma boa ideia literária para escrever sobre isso. Na verdade, são os Dois Idiotas Sentados Cada qual em Seu Barril (livro da autora). Acabarão explodindo.


A influência do setor público, com a compra das grandes tiragens para escolas, não tolhe a criatividade dos escritores, que podem não querer abordar temas polêmicos?

Não. Quem tem que escrever escreve. Tem essa coisa de compra de governo, de achar que não pode falar disso ou daquilo. Mas, na minha carreira, tudo que bati o pé e disse que queria foi feito. Houve uma patrulha chata do politicamente correto, mas comigo não pegou. Certa vez, implicaram com meu Saci porque ele fuma cachimbo. Aí, falei para a funcionária da editora: "Quem é você para censurar nosso folclore?". O politicamente correto foi muito prejudicial para a literatura.


Há outras influências negativas?

Outra coisa muito prejudicial é a autoajuda. Há pouco tempo, fui júri de um concurso literário, e tinha um livro sobre uma mãe que teve câncer, aí os filhos e o marido cuidavam dela, eram bonzinhos, faziam o que ela queria. Tinha outro sobre um menino que teve um AVC, outro sobre um garoto com leucemia... E os livros que não falavam de doença eram chatíssimos, uma coisa meio hippie, umas coisas sobre o futuro da humanidade.

A senhora destaca bons autores infantojuvenis surgindo no mercado?
Não. Na literatura para adultos, vejo muita gente boa. Mas a literatura infantil está muito influenciada por coisas de fora (do país), vampiros, bruxas, mágicos... Acho isso tudo uma bobagem. Não vejo graça alguma.

A senhora acredita que os autores nacionais deveriam valorizar mais nossa tradição ao escrever?
Não é isso. Acho que eles deveriam valorizar literatura estrangeira, e não coisa boba estrangeira. Não sou contra esses livros, os jovens gostam e leem, é bom que leiam qualquer coisa, que façam o exercício da leitura. Acho que, dessas bobagens todas, Harry Potter é a melhorzinha, mas não é literatura.

Por quê?
Isso a gente lê e sabe. Um livro de literatura tem outra consistência. Para começar, bruxa é bobagem, então está pronto: é bobagem (risos). Um menino mágico que vai para uma universidade de magia... Acho um pouco tolo. Não acredito nessas coisas de magia, bruxas, coisas sobrenaturais, vampiros. Não acho nada disso aproveitável. Mas acho que essa moda vai passar, a não ser que esteja se espalhando uma fantástica epidemia de tolice no mundo.


É uma moda que já tem mais de 15 anos.

Mas, em termos de literatura, é pouco tempo. E, em paralelo, a literatura ainda existe. Há pouco tempo, saiu um livro da Marina Colasanti que ganhou o Jabuti (Breve História de um Pequeno Amor). É um livro muito bonito.

Como escritora, a senhora acompanhou diferentes gerações de leitores. Houve mudanças com o tempo?
Meu livro que mais vende (Marcelo Marmelo Martelo) foi lançado na Recreio em 1969 e publicado em 1976 em livro. Vende em torno de 40 a 50 mil exemplares por ano. Acredito que não houve nenhuma mutação importante na humanidade nosúltimos milhares de anos. É claro que as circunstâncias são outras, mas a criança não se modifica muito, tanto que elas aprendem a andar, falar e ler na mesma idade. As pessoas começam a se diferenciar na adolescência. Acho inclusive difícil escrever para esse público atualmente, porque os jovens têm muita liberdade para se diferenciar, separam-se em grupos.

Como despertar o gosto pela leitura nas crianças?
Uma boa alfabetização é um ótimo começo. Se os pais contarem muitas histórias para as crianças, um dia elas entenderão que as grandes histórias estão nos livros. E tem que ouvir muito o que ela fala, para ajudar a formar esse conjunto da fala e da escrita. E também é preciso oferecer acesso a livros. Vejo muitos pais que gastam R$ 1 mil em um celular para o filho, mas são incapazes de entrar em uma livraria e gastar R$ 1 mil em livros.

Fonte: http://zh.clicrbs.com.br/rs/entrete...icial-para-a-literatura-infantil-4745282.html
 
Sim, quando você era mais nova você era leiga. E os leigos falam assim: "não é literatura" quando querem dizer "é literatura ruim".

Mas a RR tem 50 anos só de carreira neam. Inaceitável falar como leiga nessa hora. Rsrs. Por isso eu digo que se atrapalhou toda.


