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Referências literárias na música

Gente, estou impressionada, sabia de referências literárias na música mas desconhecia a maioria que foram aqui citadas...

Lembro-me de um poema de Camões na voz de Renato Russo

Amor é fogo que arde sem ver...
Amor é fogo que arde sem ver...
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer;

É um não querer mais que bem querer;
É solitário andar por entre a gente;
É nunca contentar-se de contente;
É cuidar que se ganha em se perder;

É querer estar preso por vontade;
É servir a quem vence, o vencedor;
É ter com quem nos mata lealdade.

Lindos, poema e músico, não? Eu :grinlove:

bjs da angel ;)
 
Ah, e vi outro dia alguém comentar que Maria Bethania interpreta o maravilhoso e :( Navio Negreiro de Castro Alves, gosto dela e do poema, mas, sinceramente não me lembro disso, alguém aí saberia confirmar?

bjs da angel ;)
 
Outra música de Nightwish também fazem referências a Tolkien (aliás, o que tem de banda inspirada em SdA). Em Wishmaster tem a parte: "Oh, Elbereth, oh, Lórien..."

Também tem referência à Darwin em A Return to the Sea...
 
Bruce Dickenson fez um album inteiro baseado no William Blake. (The Chemical Wedding).

Eu ia falar do Blind Guardian mas acho q foi o Pips que já falou :P

Tem um projeto com diversas bandas brasileiras chamado SHakespeare's Hamlet, onde cada banda toca uma música e cada música é um pedaço da história, projeto bacana.
 
Legal, também não conhecia a maioria das referências que o pessoal comentou... :P
O refrão de Strange and Beautiful, do Aqualung, me lembra Sonho de uma noite de verão, do Shakespeare. Talvez o compositor nem tivesse pensado nisso, mas me lembro do livro quando escuto:

"I'll put a spell on you,
You'll fall asleep and I'll put a spell on you.
And when I wake you,
I'll be the first thing you see,
And you'll realise that you love me...
"
 
Não é uma grande referência, mas acho que tá valendo.
Em I am The Walrus, os Beatles citam o Poe:

"Semolina pilchard
Climbing up the Eiffel Tower
Elementary penguin
Singin' hare krishna
Man, you should have seen them
Kicking Edgar Allan Poe"


Em Português:

"Sardinha de semolina, escalando a Torre Eiffel.
Um pinguim elementar, cantando Hari Krishna
Cara, você devia ter visto eles chutando Edgar Allan Poe".


EDIT/

Não sei como tinha esquecido de citar isso. Mais referências, agora em nome de bandas:

JOY DIVISION
"O nome veio do livro "House of Dolls", de Karol Cetinsky. Nesse livro Joy Division (Divisão da Alegria) é o nome dado para a área onde as mulheres judias são mantida prisioneiras e "oferecidas" sexualmente aos oficiais nazistas."

BELLE & SEBASTIAN
"Nome originado de "Belle et Sébastien", um livro infantil do escritor francês Cécile Aubry, que narra a história do menino Sébastien e seu cachorro Belle."

GOOD CHARLOTTE
"O nome veio de um livro infantil chamado "Good Charlotte: The Girls of Good Day Orphanage" de Carol Beach York"
____________________________________________

E para os fãs de Crepúsculo, tem um projeto musical que, acho eu, é totalmente inspirado nos livros: The Bella Cullen Project.
 
Uma entrevista do meu querido Robert Smith sobre as influências de várias obras em suas música:

Robert e seus livros

Muito freqüente aqui, escritores falam sobre seus álbuns favoritos. Nesse mês, um músico vai falar sobre seus livros: Robert Smith do The Cure, cantor literário no seu primeiro single, agora numa ebulição artística completa.

The Cure voltou, de novo e de novo. Com 44 anos, Robert Smith não parece estar pronto para matar sua angústia juvenil. Alguns não esperavam nada do Cure. Porém, olhando para trás, Bloodflowers lançado em 2000 é uma história de outono, tão completo quanto cativante. Satisfeito, esse tipo-criança do rock vem novamente: alguns festivais no último verão, e uma mini-tour em novembro. Quatro concertos, dois gravados em Berlim. O objetivo: o DVD da Trilogia que foi lançado hoje, onde Pornography, Disintegration e Bloodflowers são tocados inteiros. Estranho? Não, é o prazer de uma banda que não tem nada mais para provar.

