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Room 237 (idem, 2012)

Sua nota para o filme.

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Ana Lovejoy

Administrador
Matéria interessante na Gazeta sobre o documentário Room 237, fica aí o tópico para o caso de alguém assistir:

Forças sobrenaturais manifestadas em forma de um documentário – que vem devorando prêmios nesta temporada pré-Oscar – estão fazendo Hollywood descobrir segredos e teorias conspiratórias acerca de um dos filmes mais cultuados da história do horror: O Iluminado (The Shining, 1980), de Stanley Kubrick (1928-1999). Recém-lançado nos EUA, sem data de estreia no Brasil, Room 237, de Rodney Ascher, vem causando sensação ao garimpar interpretações filosóficas sobre a adaptação do romance homônimo publicado por Stephen King em 1977. E para chegar a teses como a de que o longa-metragem estrelado por Jack Nicholson seria uma metáfora para o Holocausto, Ascher provou serem verdades histórias folclóricas de bastidores de filmagem. Entre elas estão um incêndio que teria sido causado pela alta temperatura dos refletores e a opção de Kubrick por exibir Eraserhead, de David Lynch, aos atores, para fazer o elenco entender (e incorporar) o mal.

“Existem relatos de que o local das filmagens (os estúdios Elstree, em Borehamwood, na Inglaterra) ficou sob o efeito de energias ocultas, despertadas pelo tema fantasmagórico do longa, que demorou quase um ano para sair do papel devido ao cuidado de Kubrick. O fogo que atingiu uma das alas do set, sem causa comprovada, é um dos indícios do mistério na filmagem”, diz Rodney.

Conta-se, por exemplo, que, antes de Kubrick fechar com Nicholson, os produtores ofereceram o roteiro a Robert De Niro, que disse não após ser acometido por uma série de pesadelos nas noites em que leu o roteiro. Técnicos convocados por Kubrick para a produção de US$ 19 milhões (cuja bilheteria nos EUA chegou a US$ 44 milhões) falam de vultos que apareciam nos espelhos distribuídos pelo cenário. Causos assim hoje espalham-se pela internet, indo desde portais especializados como o Metacritic a sites pipoca como Hugo Nebula, passando pelo jornal The Guardian, fazendo as supostas maldições de O Iluminado ultrapassarem as lendas urbanas em torno de filmes também rodeados de mitos, como O Exorcista (1973). Ascher tentou ir além delas em Room 237, cujo título evoca um dos quartos do Overlook Hotel, onde a trama se passa. Lá, o escritor alcoólatra Jack Torrance (Nicholson) se instala com a mulher, Wendy (Shelley Duvall), e o filho paranormal, Danny (Danny Lloyd), e começa a ver aparições que o enlouquecem.

“Um dia, li uma teoria louca sobre O Iluminado e percebi o quanto um conjunto de imagens é capaz de gerar interpretações muito além do que os cineastas poderiam prever. No caso, estamos olhando para um filme que, ao lado de O Bebê de Rosemary e O Exorcista, modernizou os parâmetros do terror ao fazer uma abordagem realista do sobrenatural. Room 237 junta uma série de leituras psicanalíticas e sociais da história de Torrance”, afirma Ascher, que não não quis ouvir King – o escritor é avesso ao longa de Kubrick, por considerá-lo distante de seu livro.

Room 237 levanta a hipótese de que, em O Iluminado, a cascata de sangue que brota de um elevador e a montanha de malas abandonadas pelos hóspedes seriam alusões veladas ao extermínio de judeus em mãos nazistas. Exibido em Cannes e Sundance, o documentário fala ainda que a imagem de uma lata com um índio no rótulo, focalizada várias vezes pela câmera, seria uma reflexão sobre o extermínio de tribos. Há também indícios de que o filme seria uma denúncia cifrada pelo próprio Kubrick de seu envolvimento no que teria sido a farsa armada por Hollywood do pouso da Apolo 11 na Lua em 1969 (quando o homem pisou pela primeira vez no satélite terrestre e que para alguns nunca aconteceu). Ascher só não apurou o envolvimento do diretor brasileiro Nelson Pereira dos Santos no projeto. Em 1980, Kubrick chamou Nelson, que à época lecionava nos EUA, para dirigir a dublagem do longa para o português. O diretor de Vidas Secas pôs Allan Lima para fazer a voz de Nicholson e Betina Vianny para dublar Shelley.

“Falávamo-nos por telefone, e ele me proibiu de aliviar os palavrões e palavras fortes na dublagem”, lembra Nelson. “Kubrick sabia que o texto tinha uma força única, que deveria ser preservada se vertida a outras línguas. E, embora ele tivesse fama de severo, comigo sempre foi um cavalheiro.”

não sei sobre vocês, mas O Iluminado é meu filme de terror favorito e fiquei bem curiosa sobre esse documentário. Aproveito para compartilhar uma teoria do Skywalker sobre o filme:

Sim, viagem no tempo mesmo. Os poderes do guri abriram um vórtex temporal que uniu o presente com o passado, do tempo do Dilbert Grady. Sim, o Jack Torrance pirou na batatinha, mas o hotel não era mal assombrado, aquilo tudo tava acontecendo de novo naquele lugar e naquela época.

