Gerbur Forja-Quente
Defensor do Povo de Durin
Estive pensando, tudo o que “existe” (mesmo as coisas e criaturas fantásticas de mitologias e contos de fadas) nasceu de outras coisas que existem primeiro, certo? Por exemplo, só conhecemos o Pégaso, porque um dia o homem viu um cavalo e depois um pássaro e imaginou a junção de ambos. Outro exemplo: quem eram as bruxas? Com certeza não passavam de mulheres idosas, moradoras do campo. Por serem idosas, tinham vivido bastante e tinham bastante experiência de vida e portanto, eram boas conselheiras. Além disso, por viverem no campo, conheciam bem as ervas e faziam chás que chegavam a curar pessoas de certos males como a febre, ou criar males como os venenos, que na época eram vistas como poções. Nos dias de hoje ela não passaria de uma velha curandeira, mas antigamente certamente ela era vista como uma senhora de grandes poderes.
Sendo assim, do ponto de vista metafórico, podemos pensar nas raças da Terra-Média como aspectos do ser humano?
Os elfos, são constantemente vistos como o homem em seu estado mais puro, o homem como ele deveria ser: sábio, tendo uma relação mais saudável com a natureza e com as artes. Isso tudo é refletido na beleza dos elfos e também em sua imortalidade. Os elfos tem toda uma áurea, uma relação com a noite, mas o aspecto bom da noite, e das estrelas, os elfos são etéreos, quase não corpóreos, quase apenas espírito... Penso que os elfos representam esse estado etéreo dos homens, eles representam um estado de espírito, a noite sobrepujando as trevas. É dessa dualidade que a metáfora dos elfos trata.
Ao antagonismo aos elfos coube aos orcs. Elfos inicialmente, mas foram distorcidos, perturbados e mutilados pela escuridão de Morgoth, o primeiro Senhor do Escuro. Os orcs são o aspecto asqueroso da noite, são as trevas, o desconhecido, o frio, o que transforma bons homens em animais violentos. Isso são os orcs. Não é a toa que orc é a palavra latim para “morte”, por isso a baleia “assassina” se chama baleia “orca”. Os orcs são então as trevas, o mal vencendo o bem, a morte, a loucura, o fim. Um aspecto significativo de todo homem. Mas os orcs de Tolkien não são de todo mal, eles são inventivos, geniais em suas maldades, cheios de planos, estratagemas e máquinas engenhosas. Alguns dizem que os orcs representam o capitalismo ou o industrialismo, com todo seu esforço no derrubamento de florestas em prol da tecnologia. Talvez.
Existe um outro aspecto da escuridão que não cabe nem aos elfos nem aos orcs... mas aos anões. Os anões não são criaturas da noite etérea como elfos e orcs, mas são criaturas da terra, das entranhas da terra, e é justamente a noite subterrânea que eles representam. Os anões são bem corpóreos, robustos, filhos da pedra, sua mãe é a própria terra, por isso são “firmes na amizade e na inimizade”, por isso são teimosos, o povo mais resistente de todos, resistem à dor, à fadiga, à sede/fome, a doença, mais que qualquer outro, eles são de fato os filhos da terra, a teimosia encarnada, duros e consistentes como sua mãe. Os anões representariam a persistência humana, sua aparente invulnerabilidade e também a engenhosidade positiva, contrapondo aos orcs nesse ponto. Outro aspecto interessante dos anões é que apesar de lutarem do lado “do bem”, e não haver registro de anão que lutou do lado “do mal” (como há de homens e elfos), os anões são considerados mesquinhos, tem um apego muito grande com as coisas materiais, se relacionam com jóias e artefatos que produzem e não com as “coisas que crescem” como os elfos. Um dos anões mais conhecidos, Thorin Escudo de Carvalho, diz em seu leito de morte que “se mais de nós dessem mais valor a comida, bebida e música do que a tesouros, o mundo seria mais alegre”.
Falando em tesouros, podemos pensar no contraponto dos anões, se eles são gananciosos e não são maus, quem é? Os dragões. Os grandes vermes, são a encarnação da ganância humana, eles matam e destroem reinos com um único propósito: reunir grandes tesouros, mas após reunirem todos os tesouros o que fazem com eles? Nada. Apenas dormem sobre o mesmo, temendo eternamente que os verdadeiros donos reclamem pelo mesmo um dia. Os dragões são a ganância, e como tal, seu elemento não é a terra, mas o fogo, eles são inflamados, essa é sua marca. Cospem fogo, queimam. Mas não só de fogo eles se inflamam, e sim de ego (são arrogantes), tesouro (claro), conhecimento (quem diz que não?) e poder. O fogo em si, a criação e destruição em um único elemento, pois ao mesmo tempo que criam tesouros eles destroem reinos. A ganância.
Voltando a Thorin e seu leito de morte... para quem ele disse tais palavras? Para o hobbit Bilbo, do Condado. Outro aspecto interessante da humanidade. Os hobbits, como os anões, são criaturas da terra, mas não de sua profundidade e sim de sua superficialidade, são os cultivadores da terra, e apesar de “cultivarem” a terra, têm pouca “cultura”. A representação do tradicional homem do campo: sem grandes preocupações (a não ser a roupa no varal quando chove), tudo leva muito tempo (como o cultivo da terra, o tempo dele é o tempo da terra), tudo é muito engraçado e sofrido, o sertanejo. Para Thorin, eles detêm o mais verdadeiro dos tesouros (e não é a pedra arken)... a simplicidade. Afinal, ninguém pode comer ouro.
