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Notícias Prêmio Nobel Literatura 2018/2019 (excepcionalmente em um mesmo ano)

Fúria da cidade

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Notícia original publicada no site da academia em 5 de Março de 2019
Nobel Prize in Literature to be awarded again

The Nobel Prize in Literature will once again be awarded, and this autumn Laureates for both 2018 and 2019 will be announced. The Nobel Foundation's Board of Directors believes that the steps that the Swedish Academy has taken and intends to take will create good opportunities for restoring trust in the Academy as a prize-awarding institution.

During the past year, the Nobel Foundation has had a close dialogue with the Swedish Academy about the problems that arose in late 2017 and early 2018. Several important changes have been implemented since then. The Academy's regulations have been amended, making it possible for members to resign. The statutes have been clarified. Several new members have been elected. The Academy also no longer includes any members who are subject to conflict of interest or criminal investigations.

Given the situation that has arisen, in order to increase confidence in the Nobel Prize in Literature the Swedish Academy has also approved a new system for its Nobel Committee for the next few years. Five independent external members, who will add valuable new perspectives, will participate in the task of selecting Nobel Laureates. The new committee will submit its own joint proposal for a Nobel Laureate. The Nobel Foundation has also learned that the Swedish Academy has changed the composition of the Nobel Committee so that it no longer includes members who have been associated with the past year's events. The new system is applied to both the 2018 and 2019 prizes.

One important element of the Nobel Foundation’s dialogue with the Swedish Academy has been the question of changes in the Academy's future regulations, organisational structure and working methods. Several changes of this kind have already been made. The organisational structure has been clarified and the Academy intends to practice greater openness, for example concerning its finances. The Academy has now also undertaken to investigate the issue of how expulsion cases should be handled in the future. Furthermore, the Academy is studying the potential for introducing some form of time limitation on membership, in order to simplify ongoing future reforms in its activities while ensuring continued suitable competency and work capacity.
Overall, during the past year the Swedish Academy has taken a number of important steps to deal with the problems that arose late in 2017, and more are planned. Although it will take time to fully restore confidence, the Board of the Nobel Foundation believes that the prerequisites for this are now good. Given the reforms that have been implemented and planned, the Swedish Academy has the opportunity not only to put the past year behind it, but also to become a better-functioning organisation in the future.

Academia Sueca vai entregar Prêmio Nobel de Literatura de 2018 e 2019

No ano passado, entrega do prêmio foi adiada depois que foram revelados casos de escândalo sexual envolvendo um integrante da academia.

A Academia Sueca terá permissão para conceder o Prêmio Nobel de Literatura de 2018, juntamente com o prêmio deste ano, informou o jornal sueco Dagens Nyheter nesta terça-feira (5).

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Prédio da Academia Sueca em Estocolmo — Foto: Fredrik Sandberg/TT via AP

A Fundação Nobel impediu a entrega do prêmio no ano passado depois que foram revelados casos de escândalo sexual envolvendo o dramaturgo Jean-Claude Arnault.

Arnault, casado com uma integrante da Academia Sueca, é uma conhecida personalidade da cultura francesa e tinha vínculos estreitos com a academia.

O Nobel de Literatura já deixou de ser entregue em várias ocasiões, da mesma forma que os outros, durante as guerras mundiais do século passado, mas nunca por outros motivos. Em 2018, foi a primeira vez que o Nobel não foi concedido desde 1949.

Acusações

Em 2017, 18 mulheres revelaram de forma anônima ao jornal Dagens Nyheter "as supostas humilhações e abusos cometidos por uma personalidade cultural vinculada à instituição, em alguns casos na suas dependências".

A revelação de que se tratava de Jean-Claude Arnault só foi feita mais tarde. O francês de 72 anos foi condenado a dois anos de prisão por um estupro cometido em 2011 e que só veio à público no contexto do movimento #MeToo.

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Foto de 19 de setembro de 2018 mostra o fotógrafo e diretor artístico francês Jean-Claude Arnault (ao centro) chegando a uma corte em Estocolmo; ele foi acusado de estupro e abuso sexual — Foto: Jonathan Nackstrand/AFP
 
Isso me lembra o motivo de eu não dar muita bola para o Nobel: quase sempre ganham uns ilustres desconhecidos que não têm nenhum impacto na minha vida :lol:
Sou bem mais do Prêmio Camões. (dá-lhe Chico! Kkk)
 
Depois do Bob Dylan e do escândalo, é o jeito que o Nobel de literatura encontrou pra voltar a mídia. É o famoso "é o que tem pra hoje'.
 
Pois então. O Nobel de tempos em tempos premia alguém famosinho e badalado, sim; mas se pegarmos a lista de todos os laureados desde o início, veremos que aqueles que permanecem consagrados por público e crítica até hoje são uma pequena minoria. Alguns até vieram a estar em evidência e hoje são conhecidos, mas só depois de ganharem o prêmio e atiçarem a curiosidade do público e o interesse das editoras. :)
 
Pois é. O último vencedor que lembro ter sido já consagrado pela crítica e pelo público foi o Vargas Llosa.
 
O Bob Dylan não foi uma unanimidade, não é? Muita gente da crítica e do público criticou...
 
É que você falou sobre ser previamente consagrado, não que a premiação foi de aprovação unânime.
O Dylan é reconhecido pela crítica e por profissionais do meio como um dos maiores letristas da música, sem dúvida, e conta com um popularidade imensa. É tipo um Chico Buarque gringo, ressalvadas as devidas proporções rs.
A treta que o envolveu na verdade era porque as suas letras de música, a depender da abordagem, poderiam não ser consideradas poemas, e ele por conseguinte não seria poeta. Pelo menos foi a minha percepção da coisa. :dente:
 
E essa agora?

