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Projeto Portal: FC brasileira

Brontops

Usuário
Pessoal,

Participo de um projeto literário organizado pelo escritor Nelson de Oliveira que apelidamos de Projeto Portal.

Projeto Portal é uma revista de contos de ficção científica (FC) com periodicidade semestral, editada no sistema de cooperativa. A pequena tiragem — duzentos exemplares de cada número — será distribuída entre acadêmicos, jornalistas e formadores de opinião. Serão no total seis números (de papel e tinta, não online). Cada número da revista homenageia, no título, uma obra célebre do gênero: Portal Solaris, Portal Neuromancer, Portal Stalker, Portal Fundação, Portal 2001 e Portal Fahrenheit. O Blog do Projeto é este aqui: projeto-portal.blogspot.com

No finalzinho do ano passado, saiu o Portal Fundação. Deste último, além da minha participação, temos Ataíde Tartari, Giulia Moon, Laura Fuentes, Luiz Bras, Luiz Roberto Guedes, Marco Antonio de Araujo Bueno, Maria Helena Bandeira, Martha Argel, Roberto Causo e outros... Distribuí alguns números entre membros do fórum que se interessaram: Clandestini, Gigio, Elring, Wilson, .Izze... e mais alguém que esqueci (Desculpe :oops:.)

O combinado era que estes que recebessem a revista escrevessem uma pequena resenha a respeito dos contos do livro... Sendo assim, depois do problema que houve (http://www.meiapalavra.com.br/showthread.php?tid=4049), estou recriando o tópico para reabrir o espaço...

Obrigado...
 
Brontops, já li o Portal. Muito boa mesmo. Ainda vou escrever uma resenha pra por aqui. Ainda é possível adquirir as outras edições do Portal?
 
Wilson disse:
Brontops, já li o Portal. Muito boa mesmo. Ainda vou escrever uma resenha pra por aqui. Ainda é possível adquirir as outras edições do Portal?

Oi Wilson.

Cara, eu não sei.

Eu mesmo não tenho todos. Só comecei a tomar conhecimento do Projeto na época do Portal Neuromancer (O segundo número), e só participei a partir do Stalker (O terceiro). Sendo assim, falta o Solaris para mim.

Ainda me resta um Portal Stalker "Último-dos-Moicanos" que eu posso mandar para você. Mas vou pedir que me envie seu endereço de novo por MP. E vamos rezar para este não extraviar, porque não me resta mais nenhum MESMO.

Pelo que deu pra sentir, os autores "eliminam" rapidamente seus exemplares... O próprio Nelson veio me pedir alguns exemplares. Não custa fazer uma tentativa, mas - com toda honestidade - acho bem difícil.

Abs
 
Por sorte, achei a resenha do Gigio perdida aqui entre meus arquivos. Estou recolocando-a aqui:


Por GIGIO:

"Como havia sido combinado com o Brontops, ao recebimento desses exemplares do Portal Fundação caberia a contrapartida de elaborar uma resenha do livro. Alguns dos autores já conhecia de outras coletâneas, outros foram novos para mim, mas de modo geral fico feliz de poder acompanhar mais este passo da ficção científica no Brasil.

Além da variedade dos temas tratados, como o Brontops já havia comentado, há também uma variedade impressionante na forma dada aos contos. Definitivamente não existem dois em toda a coletânea que sigam o mesmo caminho. Acho isso muito louvável e vejo como uma mostra da riqueza disponível no cenário nacional.

Apesar da troca reco mpensadora, essa tarefa de criar uma resenha foi também um tanto ingrata. Como crítico, minha vontade seria a de dizer "tomem, leiam e conheçam por si". Não me sinto confortável no papel, que vejo como uma tentativa de ensinar pessoas adultas e saudáveis a andar. Para mim cada um dos textos possui uma qualidade artística única e tentei tratá-los com o máximo de respeito. Ainda assim peço desculpas antecipadamente aos autores pela apropriação que faço de seus contos e por maculá-los com minhas interpretações.


Seguem então os contos, na ordem disposta na antologia.

Veja seu Futuro, Ataíde Tartari
Algo muito importante na construção da identidade de uma história é o bom uso de referências locais. Neste conto de Ataíde, temos o palco central em uma loja da R. Conselheiro Crispiano, famoso centro de material fotográfico de São Paulo, onde ele nos revela que estaria instalada, à vista d e todos, uma máquina do tempo.

