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Rolezinho: adolescentes são barrados em shopping de SP

ricardo campos

Debochado!
In Memoriam
Depois do que aconteceu no Shopping Interlagos, Campo Limpo investe em segurança particular e pede reforço da Policia Militar. Por Joseh Silva, do blog SPeriferia

por Joseh Silva — publicado 11/01/2014 19:18, última modificação 12/01/2014 02:09


Na tarde deste sábado, centenas de jovens, se concentraram em frente ao Shopping Campo Limpo, Zona Sul de São Paulo, para mais um encontro marcado pelo Facebook, o rolezinho. “Por medida de segurança”, o shopping estava escolhendo quem poderia entrar no recinto. Nas três entradas, uma equipe composta por segurança terceirizada, particular e policia militar, analisava e dava o aval para que podia ter acesso ao interior do ambiente. Centenas de jovens ficaram para fora.

Do lado de fora, adolescentes, em grupos conversam e brincavam entre si. O clima era de alegria e paquera. Meninas e meninos se olhavam o tempo todo. Parecia um jogo de sedução daquelas festas do seriado Revenge, que a Globo exibiu no segundo semestre do ano passado.

Do lado de dentro, o Shopping estava cheio, no entanto, “nada além do normal”, segundo a opinião de um segurança que olhava aflito para os lados. Também apreensivos, estavam os seguranças particulares, que a todo instante faziam rondas no interior das lojas e nas portas de entrada e saída.

Na loja de assessórios para celular, a vendedora, quando questionada se sabia o que estava ocorrendo, relatou: “é um tal de rolezinho. O pessoal marcar pela internet e vão para o Shopping combinado, fazem arrastão e vão embora. Aconteceu lá no [Shopping] Interlagos, antes do natal. Minha irmã trabalha em um quiosque deste. Ela teve que abandonar tudo, até dinheiro. Quebraram um monte de lojas”.

Enquanto a vendedora tentava explicar para uma cliente o que se passava, cincos policias da Força Tática do Policia Militar do Estado de São Paulo, faziam uma ronda pelo interior do Shopping. Andavam de pelos corredores, olhando para dentro das lojas e encarando qualquer adolescente que tivesse alguma característica dos jovens que foram barrados e estavam do lado de fora.

Em uma das portas principais, que fica na Estrada do Campo Limpo, para alguns adolescentes, pediam o RG para liberar a entrada, para outros só com os pais. Mateus Gomes, 13 anos , não estava com os pais, mas com a tia e o irmão mais velho, no entanto não conseguiu entrar, irritou-se: “Eu combinei de esperar minha tia e meu irmão aqui. Ai só porque cheguei antes eles estão dizendo que eu sou parente deles”.

A concentração iniciou às 14, mas foi por volta das 15h que havia mais jovens no local. As três entradas estavam tomadas por adolescentes. A maioria com o estilo parecido. Meninos com roupas coloridas, bonés, correntes, tênis e relógios enquanto as meninas, aproveitaram o calor e colocaram shorts e blusinhas.

Nas parte do estacionamento, alguns meninos começaram a subir na grade para pular para dentro. A gritaria, chamou a atenção dos seguranças que foram em direção ao local. Os adolescente vendo a aproximação, pararam de pular. Alguns conseguiram entrar. No entanto, dois foram pegos.

Os seguranças começaram a empurra-los para irem embora, exigindo cada vez mais pressa, e o menino não o obedecia, o segurança deu um tapa a cabeça dele. Os outros que acompanhavam a cena do lado de fora, começam a gritar: “Seus vermes, não bate neles não, covardes”. O menino que estava do lado de dentro, encarou os seguranças, eles começaram agredi-lo. De fora, todo mundo começou a gritar, até que os seguranças pararam e adolescente foi escoltado pelo publico até a saída.

A quantidade de jovens aumentava mais, até que por volta das 16h a administração resolveu fechar o portão da passarela e o adolescente foram saindo aos poucos. Algumas Rocans, circulavam no entorno do Shopping para acelerava mais a dispersão.

Indo em direção ao metrô, um menino se lamenta com o amigo: “só gastei tempo e dinheiro. Deveria ter ficado em casa. Dou nem pra tirar um lazer”.

Rolezinho Campo Limpo Parte III

O próximo Rolezinho já está marcado. Será dia 25 de janeiro, aniversário de São Paulo. Quase 22mil pessoas foram convidadas, no entanto cerca de 600 confirmaram presença.

