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Que livros você releria todo ano?

O livro que eu mais reli até hoje (e ainda em intervalos curtos) foi O Capital Livro 1, Vol 1 e 2.

Porém, não pretendo fazer isso todo ano. Minha compreensão aumentou demais, mas temos de seguir em frente, né?

De literatura acho que os que eu mais gostaria de fazer isso são:

O Apanhador no Campo de Centeio - J.D. Salinger
O Retrato de Dorian Gray - Oscar Wilde
Notas do Subsolo - Dostoiévski

Os dois primeiros eu já reli, mas foi com um intervalo de tempo considerável (3 ou 4 anos). Mas todo ano o mesmo livro, por melhor que seja, eu acho que acabaria enjoando e estragando o prazer que tenho pela obra. Tenho dúvidas...

Não acontece isso com vocês?
 
Pois é, é o que comentei. Mesmo tendo ficado uns anos sem ler Senhor dos Anéis, dessa vez estou lendo com menos prazer. Ainda com prazer, mas não com AQUELE prazer.

Acho que uma vez por ano realmente é muito, mas tem livros que vou ler várias vezes na vida, com certeza:

Senhor dos Anéis
Ficções - Borges
Pequeno Príncipe
Alice no país das maravilhas
... outros que não estou lembrando agora =p
 
Pips disse:
Todo ano eu releio "Grande Sertão: Veredas", geralmente no fim de novembro, começo de dezembro. É uma tradição desde 2006. E raspar a barba e deixar ela crescer, sem aparar, até o fim da leitura.

pq? :think:

Ashe disse:
Eu releria Pollyanna quantas vezes fossem preciso *-*
(E o Moça também)

Eu também, foram os livros que me iniciaram nesse mundo da literatura :amor:

Tb releria a coleção "Nosso Lar", "O Evangelho segundo o Espiritismo" (esse eu já leio),"Olhai os Lírios do Campo" do Erico, "1984", "A mulher de 30 anos", Poesias e Crônicas do Sr. Bukowski, os livros do Stephen King :eba:
 
Qualquer livro do Tolkien ambientado na Terra-média.
Sou absolutamente apaixonado por esse universo que ele criou, que nunca deixa de me fascinar.
 
o morro dos ventos uivantes e orgulho & preconceito. sempre que posso fico lendo os trechos que eu mais gosto.
 
Depois que vi uma entrevista do Carlos Fuentes, dizendo que em toda Páscoa relia Dom Quixote, fui logo tentar fazer o mesmo. Não com Dom Quixote, mas com algum outro livro. Decidi que em todo ano, num mesmo período, Incidente em Antares, do Érico Verissimo, seria meu livro de cabeceira. Fracassei: aqui, quando a coisa é planejada, vira vinagre.

Mesmo assim, posso dizer que faço muitas releituras. Os livros abaixo são aqueles em que mais vezes retornei:

- O Encontro Marcado e O Grande Mentecapto, do Fernando Sabino;
- Clara dos Anjos, Lima Barreto;
- A pátria em chuteiras e À sombra das chuteiras imortais, Nelson Rodrigues;
- Angústia, Graciliano Ramos;
- Olhai os lírios do campo e Incidente em Antares, Érico Verissimo;
- Brás, Bexiga e Barra Funda, Antônio de Alcântara Machado.

Engordarei a lista com Triste Fim de Policarpo Quaresma e Recordações do Escrivão Isaías Caminha, do Lima Barreto.
 
Existe um livro que para mim sempre foi muito significativo; não é um livro muito conhecido, mas sempre gostei dele, e o leio várias vezes (sempre que estou meio para baixo).

Trata-se de "Nada Como o Sol"; é um romance escrito por Anthony Burgess, e versa sobre William Shakespeare (é um romance-biográfico).

Quase não existem informações sobre Shakespeare: quase nada se sabe sobre sua vida, e sua personalidade, então, é um enorme mistério. Especula-se que seria um homem calmo, de natureza pouco explosiva; sabe-se também que para produzir uma obra que trate o gênero humano com tanta compreensão (sem barrar e escolher nada, mas analisando todos os aspectos da vida; analisando as fraquezas e pecados, mas com compreensão e afeto) é preciso uma enorme dose de empatia. No entanto, a personalidade do dramaturgo será sempre um mistério.

Dito isso, o que me encanta no livro de Burgess é a personalidade que criou para Shakespeare: um homem silencioso, não-arrogante, quase que servil; um homem que vive se autodesprezando, se humilhando; um homem que pode ver em si todos os pecados da história humana, e que compreende que todos somos sujeitos a isso, que todos nós sofremos e que todos merecemos pena e perdão; um homem simples, comum. Não sei por que, mas tenho aqui comigo que a personalidade de Shakespeare era muito parecida com aquela formulada por Burgess. Não há como provar isso, e nem há nada de científico em tal visão: apenas tenho uma sensação muito profunda, quase vísceral, que me diz que Shakespeare era como Burgess o retratou.

Ler essa "biografia" de um homem tão genial que se julga inferior, e que vive se auto-reprovando e sofrendo com seus defeitos e limitações é algo que sempre me energiza, é algo que me faz sofrer menos com minha própria humanidade. As bigrafias de Shakespeare são muito secas, e nunca retratam a carne e o sangue do poeta inglês; Burgess nos dá essa carne, esse sangue, e isso nos faz ficar mais próximos do dramaturgo.

