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Procuradoria denuncia Coaracy e mais sete na Águas Claras por fraude nos esportes aquáticos

Fúria da cidade

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Núcleo de Combate à Corrupção do Ministério Público Federal, em São Paulo, acusa Coaracy Nunes e outros três dirigentes afastados da Confederação Brasileira de Desportos Aquaáticos, por desvios de até R$ 40 milhões da entidade

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Coaracy Nunes foi preso na Operação Águas Claras. Foto: José Lucena/Futura Press

O Núcleo de Combate à Corrupção do Ministério Público Federal em São Paulo denunciaram o presidente deposto da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA), Coaracy Nunes, e três diretores da entidade, além de quatro empresários ligados ao esporte, por terem formado uma organização criminosa para desviar recursos dos esportes aquáticos brasileiros.

Esta é a primeira denúncia criminal da Operação Águas Claras, que, desde o ano passado, vem desvendando desvios cometidos pelos cartolas da natação brasileira. Duas ações civis públicas de improbidade administrativa já foram propostas pelo Ministério Público Federal, em setembro de 2016 e em março passado, e uma operação policial foi realizada este mês, apreendendo documentos cuja análise será fundamental para os próximos passos da investigação.

Coaracy Nunes e outros integrantes da cúpula da CBDA: Sérgio Alvarenga (diretor financeiro), Ricardo de Moura (diretor de natação) e Ricardo Cabral (diretor de pólo aquático) estão presos preventivamente, a pedido da Procuradoria da República por ordem da Justiça Federal de São Paulo, no âmbito da operação.
A denúncia do MPF, assinada pelos procuradores da República Anamara Osório Silva, José Roberto Pimenta Oliveira e Thaméa Danelon, versa sobre quatro eventos criminosos:

1) a formação de uma organização criminosa (artigo 2º da lei 12850/13) pelos dirigentes denunciados e os sócio-proprietários das empresas Natação (Haller Ramos de Freitas Júnior e José Nilton Cabral da Rocha) e Competitor (Monica Pereira da Silva Ramos de Freitas, mulher de Haller, e Keila Delfini da Silva) para fraudar licitações para a compra de materiais esportivos, mediante o uso de documentos ideologicamente falsos, que resultaram em desvio de mais de R$ 1 milhão em recursos do Ministério dos Esportes para a CBDA, que os acusados desviaram para fins particulares, praticando também, portanto, os crimes de peculato (artigo 312 do cpb), fraude à licitação (artigo 90 da lei 8666/93) e falsidade ideológica (artigo 299 do cpb);

2) o desvio (peculato), pelos dirigentes da CBDA, Nunes, Alvarenga, Moura e Cabral, de US$ 50 mil em prêmios pagos pela Federação Internacional de Natação (FINA), pelo 3º lugar obtido pela seleção masculina de Pólo Aquático na Liga Mundial de 2015, disputada em Bérgamo, Itália, dinheiro que deveria ter sido destinado aos atletas e comissão técnica;

3) a apropriação indevida (peculato), por dirigentes da CBDA, de R$ 5 milhões de recursos repassados pelo Ministério dos Esportes para o Polo Aquático. Parte dos recursos deveria ter sido destinada, por exemplo, para a participação da seleção júnior, campeã sul-americana e panamericana, que não foi ao Mundial do Cazaquistão, em 2015, apesar de a confederação ter recebido esse recurso;

4) o desvio de R$ 100 mil do caixa da CBDA (peculato) pelos dirigentes denunciados para a contratação de banca de advocacia criminal para a defesa dos acusados no âmbito da Operação Águas Claras. Tal emprego de recurso público é proibido, pois os dirigentes devem usar seus próprios recursos para financiarem suas defesas;

A Operação Águas Claras tramita, na esfera criminal, na 3ª Vara Federal de São Paulo. Caso a Justiça receba a denúncia em todo ou em parte, os acusados tornam-se réus. Caso sejam condenados por todos os crimes denunciados, a pena mínima a que estão sujeitos os acusados ligados à CBDA é de 14 anos e a máxima, de 65 anos. Os empresários envolvidos, se condenados, podem receber penas de 8 a 29 anos de prisão.
Coaracy Nunes foi desposto da presidência da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos por força de liminar em ação proposta na Justiça Federal do Rio de Janeiro por atletas e ex-atletas contra a falta de transparência no processo eleitoral da entidade. Foi nomeado um interventor no órgão.
As investigações apuram o destino de cerca de R$ 40 milhões repassados à CBDA, que não teriam sido devidamente aplicados nos esportes aquáticos.

O presidente da Confederação e os outros dois dirigentes da CBDA estão custodiados na Cadeia Pública Pedrolino Werling de Oliveira, no Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu – mesmo presídio onde está o ex-governador do Rio Sérgio Cabral, capturado na Operação Lava Jato em novembro.

Entre as fraudes investigadas pela Águas Claras, estão licitações para aquisição de equipamentos de natação no valor aproximado de R$ 1,5 milhão. Há indícios de que a empresa vencedora seria apenas de fachada, pois em seu endereço na capital paulista funciona uma pet shop.

Também é alvo da Águas Claras a contratação, com suspeitas de irregularidade, de agência de turismo que venderia passagens aéreas e hospedagens para os atletas com preços superfaturados. Essas contratações irregulares eram realizadas com verbas federais obtidas por meio de convênios com o Ministério dos Esportes.

A operação apura ainda a suposta apropriação por parte dos dirigentes da CBDA de premiação de US$ 50 mil que deveriam ter sido repassados a atletas. Além disso, estima-se que cerca de R$ 5 milhões, provenientes do Ministério dos Esportes, deixaram de ser aplicados na modalidade polo aquático.

Embora a CBDA tenha recebido esta verba federal para aplicação nos torneios nacionais e internacionais, seus dirigentes não autorizaram a ida da seleção de Polo Aquático Júnior, campeã sul-americana e panamericana, para o Mundial do Cazaquistão, sob o argumento da falta de recursos financeiros.

Na esfera cível, o Ministério Público Federal já levou à Justiça duas ações de improbidade administrativa contra o presidente da Confederação, Coaracy Gentil Monteiro Nunes Filho, outros dirigentes e empresários pelas fraudes em licitações para a aquisição de itens esportivos.

A Operação Águas Claras está sendo conduzida pela Polícia Federal e pelos procuradores da República do Núcleo de Combate à Corrupção em São Paulo Thaméa Danelon, José Roberto Pimenta Oliveira e Anamara Osório Silva, com a participação da Controladoria-Geral da União.

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Mais um setor esportivo que não escapa do velho problema que é ter um mesmo dirigente a frente durante vários anos a frente da confederação e desvios de dinheiro.
 

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