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Questionamento Científico

Arandelis

If I can dream
Gente, eu to abrindo esse tópico aqui porque achei que o assunto ia ser do interesse de vocês, além de dizer respeito à tematica do Clube. A intenção aqui é fazer uma crítica a uma certa linha de pensamento, por favor, espero que ninguém tome isto como ofensa pessoal, uma vez que a minha intenção não é, nunca foi e nunca será isso.

É comum que se tenha para com a ciência um certo respeito e admiração especiais, principalmente da parte da maior parte da população que não é nem pretende ser especialista em nenhum tipo de ciência, inexata ou exata.
Este repeito em boa parte se deve ao fato de que a ciência como um todo é tida como verdade absoluta e inquestionável pela grande maioria.

Quantas vezes dentro do próprio fórum não é possível observar um sentimento de quase "adoração" pelo que se afirma ciência? Quantas vezes não se tem receio de questionar algo que é dito como verdade por uma maioria, por mais que uma determinada afirmação vá contra a noção que se tem do que o assunto discutido representa? Quantas vezes quando uma dita "verdade" é questionada não aparecem aqueles que sequer procuram considerar ou entender o questionamento para rebatê-lo, mas logo vem com pedras na mão para "destruir" aquela afirmação incomoda de que talvez aquilo que tomamos por "verdade" pode não ser tão verdade assim, pode ser falha, pode ter erros, pode estar de certa maneira errada?

Quantas vezes um post apenas por ter sido feito grande e bem formulado deixa de ser discutido, não por todos, mas por uma parcela de nós, por preguiça ou por se ter a falsa idéia de que um post grande e bem elaborado há de ser necessáriamente correto e verdadeiro quanto a seu conteúdo?

Não é minha pretensão afirmar que todo questionamento deve ser tomado por verdade, não, isto levaria ao mesmo ponto. Mas gostaria de perguntar: porque não levar em conta os questionamentos que são ou podem ser feitos? Levar estes questionamentos em conta tendo noção de que a grande maioria aqui não é especialista em qualquer tipo de ciência, mas que se interessa e pode sim ter algo com que contribuir?

Afinal, a ciência não evolui a partir do questionamento e da discussão? :wink:
 
Arandelis disse:
Este repeito em boa parte se deve ao fato de que a ciência como um todo é tida como verdade absoluta e inquestionável pela grande maioria.

Mas não o é... tanto é assim que a comunidade sempre tenta questionar o que foi dito por colegas.

Quantas vezes ...?

A ciência sempre foi passível de questionamento, visto que é em essência questionar.

No entanto, as pessoas terem preguiça de questionar/pensar não é culpa da ciência, ou da pessoa que posta demais. Normalmente uma pessoa posta demais para avaliar outros aspectos de um assunto, tentando ver (por si mesmo) brechas e falhas na sua colocação. Se as pessoas ao verem o número de exemplos e contra-exemplos, se intimidam e não conseguem expor outros exemplos e contra-exemplos, seria culpa da pessoa que começou o tópico, ou seria culpa da própria pessoa em tentar? Antes usasse esses exemplos para ele próprio pensar os seus.

Por exemplo. Supondo 2x3

Uma pessoa pode dizer que é seis apenas decorando a tabuada. Ela também tentar mostrar isso via colunas e linhas, contando depois. Mudando a posição das colunas... Mas se todos contentassem-se com apenas a contagem de objetos, jamais viria um neguinho (na verdade árabe) inventar o zero.

Na experimentação, nos exemplos e contra-exemplos que tanto parecem "provar" uma coisa para todos, para algumas pessoas isso não prova nada: são tijolos para algo maior, uma teoria mais abrangente. Não é a verdade sedimentada, mas antes degraus pra outro nível.

A adoração é algo que poucos cientistas buscam... o que ocorre é a humanidade como um todo adorar a ciência como verdade absoluta, uma espécie de religião. E como disse antes, toda crença sem questionamento é perigosa.
 
Toda teoria deve ser bombardeada e qustionada. Mas por argumentos ainda mais embasados e fortes. Os crédulos dizem que os céticos adoram a ciência mas isso não é verdade. Cético é quem simplesmente acredita no mais prevável.
 
O mdedo de questionar em geral provém de uma certa preguiça mental de raciocício e do fato que algumas áreas são tão abstratas que leva-se toda uma vida de estudos para pode acompanhar os assuntos mais de ponta.

A grande parte das pesssoas questiona por questionar, umas poucas com conhecimento de causa e a maioria aceita passivamente qualquer coisa, seja uma afirmação científica, religiosa, política, econômica, whatever.

Mas com a diferença que a ciência nos dá resultados práticos :mrgreen: teoria Quântica? Transistores! Medicina? Transplantes! Física? Televisão :mrgreen:
 
A ciência não da necessariamente resultados práticos. Ela é antes de tudo produção de conhecimento, a busca pela compreensão da realidade, que na verdade é uma representação da realidade, não ela em si. A História, por exemplo, ao contrário do que muitas pessoas pensam, não tem nenhuma aplicação prática segundo a lógica que impera nos dias atuais, a lógica do consumo. Claro que essa não é a lógica que rege a História e ela têm um papel social importante, ainda que indireto: A produção de memória, feita com a relativa parcialidade que a ciência propõe.

Sobre o questionamento científico, acredito que se tratando de um trabalho acadêmico o rigor metodológico de cada ciência deve ser invariavelmente respeitado. Agora, no Fórum esse rigor deve ser moderado, porque ninguém esta fazendo ciência aqui. A imaginação é uma ferramenta fundamental na produção de conhecimento científico e não deve ser podada no momento em que se criam hipóteses, se discutem elas. Muitas vezes isso acontece em um espaço como esse. Uma discussão informal (quando não pretensiosa) pode render frutos interessantes.
 
Há um problema constante: o respaldo que é dado aos cientistas.

Por um lado ele agiliza o andamento das coisas, pois quem tem respaldo não é perturbado a cada instante com indagações ou questionamentos. Simplesmente tem carta branca para afirmar, agir e produzir. Por outro lado, isso acaba indo contra os princípios da própria ciência. É este respaldo que acaba por gerar um pouco da "preguiça". E quem fica buscando erros no trabalho de quem em geral está certo, acaba passando por chato.

No âmbito das publicações científicas, é fato que não são os melhores trabalhos que tem preferência na hora de serem publicados, mas os trabalhos indicados por quem tem respaldo. Mas aqui o problema é ainda mais grave: vemos trabalhos sem grande importância publicados em periódicos científicos de destaque enquanto outros excelentes ficam engavetados quase que um ano inteiro, simplesmente porque não foram indicados por alguém com "respaldo".
 
Vilya, isso que você coloca no seu post é sério. Esperar um paper ser publicado num periódico certamente é uma agonia, mas eu não penso que isso seja um entrave para o desenvolvimento da ciência e do próprio pesquisador. Certamente um pesquisador jovem está em desvantagem em relação a um experiente, mas uma pessoa realmente capaz supera isso. Colocando a coisa de maneira menos pessoal, eu não creio que seja difícil citar algumas descobertas bem interessantes, na área da matemática mesmo, conseguidas por pesquisadores jovens, que tiveram que provar o valor de seus trabalhos antes de ter uma reputação que lhes desse respaldo.
 
Perdoe o tom do último parágrafo daquele post. Só toquei no assunto para exemplificar um outro tipo de problema que surge com o respaldo ou a ausência dele. O longo período de espera não é o que me incomoda, afinal antes de ser publicado, o trabalho tem que ser avaliado.
 

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