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Por que três países europeus querem anular o último Nobel da Literatura


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8.abr.2007 - Handke visita igreja sérvia perto da capital do Kosovo Imagem: Reuters

Na região de passado recente mais atribulado da Europa, cidadãos e até governos de três países se dizem ofendidos e querem a anulação do prêmio Nobel de Literatura de 2019, concedido ao escritor austríaco Peter Handke.

A nomeação provocou reações na Albânia, na Bósnia e no Kosovo -oficialmente não reconhecido pelo Brasil como país independente. Um dia antes do anúncio do Nobel da Paz, a escolha da Academia Sueca soou nos Bálcãs como um elogio à guerra.

"O fato de uma instituição renomada como a Academia Sueca dedicar seu prêmio mais alto a Handke é repulsivo e insultante para aqueles que sofreram tudo aquilo que o escritor nega que existiu", disse ao UOL Kemal Pervanic, sobrevivente de um campo de concentração na Bósnia em 1992.
Kemal tinha 24 anos quando, durante a dissolução da Iugoslávia, tropas sérvias invadiram a Bósnia e confinaram populações de origem muçulmana — como a sua família.

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Sobrevivente de um campo de concentração, Pervanic critica a escolha da Academia Sueca
Imagem: Arquivo pessoal

O campo de concentração em que Kemal estava preso foi descoberto por jornalistas ingleses após dez semanas. Com o escândalo internacional, 1.200 prisioneiros, incluindo ele e seu irmão, foram liberados, mas tiveram que fugir da Bósnia.

A alguns quilômetros dali, em vilarejos como Srebrenica, os prisioneiros não tiveram a mesma sorte, e mais de 8.000 homens e meninos foram assassinados.

Apesar da extensa documentação e dos julgamentos internacionais, Handke, premiado por sua literatura, diz que não houve campo de concentração, nem genocídio. Ele chegou a dizer que os bósnios muçulmanos haviam fingido tudo para sujar a imagem da Sérvia.

Ao ser anunciado vencedor do Nobel deste ano, Handke, cuja língua materna é o alemão, comemorou em sérvio para TVs de Belgrado.

"Hoje à noite, vamos tomar uma rakija [licor típico da sérvia] e uma taça de vinho branco", disse Handke.

Fã da Iugoslávia


Handke nasceu na Áustria e tinha mãe eslovena — uma das nacionalidades que compunham o caldeirão multiétnico da antiga Iugoslávia.
Ele cresceu admirando a república socialista e a via como um contraponto à sociedade de consumo capitalista. No início da década de 1990, com o início da desintegração iugoslava, Handke tomou partido de Belgrado, que tentava manter a unidade da federação, e ignorou as denúncias de atrocidades cometidas pelas milícias sérvias.

Em 2006, Handke fez um discurso emotivo e elogioso no funeral de Slobodan Milosevic, acusado de liderar forças sérvias nos crimes de guerra contra a Bósnia, a Croácia e o Kosovo.

"Ele faz apologia a crimes como genocídio e nunca se preocupou em encontrar a verdade conversando com aqueles que sofreram nas mãos dos sérvios", afirma Kemal, que hoje mora na Inglaterra e mantém um projeto para promover a integração entre etnias na Bósnia.

Pervanic é um dos que tem se manifestado publicamente contra a nomeação de Handke. E as declarações não se limitam à sociedade civil.

Presidentes da Albânia e do Kosovo


Após a divulgação do prêmio, o presidente do Kosovo, país que declarou unilateralmente independência da Sérvia em 2008, foi ao Twitter protestar.
"O genocídio na Bósnia e no Kosovo tiveram um autor. Handke escolheu apoiar e defender esses autores. A decisão do Prêmio Nobel traz imensa dor às incontáveis vítimas", escreveu Hashim Thaçi.

A população do Kosovo, em grande parte de origem albanesa e muçulmana, também acusa as forças sérvias de crimes de guerra.
Na Albânia, país solidário ao Kosovo pelos laços étnicos, o presidente Edi Rama também demonstrou indignação nas redes sociais.
"Nunca pensei que sentiria vontade de vomitar por um prêmio Nobel", escreveu.

Nas plataformas de petição online, surgem dezenas de ações coletas de assinatura pedindo que o prêmio seja revogado.
O UOL pediu à Academia que se manifestasse sobre a polêmica, mas não teve resposta.
 
Olha, o comitê do Nobel precisa seriamente pensar melhor nas suas decisões porque uma bola fora dessas é no mínimo uma vergonha e um ultraje. Se continuar desse jeito daqui a pouco ganhar esse prêmio não vai mais ser uma honra e sim um insulto.
 
Última edição:
Pois é. Agora fiquei surpreso. O Nobel nunca se pautou unicamente pela qualidade literária; nunca foi arte pela arte. Havia sempre ali um elemento político, um certo engajamento por causas humanitárias, ou coisa assim. Daí me vêm com essa... Eu não conhecia o autor; achei que fosse um zebrão aleatório, depois descobri que até já foi traduzido por aqui, e que era relativamente famosinho. E agora essa treta aí. A Academia Sueca, depois de ficar um ano sem prêmio por causa de uma polêmica intestina, agora dá um tiro no pé. Mas não acho que exista essa possibilidade de anular o prêmio, mesmo assim.
 
O prêmio pode até não ser anulado, mas só a existência desse questionamento, somado a outros fatos, é só manchas que não param de acumular na sua credibilidade.
 

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