Apesar do muito que já se produziu sobre viagem do tempo, a história de Ataíde consegue delimitar seu próprio espaço. O estilo se caracteriza por uma certa irreverência, em que o aspecto fantástico supera as exigências de maiores explicações técnicas. E o desenvolvimento, embora pareça simples, tranforma-se completamente após a conclusão.

Cheiro de Predador, Roberto de Sousa Caruso
Em um futuro de muitos sistemas solares, uma assassina mercenária busca cumprir sua missão. O conto de Roberto Caruso, no entanto, não se destaca pelas cenas de combate em alta tecnologia ou por perseguições espaciais, mas pela representação detalhada de um futuro estranho e certamente alienígena, com direito a metáforas inspiradas em Baudelaire. Falta apenas um pouco mais de espaço para o desenvolvimento da história, que facilmente se expandiria por outras páginas.

Estranho Progresso, Richard Diegues
Neste conto Richard compõe uma paisagem onírica, para a qual somos transportados e da qual somos observadores por alguns momentos. Seria vão tentar decifrar todas as suas referências, especialmente porque observamos esse mundo pelos olhos de um narrador cuja natureza é um dos mistérios centrais. Duas coisas, contudo, poderiam ser dadas como certas: trata-se de uma história sobre o antigo faroeste; e trata-se de uma história sobre um futuro distópico. Entre esses dois aspectos insere-se uma discussão sobre o próprio tempo e suas transformações.

A Cor da Tempestade, Mustafá Ali Kanso
Muitas histórias sobre um futuro espacial costumam conceber a luta do ser humano, nobre e criativo, contra uma espécie alienígena, vil e insensível. Algumas poucas, como é o caso deste conto de Mustafá, exploram uma visão menos ingênua. Aqui o homem, espalhando-se e isolando-se pela galáxia, tranforma-se em algo estranho a si mesmo. Assim foi que os habitantes de Sangar, primeira colônia extra-solar, tornaram-se alvo de uma nova fase de intolerância na nossa história. Do choque entre as subespécies, a princípio, o foco se desloca aos poucos para conflitos mais pessoais, entre indivíduos, entre homem e mulher, o que leva o conto a adquirir um certo tom de fábula.

Nuvem de Cães-cavalos, Luiz Bras
Ao contrário da maioria dos contos da coletânea, o de Luiz Bras se concentra em um curto período de tempo, em que não são muitos os recursos fantásticos explícitos. Mas desde o princípio sabemos que há algo estranho em suspenso. As referências vão aparecendo gradualmente, em um thriller psicológico em que acompanhamos o processo de descoberta do próprio narrador. Um texto muito bem escrito, em que se mostra domínio do ritmo e do peso das pala vras.

O Desenvolvimento Insustentável do Ser, Laura Fuentes
A ficção científica, em uma concepção geral, se define por uma preocupação com o "e se?". O escritor se deixa mergulhar em uma visão de futuro ou de realidade alternativa. Para onde caminhamos todos nós, homens comuns? Essa é a reflexão que nos apresenta Laura Fuentes, através da composição de retratos de diferentes personagens, em diferentes ambientes do panorama nacional, por um período de quase 70 anos do séc. XXI. Que tipo de transformações ainda poderemos presenciar? É o que ela tem a nos mostrar, em uma imagem que deixa questões tecnológicas à margem e enfoca o universo pessoal, a relação entre as pessoas e o ritmo do cotidiano.

Animmalia, Giulia Moon & Roberto Melfra
Se por um lado escritores de FC são grandes inventores, por outro são também experts em explorar as possíveis consequências de experimentos mal sucedidos. Neste conto de Giulia Moon e Roberto Melfra, mal sucedido o bastante para que a história comece com um corpo estirado sobre a calçada.
No cenário construído pelos autores, há uma preocupação em criar uma ponte com o verossímil (até onde seja possível, no gênero), desde o cuidado em imaginar novas formas tecnológicas que estejam integradas ao cotidiano até a caracterização da personagem central do mistério, uma investigadora de "traços nada memoráveis".