E teve uma outra matéria publicada noutro lugar onde ela falava do Saci Pererê como se fosse o maior barato, e reclamava que o politicamente correto tentasse mudá-lo para que ele não fumasse mais cachimbo. Ela ficou fula com isso. E na mesma matéria dizia que vampiros era "bobos"... Porque o Saci, né gente, esse sim é um folclore rico e digno. XD

Acho que foi o @Bruce quem publicou no FB. Se ele lembrar de onde era pode pôr aqui também.
** Posts duplicados combinados **
Aff Demorei demais e o bicho já postou haha
 
calib, ela tem 50 anos escrevendo livros infantis, não estudando teoria literária. tecnicamente ela é leiga.

só ficando claro, não concordo com as opiniões dela. ficou óbvio que é uma senhora de visão limitadíssima não só sobre literatura, mas sobre cultura. o negócio é que dentro dessa visão limitada ela usa a expressão "ser literatura" para o que ela acha bom (não ser literatura para o que acha ruim). erra ao se expressar, mas está no direito dela de se expressar.
 
sim, como eu disse, ela pode criticar, só foi BEM infeliz na forma que o fez e na escolha de palavras, mas convenhamos né? a tiazinha já deve estar até meio "caduquinha" :rofl:
 
Última edição:
Bom, nós estamos escrevendo aqui e não estamos fazendo literatura. A coisa vai um pouquinho mais além.

Mas é isso aí, @Anica. Ela é limitada. Eu teria imaginado que alguém que passa cinquenta anos escrevendo literatura em algum momento se aprofundaria no tema, mesmo sem ter um curso de Letras (o dela é Sociologia, parece). Mas ela não demonstrou ter ido a fundo nisso. Ela sequer acompanha o mercado dos livros infantis, como deixou transparececr.
 
Gosto da Ruth Rocha. Cresci lendo alguns de seus livros - inclusive, faz pouco tempo que doei para a biblioteca do colégio em que estudei uma edição da Ilíada que ela adaptou. Mas pra mim ela falou uma senhora bobagem nessa entrevista...

Primeiramente, não estou me doendo por ela ter criticado Harry Potter. Eu gosto da série até o quinto livro e desgosto dali em diante. Não acho que HP, sem dúvida nenhuma um ícone da cultura pop, seja inatacável. Pelo contrário. O exercício da crítica é sempre desejável. E, partindo desse mesmo princípio, estou aqui criticando a ausência de substância na argumentação da Ruth.

Ela diz que Harry Potter não é literatura. O repórter pergunta por quê. Ela responde:

"Isso a gente lê e sabe. Um livro de literatura tem outra consistência. Para começar, bruxa é bobagem, então está pronto: é bobagem (risos)."

Como já se comentou aqui, existe literatura boa e existe literatura ruim. Portanto, dizer que precisa ter consistência pra ser considerado literatura, isto sim, é bobagem.
E está pronto o quê? Por que é bobagem? o_O

"Um menino mágico que vai para uma universidade de magia... Acho um pouco tolo."

Tudo bem. É uma avaliação subjetiva.

"Não acredito nessas coisas de magia, bruxas, coisas sobrenaturais, vampiros. Não acho nada disso aproveitável. Mas acho que essa moda vai passar, a não ser que esteja se espalhando uma fantástica epidemia de tolice no mundo."

Uai, eu também não acredito em bruxas, vampiros, etc. E daí? Vamos então estigmatizar o fantástico na literatura? Logo ela que, na mesma entrevista, se coloca (acertadamente) em defesa do nosso folclore contra as besteiras do politicamente correto.

Partindo da fala dela, nós podemos começar jogando Monteiro Lobato na lata de lixo - para a alegria, inclusive, dos propagadores do discurso politicamente correto. Ah, claro... o Drácula, de Bram Stoker, também não é literatura. É, como ela diz, "coisa boba estrangeira". Também vamos jogar no lixo a adaptação da Odisséia para o público infantil, que a própria Ruth Rocha escreveu, porque uma história que tem Circe, Polifemo, sereias... é tudo bobagem, então está pronto: é bobagem.

No mais, eu concordo que o mercado editorial tenha produzido muita porcaria no que diz respeito à literatura infanto-juvenil. Séries e mais séries de livros que não fazem mais do que tentar imitar, mal e porcamente, sucessos consagrados como o citado Harry Potter ou O Senhor dos Anéis. Daí a jogar tudo o que vem sendo produzido no mesmo balaio - quando a própria Ruth Rocha diz, na entrevista que deu ao IG, que não acompanha muito esse tipo de literatura - é um passo que eu não daria.
 
Última edição:
Dá impressão que ela está meio gaga, sei lá.

E também concordo que HP não é inatacável, mas faltou tanta consistência neste ataque que até parece dor de cotovelo.
 
Como era?

Eu parei de ler neste nexo oracional: He was a big, beefy man with hardly any neck, although he did have a very large moustache




Brimks. Fui até o fim do vol.1 apesar de ter intuído desde a página 1 que não ia render muito...
 

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