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Re-postando (after BUG)

Gonzo

Usuário
Depois do BUG do servidor, voltei! E como tudo o que postamos foi pro saco digital estou repostando todos os poemas que tinha postado até então neste post único (1 por 1 seria FLOOD...).

Abraços,
Gonzo


Adeus

Peço que não interfiram
que me deixem seguir
cansei de colaborar
chega da vida servil
do cubiculo do trabalho
vejo os limites do meu quarto
e de lá meu ridículo salário
de mim não se preocupa ninguém
a não ser o cão que me ama
mas que ama o sofá também
vou partir para o outro lado
serei mais do que sou agora
o vento, o ruído, a sombra
uma lágrima guardada
um recorte de um jornal de quinta
ou mesmo uma carta borrada
eco de uma jornada
que foi pura e simplesmente
falha

O livre arbítrio

Não que me impeça
a liberdade é suprema
mas na permissão exagerada
sufoco cansado
das escolhas e ladeiras
livre arbítrio
centelha das centelhas
me rebelo contra mim
sigo tudo e todos na tentativa de fugir
da liberdade que me impõem
aquela...
que faz o pensamento fluir
como se cada passo
fosse em areia movediça
no lodo das escolhas
afundando na necessidade mórbida
decidir, decidir
sem margens não me contenho
não me defino
sou eu, sou você, sou eles, sou todos
vivo como um todo
e por todos eu vivo
quero algemas
quero um líder
senhor de mim me cansa
quero é ser criança
correr em chão firme
sim porque sim
não porque não
apenas o plano
uma linha traçada
e uma gostosa sensação
de proteção exagerada

Circo da vida

Da tua risada me recordaria
com pura perfeição
não fossem os elefantes
o palahaço ou as buzinas
no auge atribulado
do ato de transição
no fim lembro da careta
daquela dor passageira
leviana sem bagagem
artista intinerante
que abandona cidades
tao logo se cansem
dos seus altos alardes
e que em sua partida
na memória dos presentes
findo o espetáculo
embora alguns bons momentos se guardem
quero que saiba
que no escuro do palco
atrás das cortinas
me fui com ela a um lugar
onde ninguém irá
ao menos não antes
que a lona torne a se armar
e ainda no escuro
atrás de todo novo murmúrio
esperarei com paciência
o barulho sozinho
de um riso teu
que eu possa
enfim
levar

Crescer

Saudade da infância
maldade
maldade sem maldade
falta de conceito
falta de conselho
ignorância
pura e bela
saudade
de ser eu
de ser veloz
de ser juiz
algoz e amigo
ter pálpebras como penas
e maozinhas pequenas
sonhar baixo e ser grande
com expectativas de gigante
ter um guia
ter o futuro traçado
ser homem e não ser
ser bicho e não saber
contento em ouvir e aceitar
ouvir, ouvir
aceitar, aceitar
de repente
não sei quando
pergunto
quem sou eu?
o mundo pára
não tenho meu guia
não há quem me fale
não conheço o amanhã
não sei o que posso
dizem o que não posso
me apóio sobre mãos de gigante
com esperanças de infante
e noto
cresci
e agora
vivo de sofrer
a dor do que perdi
uma simples resposta apagada
de uma infância vaga
que a vida tratou
e matou
só pelo prazer
da sequência a ser seguida
tirando de mim o que podia
ao dar o que eu mais queria
respostas
da
vida

O valor de meio homem

Fome, dor
abdomen
pura essência
do ser e ser
homem
a mão que nega
a mão que afaga
ser um mas ser dois
a dualidade que se prega
e na carência cai por terra
toda dor revela
que ser um é mais que ser dois
e a dúvida inteira
morta e faminta
cai sobre o abdomen
rijo
definido
e morto
de um homem assolado
pelo eu
pelo meu
todo

Ócio

Escrever é sofrer
amar é entreter
a si e ao próximo
na fila indiana do ócio
escrevo entretendo
e amo sofrendo
com o nada faço amor
do amor não escrevo nada
parado enquanto amo
só penso se ela é casada
o ócio nos uniu
a falta de vida na dela
e o excesso de nada na minha
juntos pelo meio
um corpo, um pelo, um seio
descobri pensamento inteiro
bem em frente a caixa pueril

A força do não

Um dia verás
que no menino perdido
a culpa sozinha
do amor iludido
não nega nem diz
a força do pedido
que um dia negastes
num tiro perdido
matando o humano
nascendo o menino

Aurora urbana

Aurora de um novo dia
morno, esperançoso
próximo com o amor
calor eterno, amante
vigia cintilante
das horas velozes e vorazes
que esfriam, torturam e matam
solidão
noite
calor próprio
abraça a si mesmo
egoista e urbano
que segue amando
nada além da aurora morna
que vem se anunciando

Noite contra o dia

Na noite eu penso
e sobre ela cai você
e você no meu pensamento
No escuro da queda nos vemos
olhos cegos, olhos cegos
loucura não
claridade é conhecimento
Sob a luz da verdade sou louco
você demais
excesso de você
machuca
embrulha
apaga e me concede
ao menos, nem que breve
um momento de felicidade célebre
...noite

Martírio no amor

mesa
armário
relembro
tropeço
isso é o que dá
receber o olhar
indagar o sonho
orar sem resposta
não virar de costas
ouvir e calar
ainda te peço
me chama em versos
ouvi-los irei
respondê-los... não sei
 

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