(ele postou isso tem tempoooos lá no meu blog, mas não esqueci =F )
 
Acabei de ver e olha, é beeeem legal. Chama a atenção para um monte de detalhe que passou batido nas 'n' vezes que eu vi e por mais que eu ache que algumas teorias são meio forçadas, ainda assim é bacana ver que o filme permite tantas possibilidades de interpretação. E agora estou morrendo de vontade de ver O Iluminado de novo ><'
 
Assisti ontem, achei mais ou menos. Algumas teorias até tem coisas interessantes, de ver como se encaixam, mas no geral achei muito viagem, bem forçadas, a mulher lá falando do poster do minotauro :ahhh: Nem com muito boa vontade. E o estilo da montagem, usando só cenas de vários filmes me incomodou um pouco, meio confuso.

O melhor mesmo ficou por conta dos detalhes que eu também nunca tinha reparado e que só reforçam a genialidade do Kubrick, destaque pro mapinha do Danny andando no triciclo.
 
tb achei a teoria da mulher a mais forçada, pelo menos nas "pistas" que ela usa para comprová-la. o lance da primeira vez do homem na lua é divertido, mas continuo achando bobagem. na realidade, eu acho tudo meio vago demais (máquina de escrever alemã booom é sobre o holocausto, etc.) mas acho que o que vale do documentário são justamente esses detalhes que só gente obcecada consegue perceber (nunca tinha notado que na cozinha eles entram por uma porta com um número e saem por uma de outro número, por exemplo). desses detalhes o que mais me surpreendeu foi a da sobreposição do filme correndo na ordem certa e ao contrário. e sim, o mapa do danny foi bem legal.
 
O lance das portas também, muito legal. Agora, cadeira que some de um take pro outro, a máquina de escrever que mudou e até a janela impossível, o Kubrick era muito perfeccionista pra deixar isso passar por erro de continuidade, talvez tenha um motivo, mas mantenho minha interpretação de que é uma história sobrenatural, então não tem que ter muito explicação lógica por trás do que acontece.

Uma que gostei e é totalmente plausível foi do fusca vermelho, lol.
 
O lance das portas também, muito legal. Agora, cadeira que some de um take pro outro, a máquina de escrever que mudou e até a janela impossível, o Kubrick era muito perfeccionista pra deixar isso passar por erro de continuidade, talvez tenha um motivo, mas mantenho minha interpretação de que é uma história sobrenatural, então não tem que ter muito explicação lógica por trás do que acontece.

nisso que eu acho que achei o documentário legal: não as teorias são furadas, mas os entrevistados chamam atenção para muita coisa que nunca nem me liguei sobre o filme, e só faz dele (o iluminado) ainda melhor. por exemplo, o lance da cadeira que vc citou. nuss, isso é coisa de filme de terror típico. só que ao invés de fazer de forma escancarada, o kubrick provavelmente escolheu ser sutil. a cena que mostram ali ganhou um novo sentido para mim (e é por isso que estou louca para rever o iluminado agora >< )

Uma que gostei e é totalmente plausível foi do fusca vermelho, lol.

né? :rofl: outra coisa que nunca tinha percebido
 
ctrl c ctrl v do post que escrevi no hellfire:

Se um dia eu e o Fábio participássemos daqueles programas de auditório em que o casal tem que responder perguntas um sobre o outro, na pergunta “Qual o filme de terror favorito da Anica?” Fábio acertaria com toda certeza, respondendo “O Iluminado“. Sei disso porque dia desses perguntei para ele, e a resposta foi correta, há. Enfim, eu sei que meu favoritismo oscila bastante entre esse e A espinha do diabo, mas no final das contas o longa de Stanley Kubrick sempre sai ganhando pelo fator nostalgia (já que a primeira vez que vi ainda era criança). E se estou falando tudo isso é só para dar a dimensão da minha curiosidade sobre o documentário Room 237, que busca dissecar algumas teorias de conspiração envolvendo a adaptação cinematográfica desta obra de Stephen King.

O filme é montado da seguinte maneira: imagens de O Iluminado e outros filmes (como De Olhos bem Fechados e A Lista de Schindler) formam uma espécie de colcha de retalhos, ilustrando os depoimentos de alguns entrevistados sobre as tais das teorias de conspiração. Algumas delas eu tenho certeza que você já ouviu por aí, como a de que O Iluminado é um jeito de Kubrick falar sobre a participação dele na falsa gravação dos primeiros passos do homem na Lua; ou a de como o filme conta de maneira subliminar o massacre sofrido pelos índios nos Estados Unidos. Confesso que nunca acreditei em nenhuma dessas teorias: vejo O Iluminado como um filme de horror, e se formulei alguma teoria a respeito do filme não foi sobre significados ocultos, mas mais sobre o que diabos o hotel Overlook fez com o Jack. E olha, continuo não acreditando. E aí que eu acho que o que é bacana nesse documentário não é a argumentação dos entrevistados, mas mais alguns detalhes que eles apontam.


