Notícias Projeto defende que atletas trans entrem em modalidades do gênero biológico

[Fúria da cidade]

Tifanny Abreu, primeira jogadora trans da Superliga de vôlei Imagem: Reprodução/Instagram

O debate sobre a participação de atletas trans em competições esportivas parece estar bem distante de acabar. Nesta terça (7), o deputado Sóstenes Cavalcante (DEM-RJ) apresentou o Projeto de Lei 2639/2019, que estabelece o sexo biológico como critério exclusivo para a definição do gênero em competições esportivas oficiais no Brasil.

Segundo o texto, o PL "visa a defender o princípio da justiça nas competições esportivas profissionais realizadas em território brasileiro". Implicitamente, o projeto cita o caso da jogadora de vôlei Tifanny Abreu e sua participação na liga feminina nacional: "A participação de atletas do sexo masculino, após cirurgias de redesignação sexual e/ou tratamentos hormonais, (...) causa evidentes desequilíbrios técnicos e coloca em risco a própria lisura das competições".

A proposta ainda argumenta que "mesmo o controle dos níveis de testosterona sanguínea abaixo de 10nmol/L, de ao menos 12 meses anteriores à disputa de um torneio, condição do Comitê Olímpico Internacional (COI) para aceitação de mulheres transgêneros no esporte, não altera significativamente a musculatura e a estrutura óssea, própria do sexo masculino, especialmente em atletas com composição corporal já completa".

"Assim, do ponto de vista fisiológico, esses atletas vêm apresentando injustas vantagens comparativas. Trata-se, portanto, de proposição que visa a promover o equilíbrio no esporte masculino e feminino, sem qualquer tipo de juízo de valor acerca das opções da vida privada de homens e mulheres", conclui.

https://universa.uol.com.br/noticia...entrem-em-modalidades-do-genero-biologico.htm

---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

Enquanto não se chega a um consenso, essa é uma questão bem complicada e ainda longe de ter um fim.

 

[Neithan]

Não acho nada complicada a questão. Só procurar a mesma situação em caso invertido: Onde homens trans (nascido mulher) entram em modalidades masculinas após mudança de sexo. Quantos casos assim temos? Quantas "Tiffanys" temos na super liga masculina? Quantas vocês acham que teremos?

O fato do testosterona de trans ser mais baixo que o de mulheres cis não é tudo. Usando a mesma Tiffany de exemplo, fez a cirurgia aos 30 anos. Foram 30 anos de estrutura óssea sendo desenvolvida com testosterona. Pulmão, coração, altura, tudo masculino. E o corpo masculino tende a ser até 30% maior que o feminino, isso num esporte onde tamanho e impulsão contam tanto, é um diferencial e tanto.

Ocorreu parecido com Rachel McKinnon, ciclista trans que ganhou um mundial de ciclismo feminino. Também operou depois de adulta, e graças a um pulmão maior, pernas maiores, tronco maior, claramente teve vantagem, e venceu mulheres que se prepararam a vida toda para vencer de outras mulheres.

O mesmo ocorre com qualquer esporte de esforço físico extremo, como atletismo, natação, futebol, etc. Corpos masculinos são naturalmente mais resistentes e com mais força física que femininos, isso é biologia básica. Por isso a seleção feminina de futebol adulta perdeu pro sub-15 de um time de quarta divisão do futebol Masculino: https://www.cbf.com.br/selecao-bras...na/feminina-perde-para-bangu-sub-15-masculino

O problema é que agora o pessoal quer colocar a ideologia na frente da biologia. E aí rola essas injustiças com mulheres.

 

[Eriadan]

O problema é que agora o pessoal quer colocar a ideologia na frente da biologia. E aí rola essas injustiças com mulheres.

Eu concordo com você em tudo, só acho essa fala um pouco delicada, porque não concordo que identidade de gênero seja tratada como "ideologia".

 

[Neithan]

Eu concordo com você em tudo, só acho essa fala um pouco delicada, porque não concordo que identidade de gênero seja tratada como "ideologia".

E acha que identidade de gênero é tratada como atualmente? Principalmente no Brasil?

 

[Fúria da cidade]

O mesmo ocorre com qualquer esporte de esforço físico extremo, como atletismo, natação, futebol, etc. Corpos masculinos são naturalmente mais resistentes e com mais força física que femininos, isso é biologia básica. Por isso a seleção feminina de futebol adulta perdeu pro sub-15 de um time de quarta divisão do futebol Masculino: https://www.cbf.com.br/selecao-bras...na/feminina-perde-para-bangu-sub-15-masculino

O fator físico-biológico eu jamais discuto, até porque contra argumentos cientificamente muito bem comprovados não há o que discutir. Perfeito!

O que coloquei como complicado no meu comentário é dar uma solução de inclusão definitiva, já que se trata de uma minoria que sente no direito de fazer algo saudável que é praticar um esporte de alto nível, mas como não há times específicos somente formados por atletas trans e não bastasse isso competições específicas também, aí fica difícil.

Mas a tendência é que isso surja mais cedo ou mais tarde, para que assim do ponto de vista físico e biológico fique justo pra todos, cada um no seu quadrado, assim como temos as modalidades paraolímpicas para atletas com algumas limitações físicas, mas que nem por isso eles estão totalmente excluídos, pois houve todo um esforço para criação de modalidades compatíveis as necessidades específicas desses atletas. Esporte inclusivo é isso.

 

[Eriadan]

E acha que identidade de gênero é tratada como atualmente? Principalmente no Brasil?

Os setores conservadores certamente tratam como ideologia, mas isso é uma forma de desqualificação do gênero trans, como se não se passasse de nada mais do que uma ideia na cabeça (esquerdista) e não de um autorreconhecimento sério de personalidade a que se deve dar uma atenção devida.

Eu reformularia a sua conclusão assim: a militância pelos direitos da identidade trans está cometendo um erro ao bater de frente com fatores biológicos, em casos como esse - e acaba cometendo injustiças com mulheres cis.