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Quantas madrugadas tem a noite, Ondjaki

Haleth

Sweet dreams
Essa vai ser minha primeira leitura de literatura africana. Li hoje o primeiro capitulo e fiquei encantada. Alguém mais tá lendo e quer comentar?

Skoob nele:
Com uma extraordinária mestria narrativa, Ondjaki conta aqui uma história em que não se sabe o que admirar mais, se a fulgurante imaginação do autor, se a sua capacidade para a criação de tipos e situações carregados de significado, se a sua capacidade para elevar a linguagem coloquial a um altíssimo nível literário. O humor, a farsa, o lirismo, a tragédia, o horror, todos estes sentimentos são aqui convocados e expostos, com a fluência de quem conta, simplesmente, uma história, na Luanda dos dias de hoje.
 
Eu comprei nas Americanas faz uns quinze dias. Chegou hoje. Pretendo ler logo.
 
Ah, legal! Se quiser comentar aqui alguma coisa enquanto lê, fique à vontade. É um livro pequeno, lê-se rápido. Nâo sei como está a versão brasileira, se fizeram alguma adaptação pro pt-br, mas às vezes eu me engancho com algumas palavras do pt angolano. Nada que o contexto não explique, mas pra quebrar o galho, minha edição veio com um "dicionário" pt-pt no fim. To gostando até agora. =)
 
Não manuseei ainda. É a versão da LeYa. Deve ser o texto original, né. Se não for, perde meu respeito.
 
Livro lindo. Prosa poética. :amor:

A minha edição é da "Caminho" (que tem aquela capa linda, dourada. :grinlove: ). Imagino que seja a mesma que a Manu esteja lendo.

Eu adoro a escrita do Ondjaki. Gosto do seu "texto de memória", gosto, ainda mais, do fato de que a matéria do texto ondjakiano seja o tempo. "Sob o impacto da guerra, o tempo é urgente".

Num tenho dinheiro, num vale a pena te baldar. Mas, epá, vamos só desequilibrar umas birras; sentas aí, nas calmas, eu te pago em estória, isso mesmo, uma pura estória daquelas com peso de antigamente, nada de invencionices de baixa categoria, estorietas, coisas dos artistas: pura verdade, só acontecimentos factuais mesmo. A vida não é um carnaval? Vou te mostrar alguns dançarinos, damos e damas, diabo e Deus, a maka da existência.
Transformo só o material para lhe dar forma, utilidade. O artista molha as mãos para trabalhar o destino do barro? Eu molho o coração no álcool para fazer castelo das areias em cima das estórias...
Uma noite, quantas madrugadas tem?
 
500_9789722116268_quantas_madrugadas_tem_noite.jpg


Até fiquei com inveja agora.
Mas, né, já comprei outro... XD
 
Capa maravilhosa, né? Lembro que, quando vi a capa do livro, eu já sabia que eu me apaixonaria por ele. XD
 
Ah, minha capa é diferente... É essa aqui, ó. Eu soube que me apaixonaria pelo livro pelo título. =) Mas ainda não terminei, quando terminar volto aqui pra comentar =)
 
Que pena, Manu; é parecida com a minha:

http://www.livrariaresposta.com.br/fotos/9788562936258.jpg


A melhor é mesmo essa dourada da Caminho (porque a antiga era dose também!).
 
Poxa, vou ter que encomendar um desses para mim, parece ser realmente um bom livro. Aí podemos discutir.

Luanda dos dias de hoje: que tipo de riqueza não encerra esse livro, ainda mais para nós, que tão pouco sabemos da África.

Desde que assisti a esse vídeo da escritora Chimamanda Adichie (dividido em duas partes), fiquei com muita vontade de "escutar" o que a Literatura Africana tem a me dizer e aprender a valorizar mais essas vozes que também direito de se expressarem:


 
Última edição por um moderador:
Só ontem pude manusear o livro. Fiquei um pouco decepcionado por perceber que o fundo da capa é verde, e não aquele tom avermelhado como na imagem... Outra coisa um tanto ruim é que as folhas são finas demais; é possível ver as letras do outro lado, mais ou menos nítidas. Achei que o acabamento do livro deixou a desejar. Essa LeYa começou, comigo, com o pé esquerdo... Espero que o conteúdo compense. :sim:
 
Lucas, que video lindo. Comprimiu meu coração.

Engraçado q o que ela fala da história única (um eufemismo simpático para preconceito) do mundo com a África é exatamente o que acontece aqui em Portugal em relação aos brasileiros. É de deixar uma pessoa fula da vida. Eles acham MESMO que é impossível andar nas ruas do Rio sem tomar um tiro, que todos os brasileiros falam um português lastimável, que há leões no sertão e na Amazônia e que obrigatoriamente eu moro numa favela. Isso porque novela da Globo passa aqui a granel, imagina se não passasse, iam pensar que a gnt é colônia até hoje. Detalhe: eles ficam absurdados quando vêem que eu falo inglês melhor que eles, chegam mesmo a me perguntar: tu és brasileira e falas um inglês desse?!? Onde aprendeste?!? ¬¬ Sem falar nos marmanjos q me olham de um jeito esquisito achando que eu sou o que não sou só porque vim do Brasil, ainda que minhas roupas sejam mais decentes que a das filhas deles... Ai, que ódio. É por isso que eu nunca gostei de ficarem insistindo nessa "história única" de favela movie do cinema brasileiro. Essa é a ideia que nós de muito bom grado colocamos na cabeça do mundo e depois temos que arcar com as consequências.

E, de fato, lendo esse livro, que foi meu primeiro de literatura africana, eu senti essa estranheza. No próprio livro Ondjaki fala sobre a ideia de "literatura negra" q europeus/brasileiros exigiam dele (não com essas palavras, mas com esse conceito): e esse livro que vc tem embaixo do braço é o quê? Literatura mestiça? Literatura tem cor? Juro que corei de vergonha lendo isso. É incrível como a literatura rasga nossa alma. Esse TED Talk me deixou com um nó na garganta, um choro contido, me deu uma angústia como quem diz "alguém tem que fazer algo em relação a isso!!!! ei, manu, eu to falando é com vc, o q vc vai fazer?" . Tem coisa que entra tanto dentro de mim chega a doer como um espinho encravado. Desculpem esse tranbordar descabido, mas sério mesmo, caiu sobre mim como a desgraça, foi "uma picareta que rompe o mar de gelo dentro de nós".

Obrigada por esse video, Lucas. =)
 
Então, derramamentos pessoais à parte, terminei o livro e achei muito bom mesmo (pra não escrever duas vezes a mesma coisa, tem aqui a resenha que fiz. ). É um livro divertido e, como a Valentina disse, é uma "prosa poética" de mt boa qualidade. Engraçado, não sei se é limitação das minhas leituras, mas desconheço algum autor brasileiro que escreva em prosa que faça inovações (não sei se é essa a palavra exata, mas fica sendo) nesse "modo de contar" do Ondjaki, do Saramago... :think: Não sei os termos certos pra isso, mas o Ondjaki nesse livro segue a "linha memorialística" e entremeia com uns neologismos que soam "popularismo" (como uma forma embrionária dos neologismos do Guimarães, acho que não é forçação de barra dizer isso não, acha, Valentina?) e tem tanta criatividade na trama que, se não fosse pelos fatores anteriores, pareceria uma grande bizarrice, mas não é. Não to sabendo me explicar direito, rs.

Ah, sem falar a gracinha que é o linguajar angolano =)
 

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