quem tenta separar prosa de poesia quando tratando ambas como obra de arte certamente não leu algo como grande sertão:veredas ou budapeste, isso para citar obras brasileiras. a única diferença entre um e outro é que um é escrito em parágrafos e linhas, o outro em estrofes e versos. dá para contar grandes aventuras tanto de uma forma como de outra (vide a odisséia e o senhor dos anéis) e dá para experimentar com a forma de um tanto com a de outro (vide os poemas do concretismo e livros como house of leaves). vou frisar aqui, COMO ARTE, ambos são iguais: literatura.
Não há como discordar. O que eu tentei explicar era sobre o comentário do Fúria. Mas Literatura é a arte que engloba verso e prosa.
Mas com relação às narrativas em verso (acho até que já disse aí pra trás), eu realmente não consigo acompanhá-las com tanta facilidade como as feitas em prosa.
Esse fator, por sinal, é o que mais tem feito eu não me esforçar pra comprar As Aventuras de Tom Bombadil.
Mas aí é uma barreira minha, que eu tento vencer, pois sei como devem ser realmente belas as grandes obras épicas, como Odisséia ou a Ilíada. Até comprei Os Lusíadas recentemente, mas ainda não tive coragem de lê-los.
No entanto não vivo sem os versos dos grandes poetas. Poemas de Pessoa, Quintana, Drummond e tantos outros, que tanto me fascínam! "E quem me dera alguns fossem meus", como bem já invejava o próprio Quintana!
E sobre o que falaram do séculos XIX...
Eu adoro a literatura do século XX - meu autor favorito é vintista (Tolkien!!!). Mas por uma questão de gosto particular, tenho o século XIX como o melhor período da literatura, com o estilo mais interessante, com os temas mais geniais, com as histórias mais originais. E ainda fecho ainda mais o cerco e coloco os autores ingleses do século XIX como meus favoritos. Porém não desmereço os franceses e os russos da mesma época, bem como os brasileiros.
Mas como eu disse, é questão de preferência minha.
Há uma série de fatores que acabam sendo agregados ao texto enquanto uma pessoa lê uma obra, fazendo com que ela seja única. O meu Harry Potter não é o mesmo da Elriowiel Aranel, nem o mesmo do Paganus, por exemplo. Porque eu não li na época em que foram publicados, porque li quando já era mais velha, porque li já tendo na bagagem o livro x, y e z de tema semelhante, por causa do gosto que tenho por magia, por causa de uma personagem que lembra alguem que eu conheço... e por aí vai. Nós somos únicos, e imprimimos no texto isso enquanto lemos. Mas a idade não é nem de longe um único fator.
"A arte reflete o espectador e não a vida", como bem já disse Wilde!
Cada um interpreta as histórias como melhor que convém.
Eu mesmo tenho um exemplo disso. Quando li O Hobbit pela primeira vez, adorei o livro, mas vi apenas a aventura, a diversão e os fatos que preludiam SdA.
Já na segunda vez que li, em um período diferente da vida (quando tinha acabado de me mudar pra SP, longe de casa e da família) me identifiquei com Bilbo e não vi nada de infantil em O Hobbit. Pelo contrário, vi uma história muito profunda sobre valores familiares, sociais e de amizade. E vi como alguém pode aprender e evoluir longe de casa. E meu carinho por O Hobbit foi bem maior a partir daí.
E HP eu nunca tive curiosidade de ler. Mas ainda tenho vontade. Quem sabe um dia?!