Rob Zombie segue explorando a América mais profunda e violenta
Se nota que a Rob Zombie lhe encantam os filmes de terror sujos e sórdidos, os westerns crepusculares de tom épico e romântico e os road-movies polvorentos com destino trágico, quase mítico. Não em vão, Rejeitados Pelo Diabo (The Devil's Rejects, 2005) participa do dito para ser uma hábil continuação da Casa dos 1.000 Cadáveres (House of 1000 Corpses), aquela estimável e perturbadora revisitação, com todas as distâncias que se queiram, dos lucros e características do capital O Massacre da Serra Elétrica.
Mediante esta sequência, protagonizada pela família de sádicos e cruéis assassinos freaks surgidos da mais enfermiça versão da América Profunda e do que já causaram sensação na anterior película, Zombie penetra em outros excitantes territórios, não se limitando a oferecer mais do mesmo, isto é, a um grupo de adolescentes idiotas que não advertem que acabarão sendo reduzidos a carnificina em mãos dos perversos monstros de plantão.
Aqui, em mudança, encontramos que o ponto de vista adotado é o dos vilões, de maneira que são eles os que açambarcam a atenção, chegando a converter-se em personagens tão odiosos como curiosamente simpáticos. O diretor conta com o acerto de seguir caracterizando as suas criaturas como diabos irredentos que gozam infringindo o mal, mas depois nos damos conta de que o muito esperto esconde na manga: a queda na obsessão vingadora por parte de um xerife (William Forsythe) que se erige em martírio dos vilões protagonistas atinge uns níveis de brutalidade de tal grau que, como espectador um tanto perverso, tendes a sentir piedade e certa empatia com a sedutora mas letal Baby, o entranhável palhaço Capitão Spaulding e o selvagem Otis, interpretados de forma mais do que convincente por Sheri Moon Zombie, Sid Haig e Bill Moseley, respectivamente.
Os carrascos se tornam vítimas devido à sede de vingança do representante da lei. Um dilema moral surge: Por quem sofremos? De quem nos pomos parte? Dos assassinos sem escrúpulos que arrastam um historial sanguinário indescritível ou desse xerife irritado, anjo vingador, com métodos que se assemelham aos próprios da diabólica família de psicopatas?
Zombie demonstra possuir nervo na direção e ser um interessante criador de atmosferas inquietantes e de momentos especialmente de pesadelo através de sua obra referencial, sentido visual e montagem. A violência crua e sem titubeos reina no ambiente já desde a primeira cena que dá início ao bestial cerco da unidade de SWAT à casa dos horrores. O filme começa com emoções fortes e não decai em nenhum momento em seu objetivo de gerar uma considerável coleção de depravadas ações e atitudes sem incorrer num desnecessário mau gosto.
Ainda que é evidente que o filme nos conta uma história minúscula, o verdadeiro é que esta resulta efetiva para conseguir o desejado, para cumprir suas pretensões de oferecer um pesadelo de irônico posicionamento moral cuja crueza se vê atenuada por um sentido do humor negro não apto para todos os gostos e uma seleção musical que, sem dúvida, encarrega-se de desdramatizar as tragédias para indicar-nos que nada do que ocorre convém tomar-se muito a sério.
Rejeitados Pelo Diabo é um intenso e bizarro divertimento com um desenlace que eleva a proposta a um nível tão épico como amoral em sua mitificacão do mau e que, em definitiva, confirma Rob Zombie como diretor a ter muito em conta por seu provado conhecimento do terreno que pisa (com passo firme... e polêmico).
VÃO VER! ESTÁ EM DVD!
Classificação: ****

Se nota que a Rob Zombie lhe encantam os filmes de terror sujos e sórdidos, os westerns crepusculares de tom épico e romântico e os road-movies polvorentos com destino trágico, quase mítico. Não em vão, Rejeitados Pelo Diabo (The Devil's Rejects, 2005) participa do dito para ser uma hábil continuação da Casa dos 1.000 Cadáveres (House of 1000 Corpses), aquela estimável e perturbadora revisitação, com todas as distâncias que se queiram, dos lucros e características do capital O Massacre da Serra Elétrica.
Mediante esta sequência, protagonizada pela família de sádicos e cruéis assassinos freaks surgidos da mais enfermiça versão da América Profunda e do que já causaram sensação na anterior película, Zombie penetra em outros excitantes territórios, não se limitando a oferecer mais do mesmo, isto é, a um grupo de adolescentes idiotas que não advertem que acabarão sendo reduzidos a carnificina em mãos dos perversos monstros de plantão.
Aqui, em mudança, encontramos que o ponto de vista adotado é o dos vilões, de maneira que são eles os que açambarcam a atenção, chegando a converter-se em personagens tão odiosos como curiosamente simpáticos. O diretor conta com o acerto de seguir caracterizando as suas criaturas como diabos irredentos que gozam infringindo o mal, mas depois nos damos conta de que o muito esperto esconde na manga: a queda na obsessão vingadora por parte de um xerife (William Forsythe) que se erige em martírio dos vilões protagonistas atinge uns níveis de brutalidade de tal grau que, como espectador um tanto perverso, tendes a sentir piedade e certa empatia com a sedutora mas letal Baby, o entranhável palhaço Capitão Spaulding e o selvagem Otis, interpretados de forma mais do que convincente por Sheri Moon Zombie, Sid Haig e Bill Moseley, respectivamente.
Os carrascos se tornam vítimas devido à sede de vingança do representante da lei. Um dilema moral surge: Por quem sofremos? De quem nos pomos parte? Dos assassinos sem escrúpulos que arrastam um historial sanguinário indescritível ou desse xerife irritado, anjo vingador, com métodos que se assemelham aos próprios da diabólica família de psicopatas?
Zombie demonstra possuir nervo na direção e ser um interessante criador de atmosferas inquietantes e de momentos especialmente de pesadelo através de sua obra referencial, sentido visual e montagem. A violência crua e sem titubeos reina no ambiente já desde a primeira cena que dá início ao bestial cerco da unidade de SWAT à casa dos horrores. O filme começa com emoções fortes e não decai em nenhum momento em seu objetivo de gerar uma considerável coleção de depravadas ações e atitudes sem incorrer num desnecessário mau gosto.
Ainda que é evidente que o filme nos conta uma história minúscula, o verdadeiro é que esta resulta efetiva para conseguir o desejado, para cumprir suas pretensões de oferecer um pesadelo de irônico posicionamento moral cuja crueza se vê atenuada por um sentido do humor negro não apto para todos os gostos e uma seleção musical que, sem dúvida, encarrega-se de desdramatizar as tragédias para indicar-nos que nada do que ocorre convém tomar-se muito a sério.
Rejeitados Pelo Diabo é um intenso e bizarro divertimento com um desenlace que eleva a proposta a um nível tão épico como amoral em sua mitificacão do mau e que, em definitiva, confirma Rob Zombie como diretor a ter muito em conta por seu provado conhecimento do terreno que pisa (com passo firme... e polêmico).
VÃO VER! ESTÁ EM DVD!
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