Aqui, é o lado mais escuro do Cure, imediatamente à frente, oprimido, instrospectivo, romântico, o Cure do Kafka, Baudelaire e Camus, autores que sempre ressoam quando é falado sobre o grupo, que são invocados. A oportunidade era brilhante demais: como a Trilogia sugere uma sombra romântica do grupo, vamos falar com o compositor das músicas sobre seus autores favoritos.

Compromisso feito, via aérea para Brussels onde nós encontramos Robert Smith, seu cabelo, seu batom, seus livros, seu DVD e um convidado especial, baixista e amigo para sempre Simon Gallup.


Rock and Folk: Primeiro livro importante.

Robert Smith: "Narnia chronicles", por CS Lewis, uma série de 7 livros para crianças, muito famoso em UK. Meu pai costumava lê-los para me fazer dormir quando eu tinha 4 anos. CS Lewis é um autor de ficção científica, mesmo sendo muito católico. Naquela época, o humor era muito rígido entre meu pai e meu irmão, na sua crise de adolescente. Eu adorava fugir naqueles contos, era meu único momento onde tinha segurança de volta: eu estava descobrindo o incrível poder da literatura, a única consolação e evasão.

RF: Como adolescente, qual era o autor principal?

RS: Kafka, muito. Pela primeira vez, a voz do narrador era minha. Eu era o narrador. Eu estava me fundindo às suas palavras. Eu li e li de novo todos os seus livros, "A Experiência", "A Metamorfose", "O Castelo"... Sua influência nos meus textos é enorme, como em "A Letter to Elise", diretamente inspirado por sua "Letters to Felice".

RF: Então você estudou francês no Crawley College, onde você descobriu autores que deixaram sua marca no Cure, como Camus o qual "O Estrangeiro" diretamemnte influencia seu primeiro single "Killing An Arab".

RS: O tema do absurdo sempre me fascinou, aquilo ironicamente se uniu à todas aquelas idiotices que têm sido ditas sobre essa faixa. Nós nunca desistimos de nos justificar, e hoje continua, com a guerra no Iraque ou o conflito no Oriente Médio. No começo, em UK, eu costumava cantar "Matando um Homem Inglês", e a imprensa britânica não entendeu. Durante shows nos Estados Unidos depois da primeira Guerra no Golfo, era "Matando um Americano", a imprensa americana massacrou a gente. Se eu soubese disso antes, eu teria intitulado ela como "Standing on the Beach", teria evitado muitos problemas.

RF: Vamos para o segundo álbum, Seventeen Seconds, ao qual a intenção musical era unir Nick Drake e o som do álbum Low, do David Bowie. O que aconteceu então?

RS: Kafka de novo, como em "At Night", inspirado pelo romance de mesmo nome. Mas esse álbum foi principalmente pensado como uma trilha sonora. Compor para um filme era como uma obsessão. Eu tenho sido chamado muito pra fazer isso mas os temas não me dizem nada, como recentemente o "Rules of Attraction" [no entanto, "Six Different Ways" aparece na trilha].

RF: Esse filme é uma adaptação do romance epônimo de Bret Easton Ellis.

RS: [faz cara feia]: Eu não sei o que dizer sobre Bret Easton Ellis. Eu certamente tomei drogas suficientes para não ter que ler seus livros...

RF: Vamos abrir um parênteses em novas bandas de rock: o Strokes poderiam vir de um livro de Bret Easton Ellis...

RS: Eu gosto muito deles. O primeiro álbum deles é fantástico. O segundo seria decisivo.

RF: White Stripes?
Simon Gallup: Nós sempre devemos tomar cuidado com uma banda sem baixista!

RS: [risos]: Eu não quero julgar esses grupos jovens, particularmente aqueles que eu não aprecio. Esse comportamente é desprezível. Mas Elephant, eu gosto.

RF: Vamos falar sobre um personagem que não pode deixar de ser falado, do Cure: Charlotte, a heroína do romance "Charlotte Sometimes", de Penelope Farmer, que inspirou a faixa de mesmo nome.

RS: Eu estava obcecado por "Charlotte Sometimes", essa idéia de degradação temporária, de dualidade, de problemas de personalidade e a tortura que segue. Charlotte, depois da primeira noite numa pensão, acorda, quarenta anos de volta e em outra pele. Isso se conecta com o tema dos gêmeos, Penelope Farmer escreveu um livro fascinante sobre aquilo ["Dois ou o livro dos gêmeos e duplas", 1996]. Eu sempre sonhei em ter um irmão gêmeo, alguém que você não pode enganar, que estaria sempre lá, como um espelho. "Charlotte Sometimes" vai ser filmado no ano que vem. O tema do nosso single vai ser usado nele e eu adoraria compor a trilha sonora. Eu me encontrei com a equipe do filme para conversar sobre isso.

