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Revista Veja e o capital especulativo

  • Criador do tópico Fafa
  • Data de Criação
F

Fafa

Visitante
31 de outubro de 2005
Má-notícia
A parceria da Abril, que edita a revista Veja, com o capital especulativo


É notável a profunda relação entre a revista Veja e o capital especulativo nacional e internacional. Já em 1995, a Editora Abril S.A. realizou uma parceria com as Organizações Cisneros da Venezuela, comandada por Gustavo Cisneros, um dos maiores adversários de Hugo Chávez.

Por Gustavo Barreto*

Seja por breve observação ou utilizando o suporte de extensos estudos acadêmicos, é notável a profunda relação entre a revista Veja — principal produto jornalístico da Editora Abril — e o capital especulativo nacional e internacional. Além disso, destaca-se o ódio que Veja nutre pelos movimentos e governos populares, como o MST, no Brasil ou o governo Chávez, da Venezuela. Esta fina sintonia com os preceitos neoliberais, conservadores e até golpistas é, no entanto, mais do que ideológica.

Já em 1995, a Editora Abril S.A. realizou uma parceria com as Organizações Cisneros da Venezuela, comandada por Gustavo Cisneros, e a Multivision do México, objetivando criar um "serviço de televisão com transmissão direta via satélite, para a casa do assinante". Conforme consta no histórico da própria Abril, esse satélite — o "Galaxy 3R" — foi lançado no dia 14/12/1995. A Abril acrescenta que está "inaugurando uma nova era para a televisão brasileira". No mesmo ano, constitui a empresa Galaxy Latin América, em parceria com a "Hughes", companhia americana subsidiária da General Motors. Também em 1995, a Abril entrou em uma sociedade com a Sony e Time Warner para desenvolver a HBO Brasil, a versão nacional do maior canal de entretenimento do mundo. A TVA, empresa de TV por assinatura, é uma das marcas que a Abril detém.

Gustavo Cisneros é dono absoluto de um dos maiores holdings de comunicação da América Latina — a Cisneros Group of Companies, que, além da Venevisión e Univisión, congrega 72 empresas nas áreas de mídia, entretenimento, internet e telecomunicações, instaladas no Canadá, nos Estados Unidos, na América do Sul, na Espanha e em Portugal. Detém, por exemplo, a Univisión Communications, principal canal espanhol nos Estados Unidos, o que inclui tevê aberta e por assinatura. Na Venezuela, Cisneros é um dos principais inimigos de Hugo Chávez, presidente eleito democraticamente e que possui amplo apoio popular por realizar reformas sociais profundas que combatem fortemente a desigualdade daquele país. Foi Cisneros um dos principais apoiadores do golpe contra Chávez em 2002, o famoso golpe midiático, por meio de suas redes de televisão e seu poder financeiro.

Cisneros é sócio da DirecTV, agora associada e controlada pela concorrente Sky, do multimilionário australiano da mídia Huppert Murdoch. Algumas das empresas de Cisneros são conhecidas dos brasileiros, como a AOL Latin América, a já mencionada DirectTV e a Panamco, engarrafadora da Coca-Cola. Segundo a revista IstoÉ Dinheiro, Cisneros anunciou em junho de 2004 a criação de um fundo de US$ 200 milhões para investir no Brasil e disse que está conduzindo outros negócios. Em janeiro de 2000, a AOL e a Time Warner passaram por um processo de fusão das duas empresas. Na nova empresa, Cisneros e a Abril são parceiros comerciais.

Veja é tucana. Oficialmente

Uma pesquisa acionária na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) trouxe resultados interessantes. É possível constatar, por exemplo, que o ex-presidente da Caixa Econômica Federal em parte da gestão do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, Emílio Carazzai, é um dos diretores financeiros da Editora Abril. Carazzai é tratado por FHC e por Pedro Malan, ex-ministro da Fazenda, com especial carinho, como demonstram vários discursos da época e até mesmo no momento da saída de Carazzai, por pressão do PFL. Além disso, a gestão de Carazzai à frente da Caixa foi marcada por demissões, flexibilização da jornada de trabalho, congelamento de salários e terceirização dos serviços. Os que mais perderam, de novo, foram os trabalhadores.

Além disso, como muitas empresas, a Editora Abril possui dívidas, que precisam ser quitadas ou renegocisadas ao final de um ano fiscal. Para isso, as empresas emitem debêntures - títulos de renda fixa que são oferecidos pela empresa endividada a investidores, que por sua vez recebem uma porcentagem fixa (25%, por exemplo) de lucro em relação ao que investiram.