Habeas Mentem, Ricardo Delfin
Conspirações, organizações clandestinas, tecnologias secretas, codinomes bacanas - todos os ingredientes de um bom thriller futurista estão presentes nesta história de Ricardo Delfin. O espaço do conto, aqui, faz com que o desenvolvimento assuma um ritmo acelerado e como o protagonista, Gödel, parecemos estar sempre um passo atrás de compreendermos a v erdadeira natureza dos eventos que presenciamos. E como um bom suspense, no final todos os elementos se encontram e se completam.


Sob as Sete Luas de Sirena, Luiz Roberto Guedes
Em um espaço colonizado muito, muito vasto, um legionário guarda, solitário, um planeta na fronteira de Virgo. Sua principal ocupação está em nomear os mares, as montanhas, a flora e fauna desse lugar esquecido. Aos poucos, no entanto, ele se verá envolvido em estranhos acontecimentos...
A representação que Luiz Guedes faz desse ambiente alienígena está em par com qualquer outro já criado no gênero. A princípio ela soa desconcertante - exatamente o que se esperaria de um planeta exótico a centenas de anos-luz da Terra. E além do cuidado descritivo, o conto apresenta ainda uma história muito cativante, que nos faz acompanhar com atenção até as últimas linhas.

O Guarda-mor, a Urutu Dourada e o Disco Voador, Martha Argel
As terras do interior, com seus silenciosos descampados, suas matas virgens e a distância da sensação de segurança dos aglomerados humanos são uma fonte natural de mistérios. O que se diria se um objeto desconhecido fosse avistado numa fazenda dos fins do mundo? Essa é a premissa para a história de Martha Argel, que mescla à FC os mitos do nosso folclore para compor um conto divertido, especialmente pela representação do diálogo dos matutos.

(A partir daqui os contos se tornam mais experimentais. Nesses casos se torna ainda mais difícil julgar com clareza. Tudo o que é excêntrico parece estranho a princípio e por isso as ressalvas feitas inicialmente passam a valer em dobro.)

A Pescaria; Até Eu Acabar Este Cigarro; Nas Montanhas da Irlanda e Aqui Também; Parállaxis; e Opções Imperfeitas, Maria Helena Bandeira
Os minicontos de Mari a Helena Bandeira são oferendas à imaginação: predadores de uma existência infravermelha, corpos anarquizados, bibliotecários de mentes, chuvas de DNA... Não se trata mais aqui de FC, outros limites são explorados, em algo que se poderia chamar de ficcão surrealista. "- Criança gostam de surrealismo. - Mas os jurados não." Libertar a imaginação das convenções, para que outros níveis de originalidade possas ser alcançados, é o que a escritora parece nos propor.

Deslocalidade; Eu?; e O Preto, Marco Antônio de Araújo Bueno
Os textos de Marco Antônio Bueno também demonstram um estilo característico. Deixando de lado "Eu?", que não se enquadra bem no gênero, pode-se dizer, de modo geral, que os outros dois apresentam perspectivas não-humanas, ou que transcendem o humano, pós-humanas. A linguagem, nesses casos, é empregada de forma precisa e densa, numa tentativa de delimitar uma experiência que não se define diretamente, que está encoberta por uma camada de estranhamento e incompreensão. Seus personagens lidam com o rompimento com as normas, um desajuste essencialmente interno, mas que é captado como um comportamento errante ou rebelde, que ao mesmo tempo os afasta e coloca-os em choque com sua condição.

Índex, Rodrigo Novaes de Almeida
Índex é um fragmento de toda a informação do gigantesco arquivo que existirá, e já existe. Índex é também um conto em fluxo de consciência, uma escrita possessa, um estado excitado de criação, no qual se revelam delírios, desejos e fantasias.

Corpo Seco; O Cérebro; e O Homem que Parava o Tempo, Leandro Leite Leocadio
Períodos curtos, preocupação com a sonoridade e o ritmo, coloquialidade, variação do foco narrativo, todas essas característica fazem com que os contos curtos de Leandro Leocadio assumam um tom de cantiga ou de história contada em roda. O resultado é especialmente notável em "Corpo Seco", onde o aspecto formal e o conteúdo não poderiam ser separados sem que algo se perdesse profundamente. Leocadio cria a lenda do corpo seco com o espírito próprio da oralidade, apenas para recapturá-la com seu estilo.