RF: Outra garota que assombra sua música: Fucshia, personagem de "Gormenghast trilogy", por Mervyn Peake, ela inspira "The Drowning Man" e aparece em improvisos ao vivo.

RS: Fucshia era meu sonho. Essa idéia de infinito, de irreal, de inocência perdida [silêncio]... Na época eu estava me considerando como ela, como uma vítima. Agora minha fascinação se transformou em raiva. Eu quero sacudi-la, colocá-la fora da sua passividade comtemplativa. Mas tudo isso é uma questão de idade. É normal, como adolescente, amar essa idéia de ser uma vítima, o mundo todo contra mim, ninguém me entende, exceto meus livros. Muito da minha leitura era ligado àquilo. Depois do Pornography eu decidi mudar, depois do ponto sem retorno. Essa mudança foi radical, mas essencial.

RF: Você cresceu numa família religiosa: você leu a Bíblia?

RS: Eu sempre levo a Bíblia enquanto viajamos, é útil para bater nos outros, melhor que a lista telefônica! Durante a tour do Faith, eu costumava ler passagens da Bíblia toda noite [sorrisos]. Não, eu nunca li a Bíblia, meus pais nunca me forçaram. Mas eu li "The Nausea", é mais do que o suficiente!

RF: Que literatura influencia o Pornography?

RS: Muita, eu estava muito interessado em psicanálise. Mas eu mencionaria "O Paraíso Perdido", por John Milton [1667], poesia pura, fabulosa, uma obrigação para a gramática escolar inglesa e que influencia muitos escritores românticos. O estilo é forte, inacreditável. Ele influenciou muito o Pornography. A idéia de ser uma vítima ainda estava lá, mas estava se tornando insuportável. Eu tinha decidido lutar em frente ao mundo que eu odiava. Era o Demônio contra Deus [sorrisos]. A briga estava antecipadamente perdida, mas eu estava agindo, eu estava deixando a melancolia; era a parte final da queda, um fugitivo à frente, um começo crítico.

RF: Você se salvou gravando uma série de singles pop, entre eles "The Lovecats", ao qual o Tricky fez um cover. Ele diz em todo lugar que você é um gênio...

RS: Eu sei [silêncio]. Mas eu preferiria que ele me mandasse uma cópia do cover, eu ainda não ouvi. De qualquer forma, "The Lovecats" está longe de ser minha música favorita, foi composta enquanto bêbado, filmada enquanto bêbado, a promoção foi feita enquanto bêbado. Foi uma piada.

RF: Vamos voltar ao Pornography. Vocês estão lançando um DVD ao vivo no qual esse álbum é tocado inteiro, com o Disintegration e o Bloodflowers. Que idéia trouxe essa trilogia?

RS: Foi nascida de um arrependimento, nós não gravamos nenhum vídeo ao vivo da Dream Tour, que tem sido uma das nossas melhores turnês. É a primeira vez em muito tempo que eu não penso em acabar com o Cure. Nós tocamos muitas músicas obscuras, tem sido muito prazeroso e eu quis imortalizar aquilo. A idéia veio em 2001: Bowie no palco que começou com o Low inteiro. Fantástico, a idéia da trilogia tinha nascido.

RF: Mas por que esses três álbuns, porque o conceito de uma trilogia do Cure deveria ser o Seventeen Seconds, Faith e Pornography.

SG: Álbuns da trilogia da época fria estão muito próximos, eles não mostram a evolução do line-up. Exceto nós dois, os outros não estavam lá na época de Faith e Seventeen Seconds.
RS: E nós tínhamos tocado os três quase inteiros durante a Dream Tour. Quando eu compus Bloodflowers, eu estava pensando em Pornography e Disintegration.

RF: Duas canções do Kiss Me ["If Only Tonight We Could Sleep" e "The Kiss"] foram tocadas como encore. Precisamente, depois do Kiss Me em 1988, você anunciou que você estava trabalhando em uma coleção de romances. O que aconteceu com aquilo?
RS: Nada. Eu estava escrevendo romances para minhas sobrinhas e sobrinhos. Algumas delas se tornaram canções como "To Wish Impossible Things", "The Last Day of Summer" e "Lovesong", um romance escrito para Mary [sua esposa]. Mas na época, eu tinha que provar para mim mesmo acima de tudo que eu poderia ser um autor. Cantar no Cure não era sucifiente; eu gastava meu tempo comparando meus textos em relação aos meus escritores favoritos, era assustador. Eu estava me acalmando dizendo que eles não escreviam canções, mas era absolutamente frustrante entender que eu nunca chegaria naquele nível, eu nunca tocaria a arte das palavras de Jorge Luis Borges [o escritor argentino autor de "Fictions".]

