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Qual a melhor definiçao [literária] do que é o AMOR?

Oakshield

Usuário
"---- Me defina o que é o amor....
---- é... [interlocutor]
---- Não importa! a melhor definição não se compara ao beijo de moça enamorada!"
(Machado de Assis)
 
A definiçao do amor?

Hum, talvez existam muitas respostas para essa pergunta... talvez seja algo muito forte que vc sinta por outra pessoa... talvez seja um simples sentimento que pode fazer com que pessoas façam coisas incriveis. Machado de Assis apresenta uma resposta bem simples, ele nao esta nem aí para a definiçao, ele nao se importa com isso e talvez a definião nao importe mesmo. Pra que saber a definiçao do amor? Talvez senti-lo seja suficiente e a única coisa importante. (A não ser q a pessoa seja um verdadeiro filosofo :mrgreen: ... mas isso nao vem ao caso) Muitos nao se importam, estao felizes com o que sentem, por que deveriam se preocupar em definir isso q estão sentindo ? Talvez aqueles que tenham esse sentimento frustrado pensem nisso, tentem definir isso e encontrar alguma explicaçao para sua falta de sucesso. Mas entao eu nao sei se é amor, acho q seria algo como uma obsessao.

Deve ta meio enrolado, mas o q quero dizer é : Pra que o amor precisa ser definido? Não vejo necessidade nisso. O amor é um sentimento belo, existe para trazer felicidade e a partir do momento que se torna destrutivo nao é mais amor. Existe amor paternal, maternal, fraternal e etc, mas no final tudo é amor, a diferença só está na forma como demonstramos amor por uma pessoa. Vc ama seu irmao mas nao vai casar com ele.
 
exato Eldarwen!

mas muitos foram os poetas e filosofos e escritores que tentaram/tetam defini-lo...

e cada um de nós gravou uma ou algumas definiçoes do amor com as quais concordamos... uma com a qual me identifico, foi akela que citei no primeiro post...

qual será a dos demais membros? :o?:
 
Amor é fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer;

É um não querer mais que bem querer;
É solitário andar por entre a gente;
É nunca contentar-se de contente;
É cuidar que se ganha em se perder;


É querer estar preso por vontade;
É servir a quem vence, o vencedor;
É ter com quem nos mata lealdade.


Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade,
Se tão contrário a si é o mesmo Amor?


Luís de Camões (1524-1580)
 
Ui, roubou a minha ideia, Hoviel! :mrgreen:

Bem, eu gosto muito desse poema da Camões, mas este penso que, apesar de não ser tão conhecido, também pode definr o Amor:

Amor, que o gesto humano na alma escreve,
Vivas faíscas me mostrou um dia,
Donde um puro cristal se derretia
Por entre vivas rosas e alva neve.

A vista, que em si mesma não se atreve,
Por se certificar do que ali via,
Foi convertida em fonte, que fazia
A dor ao sofrimento doce e leve.

Jura Amor que brandura de vontade
Causa o primeiro efeito; o pensamento
Endoudece, se cuida que é verdade.

Olhai como Amor gera, num momento
De lágrimas de honesta piedade,
Lágrimas de imortal contentamento.

Luís de Camões

Bonito, n? :grinlove: :grinlove:

------------
Ih,ih! Lembrei de outro: :obiggraz:

Quem diz que Amor é falso ou enganoso,
Ligeiro, ingrato, vão desconhecido,
Sem falta lhe terá bem merecido
Que lhe seja cruel ou rigoroso.

Amor é brando, é doce, e é piedoso.
Quem o contrário diz não seja crido;
Seja por cego e apaixonado tido,
E aos homens, e inda aos Deuses, odioso.

Se males faz Amor em mim se vêem;
Em mim mostrando todo o seu rigor,
Ao mundo quis mostrar quanto podia.

Mas todas suas iras são de Amor;
Todos os seus males são um bem,
Que eu por todo outro bem não trocaria.

Luís de Camões :grinlove:
 
O Amor Bate na Aorta (Carlos Drummond de Andrade)

Cantiga do amor sem eira nem beira,
vira o mundo de cabeça para baixo,
suspende a saia das mulheres,
tira os óculos dos homens,
o amor, seja como for,
é o amor.

Meu bem, não chores,
Hoje tem filme de Carlito!

O amor bate na porta
O amor bate na aorta,
fui abrir e me constipei.
Cardíaco e melancólico,
o amor ronca na horta
entre pés de laranjeira
entre uvas meio verdes
e desejos já maduros.

Entre uvas meio verdes,
meu amor, não te atormentes.
Certos ácidos adoçam
a boca murcha dos velhos
e quando os dentes não mordem
e quando os braços não prendem
o amor faz uma cócega
o amor desenha uma curva
propõe uma geometria.