Sésamo, Bananas & Kung-Fu; (Hipocampo); e (História com Desenho e Diálogo), Brontops Baruq
As três histórias de Brontops têm em comum uma composição em que o fluxo de originalidade é constante. Cada período revela novos elementos do cenário, num processo contínuo de enriquecimento. E até as últimas linhas esse processo acrescenta não apenas detalhes, mas reorienta nosso sentido de interpretação. A isso se refere o fato de serem todas bastante cativantes.
Sésamo, Bananas & Kung-Fu acompanha um relato histórico de uma sà ©rie de eventos que se seguiram à introdução do sistema de teletransporte individual, que vão desde consequências políticas às cotidianas, como o caso do homem misteriosamente esmagado em sua própria cama. O final é inusitado e envolve o título do conto.

(Hipocampo) parece ser o depoimento de um homem comum de um futuro não muito distante. No entanto, a gravidade dos fatos narrados parece escapar a esse narrador. Sua própria condição, vamos descobrindo, talvez não o torne uma fonte confiável.
(História com Desenho e Diálogo) tem a estrutura mais original. Somos levados a percorrer um caderno, observando a descrição das gravuras e lendo as pequenas anotações que as acompanham. Assim, a partir de um objeto trivial e estático, constrói-se toda uma situação de proporções sensivelmente maiores.

Por fim, embora não tenha feito uma avaliação explíci ta dos contos, gostaria de eleger os meus favoritos: "Nuvem de Cães-Cavalos", de Luiz Bras; "Sob as Sete Luas de sirena", de Luiz Roberto Guedes; e "(História com Desenho e Diálogo), de Brontops. E entre os mais experimentais, "Pescaria", de Maria Helena Bandeira; e "Corpo Seco", de Leandro Leite Leocadio.


É isso então, até o próximo Portal!"
 
Com alguns meses de atraso, segue minha resenha pro Portal: Fundação (tem um bom tempo que eu li, então já não me lembro de todos os contos, separei alguns que me chamaram mais a atenção).

Entende-se que toda história se origina de um conflito. Os 27 contos apresentados na coletânea de ficção científica Portal: Fundação, aproveitam-se desse princípio, e usam da liberdade criativa permitida pelo gênero (extrapolando-o quando necessário), para nos trazer histórias nascidas de embates que sempre se repetiram pela história e sempre continuarão a se repetir: o homem vs. a máquina, o homem vs. o alienígena, o homem vs. ele próprio. Na mão de bons autores, no entanto, a imaginação não permite ao leitor se entediar em lugares-comuns. O principal mérito dos coordenadores foi agrupar contos tão díspares em conteúdo quanto em forma.

Três contos em particular me chamaram a atenção (tudo bem, quatro). Em primeiro lugar, Veja seu futuro, de Ataíde Tartari, trabalhando com uma das premissas mais instigantes da ficção científica que é a viagem no tempo, apresenta tudo aquilo que se pede de uma boa história, levando a obsessão de seu protagonista em procurar saber seu futuro a um final que não tanto surpreende o leitor, mas, num resumo da temática que se repete ao longo dos demais contos, o carrega inevitavelmente a um final, um final em aberto, como deve ser o de todas as boas histórias, que se prolongue nos meandros internos do leitor, mas que ofereça à história em si um sentido de unidade. Cheiro de predador, de Roberto de Sousa Caruso, une duas temáticas que me são muito caras, que é a ficção científica a um enredo policial, ou pulp, ou pop, seja como for, que traz a figura enigmática de uma assassina em busca de cumprir sua missão. Esses dois contos estão na primeira parte da antologia, onde o foco está mais na trama, ao contrário da segunda parte, em que o experimentalismo com a linguagem torna-se o foco dos autores; meus dois contos favoritos são aqueles que conseguem unir essas duas ambições - são eles: O desenvolvimento insustentável do ser, de Laura Fuentes, que, em episódios curtos que pulam décadas e séculos na linha do tempo, espelha o progresso tecnológico do homem a um processo constante de isolamento, enxergando numa visão negativista o avanço tecnológico como alavanca à desumanização e à solidão; e Sob as Sete Luas de Sirena, de Luiz Roberto Guedes, com um certo apelo filosófico ao retratar a vida solitária de um homem responsável por nomear mares, montanhas, etc., em um planeta alienígena, e que nos envolve por completo em suas descrições, usando de uma prosa bem rebuscada.
 