Para ver a entrevista completa clique Aqui.
 
Não sei se já falaram, mas... álbum animals do pink floyd é baseado na revolução dos bichos de orwell, não é?
 
Tchaikovsky faz algumas ótimas obras baseadas na literatura. Minhas favoritas são A Sinfonia Manfredo (Lord Byron), e A Dama de Orleans (Schiller). Beethovem também homenageou Schiller.
 
Eu comecei a prestar mais atenção nisso com as músicas que fazem referências a obra de Tolkien e se for procurar, além do Blind Guardiam, tem muitas outras bandas, como Nightwish, Battlelorë, Summoning, Cruachan, Led Zeppelin, Rush, Enya e por ai vai...

Nanda disse:
Tem um projeto com diversas bandas brasileiras chamado SHakespeare's Hamlet, onde cada banda toca uma música e cada música é um pedaço da história, projeto bacana.

Desse álbum eu só conheço The Last Words do Tuatha de Danann, que aliás é uma música que amo:

"Watching this terrible scene I am
Shivering with fear the silence of kings

My eyes see disgrace everywhere around
There's no way to return no things to do

You Horatio, listen to me
Tell the people of my history

The poison is slowly winning my soul
Goodbye to my queen, to everyone

Night comes to my eyes and silence too
There's no way to return no things to do

Dear friend
As I say
Do everything
If thou hast loved me
Please clear my name

Maybe truth shall reign on this land
Maybe someday I shall live again...

The poison is winning my life and
Night is coming to my eyes

Nothig new from England
I will listen
And I belive Fortinbras shalt win the elections

Explain the causes and clear my name
the rest... is silence."
 
Em uma musica do Barão Vermelho, do disco de 2004, tem um trecho de O Vampiro de Baudelaire.

Embriague-se de vinho, virtude ou poesia.

07/07/2011
Galera, corrigindo aí em cima, coloquei informação errada, o teto não tem nada haver com o Vampiro.

Nesse disco ele fez uma música chamada EMBRIAGUE-SE, e pelo que pude ver foi toda baseada nesse poema:

"É preciso estar sempre embriagado. Eis aí tudo: é a única questão. Para não sentirdes o horrível fardo do Tempo que rompe os vossos ombros e vos inclina para o chão, é preciso embriagar-vos sem trégua.
Mas de quê? De vinho, de poesia ou de virtude, à vossa maneira. Mas embriagai-vos.
E se, alguma vez, nos degraus de um palácio, sobre a grama verde de um precipício, na solidão morna do vosso quarto, vós acordardes, a embriaguez já diminuída ou desaparecida, perguntai ao vento, à onda, à estrela, ao pássaro, ao relógio, a tudo que foge, a tudo que geme, a tudo que anda, a tudo que canta, a tudo que fala, perguntai que horas são; e o vento, a onda, a estrela, o pássaro, o relógio, responder-vos-ão: 'É hora de embriagar-vos! Para não serdes os escravos martirizados do Tempo, embriagai-vos: embriagai-vos sem cessar! De vinho, de poesia ou de virtude, à vossa maneira'."
Charles Baudelaire

Embriague-se
Frejat

Tudo acaba nisso é a única questão
Embriagar-se é preciso
Não importa que horas são

Não ser escravo do tempo,
Nas escadarias de um palácio,
Na beira de um barranco ou na solidão do quarto

Embriague-se, embriague-se
De noite ou ao meio dia
Embriague-se, embriague-se numa boa
De vinho,virtude ou poesia

Tudo acaba nisso, é a única questão
Embriagar-se é preciso
não importa que horas são

Pra quem foge, pra quem geme,
Pra quem fala, pra quem canta,
pra não ter medo da maldade, pra acordar toda a cidade

Embriague-se, embriague-se
De noite ou ao meio dia
Embriague-se, embriague-se numa boa
De vinho,virtude ou poesia
Embriague-se...Embriague-se!