Entre os comentários de desejo para o próximo um internauta dá o recado: “QUERO , É DIVERSÃO , FOTOS , RISADAS , TUMUTUAR ...NESSE EVENTO , NINGUEM AQUI , QUER ROUBAR NÃO”. No entanto, por conta do “fracasso deste sábado”, alguns já estão pensando em mudar a estratégia de articulação: “o esquema e excluir esse grupo se n vai dar errado igual o 2° , so agente ficar combinando pelo chat mesmo e um ir espalhando pro outro , pq se n vai cair na boca das policia de novo e vao fechar tudo de novo *-* acho q e a melhor coisa a fazer”.

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Fonte: http://www.cartacapital.com.br/blog...rrados-no-shopping-campo-limpo-5578.html/view
 
Revisão de texto mandou um abraço!

Não entendi a crítica: no primeiro "rolezinho" rolou arrastão e agora é absurdo prevenir que outro ocorra?
 
O shopping é um espaço particular, mas não como as casas das pessoas. O shopping é aberto ao público e só funciona pq tem alvará, que pode ser cassado pela prefeitura.

Dito isso, justificar a proibição da entrada de pessoas no shopping parece um ato discriminatório e que não pode ser justificado pelo argumento do "espaço particular". O shopping não é um residência, é um espaço comercial aberto ao público.

Por outro lado, acho que o shopping pode sim proibir eventos organizados - e a liminar estava proibindo justamente isso, o evento em si. Se já teve arrastão, então isso é motivo sim para o shopping proibir o evento. É motivo também para reforçar a segurança de forma preventiva. Além disso, o shopping, creio eu, também tem o direito de evitar grandes tumultos. Em situações de escala muito menor eu já vi seguranças de shopping pedindo para grupos de adolescentes berrarem menos. Isso não é novidade.

Só que... eu acho que pedir a identidade das pessoas na entrada do shopping um absurdo que não condiz com a proposta da liminar (proibir o rolezinho).
 
É um misto de preconceito e burrice mesmo mas tem seus méritos a preocupação.

Na minha opinião, o fator decisivo que criou este problema é a falta de educação que temos no Brasil. A nova geração não tem muitos parâmetros, estão se multiplicando os jovens "sem cabeça" que só querem saber de zoar e não tem limites. Eles tem uma certa impunidade pela questão da menor idade e os exemplos que eles tem para seguir na mídia são os piores possíveis. Eu sei que não são todos assim e que tem muito jovem tranquilo e consciente no meio mas é exatamente assim que a classe "superior" vê essa massa. Daí que eles não querem estas pessoas transitando em seus estabelecimentos porque sabem que pode haver depredações e atrito. Mas é o preconceito pois como eu dise, nem todos são assim, e é a burrice pois este problema foi causado justamente pela falta de consideração pela instrução dos jovens da geração atual.

E é um problema que só tende a piorar. Mais sem noção vão ser levantados como heróis pela mídia, e a educação vai continuar crítica. O governo devia se preocupar em criar cidadãos e não se preocupar em puxar o saco dos países estrangeiros enquanto seus filhos crescem sem perspectiva de futuro decente.

A PM tem policial bom e tem policial ruim, o fator comum é ter que trabalhas nestas condições atuais.

By Raphael S
Violent Violin
 
Eu entendo o lado do shopping, é um local próprio para um "evento" que reúna 1000 pessoas? Como garantir que não haverá tumulto? Apesar do ambiente comportar milhares de pessoas todos os dias, elas buscam os shoppings em pequenos grupos, não organizados e cada um com sua finalidade.
 
É engraçado que alguns acontecimentos marcam bem como as pessoas manipulam as informações. A proibição do evento em si é um absurdo? Eu acho que não. Existe precedente de arrastão, o shopping não é um espaço adequado para um evento com milhares de pessoas de uma vez só (como disse @Pearl) e os donos do shopping devem zelar pela segurança. Além disso, como já disse, é muito comum os seguranças reclamarem com jovens (de qualquer cor ou grupo social) que estão fazendo bagunça aos berros. Por outro lado: É um absurdo exigirem identificação na entrada? Sim, já que é um ato discriminatório e que mostra uma forte tendência de seleção apenas de pessoas "de boa aparência".

