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Outros Sistemas Que tal ser um deus?

Armitage

Usuário
Essa é a proposta do rpg chamado "Nobilis", da Guardians of Order (mesma empresa de "A Game of Thones" ).




O jogo é inspirado em mitologia, filosofia, e na imaginação ultra-fértil da autora (Rebeca Borgstrom). É altamente simbolista, animista e mitológico, e é mundialmente aclamado como uma verdadeira obra-de-arte, e como o ícone dos high-concepts rpgs (aqueles RPGs com conceitos centrais altamente abstratos-filosóficos-metafísicos, como Mago, só pra citar um popular).

- Resumindo a ambientação em poucas palavras: Sandman, e outras obras de Neil Gaiman.

- Agora, em muitas palavras (ou pra quem não faz idéia do que seja Sandman):

O cenário é o mundo contemporâneo. Cada jogador é a personificação de uma idéia.

O jogador era um humano que recebeu uma centelha divina, e transcendeu - ele agora é uma divindade, um Nobilis. Agora ele vive no mundo das idéias (o "mundo Mítico"), enquanto nós humanos mortais vivemos no mundo físico (o "mundo Prosaico"), que é a manifestação das idéias. (isso de "mundo das idéias" é baseado em obra de algum filósofo grego... Platão, acho).

Nesse mundo das idéias, cada conceito é "vivo", e possui um representante: "Sonho", "Tecnologia", "Preto", "Violência", "Fome", etc. cada idéia/conceito é personificada por um Nobilis, e estes possuem reinos particulares, micro-cosmos que seguem sua idéia de forma meta-física( e não física ). Ou seja, um Nobilis da "Tecnologia", pode possuir um reino Cyberpunk; Um Nobilis do Caos, pode ter um reino que é um grande furacão em devastação constante, sem solo ou céu, sem cima ou baixo. Um Nobilis do "Preto" tem um mundo... totalmente preto. Esses Nobilis podem ficar "em casa" de vez em quando, mas a maioria ainda possui humanidade suficiente para fazê-los preferir as paixões da Terra.




O Prosaico e o Mítico são 2 modos de ver o mesmo mundo: Ou seja, quando no Prosaico um semáforo acende a luz verde pra você seguir em frente, no Mítico o trí-clops guardião das encruzilhadas graciosamente concede a passagem, abrindo seu olho verde. Animismo é a palavra-chave do cenário (como é em todas mitologias) : você pode espancar a "Miséria", chamar a "Violência" para um jogo de xadrez (apostando o Rio de Janeiro), ou perguntar à "Poça de Sangue": quem a derramou?

E pra deixar a coisa ainda mais bizarra, existem os "Excrucianos", entidades do além, que buscam devorar a base da realidade - as idéias. Ou seja, se um Excruciano janta o "Amarelo" lá, a cor deixa de existir aqui. Ela simplismente sai do mundo Prosaico sem que ninguem tenha lembrado dela, a não ser os raros humanos que sabem dessa realidade mítica (esses humanos sabem que seu cabelo é castanho agora, mas um dia já foi "zorestro" - uma cor antiga que foi Excruciada a muito tempo).

O sistema do jogo é diceless (sem dados), com 4 atributos apenas (nada de Skills, nada de Feats, Desvantagens, etc. ), tudo bem simples. A resolução de conflitos é resolvida simplismente comparando os valores dos atributos. A violência/combate é altamente desencorajada, já que ninguem pode "morrer", e os feitos dos personagens ultrapassam o épico e heróico - são feitos míticos, divinos: beber um rio inteiro e cuspir para apagar um incêndio; dar uma flechada no Sol; dar um soco no chão para "ferir" a terra, casuando um terremoto; soltar um peido e causar uma peste negra (:lol:), etc.

Aliás, Zeus, Titães, Odin, Thor, Hércules, etc. eram todos Nobilis que a humanidade entendia 'a sua maneira e "batizou" com nomes próprios. Ou seja, por aí já da pra ver a grandiosidade dos feitos de um Nobilis.


ps: agora, o mais interessante: apesar de o cenário padrão do jogo ser modernista, parece ser altamente flexível, o que significa jogar com em outras epocas, ou com Deuses do panteão de Faerun; Panteão grego; Os Powers de Planescape; Santos cristãos medievais, etc, etc, etc. qualquer divindade que a imaginaçao alcançar!
 
