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Discussão Role-playing é objetivo, mensurável e independe de opiniões

Armitage

Usuário
(esse tópico surgiu de uma resposta a um colega num outro forum que, ao ouvir minhaopinião quanto ao baixo grau de role-playing nos jogos Baldurs Gate, afirmou: "o elemento Role-playing nos jogos eletrônicos é subjetivo, depende de jogador para jogador". Então achei conveniente criar esse tópico, para ouvir a opinião de todos... )

Negócio é o seguinte:

Acho que vamos concordar que Role-playing, no que diz respeito ao ambiente eletrônico single-player, é a capacidade de assumir um papél e o ambiente de jogo lhe propiciar possibilidades interativas condizentes com o mesmo, e quanto mais diversas e profundas essas possibilidades, melhor certo? Ok.

Desde a década de 80 com Wasteland, Ultima 4 e uma penca de ficções interativas textuais, o método de implementar isso num ambiente eletrônico já está estabelecido. Através de árvores de decisão você permite a um jogador assumir um papél e o principal - o mundo reagir dinamicamente a esse papél (tanto às caracteristicas inatas deste, quanto às decisões e escolhas que você jogador faz posteriormente a assumir o papél). Essa reatividade condizente é o fator role-playing. O mesmo é maior na medida que essa Árvore de Decisão possui mais ramos e ramos e ramos condizentes com o contexto papél-mundo-história. E menor na medida que essa árvore de decisão é magrinha, com um raminho aqui outro acolá.

Então voltando ao ponto - não tem essa de role-playing ser subjetivo e dependente de cada jogador. Isso é desculpa. Árvores de decisão e linhas de código são coisas enormes e perfeitamente mensuráveis.

- > Então analisamos Arcanum, por exemplo, onde, se você escolher assumir o papél de um Ogro feio e burro, o jogo reage lhe permitindo apenas formas de interação com o mundo que condizem com o papél de um Ogro Feio e Burro. Ou seja, ações de diálogo estúpidas, reações sociais adversas, dificuldades motoras finas, etc. E ainda leva em conta escolhas feitas por você, e calcula/considera consequencias condizentes, etc. Some-se a isso um sem número de variáveis no "papél" inicial como raças, backgrounds e skills diferentes que realmente afetam o outcome (a experiência de jogo resultante) e temos aí uma árvores de decisão consideravelmente grande. Consequentemente temos um fator role-playing consideravelmente grande.

- > Agora quando analisamos Baldurs Gate, um jogo onde atributos, skills e demais características pouco importam na forma como seu personagem interage com o mundo (a não ser que você considere "o mundo" como um grande tabuleiro de combate ) , temos aí uma árvores de decisão bem humilde, com um raminho aqui outro acolá. Se eu posso optar por várias opções de diálogos diferente mas no final, grande parte delas dá no mesmo; Se eu posso escolher várias variáveis de papél (raça, atributos, skills, etc.) mas no final a interação com o mundo dá no mesmo; etc, etc., etc. temos aí um fator role-playing consideravelmente pequeno.

( lembrando que Baldurs Gate não é desprovido de role-playing, apenas o tem em doses homeopáticas. Tão homeopáticas que dá pra citá-los em um parágrafo: ocorre role-playing real na interação intra-party, durante romances, discussões ideológicas, etc. o unico momento em que se toma uma decisão com consequencias para o plot central é a decisão de se unir a uma facção no meio do jogo - entre a Bodhi e os Shadow Thieves; e a inclusão de stronghold-quests também é interessante desse ponto devista, apesar de serem estáticas e pré-definidas pra cada classe. Pronto - eu falei de tudo de role-playing que o jogo tem ).


Então, deu pra entender agora porquê a) role-playing independe de gostos, é algo objetivo e perfeitamente mensurável; e b) Jogos como Baldurs Gate são rasos em matéria de role-playing, e jogos como Fallout e Planescape são recheados de role-playing?
 
Re: [Discussão] Role-playing é objetivo, mensurável e independe de opiniões

Role-playing, no que diz respeito ao ambiente eletrônico single-player, é a capacidade de assumir um papél e o ambiente de jogo lhe propiciar possibilidades interativas condizentes com o mesmo, e quanto mais diversas e profundas essas possibilidades, melhor certo? Ok.

Não acho que seja isso.