Só que a proibição ao evento está sendo avaliada como um ato discriminatório. A proibição não é, mas a execução sim. Existe uma grande diferença.
 
ricardo, no caso do evento marcado para o iguatemi quase 3000 pessoas confirmaram presença. futurologia ou não, é um número com o qual eles tinham que trabalhar: o shopping tinha condições de comportar aquele número de gente chegando ao mesmo tempo? se quem estivesse dentro do shopping entrasse em pânico (como nos primeiros casos registrados de 'rolezinho'), haveria como todos saírem com segurança? porque depois que dá merda e uns 100 morrem pisoteados é mole falar da responsabilidade da administração do shopping, né.

nesse sentido eu concordo com a pearl e o grimnir: o problema não é a proibição do evento (que consiste basicamente na administração do shopping dizer "ok, não temos comportar algo assim aqui dentro"). problema é esse negócio de pedir identidade.
 
E eu nao discordo de vc, @ricardo campos, só que mais uma vez eu digo que sao dois problemas distintos: proibir o evento e barrar a entrada de menores desacompanhados.

O primeiro problema está sim na esfera de decisão do shopping, que é um espaço privado e deve zelar pela ordem. O espaço não é apropriado para receber milhares de uma vez só. Ainda mais organizados em grupo, o que aumenta exponencialmente o risco de bagunça. Nem no natal é assim.

O segundo problema abre espaço para subjetividade, de modo que pode (e possivelmente foi o caso) ocorrer discriminação. Nesse caso o shopping está errado.

Eu não sei qual é a dificuldade de dizer que ambos (shopping e galera do rolezinho) estão certos e errados ao mesmo tempo.
 
Última edição:
Esse artigo aqui toca um pouco nesse assunto:


O projeto de lei vem no encalço dos “rolêzinhos” do final de 2013. alguns jovens resolveram fazer um “rolezinho” no shopping Internacional de Guarulhos. Macaquinho vê, macaquinho faz (isto não tem nenhuma conotação racial, antes que queiram criminalizar expressões idiomáticas há décadas no uso comum): tudo se deu depois de um verdadeiro arrastão no shopping Itaquera, quando jovens paulistanos, imitando os “pancadões” dos bailes funk cariocas, tomaram o estacionamento do shopping para criar um baile funk, que logo adentrou o recinto com uma série de furtos. A prática promete se propagar – já foi marcado um “evento musical não-autorizado” no shopping Interlagos.

A linguagem descritiva dos “setores progressistas da sociedade” – isto é, esquerdistas – inverte completamente o contato com a realidade. Um arrastão é um “rolêzinho”. Um protesto pelo topless com tímidas 8 participantes – e depois outro com uma, que ainda só tirou a roupa a pedido de uma repórter da Folha – é um “toplessaço”. O evento, marcado para às 10h, teve seu primeiro topless às 11h.

O “rolezinho” foi um verdadeiro arrastão. O “toplessaço” foi mais murcho do que… bem, vocês sabem. Esses manifestantes e seus beleguins na mídia de hoje não acertam uma.

Para minimizar o “rolêzinho”, uma repórter da Folha acostumada a propaganda esquerdista, Laura Capriglione, em estilo narrativo, conta como “centenas de adolescentes” adentraram o shopping cantando versos de Tertuliano, digo, MC da Leste, o funkeiro que entoava cantos pacifistas de resistência não-violenta como:

Matar os polícia é a nossa meta
Fala pra nóis quem é o poder
Mente criminosa, coração bandido
Sou fruto de guerras e rebeliões
Comecei menor já no 157
Hoje meu vício é roubar, profissão perigo
Especialista, formado na faculdade criminosa
Armamento pesado, ataque soviético
E, claro, depois que morreu, teve a família inteira sobre seu caixão afirmando que exigia que a polícia tratasse o caso de seu assassinato como prioridade extrema etc – no que foi prontamente atendida, bonitinho como só “os polícia” sabem fazer.