Última edição:
Eu já sou deus... Você não?

ps: Piadas a parte, Deus é só quando você fala d'O Deus. Quando se fala da possibilidade de mais de um, é deus mesmo.
 


O jogador era um humano que recebeu uma centelha divina, e transcendeu - ele agora é uma divindade, um Nobilis. Agora ele vive no mundo das idéias (o "mundo Mítico"), enquanto nós humanos mortais vivemos no mundo físico (o "mundo Prosaico"), que é a manifestação das idéias. (isso de "mundo das idéias" é baseado em obra de algum filósofo grego... Platão, acho).[/COLOR]

Sim, mundo das idéias é um conceito Platônico. Para explicar a nossa realidade, Platão usava uma outra realidade, uma realidade transcendente. Para ele o branco em suas várias tonalidades existentes nos objetos aqui, na nossa realidade, são cópias do branco em si, da idéia pura de branco que está no mundo das idéias. Ainda temos essa idéia, ela é usada em matemática, na teoria de conjuntos. Existe o conjunto dos objetos brancos, cujos elementos são todos os objetos brancos, mas Platão achava que alem de reunir todos os brancos em si a idéia de branco existia separadamente do mundo. Ela era a causa da brancura no nosso mundo.[/COLOR]

No mundo das idéias essas idéias existem como entidades – perfeitas, imutáveis e eternas. São seres reais e não apenas conceitos mentais. Mas Platão não admitia idéias malignas. Não existe a idéia de mal, o mal é uma ausência da idéia de bem, a injustiça uma ausência da idéia de justiça... Um objeto branco no nosso mundo participa da idéia de branco existente no mundo das idéias. O platonismo, nesse sentido, foi superado, de certo modo, mas o senso comum ainda crê nele. Vivem dizendo que um cientista descobre uma coisa, como se a idéia estivesse pronta em algum lugar e de repente o cientista a encontrasse pronta, em vez de pensar que a idéia é uma construção mental do cientista. Tipo Newton descobriu o conceito de força e de massa e a relação F = ma. Um dos maiores feitos de Platão é que ele criou (ou descobriu como diria) a idéia de idéia ou o conceito de conceito (hoje conjunto na matemática). Em matemática há uma escola de matemáticos que crê que as idéias matemáticas já existem e que o matemático as descobre... Será?[/COLOR]

Essa idéia de usar uma realidade transcendental para explicar a nossa realidade é antiga. O cristianismo vai usá-la: Deus é a causa do nosso mundo. Somente com Descartes no século XVI é que se rompe com essa idéia. Em vez de uma explicação transcendente, Descartes mostra que somente uma explicação imanente (a partir de nossa própria realidade) pode ser justificada e confiável para erguer o edifício das ciências. Descartes alem de filósofo era um matemático fudido. Criou a Geometria Analítica e plano Cartesiano. Alias era moda na época usar nomes latinos e gregos para representar a volta à razão, à ciência por isso ele adotou o nome de Cartesius. Por isso Plano Cartesiano...
 
Última edição por um moderador:
Só em ingles, né? Qual a editora disso?

Inglês e francês. A editora da versão inglesa era a Guardians of Order, que infelizmente fechou as portas e deixou o jogo out-of-print, ou seja é difícil pra burro pra encontrar! (encontrei minha cópia a muito custo, e mesmo assim usada no ebay). Já a versão francesa é mole achar, ainda está em publicação... mas tem que saber francês. :mrgreen:

Eu já sou deus... Você não?

hurr... não é porque sua mãe chama você por "Ô coizinha divina da mamãe!", que você é um deus Barlach. :roll: (bom, melhor "coizinha divina" do que "meu BOIZINHO" HUAhuahuahUHauH um amigo meu era chamado assim )

Sayffiros:


Really Cool! Essa explicação foi bem enriquecedora. Taí uma coisa interessante: sabe que eu também tenho essa forma de pensar - como se nossa ciência fosse "descobrindo" isso e aquilo no universo. Na verdade não "descobrimos" nada, apenas criamos artifícios para entendemos o suficiente de alguma coisa, para que possamos utilizá-la de modo confiável para nossos fins.

