Elessar Hyarmen
Senhor de Bri
Para entender a dinâmica do mercado de trabalho nas grandes regiões metropolitanas do país, os economistas se debruçaram sobre os dados da Pnad de 2009, comparando a situação de Porto Alegre, a capital com a menor taxa de desemprego do país, com as regiões onde este é mais alto.
Gênero, raça, escolaridade, faixa etária e experiência profissional foram analisados. E a cor da pele é o fator que mais pesou. Ou seja, se os negros e pardos têm mais dificuldade para ingresso no mercado em qualquer região do país, naquelas onde a maioria da população apta ao trabalho é negra ou parda, a taxa média de desemprego é maior.
Isso acontece em Recife e Salvador, regiões metropolitanas com as maiores taxas de desemprego do país em 2009 e ainda hoje. Em Recife, onde o desemprego chegava a 15,9% em 2009, a soma de negros e pardos alcançava 63,9% da população apta ao trabalho. Em Salvador, o desemprego estava em 14,2%, enquanto a população negra e parda chegava a 82,8%.
Barbosa Filho explica que as altas taxas de desocupação em Salvador e Recife têm a influência de dois fatores. Os negros e pardos, grupos que apresentam as taxas mais altas de desemprego quando o critério da análise é a raça, são a maioria da população apta ao trabalho nessas regiões. Assim, o pe so desses grupos na média geral é maior na comparação com outras regiões.
Ao comparar o mercado de trabalho de Porto Alegre com o Rio, o estudo mostra um aspecto interessante. No Rio, 44,9% da população apta ao trabalho era formada por negros e pardos em 2009, enquanto na capital gaúcha esse percentual chegava a 18,4%. Por outro lado, o Rio apresentava um nível de qualificação profissional mais elevado em relação a Porto Alegre, o que, a princípio, favorece o acesso ao mercado de trabalho. Mas os números da pesquisa mostram que o peso da cor prevalece sobre a escolaridade e a qualificação profissional. Assim, enquanto em Porto Alegre, onde 81% da população apta ao trabalho era de brancos, o desemprego chegava a 7,6%, no Rio, onde os brancos somam 54,6%, o desemprego era de 9,4%.
O economista evita a palavra preconceito, mas destaca que a escolaridade maior não é capaz de neutralizar a diferença das taxas de desemprego relacionadas a raça e cor, o que justificaria a adoção de políticas para atenuar essa disparidade.
Outro aspecto destacado é que o mercado de trabalho de Porto Alegre é o que melhor funciona em relação às demais regiões do país, embora os economistas não saibam exatamente que fatores determinam esse desempenho.
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http://www.pragmatismopolitico.com.br/2011/11/repugnante-cor-da-pele-e-fator.html
http://racismoambiental.net.br/2011...nsavel-para-o-mercado-de-trabalho/#more-32961