Amor é bicho instruído.

Olha: o amor pulou o muro
o amor subiu na árvore
em tempo se estrepar.
Pronto, o amor se estrepou.
Daqui estou vendo o sangue
que escorre do corpo andrógino.
Essa ferida, meu bem,
às vezes não sara nunca
às vezes sara amanhã.

Daqui estou vendo o amor
irritado, desapontado,
mas também vejo outras coisas:
vejo corpos, vejo almas
vejo beijos que se beijam
ouço mãos que se conversam
e que viajam sem mapa.
Vejo muitas outras coisas
que não ouso compreender...
 
Acho que se resume à primeira frase :grinlove:

Balada do amor através das idades

Eu te gosto, você me gosta
desde tempos imemoriais
Eu era grego, você troiana
troiana, mas não Helena.
Saí do cavalo de pau
para matar seu irmão.
Matei, brigamos, morremos.

Virei soldado romano,
perseguidor de cristãos.
Na porta da catacumba
encontrei-te novamente.
Mas quando vi você nua
caída na areia do circo
e o leão que vinha vindo,
dei um pulo desesperado,
e o leão comeu nós dois.

Depois fui pirata mouro,
flagelo da Tripolitânia.
Toquei fogo na fragata
onde você se escondia
da fúria do meu bergatim.
Mas quando ia te pegar
e te fazer minha escrava,
você fez o sinal da cruz
e rasgou o peito a punhal...
Me suicidei também.

Depois (tempos mais amenos)
fui cortesão de Versalhes,
espirituoso e devasso.
Você cismou de ser freira...
Pulei muro de convento
mas complicações políticas
nos levaram à guilhotina.

Hoje sou moço moderno,
remo, pulo, danço, boxo,
tenho dinheiro no banco.
Você é uma loura notável,
boxa, dança, pula, rema.
Seu pai é que não faz gosto.
Mas depois de mil peripécias,
eu, herói da Paramount,
te abraço, beijo e casamos.
 
Como muitos falaram, Camões definiu muito bem!

"Que dias há que n'alma me tem posto
um não sei quê, que nasce não sei onde,
vem não sei como, e doi não sei porquê."
 
Bem, faz TEMPOS que não posto aqui
mas vi esse post e logo me lembrei do poema de Camões que a Hoviel citou
Grande definição pra mim é este poema, mais o soneto da fidelidade de vinícius de moraes:

De tudo ao meu amor serei atento
antes, e com tal zelo e sempre e tanto
que mesmo em face do maior encanto
dele se encante mais meu pensamento

quero vivê-lo em cada vão momento
e em seu louvor hei de espalhar meu canto
e rir meu riso e derramar meu pranto
ao seu pesar ou seu contentamento

e assim, quando mais tarde me procure
quem sabe a morte, angústia de quem vive
quem sabe a solidão
fim de quem ama

eu possa me dizer do amor (que tive) :
que não seja imortal, posto que é chama
mas que seja infinito enquanto dure

(se eu errei alguma coisa podem me corrigir pq to escrevendo de cabeça)

uma frase que eu sempre repito pra todas as pessoas que eu amo são os dois últimos versos desse soneto
eles dizem tudo... :grinlove: (apesar de haverem várias definições para o amor)

Até mais
:kiss:
 
se tu me amas
ama-me baixinho
nao grites de cima dos telhados, deixa em paz os passarinhos
deixe em paz a mim
se me queres enfim
tem que ser bem devagarinho, amada
pois a vida é breve
e o amor mais breve ainda....

(junqueira freire *se nao me engano*)
 
As sem-razões do amor
Carlos D. de Andrade

Eu te amo porque te amo.
Não precisas ser amante,
e nem sempre sabes sê-lo.
Eu te amo porque te amo.
Amor é estado de graça
e com amor não se paga.
Amor é dado de graça,
é semeado no vento,
na cachoeira, no eclipse.
Amor foge a dicionários
e a regulamentos vários.
Eu te amo porque não amo
bastante ou demais a mim.
Porque amor não se troca,
não se conjuga, nem se ama.
Porque amor é amor a nada,
feliz e forte em si mesmo.
Amor é primo da morte,
e da morte vencedor,
por mais que o matem (e matam)
a cada instante de amor.


ou então esse texto de um autor desconhecido:

Contam que uma vez se reuniram todos os sentimentos e qualidades dos homens em um lugar da terra. Quando o ABORRECIMENTO havia reclamado pela terceira vez, a LOUCURA, como sempre tão louca, lhes propôs:
- Vamos brincar de esconde-esconde?
A INTRIGA levantou a sobrancelha intrigada e a CURIOSIDADE sem poder conter-se perguntou:
- Esconde-esconde? Como é isso?
- É um jogo, explicou a LOUCURA, em que eu fecho os olhos e começo a contar de um a um milhão enquanto vocês se escondem, e quando eu tiver terminado de contar, o primeiro de vocês que eu encontrar ocupará meu lugar para continuar o jogo.
O ENTUSIASMO dançou seguido pela EUFORIA.
A ALEGRIA deu tantos saltos que acabou por convencer a DUVIDA e até mesmo a APATIA, que nunca se interessava por nada. Mas nem todos quiseram participar:
A VERDADE preferiu não esconder-se. Para que? Se no final todos a encontravam?
A SOBERBA opinou que era um jogo muito tonto (no fundo o que a incomodava era que a idéia não tivesse sido dela) e a COVARDIA preferiu não arriscar-se.
- Um, dois, três, quatro - Começou a contar a LOUCURA.
A primeira a esconder-se foi a PRESSA, que como sempre caiu atrás da primeira pedra do caminho.
A FÉ subiu ao céu e a INVEJA se escondeu atrás da sombra do TRIUNFO, que com seu próprio esforço tinha conseguido subir na copa da árvore mais alta.
A GENEROSIDADE quase não consegue esconder-se, pois cada local que encontrava, lhe parecia maravilhoso para algum de seus amigos: Se era um lago cristalino, ideal para a BELEZA. Se era a copa de uma árvore, perfeito para a TIMIDEZ. Se era o vôo de uma borboleta, o melhor para a VOLÚPIA. Se era uma rajada de vento, magnífico para a LIBERDADE. E assim acabou escondendo-se em um raio de sol.
O EGOÍSMO, ao contrário, encontrou um local muito bom desde o início. Ventilado, cômodo, mas apenas para ele.
A MENTIRA escondeu-se no fundo do oceano (mentira!..., na realidade, escondeu-se atrás do arco-íris) e a PAIXÃO e o DESEJO, no centro dos vulcões.
O ESQUECIMENTO, não me recordo onde se escondeu, mas isso não é o mais importante.
Quando a LOUCURA estava lá pelo 999.999, o AMOR ainda não havia encontrado um local para esconder-se, pois todos já estavam ocupados, até que encontrou uma rosa e, carinhosamente, decidiu esconder-se entre suas flores.
- Um milhão, contou a LOUCURA e começou a busca.
A primeira a aparecer foi a PRESSA apenas a três passos numa pedra. Depois, escutou-se a FÉ discutindo com Deus, no céu sobre zoologia. Sentiu vibrar a PAIXÃO e o DESEJO nos vulcões. Em um descuido encontrou a INVEJA e, é claro, pôde deduzir onde estava o TRIUNFO. O EGOÍSMO, não teve nem que procurá-lo. Ele sozinho saiu disparado de seu esconderijo que na verdade era um ninho de vespas.
De tanto caminhar, sentiu sede e ao aproximar-se de um lago, descobriu a BELEZA. A DUVIDA foi mais fácil ainda, pois a encontrou sentada sobre uma cerca sem decidir de que lado esconder-se. E assim foi encontrando a todos.
O TALENTO entre a erva fresca, a ANGUSTIA em uma cova escura, a MENTIRA atrás do arco-íris (mentira!..., estava no fundo do oceano) e até o ESQUECIMENTO, de que já havia esquecido que estava brincando de esconde-esconde.
Apenas o AMOR não aparecia em nenhum local. A LOUCURA procurou atrás de cada árvore, em baixo de cada rocha do planeta e em cima das montanhas. Quando estava a ponto de dar-se por vencida, encontrou um roseiral. Pegou uma forquilha e começou a mover os ramos, quando no mesmo instante, escutou-se um doloroso grito. Os espinhos tinham ferido o AMOR nos olhos. A LOUCURA não sabia o que fazer para desculpar-se. Chorou, rezou, implorou, pediu perdão e até prometeu ser seu guia. Desde então, desde que pela primeira vez se brincou de esconde-esconde na Terra:
O AMOR é cego e a LOUCURA sempre o acompanha.


ou ainda esse outro...tb de autoria desconhecida:

Você está sozinho...
Você e a torcida do Flamengo.
Em frente a tv, devorando dois pacotes de Doritos, uma caixa de bombom..., um pacote de bolachas..., 1 litro de sorvete...., enquanto espera o telefone tocar.
Bem que podia ser hoje, bem que podia ser agora, um amor novinho em folha.
Trimmm! É a sua mãe, quem mais poderia ser?
Amor nenhum faz chamadas por telepatia. Amor não atende com hora marcada.
Ele pode chegar antes do esperado e encontrar você numa fase meio"galinha", sem disposição para relacionamentos sérios.
Daí, ele passa batido e você...., nem aí.
Ou pode chegar tarde demais e encontrar você desiludido da vida, com medo de sofrer de novo, desconfiado, cheio de inseguranças....
O amor dá: "meia-volta, volver".
Por que o amor nunca chega na hora certa?
Podia ser agora por exemplo, que você está de banho tomado e camisa jeans.
Agora que você está se achando bonito(a), em forma...
Agora que você está empregado(a).
Agora que você pintou o apartamento, ganhou um porta-retrato e começou a gostar de jazz, a fazer ginástica...
Agora que você está com coração "`as moscas" e morrendo de frio.., ai que frio!!!.
O Amor aparece quando menos se espera e de onde menos se imagina.
Você passa uma festa inteira hipnotizado por alguém que nem lhe enxerga e não repara em outro alguém que só tem olhos pra você.
Ou então, fica arrasado porque não foi pra praia no final de semana.
Toda a sua turma está lá, azarando-se uns aos outros.
Sentindo-se um ET perdido na cidade grande, você busca refúgio numa locadora de vídeo, ou no supermercado para comprar Doritos, bombom, bolachas e sorvete..., sem prever que ali mesmo, você irá encontrar a pessoa que dará sentido a sua vida.
O amor é que nem tesourinha de unhas, nunca está onde a gente pensa.
O jeito é direcionar o radar para norte, sul, leste e oeste.
Seu amor pode estar no corredor do supermercado, pode estar impaciente na fila de um banco, na locadora, na igreja, na padaria, pode estar pechinchando numa livraria, pode estar cantarolando sozinho dentro de um carro.
Pode estar aqui mesmo, no computador, dando o maior mole, pode estar já tão próximo de ti...
O Amor está em todos os lugares, você que não tem observado bem...., procurado direito.
A primeira lição está dada: o amor é onipresente.
Agora a segunda: onipresente, mas é imprevisível.
Jamais espere ouvir "eu te amo" num jantar a luz de velas, no dia dos namorados. Ou receber flores logo no aniversário de namoro...
O amor odeia clichês.
Você vai ouvir "eu te amo" numa terça-feira, de chuva..., às quatro da tarde, depois de uma discussão, ou quando você menos esperar..., assim, "do nada"..., e as flores vão chegar num dia qualquer, apenas para informar-lhe como você é especial para alguém, assim... sem um motivo ou data certa,
estipulada.
Diga isso para um amigo(a) seu...
Pode ser que ele(a) esteja sozinho, precisando ouvir algo confortante, animador...., ou mesmo para aqueles amigos(as) que já encontraram o grande Amor de suas vidas, apenas para lembrá-los de valorizá-lo ainda mais.
Espalhe que o amor não é banal, é FUNDAMENTAL..., e, que embora estejam distorcendo o sentido verdadeiro dele nos tempos modernos, ELE EXISTE e é o ingrediente mais importante da poção mágica da FELICIDADE.

:grinlove:
 
Exatamente

Eu li um livro chamado "O Diario de Ana Maria" em que citava uma parte essa frase, e explicava melhor uma definição do amor.
Infelizmente já devolvi o livro para a biblioteca, mas quem tiver a oportunidade de ler.. fica mais interessante apartir de qdo ela faz 17 anos (ou 16..)

Mas vou tentar explicar +/- o que eu entendi...

Falava que amor era se doar aos outros, se esquecer pelos outros.
quando estamos com amigos, dizemos que gostamos deles, que amamos eles... mas na verdade na maioria das vezes, nós nao gostamos deles, e sim gostamos da companhia, da sensação que eles fazem nos sentir... ou seja, nós gostamos de nós mesmos. Nao gostamos da idéia de eles se afastarem da gente, de não falarem mais com a gente, de mudar de comportamento.. porque isso é ruim para nós, mas tvz não para eles.
Amor está muito mais profundo do que a mera paixão, atração e sensibilidade.
Amar seria você se 'esquecer' para fazer o bem dos outros.. seja lá o que for melhor a outra pessoa, é querer apenas o bem dela, ela estando perto ou longe da gente, seja com outra companhia...

A definição que eles colocaram no livro é bem interessante e creio que realista.. só que realista até demais :wink:
 
Trecho de "Este inferno de amar", de Almeida Garret:

"Este inferno de amar - como eu amo!
Quem mo pôs aqui n'alma... quem foi
Esta chama que alenta e consome,
Que é a vida - e que a vida destrói -

Como é que se veio a atear,
Quando - ai quando se há-de ela apagar?"
 

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