Você está pensando em URPGs, Armitage. Rpgs americanos que principalmente nas mãos da BIOWARE nos últimos tempos dão ao jogador um leque grande de opções para encarar uma mesma situação, esteja ela ligada ao "plot" central ou não. Caso de KOTOR e, mais recentemente, MASS EFFECT (de x360). Agora, em JRPGs, que os americanos até tiram sarro por você negar algo e o NPC insistir até que você diga sim, a coisa é mais linear, e mesmo assim eu não acho que deixe de ser uma interpretação de papéis. Interpretação de um papel de alguém importante na história, com um caminho já estabelecido, de um herói que não é você mas no qual você "entra na pele" para tomar decisões simples e principalmente encarar situações de batalha. Você vive a história em terceira pessoa, sem poder opinar muito.

A questão, pelo que eu percebi, é que você gosta de jogos NÃO-LINEARES, só que estar em um papel bastante linear e com poucas opções de sair do "plot" não significa necessariamente que o jogo não é um RPG ou que seja um RPG ruim. Simplesmente é linear. Os americanos são melhores em fazer os jogos que você gosta, isso é certeza. Japoneses gostam de jogos lineares.

Gosto oriental e gosto ocidental são bastante diferentes. E nesse aspecto eu concordo que rpg é subjetivo. Mass Effect vende no Japão tanto quanto Dragon Quest vende nos EUA. Os dois são RPGs e são diferentes.
 
Re: [Discussão] Role-playing é objetivo, mensurável e independe de opiniões

Pô foim mal Shazan, esquecí de especificar que a discussão era só pra RPGs ocidentais e de PC, na linha de Ultimas, Darklands, Fallout, Arcanum, Planescape, Bladurs Gate, KOTOR, Obilvion, The Witcher, etc.

No mais concordo contigo, os japoneses realmente nem se propõe a te dar a liberdade dos ocidentais, focam mais nas histórias e tal. É outra proposta, outra escola.
 
Re: [Discussão] Role-playing é objetivo, mensurável e independe de opiniões

Concordo com o conceito dq existem árvores de decisão mais e menos complexas, mas não acho que isso seja decisivo para definir o nível de "Role Playing" da coisa... Além da interatividade (definida pela árvore de decisão) existe também a imersividade (geralmente definido pela plot)...


Como muito bem lembrado pelo Shazan, os RPGs Japoneses valorizam muito mais a imersividade, priorizando o desenvolvimento da história/personagens, ao contrário dos RPGs Americanos, que preferem a interatividade caracterizada pela árvore e seus diversos desdobramentos possíveis que nos dão a ilusão de escolha...


Como já disse no tópico sobre Planescape, o "problema" de BG foi a ESCOLHA que eles tomaram... Ao invés de seguir o molde Americano, preferiram o molde japonês, resultando numa interatividade limitada e uma imersão soberba... Logo, não acho que tenha sido uma falha e sim uma escolha fazer BG dessa forma... O pessoal da Bioware/Black Isle já tinha domínio sobre a fórmula (como visto em Planescape e Fallout), apenas PREFERIRAM fazer BG diferente...


Aliás não vi qual o sentido desse tópico... Vc já tinha tratado dessa questão, enautecendo Planescape/Fallout/Arcanum com sua bela e frondosa árvore em detrimento de Baldur's Gate com sua árvore seca, velha e retorcida... Então ainda naõ entendi qual o ponto do seu tópico a não ser criticar Baldur's Gate... Não era mais fácil criar um tópico chamado "Quem mais odeia Baldur's Gate além de mim"? Seria bem mais produtivo (e sincero)... :yep:
 
Re: [Discussão] Role-playing é objetivo, mensurável e independe de opiniões

Eu não acredito que você interprete alguma coisa nos RPG's eletrônicos. Até mesmo os mais complexos são apenas árvores de escolhas com muitos caminhos possiveis que tem resultados pré-estabelecidos.
 
Re: [Discussão] Role-playing é objetivo, mensurável e independe de opiniões

Quem joga RPG de mesa realmente fica desconfiado quando afirmam que um certo jogo eletrônico é classificado como RPG. São bem diferentes. A liberdade dos jogos eletrônicos é obviamente limitada, mas acredito que vem existindo evolução nesse sentido à medida que a tecnologia aprimora a inteligência artificial e a capacidade de interação entre jogador e jogo.

Por enquanto ainda ficamos limitados à escolher entre opções pré-definidas. Mas já existem jogos onde voce tem boa liberdade de ação, como matar ou não diversos NPCs com quem voce interage durante a partida, o que influencia no resto do jogo, isso eu acho legal. Por incrível que pareça, GTA que´não é classificado como RPG é o game (dentro dos que já joguei) que oferece ao jogador a maior liberdade de ação.
 
