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Reunião dos Escritores Frustrados Anônimos

Não sei se esse é o tópico certo, mas enfim...

Ando com uma ideia fixa de um épico que eu queria tentar esboçar, mas queria fazer direitinho. Acho que a minha maior dificuldade é métrica. Alguma dica?

Se quiserem indicar algum material sobre composição, eu agradeceria. 💜
Vixe. Complicado. Não sei qual é a sua proficiência com versos e metrificação tradicional. Eu gosto de indicar um livrinho chamado "A Poesia: uma iniciação à leitura poética", do Armindo Trevisan. Certamente há muitos outros que seriam úteis. Mas tudo depende do quanto você já domine o assunto.

Aqui no fórum sem dúvida o @Mavericco é quem saberia te orientar melhor na bibliografia e nos rumos a seguir. Ele próprio escreveu um manual de versificação mas que ainda é inédito (acho que será lançado em 2023). Mas converse com ele.

Também indico acompanhar o perfil do Emmanuel Santiago no Instagram (@emmsantiago) porque lá tem sempre uns destaques com informação útil sobre poesia. E ele é um cara muito acessível, se você precisar chamá-lo no privado para tirar dúvidas. :)
 
Creio que em 2023 deve estar saindo mesmo!
Escrever um poema épico na modernidade é uma questão que vem sendo pensada há muito tempo... A épica foi um veículo literário muito importante por séculos, falando de mitos antigos ou versificando trechos da Bíblia e vidas de santos, por exemplo. O problema é que a energia dela começa a acabar na virada do século XVIII pro XIX. A polêmica sobre a Confederação dos Tamoios aqui no Brasil é importante nesse sentido, já que colocou um poema épico indianista no centro de um debate que envolveu, dentre outros, D. Pedro II e José de Alencar.

A maioria dos grandes poetas modernos ingleses se viu às voltas da questão de como escrever um poema de proporções épicas na modernidade. Salvo engano o Eliot tem algumas reflexões sobre o tema, mas, de todo o modo, os Cantos do Pound servem como exemplo, ou então o Patterson do William Carlos Williams e o A do Louis Zukofsky. Aqui no Brasil você pode pensar no Invenção de Orfeu do Jorge de Lima ou no Os Peãs e no Invenção do mar, os dois do Gerardo Mello Mourão. Em todos esses casos, há uma gama muito variada de formas poéticas, incluindo versos livres bem experimentais.

Agora se você quiser escrever uma epopeia à moda antiga, aí você tem algumas opções: a oitava rima imitando Camões, ou o verso branco imitando O Uraguai do Basílio da Gama e outras epopeias românticas, como Os Timbiras do Gonçalves Dias. Na Inglaterra e na França se usou muito o dístico rimado, mas aqui no Brasil ele não pegou muito, apesar de ter sido usado pelo Cláudio Manoel da Costa no Vila Rica.
 
O dístico rimado teve tanta aceitação na Inglaterra, durante certa época, que o Alexander Pope resolveu adotá-lo até na sua tradução de Homero... :lol:

Eu gosto mas acho que satura fácil, se o poema é muito longo.
Existem outras opções, como a terza rima à la Dante. Mas o problema maior acho que é encontrar um tema adequado e um tom.
 
Food for thought, para aspirantes a escritor:
Para alguns o propósito essencial do romance deve ser de ordem filosófica e científica. Taine coloca o romancista, o historiador e o cientista em posição de igualdade e convida os três para colaborar com a ‘grande investigação sobre o homem’. O romancista, diz Louis Barras, deve ser um historiador e, acima de tudo, um filósofo e um sábio. Para ele, foi-se o tempo do romance sentimental, romântico e pretensamente histórico; ele deve ceder o lugar ao romance lógico, psicológico, filosófico e científico, escrito com um método rigoroso e boa observação, que descreve os movimentos do coração humano e do qual extraímos lições e direção. Pois o romance em sua forma mais elevada é a vida em seus múltiplos aspectos, observados e colocados em um livro por obra da arte. (Paul Otlet, Tratado de documentação, 1934, grifo nosso.)
Quanto otimismo! :lol:
 

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