Das argumentações, a maior parte do tempo o documentário trabalha com: 1) genocídio dos índios; 2) holocausto; 3) o labirinto do minotauro; 4) revelação da farsa da apollo 11. Entre elas vão aparecendo outras “sub-teorias”, digamos assim, que servem como apoio à teoria principal (coisas como 1) Kubrick estudou e aplicou no filme recursos para deixar mensagens subliminares; 2) erros de continuação que na realidade não são bem erros; 3) intenção do diretor em tirar qualquer possibilidade de orientação de quem vê o filme, etc.). O problema de todas as teorias é que elas parecem forçar a barra e em momento algum conseguem apontar algo realmente conclusivo. Aliás, do jeito que os depoimentos se sucedem, Kubrick poderia ter falado de tudo isso *e* feito um filme de terror e estaria tudo ok. Esse é o problema: uma não elimina outra, e muitas são soam só como uma piração mesmo, por exemplo, o poster com o Minotauro (onde na realidade temos um sujeito esquiando) ou ainda, a sobre o quarto 237, mostrando a imagem da chave na porta:

room2371.png

Para dizer que o “Room nº” que antecede os números 237 é um jeito de Kubrick dizer Moon (wut?). Ou todo aquele papo sobre o número 7 e sobre o número 42 (Douglas Adams aprova). Enfim, de todas as teorias a única que não pareceu uma total viagem na maionese foi a de que Kubrick propositalmente colocou um fusca vermelho estraçalhado por um caminhão em determinada cena como um modo de dizer para o Stephen King um “Fuck you, é meu filme!”, digamos assim. Vale lembrar que King não é exatamente um fã da adaptação cinematográfica (e inclusive nem foi entrevistado para o documentário).

E se as teorias são forçadas, o que prende a atenção do começo ao fim? Porque é sério: eu não conseguia nem piscar, e algumas coisas ditas ali inclusive me deixaram tensa (como se eu estivesse vendo um filme de suspense, e não um documentário). Bom, como disse antes, são os detalhes que esses entrevistados apontam e que nunca percebi (mesmo tendo assistido ao filme repetidas vezes), que fazem com que O Iluminado fique ainda melhor (ou seja, que o trabalho de Kubrick seja ainda mais genial). Cito como exemplo a cena da cadeira que desaparece:

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Pode ter sido um erro de continuidade? Claro que sim. O diretor era um gênio, mas não dá para dizer que é infalível. Mas se considerarmos a natureza metódica de Kubrick (que inclusive coordenou até as dublagens de O Iluminado) será que coisas assim acabariam passando sem que tivesse alguma intenção por trás disso? Não entenda mal: não que eu ache que a intenção seja de falar sobre o holocausto ou seja lá qual teoria essa cena tente comprovar. É só que Kubrick opta por revelar a atmosfera sobrenatural do Overlook também de forma sutil. Poderia ser uma cena como a das cadeiras em Poltergeist (e eu morro de medo dessa cena ¬¬), mas é algo sendo trabalhado no fundo, não tão óbvia.

Gostei também da sacada de que O Iluminado é um filme para ver do jeito normal e ao contrário. A pessoa que fala dessa teoria conseguiu sobrepor as imagens do filme em flashforward e em flashback – algumas das cenas que aparecem desse jeito são bem perturbadoras e, o pior: parecem realmente se conectar de alguma maneira, mesmo que às vezes seja pela ironia (Jack todo calmo na entrevista de emprego junto com a cena de Jack alucinado correndo atrás do filho para o matar, por exemplo). Para ter uma ideia do que estou falando, vai aqui uma cena do documentário sobre isso:

tumblr_mjylhjo9SM1rt8levo1_500.png

E é por causa dessas sacadas (e de outras, como o sujeito que diz que a desculpa que Kubrick deu para ter mudado o número do quarto do livro – 217 – para 237 era esfarrapada) que o documentário é tão legal. Se você for considerar pelas teorias em si talvez fique no mediano, porque as teorias são fracas. Mas o olhar que estes entrevistados trazem para algo que você pensava já conhecer é realmente muito interessante e faz valer cada minuto. Ah, sim, e se você já assistiu, neste link tem mais algumas teorias que não estão em Room 237. E para quem ainda não viu, eu até ia colocar o trailer, mas ele tá tão bobo que acho melhor deixar o link para uma matéria da Gazeta sobre o documentário.
 

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