No caso do “rolezinho” em Guarulhos, a repórter da Folha contrasta uma “música” sobre “Eita porra que cheiro de maconha”, que “os moleque (sic) gosta mais do que de lasanha”, e tenta ridicularizar a fala de uma freqüentadora do shopping, como a mesma Folha tentara fazer antes com a “gente diferenciada” de Higienópolis:

Seria um arrastão? Saque? Quebra-quebra? Helena de Assis Pregonezzi, 55, empresária do ramo de caminhões de mudança, jurava ontem na praça de alimentação lotada ter visto jovens com revólveres. “Tem de proibir esse tipo de maloqueiro de entrar num lugar como este”, discursava entre garfadas na pizza de picanha com Catupiry.
Não se sabe por que comentar sobre as “garfadas na pizza de picanha com Catupiry” da empresária, como se isso fosse sinal de alienação, burrice, falta de consciência de classe, paranóia ou de algum erro pela “riqueza” de se comer pizza de picanha com Catupiry na praça de alimentação do shopping Guarulhos. Mas a repórter Laura ao menos tentou causar celeuma.

O que Haddad, seu secretário de Cultura (!) Juca Ferreira (que precisa saber que “cultura” vem de cultus, e é tudo o que é bem cultivado regional e imaterial, mas até aí 60 mil homicídios por ano fazem parte da “cultura” do Brasil sob o PT), a Carta Capital e Laura Capriglione precisam entender é que existe uma ordem nada autoritária – pelo contrário, a razão de nossa liberdade.

Essa ordem presume comportamentos adequados a um recinto. Não se pode parar na frente da casa de nenhum deles 1 da manhã (ou, quem sabe, 24 horas por dia) ouvindo MC Catra ou mesmo O Messias de Händel sem se notar que está se prejudicando uma ordem pré-estabelecida – de que é preciso haver um tempo de maior silêncio em cidades para corpos humanos de atividade cicladiana que precisam repousar.

Tampouco se pode entrar num shopping correndo, ainda que “sem furtos”, se é que essa informação procede mesmo, sem se notar que um shopping não prevê essa correria – na verdade, se 10 pessoas correm no shopping, as pessoas ao redor pensam que é assalto. Se 100 correm, já pensarão que é incêndio. Em compensação, se mil correm atrás de um ônibus, sabemos que é um tão comum horário de pico.

É assim que se presume comportamentos. Não se grita em hospitais e escolas, ninguém se veste de biquini para ir a uma entrevista de emprego, um médico não sai de um hospital e vai comer pastel na esquina de jaleco e nem se pratica campeonato de arroto em um Fórum Criminal.

Mircea Eliade, o maior estudioso das religiões do mundo, notou, em O Sagrado e o Profano, que o comportamento religioso nasce delimitando espacialmente alguns lugares em que o sagrado é honrado, delimitando-se o profano para fora dali. Toda cultura (ouviu, sr. Juca Ferreira?) precisa de uma localização espacial, via de regra determinando-se a a si própria como centro do mundo circundante (Umwelt).

Mesmo sociedades não-religiosas não abandonam esses comportamentos previsíveis em determinados espaços. Não só igrejas, cemitérios, ambulatórios, restaurantes e jantares na casa da sogra são provas disso.

Se todas as pessoas conseguem adequar seu comportamento a essa ordem sem grandes lesões à sua “saúde e qualidade de vida”, por que os funkeiros não podem – ainda mais sabendo que entram correndo em shoppings justamente para “causar”, por que passar despercebido, como todos os outros seres humanos fazem, é ofensa brutal a eles?
 
O complicado desse tipo de assunto é que se você não ficar se policiando, você vai soltar as cachorras do preconceito "sem querer querendo"...

De fato, se houve antecedentes de arrastões, é seja um motivo para que se proíba o evento, além das capacidades físicas do shopping. Mas como fazer isso de modo que não seja absurdo, conforme o Grimnir disse? Como fazer isso sem uma discriminação pelo simples fato daquelas pessoas estarem ali, superarem barreiras muitas vezes literalmente físicas para apenas estarem num shopping? Ou vamos rotular qualquer congregação de pobres agora como rolezinho? Na liminar, o juiz se referiu ao fato de que o exercício de um direito sem limites impede o exercício desse direito por outros cidadãos. Mas muitos desses jovens já não exercem direitos garantidos constitucionalmente (liminar aqui).

No artigo que o Feänor postou, por exemplo, o autor termina falando de funkeiros. Eu perdi alguma coisa ou rolezinho é = funk? A pergunta final me pareceu um pouco cínica também. O artigo todo tem alguns cinismos porcos. Mas oras: essas pessoas são desapercebidas. Precisamos a todo instante nos perguntarmos se o que incomoda não é o fato delas justamente estarem sendo percebidas.
 
