Eis um Bukowski puro-sangue. Legítimo. Concluído alguns meses antes de sua morte, em março de 1994, aos 73 anos.
Não há como sair incólume desta história. A saga de Nick Belane poderia até ser igual a de tantos outros detetives de se gunda categoria que perambulam pelas largas ruas de Los Angeles. Mas aqui, mulheres inacreditáveis cruzam pernas compridas e falam aos sussurros, principalmente uma que atende pelo nome de Dona Morte. Como nos velhos livros policiais de papel vagabundo, subliteratura pura, a quem Charles Bukowski dedica solenemente Pulp.
Ele desafia sua história com habilidade de mestre. Um Rabelais percorrendo o mundo noir? A divina sujeira? A maravilhosa sordidez? Um acerto de contas com a arte? Uma homenagem? Uma reflexão sobre o fim da vida? E tomara que a morte estivesse linda, gostosa e sexy – como está nesta história – quando encontrou o velho Buk poucos meses depois de ter posto o ponto final nesta pequena obra-prima.
Pulp foi minha ultima compra literaria. E ela foi basicamente motivada pelo preço em que o livro se encontrava, apenas 14 reais. É uma edição pocket, mas de boa qualidade no acabamento e com o texto integro (conforme diz a capa).
A N tinha feito uma resenha sobre o livro e isso também ajudou na hora de gastar a grana que eu já não tinha.
Ainda não comecei a ler, mas gostaria de saber a opinião do pessoal sobre o livro.