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Quanto custa um livro?

Ana Lovejoy

Administrador
Eu não gosto de postar vídeos porque se tem uma coisa que esse tempo todo de Valinor já deixou claro é que links quebram e postagens ficam sem sentido, mas assisti um hoje que deu muita vontade de compartilhar aqui, porque sei que temos na Valinor um grupo grande de leitores que tem alguma ideia do que influencia o valor de um livro, mas nessa conversa entre o Daniel Lameira (Intrínseca, Leya, Novo Século, Aleph, Antofágica, etc.) e a booktuber Mayra Sigwalt está tudo tão bem explicadinho que vale o clique. É um vídeo longo, mas os dois basicamente fazem o cálculo do valor de um livro imaginário, partindo da aquisição dos direitos até quando o livro chega nas lojas.

No vídeo você acaba entendendo como várias coisas acabam influenciando no valor final. Do óbvio sobre o aumento do dólar, o número de revisões, até aquelas frescurinhas que adoramos em livros como o verniz da capa. Enfim, fica aí para quem tiver interesse:

 
O que justifica o vendedor ficar com 55% do preço do livro enquanto que a editora fica com 35% e o autor 10%?
Posso estar equivocado, mas não me parece que vender tenha mais custo que produzir um livro.
Alguém me explica essa conta? Imagino que tenha uma explicação.
 
O que justifica o vendedor ficar com 55% do preço do livro enquanto que a editora fica com 35% e o autor 10%?
Posso estar equivocado, mas não me parece que vender tenha mais custo que produzir um livro.
Alguém me explica essa conta? Imagino que tenha uma explicação.

também não entendo. ainda mais que livrarias costumam ganhar extra das editoras para colocar livros em expositores, dando maior destaque. é um modelo que estava mesmo fadado a implodir. pensar que as megastores como cultura e saraiva ainda compravam consignado, pagando só depois de vender o produto. :eek:
 
Aproveitando o tópico, pelo menos na Companhia das Letras, o preço dos livros está disparando estupidamente.

O fim, último volume do Minha luta, do Knausgård, está saindo por R$ 164,90.
Loira suicida, com míseras 184 páginas, está por R$ 84,90.
E um Drummondzinho, que nem requer pagamento em dólar pelos direitos, com 224 páginas, está por R$ 94,90.

Ainda tem livros sendo lançados com valores mais normais (ou até abaixo do normal, como o 1984 por míseros R$ 24,90), mas os livros de fundo de catálogo estão pela hora da morte. R$ 89,90 é o novo R$ 39,90.
 
Última edição:
Toda vez que quero tentar entender essa composição de custos, mais eu agradeço em ter me tornado uma pessoa totalmente desapegada materialmente a livros.
 
Toda vez que quero tentar entender essa composição de custos, mais eu agradeço em ter me tornado uma pessoa totalmente desapegada materialmente a livros.
Mas um aumento do custo de lançamento de um livro afeta diretamente a variedade de novos títulos que as editoras estarão dispostas a colocar no mercado. Os e-readers não foram adotados como modo primário de leitura no Brasil, então qualquer livro que vier a ser lançado precisa contabilizar o custo de edição do livro físico.

A Companhia das Letras sempre teve uma tendência de apostar em livros de fundo de catálogo, de menor apelo comercial, que têm poucos picos de venda, mas cujos direitos são adquiridos por longos períodos, o que permite que o livro eventualmente acabe se pagando.

Esses preços da Companhia indicam um aumento considerável no custo de publicação, o que torna mais arriscado o lançamento de livros de fundo de catálogo. Como consequência, muitos lançamentos devem ser retidos até que os custos diminuam novamente, e, se esses custos não diminuírem, muitos dos lançamentos mais arriscados devem ser cancelados. As reimpressões também acabam sendo afetadas. Nisso, o leitor brasileiro perde em variedade de oferta.
 
Última edição:
Tem muita coisa envolvida. Uma delas é o papel que é uma commodity majoritariamente importada. Pelo que parece, ano que vem vai aumentar em torno de 15% só o preço do papel.
 
Aproveitando o tópico, pelo menos na Companhia das Letras, o preço dos livros está disparando estupidamente.

O fim, último volume do Minha luta, do Knausgård, está saindo por R$ 164,90.
Loria suicida, com míseras 184 páginas, está por R$ 84,90.
E um Drummondzinho, que nem requer pagamento em dólar pelos direitos, com 224 páginas, está por R$ 94,90.

Ainda tem livros sendo lançados com valores mais normais (ou até abaixo do normal, como o 1984 por míseros R$ 24,90), mas os livros de fundo de catálogo estão pela hora da morte. R$ 89,90 é o novo R$ 39,90.

nesse momento é reflexo da alta do dólar. mas não ficaria surpresa se as editoras tb já estão sentindo a crise do desabastecimento. se já está faltando papelão para caixa de remédio...
 