Wilson disse:
Com alguns meses de atraso, segue minha resenha pro Portal: Fundação (tem um bom tempo que eu li, então já não me lembro de todos os contos, separei alguns que me chamaram mais a atenção).

Entende-se que toda história se origina de um conflito. Os 27 contos apresentados na coletânea de ficção científica Portal: Fundação, aproveitam-se desse princípio, e usam da liberdade criativa permitida pelo gênero (extrapolando-o quando necessário), para nos trazer histórias nascidas de embates que sempre se repetiram pela história e sempre continuarão a se repetir: o homem vs. a máquina, o homem vs. o alienígena, o homem vs. ele próprio. Na mão de bons autores, no entanto, a imaginação não permite ao leitor se entediar em lugares-comuns. O principal mérito dos coordenadores foi agrupar contos tão díspares em conteúdo quanto em forma.

Três contos em particular me chamaram a atenção (tudo bem, quatro). Em primeiro lugar, Veja seu futuro, de Ataíde Tartari, trabalhando com uma das premissas mais instigantes da ficção científica que é a viagem no tempo, apresenta tudo aquilo que se pede de uma boa história, levando a obsessão de seu protagonista em procurar saber seu futuro a um final que não tanto surpreende o leitor, mas, num resumo da temática que se repete ao longo dos demais contos, o carrega inevitavelmente a um final, um final em aberto, como deve ser o de todas as boas histórias, que se prolongue nos meandros internos do leitor, mas que ofereça à história em si um sentido de unidade. Cheiro de predador, de Roberto de Sousa Caruso, une duas temáticas que me são muito caras, que é a ficção científica a um enredo policial, ou pulp, ou pop, seja como for, que traz a figura enigmática de uma assassina em busca de cumprir sua missão. Esses dois contos estão na primeira parte da antologia, onde o foco está mais na trama, ao contrário da segunda parte, em que o experimentalismo com a linguagem torna-se o foco dos autores; meus dois contos favoritos são aqueles que conseguem unir essas duas ambições - são eles: O desenvolvimento insustentável do ser, de Laura Fuentes, que, em episódios curtos que pulam décadas e séculos na linha do tempo, espelha o progresso tecnológico do homem a um processo constante de isolamento, enxergando numa visão negativista o avanço tecnológico como alavanca à desumanização e à solidão; e Sob as Sete Luas de Sirena, de Luiz Roberto Guedes, com um certo apelo filosófico ao retratar a vida solitária de um homem responsável por nomear mares, montanhas, etc., em um planeta alienígena, e que nos envolve por completo em suas descrições, usando de uma prosa bem rebuscada.


Obrigado, Wilson. Não se preocupe com demoras... Vou repostar sua resenha no blogue do Projeto.

Aproveito para anunciar a nova edição do Projeto Portal, Portal 2001. Estou me organizando ainda e assim que terminar de arrumar minha "escrivaninha", passo aqui para distribuir algumas edições a leitores interessados.

Abs
 
Recebi duas edição, Portal Fundação e Portal 2001.
Infelizmente ainda não deu tempo de ler os dois, mas já tive a oportunidade de conhecer um conto que está no Portal Fundação.
Já de cara gostei do projeto. Pena que meu conhecimento sobre Ficção cientifica seja tão limitado e não de para opinar de uma forma mais construtiva.
 
[align=justify]O projeto Portal é uma revista que reúne contos de Ficção Científica de autores nacionais em periodicidade semestral. O Portal da vez é o 2001, antecedido pelos portais Solaris, Neuromancer, Stalker e Fundação, e que será seguido pelo portal Fahrenheit. Esse portal homenageia o gênero ao qual pertence à famosa obra de Arthur C. Clarke, 2001 – Uma Odisséia no Espaço.

Decidi dividir os posts relacionados a ela em três partes, abordando cinco ou seis contos por vez, para que não fique um texto gigante em um só dia e para que haja espaço para falar de cada um deles com um pouco mais de calma e especificidade.[/align]

CONTINUE A LER ESSE ARTIGO NO FÓRUM MEIA PALAVRA
 
[align=justify]Perdeu a primeira parte? Pode encontrá-la aqui.