O que chama a atenção no caso de Veja, principalmente quando se observa a linha editorial neoliberal da revista, são exatamente seus investidores. Para renegociar suas dívidas, a editora Abril cedeu, por exemplo, ações para o Unibanco, em decisão tomada em 14/5/2005, como consta em ata assinada pelo Conselho de Administração da empresa. Cedeu também, conforme a mesma ata, o capital adquirido na venda de espaços publicitários das publicações da empresa para o Bradesco e o Banco do Brasil.

A Editora Abril possui, ainda, relações com instituições financeiras como o Banco Safra e a norte-americana JP Morgan - a mesma que calcula o chamado "risco-país", índice que designa o risco que os investidores correm, empregados e protegidos em Nova Iorque, quando investem no Brasil. Em outras palavras, expressa a percepção do investidor estrangeiro sobre a capacidade desse país "honrar" seus compromissos.

Esta e outras instituições financeiras de peso são os debenturistas - detentores das debêntures - da Editora Abril e de seu principal produto jornalístico. Em suma, responsáveis pela reestruturação da editora que publica a revista com linha editorial fortemente pró-mercado financeiro e anti-movimentos sociais.

13,8% para o Capital Group

No início de julho de 2004, o grupo Abril anunciou a venda de 13,8% de seu capital para o administrador de fundos Capital Group International (www.capgroup.com), por R$ 150 milhões, de acordo com o balanço anual da Veja que consta na CVM. A mudança constitucional aprovada em maio de 2002 que permitiu o ingresso de 30% de capital estrangeiro nas empresas de comunicação permitiu tal transação. Mudança promovida exatamente pela gestão de FHC (1995-2002).

O deputado Fernando Ferro (PT-PE) confirmou que a Editora Abril possui íntima relação com o grupo de Gustavo Cisneros. "Consultamos os procedimentos de aquisição das aquisições da revista Veja e constatamos que hoje cerca de 30% das suas ações são do empresário venezuelano Gustavo Cisneros, que participou do processo de conspiração para derrubar o presidente Chávez, juntamente com Pedro Carmona (que ocupou a presidência por algumas horas, durante o golpe fracassado)", sustentou.

De acordo com o jornal Valor Econômico de 10/8/2004, o fundo de investimentos Capital Group já tem outras participações no país. O mesmo Capital Group adquiriu, em 19 de maio do mesmo ano, lote de recibos de ações nos EUA (ADRs) da Tele Centro-Oeste Celular (TCO), com o qual passou a controlar 14,37% das ações preferenciais da companhia. No mesmo mês, o fundo adquiriu ações da TIM Sul, passando a controlar 5% do capital da empresa, com direito a voto na operadora móvel. Em janeiro, havia comprado 135,8 milhões de ordinárias da Embratel Participações, controlando cerca de 6 bilhões de papéis, ou 5,05% dos papéis com direito a voto. Em abril de 2003, o Capital Group adquiriu na bolsa de valores 13,659 bilhões de ações preferenciais da Tele Norte Leste (holding da Telemar), passando a controlar 5,25% dos papéis sem direito a voto.

Já a Editora Abril S.A. atua na atividade editorial e gráfica, compreendendo a edição, impressão, distribuição e venda de revistas, publicações técnicas, na comercialização de propaganda e publicidade, bem como a participação no capital de outras sociedades. No ramo editorial e gráfico é a maior empresa da América Latina, líder no mercado de revistas. A Abril e suas parceiras são responsáveis por mais de 165 publicações, entre revistas, edições especiais e anuários.

*Editor da revista Consciência.Net, colaborador do Núcleo Piratininga de Comunicação (NPC) e pesquisador na Escola de Comunicação da UFRJ.

Fonte: Agência Carta Maior

Diário Vermelho
 
Eu havia lido isso no Vermelho.org já.

E pergunto, até quando vamos ficar ironizando que o jargão "interesse/culpa das elites" é mero escapismo diante de fatos muito mais que meramente econômicos?

Isso me leva a outro texto do Vermelho.org:


A reencenação deste filme no Brasil decorre de um fato óbvio: o panorama político da América Latina está claramente demarcado. De um lado, as forças políticas que aceitam de bom grado trilhar o caminho de Washington conduziram a região para uma sucessão de crises, configurando uma estrondosa catástrofe política, moral e econômica. O Brasil passou a ser dirigido por um insólito concerto de facções da direita, cujo esteio é a aliança PSDB/PFL constituída desde a campanha para as eleições de 1994. Os dois governos FHC foram ideologicamente reacionários e politicamente fisiológicos e clientelistas. O importante, para essa aliança, era vencer Lula e levar adiante o projeto de "reformas" neoliberais.