Re: [Discussão] Role-playing é objetivo, mensurável e independe de opiniões

Eu não acredito que você interprete alguma coisa nos RPG's eletrônicos. Até mesmo os mais complexos são apenas árvores de escolhas com muitos caminhos possiveis que tem resultados pré-estabelecidos.

No final das contas é exatamente o que o Lucas está dizendo... um monte de opções possíveis, mas nunca ilimitadas. "Filosoficamente" falando, o jogo tem uma quantidade de informação pré-definida e isso já demonstra que é impossível fazer "o que você quiser". Não existe, por exemplo, um jogo que eu conheça em que você INVENTA uma opção quando precisa tomar uma decisão... pois o jogo sempre te DÁ as opções possíveis. Ponto.

Podem ser 20.000 possibilidades, mas isso é absolutamente pouco perto das infinitas que você poderia ter com 100% de liberdade. Nesse ponto, RPG de "mesa" (que já tem lá suas limitações impostas pelo "mestre") é ainda incomparável a um rpg eletrônico, seja ele oriental ou ocidental.

As opções mais próximas de uma constante "interpretação diferenciada" em uma PROGRESSÃO são jogos com constante implementação de conteúdo, por serem "facilmente" editados (Neverwinter Nights) ou por terem grande quantidade de estória e expansões sazonais (guild wars... world of warcraft). Ou então jogar vários jogos diferentes mesmo, jogando a PROGRESSÃO (continuidade) no lixo.
 
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Re: [Discussão] Role-playing é objetivo, mensurável e independe de opiniões

Lembrando que RPG é role playing game. Isso ainda significa jogo de interpretação de papéis e INTERPRETAR continua não significando necessariamente ter liberdade. Vide profissionais de artes cênicas que interpretam papéis decorados, com caminhos pré-estabelecidos em que realizam pequenas improvisações, no máximo. Não acho que liberdade de escolha seja um pré-requisito para um rpg eletrônico, mas fico absolutamente feliz que tenhamos duas vertentes em desenvolvimento atualmente, o que dá liberdade de escolha pros jogadores, que são quem precisam estar felizes no final das contas.

Não tenho nenhuma dificuldade em destacar RPG de outros gêneros, acho a classificação justa e acho besteira querer comparar RPG de mesa com RPG eletrônico. Acho também natural o próprio RPG estar criando vertentes dentro dos jogos eletrônicos, como a divisão entre o estilo oriental e o ocidental. É tão natural como subdivisão no mundo da música onde o rock deu origem a várias subdivisões e ao metal, que deu origem a outras tantas subdivisões e por aí vai.
 
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Re: [Discussão] Role-playing é objetivo, mensurável e independe de opiniões

Nossa, o Shazan conseguiu transformar uma proposta ruim de tópico numa discussão muito mais válida e empolgante! Fascinante! :D


E sim, também acho descabido essa eterna comparação (e picuínha) entre jogadores de PC x Jogadores de papel e caneta... São manifestações diferentes dq o conceito de RPG tem a oferecer e ambas tem suas virtudes e defeitos...



Eu não acredito que você interprete alguma coisa nos RPG's eletrônicos. Até mesmo os mais complexos são apenas árvores de escolhas com muitos caminhos possiveis que tem resultados pré-estabelecidos.
Ditto.


No final oq define a quantidade de ramificações é a paciência dos programadores em desdobrar ao máximo as opções de escolha... mas no final a coisa toda continua restrita a um script definido de reações possíveis...


A única chance disso mudar um dia será através do desenvolvimento de IA e sua consequente aplicação em jogos... Aì sim poderemos começar a vislumbrar escolhas dinâmicas e reações "inteligentes"... Até lá continuamos com "if x, then y"...

Lembrando que RPG é role playing game. Isso ainda significa jogo de interpretação de papéis e INTERPRETAR continua não significando necessariamente ter liberdade. Vide profissionais de artes cênicas que interpretam papéis decorados, com caminhos pré-estabelecidos em que realizam pequenas improvizações, no máximo. Não acho que liberdade de escolha seja um pré-requisito para um rpg eletrônico, mas fico absolutamente feliz que tenhamos duas vertentes em desenvolvimento atualmente, o que dá liberdade de escolha pros jogadores, que são quem precisam estar felizes no final das contas.
Concordo. Mas Role Playing pode ser traduzido com PERSONIFICAR tb... Mas sim, dentro das limitações atuais dos computadores, personificar não é uma opção possível.
 
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