Dando prosseguimento a resenha da semana passada, nos deparamos com o conto Planetas Invisíveis: Diana, de Brontops Baruq. A história gira em escalas de tamanho diferentes, onde o autor explora a envergadura imensa que só a Ficção Científica pode nos proporcionar (por enquanto, pelo menos). Universos em miniatura, (me lembrei de Kandor, que aparecia volta e meia em Superman), cosmos engarrafados, onde a prolixidade do universo encontra-se ainda envolta em nebulosas de mistério. Os humanos, nesse ínterim gigantesco, seguem em sua existência, tão misteriosa quanto o cosmo que os rodeia.

Ah, o isolamento espacial e suas conseqüências psicológicas! Quantas boas histórias já não nos proporcionou a solidão gélida do espaço, o sepulcral silencia das câmaras tecno-alguma coisa. Rebobinados, também de Brontops Baruq, navega nesse oceano psicológico adindo os elementos “tempo” e “prisão” a trama, deixando-a mais tensa, violenta e, porque não, maquiavélica.

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[align=justify]Essa é a última parte das resenhas do Projeto Portal 2001, se você perdeu a primeira parte, pode encontrá-la aqui. Quanto a segunda, pode acessá-la aqui.

Começamos com três contos de Marco Antônio de Araújo Bueno. O primeiro, Sem Nome, traz alienígenas, abduções e um clima de mistério que ronda a trama. As alucinações ou sonhos se mesclam com as abduções e confundem a mente de Téo, que busca entender o que acontece com ele e ao seu redor.

O segundo conto do autor, Arquivo Truncado, coloca o leitor dentro de uma realidade cerceada e severamente regulamentada. Nela, um personagem, em tom de rememoração e uma pitada de melancolia versa sobre sua condição trazendo questionamentos acerca da vigilância. Se aproxima do ambiente de 1984.[/align]

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Eu queria agradecer publicamente ao Lucas pela sua generosa resenha e também pra .Izze que postou seus comentários no R.Izze.nhas...

Também queria dizer se há algum membro do Fórum que deseje receber o Portal 2001 que me mande uma MP...

Eu já não tenho muitos exemplares mais, portanto seja rápido...

Se eu demorar para responder, estarei comprometido nas próximas semanas... Por isto seja paciente.

Abraços
 
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O que? Celebração do Projeto Portal de ficção científica brasileira.
Quando? 12 de fevereiro, das 15h às 17h
Onde? Biblioteca Viriato Corrêa - Espaço de Convivência
Como chegar? Fica bem próximo do Metrô Vila Mariana. Mapa AQUI.


O que acontecerá?


* Sorteio de exemplares

* Stand-up comedy

* Leituras dramáticas

* Espetáculo musical.


Quanto custa? Entrada franca.


COMPAREÇAM!!!
 
Foram três anos publicando contos de autores brasileiros de ficção científica. Seis revistas reunindo esses contos ao mesmo tempo em que homenageava autores e obras do gênero. Solaris, Neuromancer, Stalker, Fundação, 2001 e agora Fahrenheit, o último “filho” do Projeto Portal. Organizado pelo escritor Nelson de Oliveira e distribuído entre leitores, críticos e acadêmicos, as revistas do Projeto me surpreenderam pela qualidade dos textos e imaginação dos autores. Infelizmente não li todos, apenas a partir do Fundação, mas desde o início apreciei os textos dessas pessoas das quais nunca ouvi falar antes. E com Portal Fahrenheit – a homenagem a Ray Bradbury, que infelizmente ainda não li – não foi diferente.

Ao contrário da revista anterior, em que seus autores apresentaram várias histórias bem humoradas e leves, Portal Fahrenheit vem com certa melancolia. A violência e as guerras estão mais evidentes, assim como a repressão aos desejos e sentimentos. Uma característica que força suas personagens a viverem em realidades paralelas, a criar sonhos e tentar sobreviver apenas com eles. E é assim que o livro abre. O primeiro texto é de Mustafá Ali Kanso, intitulado O mundo dos meus sonhos, em que seu protagonista, um engenheiro pouco imaginativo, consegue induzir um “sonho lúcido”, objetivo perseguido por sua mulher durante anos. A facilidade com que ele entra nesse estado de fantasia lhe tira da vida monótona de casado e lhe permite um encontro com uma bela mulher que sempre o recebe calorosamente. Embora não viva em uma sociedade opressora, a frieza de sua esposa é o bastante para motivá-lo a nunca mais sair desse estado adormecido.

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