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QUEM AMA LITERATURA NAO ESTUDA LITERATURA

Zuleica

Usuário
O objetivo aqui é questionar o modo quase infrutífero como se estuda e leciona literatura no Brasil. Segundo Rufino, para verdadeiramente estudar literatura, não adianta quase nada analisar as obras em relação aos movimentos, escolas e estilos de sua época, como se faz nos colégios e universidades brasileiras. Ele defende que o estudo de literatura só será socialmente relevante no Brasil quando ele for feito com base em antropologia, sociologia, psicologia, história, teoria da comunicação e até economia.
Autor: SANTOS, JOEL RUFINO DOS
Tradutor: MARINHO, VANESSA
Editora: ROCCO
Assunto: LITERATURA BRASILEIRA-TEORIA E CRITICA LITERARIA
ISBN: 8532522246
ISBN-13: 9788532522245
Brochura
1ª Edição - 2008
Link da Fonte
 
Em tempo, isso me faz lembrar uma conversa que tive com uma amiga minha, que foi pedir orientação para uma professora da UFPR. O tema da monografia dela envolvia basicamente Shakespeare e as adaptações de uma das obras dele para o cinema. A tal da professora alegou que aquilo "não tinha nada a ver com estudos literários".

WTF.
 
kuinzytao disse:
Ele defende que o estudo de literatura só será socialmente relevante no Brasil quando ele for feito com base em antropologia, sociologia, psicologia, história, teoria da comunicação e até economia.

Estudos literários na verdade não deveriam se concentrar justamente nessas áreas citadas por ele, pois via de regra esse tipo de abordagem apenas usa o texto literário como muleta para justificar determinada ideologia do "crítico" (vide a "crítica marxista", por exemplo).

Dai-me paciência...
 
Reinhard disse:
kuinzytao disse:
Ele defende que o estudo de literatura só será socialmente relevante no Brasil quando ele for feito com base em antropologia, sociologia, psicologia, história, teoria da comunicação e até economia.

Estudos literários na verdade não deveriam se concentrar justamente nessas áreas citadas por ele, pois via de regra esse tipo de abordagem apenas usa o texto literário como muleta para justificar determinada ideologia do "crítico" (vide a "crítica marxista", por exemplo).

Dai-me paciência...


Não só a literatura deveria se expandir por outras áreas como a psicologia, história, etc, como a biologia, a física, a economia, a sociologia deveriam também se livrar do fetiche do objeto específico de estudo...

Os "estudos literários" não deveriam ter medo das outras áreas... a literatura sobrevive a elas...

Concordo que não deve haver uma subordinação do objeto com propósitos de argumentação (tipo, como a "crítica marxista" faz - ainda que não toda ela), mas fecha-la em si por preciosismo (ou por pretenção a ciência) só a torna algo fraco, um bijuteria... Não que ela tenha que ser útil como uma pá, mas com certeza ela é capaz de elucidar muita coisa (ou complicar - o que é quase melhor em tempos de simplificação)...

Deleuze usa a literatura para fundar uma teoria da lógica, destruindo uma anterior; Foucault e Derrida vão mostrar as falhas da psicanálise em Queneau e Artaud; Latour critíca o "desvelamento" eurocentrico da antropologia a partir de autores indianos... Não reconheço nesses casos o uso da literatura como muleta...

Nossos departamentos são traumatizados... eles querem ser reconhecidos como científicos, como áreas de conhecimento específicas... Esse fechamento é uma espécie de mágoa... Afinal, a Matemática, a Física, a Sociologia, etc lidam com números e, afinal, quem vai contrariar os números???

Mas, por maiores esforços que façam, é sempre bom lembrar de Elias Canetti: "A Ciência é a Arte de ignorar"
 
Não disse para não haver a aplicação de outras áreas nos estudos literários (pois é óbvio que se bem feito muito pode ser aproveitado dessa prática interdisciplinar), e sim que eles não devem se concentrar nelas, pelo motivo que já explicitei antes, pois invariavelmente é justamente isso que ocorre na maioria das vezes.

O uso da literatura como mero instrumental para embasar determinada ideologia é maçante e faz um desserviço à própria literatura, banalizando-a justamente por deixar de considerá-la como expressão artística que é.

Cansa.
 

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