Isso aí foi um incidente muito tenso. Do ponto de vista da discriminação existem pontos de certo e errado em ambos os lados.

O que é certo dizer que com a proibição no final todos acabam perdendo e o fator "medo" devido aquela ameaça de arrastão infelizmente tá prevalecendo. Lamentável.
 
Eu lembro em um shopping aqui do centro de BH seguranças barrando um morador de rua de entrar o que eu considero preconceito. Vendo alguns vídeos, independente do risco arrastão ou não, shopping é ambiente para se "causar" como colocado no texto que o Fëanor postou? No site do IG tem esse vídeo de um grupo brincando na escada rolante para exemplificar o que eu estou falando.http://ultimosegundo.ig.com.br/bras...-no-shopping-antes-de-repressao-policial.html. E sim, o shopping tem responsabilidade pelas pessoas que circulam dentro de seu ambiente, qualquer um! Imagina se um desses jovens tivesse caído de cima da escada? E pelo que eu tinha entendido, a questão da identidade era para que jovens sem o acompanhamento de um responsável não entrassem, não foi uma questão de como estava vestido ou não, tudo bem não existe dispositivo legal nenhum que impede menores de idade de frequentar shoppings, então, talvez a melhor solução fosse não abrir o shopping. Mas tanto no shopping Guarulhos quanto no Itaquera e Tatuapé os jovens entraram livremente como qualquer pessoa frequenta shoppings, e isso eles fariam também nos outros shoppings que conseguiram a liminar se não houvesse como um objetivo a reunião com milhares de pessoas ali!
 
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O problema é que a questão é delicada. Um grupo muito grande está sendo proibido de entrar em um espaço pequeno e frágil, o que é a coisa mais sensata do mundo! Mas o grupo é de jovens da periferia, aí o foco é mudado pro "preconceito".
 
O problema é que a questão é delicada. Um grupo muito grande está sendo proibido de entrar em um espaço pequeno e frágil, o que é a coisa mais sensata do mundo! Mas o grupo é de jovens da periferia, aí o foco é mudado pro "preconceito".

E o nome disso é leitura seletiva.

E pelo que eu tinha entendido, a questão da identidade era para que jovens sem o acompanhamento de um responsável não entrassem, não foi uma questão de como estava vestido ou não, tudo bem não existe dispositivo legal nenhum que impede menores de idade de frequentar shoppings, então, talvez a melhor solução fosse não abrir o shopping.

O problema é que a verificação de identidades abre espaço para subjetividades, né? Os seguranças poderiam ter recebido a orientação de verificar as carteiras sob o argumento que você citou, mas com o objetivo de proibir a entrada de pessoas com aparência mais humilde. Enfim, não digo que tenha acontecido assim, mas foi uma execução pobre de uma decisão correta (proibir o evento dentro do shopping).
 
Eu ainda tô rindo disso:
Parecia um jogo de sedução daquelas festas do seriado Revenge, que a Globo exibiu no segundo semestre do ano passado.

Acho que está faltando um pouco de noção pra essa galera. Ninguém pensou que poderia criar uma situação complicada em fazer um evento grande em um lugar pequeno?
 
Não adianta, @Liv, a esquerda gosta de fazer isso mesmo. Criar cenas bucólicas e vitimizar em toda e qualquer situação aqueles que são realmente vítimas da pobreza. Ser pobre é uma fatalidade, do ponto de vista da aleatoriedade da vida, mas isso não significa que qualquer tentativa de "integração social" seja naturalmente linda, maravilhosa e perfeita.

Falta honestidade intelectual e noção para admitir que nenhuma das partes está totalmente certa ou errada.
 
Acho pertinente discutir-se a legalidade e o mérito moral daqueles que executam e/ou participam de tais eventos (na era internética, a diferença entre esses dois verbos se dilui nesse contexto, né).

Mas afixar-se tão apenas a este debate é perigoso intelectualmente. A big picture está em dois fatores essenciais:

- De fato, o que está basicamente sendo discutido, que é a crise de legalidade. Como delimitar o direito de cada uma das partes mantendo um Estado isônomo?

- A crise cultural propriamente dita, da sociedade de consumo e tudo mais.

A bem da verdade, há um risco maior ainda não em concentrar-se só numa ou misturar estas duas facetas, algo que dependendo do ponto de vista e da tese é inevitável, mas declarar a priori que elas são necessariamente a mesma coisa, tendo a mesma "solução".
 

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