Quanto ao jogo, então seu cenário é, de certa forma, paradoxal - se passa no mundo moderno, mas funciona por uma lógica pré-moderna ? :think:

Interessante.

Algum paralelo visível com o Nephilin?

Não conheço bem Nephilim. E do pouco que li a respeito, me pareceu bem bizarro. Bizarro...in a bad way. Mas pode ter sido pré-conceito meu. Dá pra dar mais detalhes dele?
 
Bem viajante, minha conclusão é um RPG diferente, que vai causar sucesso para jogadores na faixa 18 anos para cima.

Mas o mais importante é que alguns podem viajar tanto que acabam mudando de temperamento (todo mundo já pensou em drogado! :no:)
 
Inglês e francês. A editora da versão inglesa era a Guardians of Order, que infelizmente fechou as portas e deixou o jogo out-of-print, ou seja é difícil pra burro pra encontrar! (encontrei minha cópia a muito custo, e mesmo assim usada no ebay). Já a versão francesa é mole achar, ainda está em publicação... mas tem que saber francês. :mrgreen:

Mas então ele é antigo! Achei que era novidade, tava sendo lançado agora, etc.

E francês não tem como. Não sei falar e nem quero aprender. :blah:
 
Mas então ele é antigo! Achei que era novidade, tava sendo lançado agora, etc.

Não é lançamento não. Mas também não é "antigo". É de `03 ou `04. Tem 3 ou 4 anos só.


Bem viajante, minha conclusão é um RPG diferente, que vai causar sucesso para jogadores na faixa 18 anos para cima.

Ele é bizarro. Isso é fato. Se é positivamente bizarro, ou negativamente bizarro, aí vai depender de cada um. :D

Deve ser mais um RPG que agrade às meninas, como Mage, Changeling, Vampire, Unknown Armies, e esses rpgs asbtratos, cheios de questões filosóficas, etc. Aliás, o autor do jogo é uma mulher até.
 
Ele é bizarro. Isso é fato. Se é positivamente bizarro, ou negativamente bizarro, aí vai depender de cada um. :D

Deve ser mais um RPG que agrade às meninas, como Mage, Changeling, Vampire, Unknown Armies, e esses rpgs asbtratos, cheios de questões filosóficas, etc. Aliás, o autor do jogo é uma mulher até.

É uma boa aposta para acalmar o agravado quadro da união de um grupo de meninas + meninos, onde geralmente existe aquela rixa que nós homens não levamos a sério: achar que a menina é o sexo frágil, muito sentimentalista para brutalidades, e levada á ficar interpretando muita "meiguice". Respeito que nós devíamos dar :think:.

Mas voltando, Armitage pode postar a imagem da tal mulher? :yep:
 
Mas voltando, Armitage pode postar a imagem da tal mulher?

Da autora você quer dizer? Não tenho, mas imagino que ela esteja na casa dos 40 já. Aliás, ela própria é um personagem jogável numa campanha publicada de Unknown Armies. No livro ela é descrita como "Uma mãe boa lutando contra um mundo mau". Bem... "progressivo" isso né? Uma pessoa real como personagem jogável.


Ela é amiga do autor de Unknown Armies. Inclusive os 2 jogos possuem idéias bem parecidas:

- em Nobilis, divindades personificam idéias (Trovão, Compaixão, Fúria, etc.), o mundo é "idéia-cêntrico", ou platônico, como explicou o Zayffiros;

- em Unknown Armies, divindades personificam arquétipos do incosciente coletivo da humanidade (o guerreiro, a mãe, o hermafrodita, etc.), o mundo é mais "humano-cêntrico";
 
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Colega meu: - "Cacete o que é isso na tua estante? Livro de arte?"
Eu: - "É só meu novo jogo de RPG... nada demais..."
Colega meu: - "Como assim nada demais? Que capa linda! É sobre o quê?"
Eu: - "Ah, nada demais... jogadores são personificações de idéias... tipo Sandman de Gaiman... "
Colega meu: - "Sou fã de Sandman, deixa eu ver!! *dá um foleada* Eu quero jogar isso! Agora!"
Eu: - "Vou pensar no teu caso..."


Conclusão: meu Nobilis chegou! :joy: (morram de inveja! :mrgreen: )
 
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