BOM: "Só" 3 e meio em cinco.
Motivos: não gostei dos efeitos visuais na questão da interação do GCI com o esquema da filmagem digital de um modo geral mas DETESTEI, principalmente, a sequência da "Smaugada" de Dale ( que, IMO, não deveria ser NUNCA uma nova Osgiliath, ou uma coisa capaz de emular Minas Tirith , o lance do modelo em escala ( das maquetes construídas em escala) já, na minha opinião, não tinha funcionado com Minas Tirith, achei que o efeito envelheceu mal pra caramba lá mesmo no Regresso do Rei, e no Hobbit está MUITO PIOR.
Motivo número dois: dou palmas pro PJ nessa de querer, finalmente, incorporar o aspecto mágico lúdico/divertido/belo da "fantasia" na Terra Média ( ponto que achei desnecessariamente, ausente do SdA) mas, pelamordedeus, um Radagast usando um trenozinho "Papai Noel" puxado por Coelhinhos de Rhosgobel fugindo de montadores de Wargs é uma coisa que eu podia passar sem.
A respeito de Radagast: ninho na cabeça até tem a ver (com adereços colaterais) ( o nome maia dele é Aiwendil, "amigo dos pássaros"), mas ELE é que devia ser o montador de águias oficial se fosse pra sermos "corretos"; então ao invés de usar os pobres coelhinhos de Rhosgobel ( Coelhões que seja!) ele devia usar as águias.
Bom saber que tem gente que concorda:
The Hobbit: An Unexpected Journey is an enormously frustrating film. At times it’s absolutely wonderful and delightful and magical, bringing in a sense of whimsy and wonder missing from the original Lord of the Rings trilogy. But it’s also oddly paced and way too long; it takes the film almost 45 minutes to get going, and once it does it keeps stopping for scenes that feel like blueprints for theme park rides and video games.
Take heart: this isn’t the Star Wars Prequels, although there are many points of comparison. The Hobbit is filled with too much CGI, and there is plenty of rude bodily noise and fluid comedy intended to service the younger crowd. But because Peter Jackson, working with Fran Walsh, Phillipa Boyens and Guillermo del Toro, is adapting a solid story, he has a good backbone with which to work. Rarely does The Hobbit fall into that feeling we get from so many prequels, with cheap set ups or nods to future stories (although the film does give us the wholly unneeded backstory of the “No Admittance Except On Party Business” sign on Bilbo’s front door). This feels like a story all its own, even with the added history bits thrown in to pad things out, and connect it better with The Lord of the Rings. (...)
If only they had debated what to do about the overuse of CGI in the film. Some of the effects in The Hobbit are so bad they actually made me wonder if this was an aesthetic choice; a chase sequence between Radagast and a platoon of orcs looks about as convincing as that dancing baby on Allie McBeal. Some of the other CG creatures - of which there are about a zillion - look equally crummy. Gollum, though, looks magnificent. Did Jackson ask WETA to make the trolls and the wargs look sort of unreal, as a hedge against the inevitable outdating of the effects? Early stop motion stuff still works because it’s never striving to be photoreal. Perhaps that was the thought process here.
Pelo menos na sessão 3D que eu assisti aqui em BH, o hiperealismo do CG e da filmagem deu uma impressão SUPERFAKE ( parece paradoxal, mas quem viu entende), onde o aspecto de "sonho", a atmosfera de conto de fadas, vira um filme do Terry Gillian que se levou a sério DEMAIS, parece muito com um filme do Monty Python com efeitos digitais transadões, onde praticamente TUDO tá over the top.
O filme NÃO É RUIM, mas, inclusive, na questão do ritmo, timing e feeling NÃO DÁ a empolgação que os SdA davam e nem , tampouco, comparando, o engajamento que Avatar e Vingadores provocaram na platéia ( ele CANSA, tem MUITA CONVERSA e boa parte da ação parece fake ou excessivamente staged com aquelas panorâmicas God of War que usaram bem no Vingadores mas que ficaram esquisitérrimas no Hobbit).
Pontos positivos: Ian Mckellen como sempre manda bem ao lidar com o lado cômico de Gandalf, o Thorin é FENOMENAL, o Bilbo se saiu bem e Gollum ARRASA ( visivelmente o ponto em que a galera mais vibrou foi o das Adivinhas no Escuro).
Gostei tb do subtexto pseudo-zionista ( em cima da analogia Anões e Judeus expulsos da Terra Santa querendo voltar) do Hobbit ter sido tratado de uma forma mais explícita. Aquele negócio de deixar claro que os anões são expatriados e que a casa de Durin é expatriada DUAS VEZES é legal. Usar isso como um elemento de vinculação e empatia do Bilbo ( que é CASEIRO) pra com o sofrimento dos anões de Erebor e , particularmente, Thorin é algo que tem TUDO A VER.
Admirei a tentativa de incorporar a mística e o climão ominoso do Necromante na Mirkwood mas NÃO GOSTEI da noção de colocarem como se o Conselho Branco só tivesse se dado conta de que era Sauron na época da Batalha dos Cinco Exércitos, ( até porque isso, feito no filme do jeito que foi feito, implica EM TIRAR do Gandalf o mérito de ter sido o "batedor" do Conselho Branco que descobriu que era Sauron x tempo antes do Hobbit, transferindo o papel pra Radagast.
Se for pra realmente colocar o Gandalf ( ele, especificamente, se infiltrando lá e descobrindo que é o Senhor das Trevas redivivo)e, junto com Galadriel e Elrond, tendo um papel maior no segundo ou terceiro filme, expulsando o Sauron Redivivus( como dizia Tolkien) da Floresta, o que parece ser a intenção,
o payoff valerá a pena, embora eu ache que dava pra eles terem incorporado esse elemento sem as mancadas que fizeram.
Fizeram o Conselho Branco parecer meio patético com essa caracterização dependente de caras como Radagast e com Saruman mandando e desmandando lá com os argumentos fajutos usados no filme.