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Pretérito Perfeito

Um dia você vai perder tudo o que você achou que tinha. As lembranças da infância. Os sapatos não cabem mais. Aquele corpo já não é mais seu... Falando nisso, me disseram uma vez, que a cada 6 anos todas as células que nos pertencem se renovam formando um novo eu. Interessante. Talvez seja por isso que um dia você o encontrou, amou e no outro ele partiu. Um dia você soube que teria um filho e tudo ficou diferente. Ahhh, memoráveis férias de verão que não conheço mais. A cada segundo, não volta mais a ser o que era antes. Assustador? Talvez. Esse já não é mais aquele emprego, aquela casa, aquele abraço. Entram e saem amigos. Está na hora de doar aquele seu casaco preferido. Ficou velho, a moda mudou, você mudou. Já não pertenço mais àquela tribo. Esse filme, ihh já passou duas vezes na Sessão da Tarde. Aquela música do baile de formatura está tocando na rádio da salinha de dentista. O beijo estalado não deu mais tempo. Quem eu fui? Quem eu sou? Mas a parte interessante dessa brincadeira de viver é que nada é imutável. Não somos um projeto acabado para durar pela eternidade. A torre infalível pode desmoronar em um segundo, virando pó. "Ninguém afunda esse barco", hun... Duvide um pouco disso. Tudo termina num velho álbum de fotografias, na gaveta do armarinho esquecido, que nem o caminhão de mudanças levou.
 
Nossa! Isso foi... tocante! Sério mesmo, acho que nunca tinha lido algum conto seu, Amélie! Se bem que esse tá mais pra desabafo, né? Enfim... parabéns, tá lindão! :)
 
Concordo com Carol, muito lindo...e me lembrei de uma frase de Liv Ulman, que lí uma vez, assim: "Porque o tempo é tão implacável, roubando-nos as oportunidades se não formos suficientemente rápidos para agarrá-las imediatamente?"
 
é... digamos que foi mesmo inspirado nesse sentimento de perda de agora... na verdade em perdas ao longo dos últimos tempos... nem sei mais!
 
Mas está legal mesmo, simples, sucinto, as perdas nos levam a pensar em muita coisa mesmo, mas no fim, com o devido tempo e entendimento possível da situação, se tornam armas motivadoras do sucesso, é triste um monte de coisaque vem a perda, mas como tú mesma disse - Talvez seja por isso que um dia você o encontrou, amou e no outro ele partiu. - mas mesmo assim depois ( de algum tempo) vc sorriu - :)
 
é... a gente sempre precisa desse tempo... estou me obrigando a aceitar essas mudanças, afinal a gente também precisa ter fé no desconhecido... O futuro é só uma história que ninguém nos contou... Entender, pois, é um mistério que não precisa ser desvendado... É esse aí a grande motivação de seguir em frente... recapitulando Mario Quintana "A morte é o aperitivo da vida"....
 
Amélie disse:
é... a gente sempre precisa desse tempo... estou me obrigando a aceitar essas mudanças, afinal a gente também precisa ter fé no desconhecido... O futuro é só uma história que ninguém nos contou... Entender, pois, é um mistério que não precisa ser desvendado... É esse aí a grande motivação de seguir em frente... recapitulando Mario Quintana "A morte é o aperitivo da vida"....

:) :lol: :hanhan: ;) :hihihi: :nana: :uhu: :cheer: :mrpurple:

Hummmm, vejo um pequeno lance de sorriso nesse rosto, isso me deixa mais confortável.
 
:) ôoo Cabal... com tantas carinhas é impossível não sorrir... Não se preocupe...

"Que a força do medo que tenho
Não me impeça de ver o que anseio;
Que a morte de tudo em que acredito
Não me tape os ouvidos e a boca;
Porque metade de mim é o que eu grito,
Mas a outra metade é silêncio...

Que a música que eu ouço ao longe
Seja linda, ainda que tristeza;
Que a mulher que eu amo seja pra sempre amada
Mesmo que distante;
Porque metade de mim é partida
Mas a outra metade é saudade...

Que as palavras que eu falo
Não sejam ouvidas como prece
E nem repetidas com fervor,
Apenas respeitadas como a única coisa que resta
A um homem inundado de sentimentos;
Porque metade de mim é o que ouço
Mas a outra metade é o que calo...

Que essa minha vontade de ir embora
Se transforme na calma e na paz que eu mereço;
E que essa tensão que me corrói por dentro
Seja um dia recompensada;
Porque metade de mim é o que penso
Mas a outra metade é um vulcão...

Que o medo da solidão se afaste
E que o convívio comigo mesmo
Se torne ao menos suportável;
Que o espelho reflita em meu rosto
Um doce sorriso que me lembro ter dado na infância;
Porque metade de mim é a lembrança do que fui,
A outra metade eu não sei...

Que não seja preciso mais do que uma simples alegria
para me fazer aquietar o espírito
E que o teu silêncio me fale cada vez mais;
Porque metade de mim é abrigo
Mas a outra metade é cansaço...

Que a arte nos aponte uma resposta
Mesmo que ela não saiba
E que ninguém a tente complicar
Porque é preciso simplicidade para faze-la florescer;
Porque metade de mim é platéia
E a outra metade é canção...

E que a minha loucura seja perdoada
Porque metade de mim é amor
E a outra metade... também."

Oswaldo Montenegro
 
#ARALHO, essa letra é foda, sempre admirei ela, é muito forte, poética, romântica e cheia de esperança, putz, bateu onda agora.
 

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