Pra quem foge, pra quem geme,
Pra quem fala, pra quem canta,
pra não ter medo da maldade, pra acordar toda a cidade

Não ser escravo do tempo,
Nas escadarias de um palácio,
Na beira de um barranco ou na solidão do quarto

Embriague-se, embriague-se
De noite ou ao meio dia
Embriague-se, embriague-se numa boa
De vinho,virtude ou poesia
 
Ney Matogrosso gravou o poema Rosa de Hiroshima - Vinícius de Moraes, o que resultou numa belíssima música.

Rosa de Hiroshima
Ney Matogrosso

Composição: Vinícius de Moraes / Gerson Conrad
Pensem nas crianças
Mudas telepáticas
Pensem nas meninas
Cegas inexatas
Pensem nas mulheres
Rotas alteradas
Pensem nas feridas
Como rosas cálidas
Mas, oh, não se esqueçam
Da rosa da rosa
Da rosa de Hiroshima
A rosa hereditária
A rosa radioativa
Estúpida e inválida
A rosa com cirrose
A anti-rosa atômica
Sem cor sem perfume
Sem rosa sem nada
 
Tava ouvindo e me lembrei desse tópico... adoro essa letra dos smiths!

Cemetry Gates

A dreaded sunny day
So I meet you at the cemetry gates
Keats and Yeats are on your side
A dreaded sunny day
So I meet you at the cemetry gates
Keats and Yeats are on your side
While Wilde is on mine

So we go inside and we gravely read the stones
All those people, all those lives
Where are they now ?
With loves, and hates
And passions just like mine
They were born
And then they lived
And then they died
It seems so unfair
I want to cry

You say : "'Ere thrice the sun done salutation to the dawn"
And you claim these words as your own
But I've read well, and I've heard them said
A hundred times (maybe less, maybe more)
If you must write prose/poems
The words you use should be your own
Don't plagiarise or take "on loan"
'Cause there's always someone, somewhere
With a big nose, who knows
And who trips you up and laughs
When you fall
Who'll trip you up and laugh
When you fall

You say : "'Ere long done do does did"
Words which could only be your own
And then produce the text
From whence was ripped
(Some dizzy whore, 1804)

A dreaded sunny day
So let's go where we're happy
And I meet you at the cemetry gates
Oh, Keats and Yeats are on your side
A dreaded sunny day
So let's go where we're wanted
And I meet you at the cemetry gates
Keats and Yeats are on your side
But you lose
'Cause Wilde is on mine
(Sure!)
 
Nossa, que ressurreição de tópico bacana! Quanta coisa que eu desconhecia! Um salve à inteligência coletiva!

Mas não posso deixar de lembrar da Maria Bethânia, que não faz referências, mas verdadeiras citações e declamações, diretas e explícitas, do amado idolatrado salve salve Fernando Pessoa.

E só pra responder a Angélica (melhor 2 anos depois do que nunca, rs) a música da Maria Bethania que faz referência ao Castro Alves se chama... Navio Negreiro! =) E o Renato Russo, em Monte Castelo, não escreveu nada nada de si mesmo. Ele fez uma colagem de Camões e Paulo de Tarso (é, aquele carinha da Bíblia mesmo. Dá uma olhada em I Corintios 13 que vc vai ver, o que não é de Camões na música vem de lá.)

Ah, lembrei também do Cordel do Fogo Encantado, com a citação maravilinda de João Cabral de Melo Neto em Dos Três Mal Amados. O texto é arrebatador, a interpretação incrível e o sotaque dele é uma gracinha!

O Cordel também tem uma música chamada Na estrada (quando encontrei Dean pela primeira vez). Qualquer lembrança de Kerouac não é mera coincidência. Em relação ao Cordel, eu sou daquelas que desgosta gostando, ou gosta desgostando, vai saber. Acho que o Lenine (esse eu amo!) e o Tom Zé também têm referências, mas agora não me vem nenhuma na cabeça.

(Off topic: galera, vcs TÊM QUE assistir um documentário chamado Palavra Encantada. É de sentar e chorar de tanto prazer linguístico, literário, sei lá. Assistam, pelo amor à língua de vcs!)
 
Lá vão algumas referências que conheço:
Franz Liszt compôs uma sonata para piano inspirado em Dante, mais especificamente n'A divina comédia:

Do mesmo Liszt, há tbm a sinfonia Fausto, alguém sabe daonde vem o nome? hehe
esse aqui é o último movimento, chamado "Mephistopheles":
 
Última edição por um moderador:
O Titus Andronicus, que eu me lembre por agora. Além do nome da banda, uma das músicas do disco do ano passado, The Monitor, chama-se Richard II; outra chamada Albert Camus, mas nem ouvi essa.
 

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