De outro lado, as forças políticas que se opõem a esse quadro hegemônico na América Latina têm crescido do final da década de 90 para cá. A economia cubana avança e melhora os indicadores de bem-estar do povo. A Venezuela optou por um caminho indiscutivelmente antiliberal. Talvez seja esse o motivo principal do recrudescimento da vigilância política e militar norte-americana sobre a região. No relatório do Departamento de Estado dos Estados Unidos que atribui a designação de Organizações Terroristas Internacionais (OTI's), constam pelo menos quatro latino-americanas. Representantes do governo de George W. Bush tem se reunido sistematicamente com líderes liberais da América Latina, visitado o sub-continente e emitido sinais de preocupação.
 
Não é por nada não, mas vermelho.org é algo como a Veja da esquerda...

Não estou me referindo a noticia que abriu o topico, mas ao texto que o Lordpas postou.
 
Ué, o Vermelho.org manifesta a sua opinião sobre os fatos, interpreta, etc... é um site marxista, não é claro isso?
 
Ué, a Veja manifesta a sua opinião sobre os fatos, interpreta (distorce), etc... é uma revista neoliberal, não é claro isso?

Só estou me referindo que usar o vermelho.org, a Caros Amigos, a Carta Capital como fonte de algo é quase a mesma coisa que usar a Veja, com a ressalva que as revistas esquerdistas tem mais qualidade jornalistica.
 
Eu também já tinha lido o que Lordpas postou. Mas discordo que o Diário Vermelho seja o análogo da Veja na esquerda.
Veja mente descaradamente, manipula, e está associada ao capital estrangeiro... Fora que é abarrotada de propaganda!

Além disso é a revista campeã em rodeios e desinformação. Tenho em posse uma edição do ano passado sobre a criação do "Conselho Federal de Jornalismo". Eles xingam, chamam de censura, citam Lênin, é "tentação absolutista" pra cá e pra lá. Tudo, menos falar o que realmente era esse projeto do governo!
Ora, tratava-se nada menos do que uma organização de jornalistas, que assim como OAB ou a da medicina, seria responsável por punir profissionais que faltassem com a ética. Mentir, por exemplo, né Veja? :cerva:
 
Vovin disse:
Ué, a Veja manifesta a sua opinião sobre os fatos, interpreta (distorce), etc... é uma revista neoliberal, não é claro isso?

Entre no site da Veja e leia "a maior revista informativa do país", informação é uma coisa, "distorção" é outra.

E o modo como eu vendo o meu peixe é também outra.

Então, por sí só ela já é *insira aqui todos os adjetivos chulos que lhe vier a cabeça*.
 
A Veja é uma merda mesmo.
Na epoca FHC, já era ruim, eram superficiais, vários escandalos politicos e eles fazendo reportagem sobre terapias alternativas, mulheres bem sucedidas etc

Com o PT, a revista ficou histérica, não estava acostumada a ser corrupção e passou de superficial a parcial, piorou o que já era ruim...

Não existe paralelo da Veja na esquerda, ninguem distorce informações como ela, é verdade, a não ser que alguem leve o A Hora do Povo a sério :lol: Mas ainda assim não consigo ver vermelho.org como boa fonte, desculpem ;)

Ps: a Descrição de uma comunidade contra a Veja no orkut é perfeita.

"Você está sossegado no bar tomando um chopp (ou em outro evento social) e de repente escuta um
disparate dito por alguém. E como se não bastasse, pessoa justifica sua resposta: "Li na Veja".

Ai você se lembra que a revista mais comentada do país tem defeitos por
várias razões:

_ Política e Economia: tendenciosa, panfletária, neoliberal, entreguista e derrotista.
_ Relações Internacionais: baba-ovo da Doutrina Bush e Sharon.
_ Jornalismo de supositório: só denuncia por interesse político e fabrica "factóides" pra vender revista.
_ Sociedade: elitista, conservadora, preconceituosa e contrária aos Movimentos Sociais.
_ Música, arte, cinema, literatura e etc: só rola jabá!!!
_ Ciência e tecnologia: simples catálogo de compras e de inutilidades.
_ Repleta de fofoca de celebridades.
_ Tem sempre um teste idiota do tipo "como você é"
 
A Veja poderia pelo menos assumir sua condição de tucana. Ela tem total liberdade para defender seu ponto de vista (pago ou não :mrgreen:), mas pelo menos assumir isso.
 
A Veja é péssima.Q petulância dessa revista neoliberal em escancarar a verdade do governo mais corrupto da história do país.Será q eles naum entendem q a verdade é relativa???Q a verdade deve obedecer os desmandos do partido revolucionário!!!!Aliás,foda-se a verdade.Todo poder aos sovietes!!!!
 
Regente Cósmico disse:
Foi uma sátira,meu amigo.Uma sátira às críticas à Veja q eu considero meio q anuviadas pela ideologia.Pra vc ver como foi pertinente,o Lordpas e o Fallen Peacecraft disseram em outro tópico q concordam (sem ironia ) com o "todo poder aos sovietes".
 
A revista é a matriz intelectual da elite bufona.

Essa frase concluiria o tópico.
 

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