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Qual seria a melhor tradução da Odisseia?

O Trajano é um dos melhores e mais ativos tradutores de grego (principalmente pelas tragédias), e embora eu ainda não tenha lido essa tradução dele, deve ser muito boa. O preço não ajuda, claro.

Pra mim a melhor continua sendo a do Carlos Alberto Nunes, relançada recentemente pela editora Hedra.

E já há um tópico sobre a Odisseia, aqui.
 
Eu só li a do Carlos Alberto Nunes e acho-a superfoda.
Recomendo.


O ideal mesmo é ter várias traduções à mão. :D
 
Vou optar pela do Trajano Viera mesmo. Tenho grande respeito pela qualidade das obras da editora 34, principalmente depois de suas traduções de obras da literatura russa.
 
Tenho uma conhecida minha que cursa Letras Clássicas na USP que recomenda essa tradução do Frederico Lourenço, cujo metro longo me lembra o do Nunes (sem duplos sentidos). A do Trajano Vieira segue a mesma linha da tradução da Ilíada pelo Haroldo de Campos (o Trajano ajudou o Haroldo na Ilíada, inclusive). Mas, no final, siga o conselho do Calib e siga em frente!
 
Eu lembro que havia lido algumas estrofes da tradução de Frederico e havia achado demasiado romântico. Prefiro um estilo mais seco, principalmente para uma obra onde exista batalhas envolvidas. Espero que a tradução do Trajano seja ao meu estilo.
 
Nesse sentido será que não é melhor você dar uma checada na tradução do Nunes? A métrica que ele se utilizou é a mesma do original (hexâmetro datílico), o que tornou o verso longo e, isso eu já ouvi dizerem, um pouco "estéril"... Afinal de contas, por ter 16 sílabas poéticas, isso imprime um efeito mais lento na versificação portuguesa, ao contrário de se utilizar de um decassílabo que é o verso heroico por excelência na nossa língua.

Vou citar um exemplo da Odisseia traduzida pelo Nunes, que achei num artigo do Alexandre Piccolo, na época mestrando da USP, do Canto XI, quando Aquiles interroga Odisseu acerca de seu filho:

mas no que tem relação com teu filho querido Neoptólemo,
hei de a verdade contar-te, sem falhas, conforme mo pedes.
Foi, justamente por mim, conduzido na côncava nave
desde a ilha Esciro, onde estava, aos Acaios de grevas bem-feitas.
Quando em redor da cidade de Troia assembleia formávamos,
era ele sempre o primeiro a falar por maneira adequada.
Éramos, eu e Nestor, os dois únicos que a ele vencíamos.
Quando, porém, na baixada troiana, com bronze lutamos,
nunca ficava no meio da turba, ou nas filas dos outros,
mas avançava na frente, em coragem vencendo a nós todos.
Muitos guerreiros imigos matou nas terríveis batalhas.
Fora impossível de todos falar, ou, sequer, nomeá-los,
que foram mortos por ele, em defesa dos chefes argivos.
Mas, como soube com bronze privar da existência o alto Eurípilo,
filho de Teléfo, e como ao redor muitos sócios caíam,
homens Ceteios, por dons feitos a uma mulher, tão-somente!
Nunca vi homem tão belo, se o divo Memnão, nós excluirmos.
Quando os melhores Argivos no ventre ficamos da máquina,
que por Epeu tinha sido construída, a mim tudo confiaram,
tanto fechar como abrir o escond’rijo seguro onde estávamos.
Os comandantes e bons conselheiros dos Dânaos tremura
nos membros todos mostravam e cheios os olhos de lágrimas;
mas em nenhuma ocasião a Neoptólemo vi com meus olhos
pálida a cute, nem mesmo, sequer, orvalhada de lágrimas
a rósea face. Ao contrário, pedia-me sempre, insistente,
lhe permitisse sair; e, a empunhar sempre o gládio e a pesada
lança de bronze, planeava fazer grande estrago nos Teucros.
Mas, quando a excelsa cidade de Príamo, enfim, destruímos,
para o navio subiu com sua parte do espólio e o presente,
sem que nenhuma ferida tivesse, por bronze afiado,
quer corpo a corpo, quer mesmo de longe, tal como na guerra
sempre acontece, pois de Ares a fúria escolher nunca soube.”

Não vou conseguir achar um trecho dessa parte correspondente em outra tradução; mas já dá pra ter uma ideia, em especial pelo ritmo (leia em voz alta, se puder).
 
Gostei da tradução do Nunes. Vou ler algumas estrofes do Trajano, compara-las, depois disso vou decidir com qual ficarei.
 
Se comprar a do Trajano e não gostar, eu aceito de presente. Pago o frete. Hehehe.
:timido:



@Mavericco: "aos Acaios de grevas bem-feitas..."

Ah!, quantas pessoas ainda hoje usariam grevas num texto?
Eu, com certeza. Hahaha.
Faz parte de um vocabulário "medievalizante" que estou formando para me servir de consulta quando - e se - eu escrever literatura de fantasia medieval. :D
 
Estava pensando em comprar o box da editora Nova Fronteira, onde temos as duas obras de Homero: Ilíada e Odisseia, com a tradução de Carlos Alberto Nunes. Porém, como não gostei da tradução, resolvi comparar com a de Frederico Lourenço e a nova do Christian Werner.

Dentre as três, a mais fácil de ler é a do Frederico.
Eu particularmente vou comprar a do Christian, achei o texto muito bonito. Único problema é que é travadinho de ler (não tanto quanto o Carlos Alberto).
 
O que voceis acha da versão da editora PENGUIN COMPANHIA, tradução de frederico lourenço, será que o texto é o mesmo da editora cotovia. Da ate para ler as primeiras paginas no seguinte site http://www.companhiadasletras.com.br/detalhe.php?codigo=85025. Obrigado


Eu li as traduções dele tanto para a Ilíada quanto para a Odisséia e gostei muito. São acessíveis, fluidas e preservam ao máximo a musicalidade e a oralidade dos textos homéricos.

Recomendo demais.
 
eu queria ler esse anos os dois, pedi indicação a uma amiga que trabalha na editora record e ela indicou o Carlos, mas quer dizer q a tradução dele não é boa ou não se entende bem? é melhor então a do Frederico?
 

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