O mercado editorial já estava com sérios problemas devido as politicas abusivas de algumas editoras e suas relações com as revendedoras, mas a alta do dólar e consequentemente o aumento do papel piora essa situação, o brasileiro médio que já não lê nem bula de remédio por preguiça, dificulta ainda mais a disseminação do abito de ler para as novas gerações.

Desde 2014 quando parei de comprar livros físicos de literatura e apenas passei a ler ebooks e não senti muito o peso nesse aumento constante, já que os livros acadêmicos na minha área não são baratos, porém tem os preços constantes, e só comprava mangas mais eu costumava fazer assinatura e só percebia a alta quando renovava a cada ano, mas ano passado fui passear em uma livraria física e fiquei absurda com os preços abusivos, eu pensava em comprar um livro especifico como presente, mas desisti amargamente.
 
Sobre os lançamentos, um offtopic: li algumas entrevistas e ouvi alguns podcasts com pessoas ligadas ao mercado do livro e eles disseram que, com a popularização das compras de livros pela internet, especialmente pela Amazon, está cada vez mais difícil fazer sucesso com livros inéditos contemporâneos no Brasil.

Para esses livros, a exposição física nas prateleiras das livrarias é essencial. Nas compras pela internet, o consumidor vai direto naquele livro pré-determinado que ele já conhece, que ele já ouviu falar. As capas são pequenas, em miniatura, e para ler a sinopse de um livro desconhecido é necessário clicar na página do livro etc.

Estou com uma revista Veja do início de novembro aqui do lado. Vou postar os 10 mais vendidos de ficção. A lista da revista contém as vendas da Amazon + livrarias:

1. O Morro dos Ventos Uivantes
2. A Revolução dos Bichos
3. 1984
4. O Conto da Aia
5. A Divina Comédia
6. Fahrenheit 451
7. Admirável Mundo Novo
8. Duna
9. O Hobbit
10. Cartas de um Diabo a seu Aprendiz

Aqui em casa minha mãe assina a Veja há anos e uma lista dessa seria impensável até um ano atrás. Até antes da pandemia e da explosão da Amazon, eram os best-sellers contemporâneos quem dominavam as lista. Dessa lista, o livro mais novo é de 1985 (!).

Aí entra o que o @Jacques Austerlitz falou: o aumento de custos impacta a variedade de novos títulos que as editoras estarão dispostas a colocar no mercado. Na dúvida, elas vão preferir algo com vendas certas, títulos já consagrados, vide a miríade de relançamentos e reedições que estão saindo ultimamente, incluindo as trezentas mil edições da obra do Orwell para o ano que vem. Eu tenho certeza que se tal obra tivesse ficado em domínio público há cinco anos não teria saído metade das edições que sairão.
 
O que justifica o vendedor ficar com 55% do preço do livro enquanto que a editora fica com 35% e o autor 10%?
Exército de reserva: tem muita gente querendo publicar, daí as editoras podem se negar a pagar uma porcentagem decente e mesmo assim ainda vai ter bastante gente que aceita.

Ultimamente eu tenho visto uns remédio que vêm com a bula impressa na própria caixa :think:
 
Olha, confesso que ainda não vi esse vídeo que a Anica postou aí; mas fiquei encucado com um negócio. Quem já viu responda: onde entra a porcentagem para distribuição? Sempre ouvi falar que o transporte e armazenamento representavam cerca de 50% do preço final da capa... :think:
 
Olha, confesso que ainda não vi esse vídeo que a Anica postou aí; mas fiquei encucado com um negócio. Quem já viu responda: onde entra a porcentagem para distribuição? Sempre ouvi falar que o transporte e armazenamento representavam cerca de 50% do preço final da capa... :think:

Não sei se os números estão iguais ao do vídeo, mas segue infográfico do G1:

custos-livro.png


 
papel pólen começando a faltar. além do papelão que já tinha comentado, plástico bolha também. apertem os cintos que o preço do livro vai aumentar. ou a qualidade do material vai cair. será um negócio interessante de observar, com o público tão mal acostumado que dá chilique até para qualidade de papel de livro da stephenie meyer.
 
o meu eu peguei pra kindle, então papel não fazia diferença :rofl: mas foi uma treta grande contra a intrínseca. o pior de tudo é que parte do que pesou na escolha da editora sobre o papel utilizado foi justamente o valor final do produto.
 
o meu eu peguei pra kindle, então papel não fazia diferença :rofl: mas foi uma treta grande contra a intrínseca. o pior de tudo é que parte do que pesou na escolha da editora sobre o papel utilizado foi justamente o valor final do produto.
O meu também foi pra kindle. Aliás, livrinho tá lá parado. Edward já deve ter desistido de mim. E, sim, a Intrínseca tentou fazer aquele calhamaço ficar num preço acessível e o povo deu chilique. Fã é uma praga!
 

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