Devo dizer que Burgess era um especialista em cultura elizabetana, de forma que sua criação do clima da época é perfeita; além disso, ele se vale de uma linguagem criativa e metafórica, o que torna o livro ainda mais interessante.

Só existe um problema: para que a obra possa ser apreciada em toda sua magnitude é preciso um grande conhecimento da vida de Shakespeare e das pessoas que a orbitavam (outros escritores da época; empresários teatrais; monarcas e nobres da época, etc.): sem esse arcabouço de informações o livro se torna muito complexo, pois Burgess cita pessoas, fatos, obras e acontecimentos da época sem explicá-los, como se o leitor soubesse do que ele está falando. Quem possui tais conhecimentos, porém, haverá de receber uma imagem de Shakespeare como jamais viu (e, como eu disse, há algo que me diz que Burgess acertou no alvo com sua criação).

Eis a capa do livro:Ver anexo 11818

Para fãs de Shakespeare é uma leitura maravilhosamente prazerosa: mostra a grandeza humana sem a aura doce e melada de divindade que muitas vezes é derramada sobre os gênios, e vê-los dessa forma é um estímulo, pois mostra que nós próprios podemos, apesar de nossa humanidade, atingir feitos significativos.

OBS: O título do livro provém do Soneto 130 de Shakespeare. Vou citar uma tradução, e depois o original (a tradução é minha; tentei manter o sentido literal - por isso não me preocupei com rimas ou métrica - , e desde já peço perdão por quaisquer falhas):

Os olhos de minha amada não são nada como o sol;
O coral é muito mais rubro do que o rubro de seus lábios;
Se a neve é branca, seus seios são escuros;
Se os cabelos são arames, negros arames cobrem-lhe a cabeça.
Já vi rosas adamascadas, vermelhas e brancas,
Mas jamais vi essas rosas em suas bochechas;
E alguns perfumes existe mais deleite
Do que o hálito que minha amada exala.
Amo a ouvir falar, embora eu bem saiba
Que a música tenha um som muito mais agradável.
Confesso nunca ter visto uma deusa passar –
Minha senhora, quando caminha, pisa no chão.
E no entanto, pelos céus, penso que minha amada é tão rara
Como qualquer uma que ela desmente com falsa comparação.


O original inglês é o seguinte:

My mistress' eyes are nothing like the sun;
Coral is far more red than her lips' red ;
If snow be white, why then her breasts are dun;
If hairs be wires, black wires grow on her head.
I have seen roses damask, red and white,
But no such roses see I in her cheeks;
And in some perfumes is there more delight
Than in the breath that from my mistress reeks.
I love to hear her speak, yet well I know
That music hath a far more pleasing sound;
I grant I never saw a goddess go;
My mistress, when she walks, treads on the ground:
And yet, by heaven, I think my love as rare
As any she belied with false compare.


Tal soneto é exemplificado pela amante do poeta no livro: uma prostituta de luxo negra, vinda de algum país do Oriente (ao que parece das Índias). Existe porém um significado maior: numa época de sonetos de amor perfeitos; de criações embebida em fantasias e doces perfeições, Shakespera não recuava frente a verdade de nossos defeitos; além disso, contrariando muitos críticos (que, se fossem fazer um romance e/ou poema sobre Shakespeare, iriam retratar uma figura titânica, de dons artísticos supremos e enorme autoridade e sabedoria) Burgess nos mostra uma figura repleta de medos, dúvidas, tormentos e dores: ao invés de um gigante orgulhoso e arrogante com seu enorme poder, temos um gigante que se vê como anão, e que não acredita que seus poderes sejam algo divino ou demasiadamente significativo.
 
Acho que eu releria esses:

  • A paixão segundo G.H., da Clarice - quer dizer, tudo dela que já li eu releria!
  • Macunaíma :grinlove:
  • O som e a fúria
  • O morro dos ventos uivantes
  • Não me abandone jamais
  • Crime e castigo
  • Um conto de natal
 
Memórias do Subsolo e Crime e Castigo, ambos do Dostoiévski.

Li Memórias duas vezes esse ano. É o livro que eu quero que cresça comigo.
Não sei qual será minha percepção dessa obra quando tiver os meus 30 anos.
 
Às vezes a gente nem percebe mas acaba meio que fazendo uns rituais. Eu leio todo ano algum do Dostoiévski, às vezes é leitura, outras releitura. Mas não consigo passar um ano sem ler algo dele (e ainda tenho muito pra conhecer, felizmente). Um que acabo sempre relendo é "O Processo". E outro obrigatório é Nelson Rodrigues, para mim o maior escritor brasileiro de todos os tempos (menção honrosa ao Lúcio Cardoso e Clarice Lispector). Não me prendo muito nos títulos, mas nos autores...
 
Todos os harry potter, senhor dos aneis, silmarillion, a saga eragon...(alias, eu acho que fiz isso nos ultimos anos :P)
 
Memórias do Subsolo (...) do Dostoiévski.

Li Memórias duas vezes esse ano. É o livro que eu quero que cresça comigo.
Não sei qual será minha percepção dessa obra quando tiver os meus 30 anos.

Estou lendo pela primeira vez, Nêmesis.
Adorando e odiando aquele personagem sem nome (que se parece tanto comigo! :hahano: )
 

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