Poderia traçar mais paralelos de outras raças tolkenianas com aspectos da psique e do comportamento humano, mas já estou com sono, rs. O que vocês acham? Esses paralelos têm fundamento? Quais outros vocês já traçaram?
Sendo assim, do ponto de vista metafórico, podemos pensar nas raças da Terra-Média como aspectos do ser humano?
Os elfos, são constantemente vistos como o homem em seu estado mais puro, o homem como ele deveria ser: sábio, tendo uma relação mais saudável com a natureza e com as artes. Isso tudo é refletido na beleza dos elfos e também em sua imortalidade. Os elfos tem toda uma áurea, uma relação com a noite, mas o aspecto bom da noite, e das estrelas, os elfos são etéreos, quase não corpóreos, quase apenas espírito... Penso que os elfos representam esse estado etéreo dos homens, eles representam um estado de espírito, a noite sobrepujando as trevas. É dessa dualidade que a metáfora dos elfos trata.
Ao antagonismo aos elfos coube aos orcs. Elfos inicialmente, mas foram distorcidos, perturbados e mutilados pela escuridão de Morgoth, o primeiro Senhor do Escuro. Os orcs são o aspecto asqueroso da noite, são as trevas, o desconhecido, o frio, o que transforma bons homens em animais violentos. Isso são os orcs. Não é a toa que orc é a palavra latim para “morte”, por isso a baleia “assassina” se chama baleia “orca”. Os orcs são então as trevas, o mal vencendo o bem, a morte, a loucura, o fim. Um aspecto significativo de todo homem. Mas os orcs de Tolkien não são de todo mal, eles são inventivos, geniais em suas maldades, cheios de planos, estratagemas e máquinas engenhosas. Alguns dizem que os orcs representam o capitalismo ou o industrialismo, com todo seu esforço no derrubamento de florestas em prol da tecnologia. Talvez.
Existe um outro aspecto da escuridão que não cabe nem aos elfos nem aos orcs... mas aos anões. Os anões não são criaturas da noite etérea como elfos e orcs, mas são criaturas da terra, das entranhas da terra, e é justamente a noite subterrânea que eles representam. Os anões são bem corpóreos, robustos, filhos da pedra, sua mãe é a própria terra, por isso são “firmes na amizade e na inimizade”, por isso são teimosos, o povo mais resistente de todos, resistem à dor, à fadiga, à sede/fome, a doença, mais que qualquer outro, eles são de fato os filhos da terra, a teimosia encarnada, duros e consistentes como sua mãe. Os anões representariam a persistência humana, sua aparente invulnerabilidade e também a engenhosidade positiva, contrapondo aos orcs nesse ponto. Outro aspecto interessante dos anões é que apesar de lutarem do lado “do bem”, e não haver registro de anão que lutou do lado “do mal” (como há de homens e elfos), os anões são considerados mesquinhos, tem um apego muito grande com as coisas materiais, se relacionam com jóias e artefatos que produzem e não com as “coisas que crescem” como os elfos. Um dos anões mais conhecidos, Thorin Escudo de Carvalho, diz em seu leito de morte que “se mais de nós dessem mais valor a comida, bebida e música do que a tesouros, o mundo seria mais alegre”.
Falando em tesouros, podemos pensar no contraponto dos anões, se eles são gananciosos e não são maus, quem é? Os dragões. Os grandes vermes, são a encarnação da ganância humana, eles matam e destroem reinos com um único propósito: reunir grandes tesouros, mas após reunirem todos os tesouros o que fazem com eles? Nada. Apenas dormem sobre o mesmo, temendo eternamente que os verdadeiros donos reclamem pelo mesmo um dia. Os dragões são a ganância, e como tal, seu elemento não é a terra, mas o fogo, eles são inflamados, essa é sua marca. Cospem fogo, queimam. Mas não só de fogo eles se inflamam, e sim de ego (são arrogantes), tesouro (claro), conhecimento (quem diz que não?) e poder. O fogo em si, a criação e destruição em um único elemento, pois ao mesmo tempo que criam tesouros eles destroem reinos. A ganância.
Voltando a Thorin e seu leito de morte... para quem ele disse tais palavras? Para o hobbit Bilbo, do Condado. Outro aspecto interessante da humanidade. Os hobbits, como os anões, são criaturas da terra, mas não de sua profundidade e sim de sua superficialidade, são os cultivadores da terra, e apesar de “cultivarem” a terra, têm pouca “cultura”. A representação do tradicional homem do campo: sem grandes preocupações (a não ser a roupa no varal quando chove), tudo leva muito tempo (como o cultivo da terra, o tempo dele é o tempo da terra), tudo é muito engraçado e sofrido, o sertanejo. Para Thorin, eles detêm o mais verdadeiro dos tesouros (e não é a pedra arken)... a simplicidade. Afinal, ninguém pode comer ouro.
Poderia traçar mais paralelos de outras raças tolkenianas com aspectos da psique e do comportamento humano, mas já estou com sono, rs. O que vocês acham? Esses paralelos têm fundamento? Quais outros vocês já traçaram?
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