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Preconceito

Recebi esse e-mail agora e gostaria de compartilhar .


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Hoje, tenho eu a impressão de que o "cidadão comum e branco" é agressivamente discriminado pelas autoridades e pela legislação infraconstitucional, a favor de outros cidadãos, desde que sejam índios, afrodescendentes, homossexuais ou se autodeclarem pertencentes a minorias submetidas a possíveis preconceitos.

Assim é que, se um branco, um índio e um afrodescendente tiverem a mesma nota em um vestibular, pouco acima da linha de corte para ingresso nas Universidades e as vagas forem limitadas, o branco será excluído, de imediato, a favor de um deles! Em igualdade de condições, o branco é um cidadão inferior e deve ser discriminado, apesar da Lei Maior.

Os índios, que, pela Constituição (art. 231), só deveriam ter direito às terras que ocupassem em 5 de outubro de 1988, por lei infraconstitucional passaram a ter direito a terras que ocuparam no passado. Menos de meio milhão de índios brasileiros - não contando os argentinos, bolivianos, paraguaios, uruguaios que pretendem ser beneficiados também - passaram a ser donos de 15% do território nacional, enquanto os outros 185 milhões de habitantes dispõem apenas de 85% dele.. Nessa exegese equivocada da Lei Suprema, todos os brasileiros não-índios foram discriminados.

Aos 'quilombolas', que deveriam ser apenas os descendentes dos participantes de quilombos, e não os afrodescendentes, em geral, que vivem em torno daquelas antigas comunidades, tem sido destinada, também, parcela de território consideravelmente maior do que a Constituição permite (art. 68 ADCT), em clara discriminação ao cidadão que não se enquadra nesse conceito.

Os homossexuais obtiveram do Presidente Lula e da Ministra Dilma Roussef o direito de ter um congresso financiado por dinheiro público, para realçar as suas tendências - algo que um cidadão comum jamais conseguiria!

Os invasores de terras, que violentam, diariamente, a Constituição, vão passar a ter aposentadoria, num reconhecimento explícito de que o governo considera, mais que legítima, meritória a conduta consistente em agredir o direito. Trata-se de clara discriminação em relação ao cidadão comum, desempregado, que não tem esse 'privilégio', porque cumpre a lei.

Desertores, assaltantes de bancos e assassinos, que, no passado, participaram da guerrilha, garantem a seus descendentes polpudas indenizações, pagas pelos contribuintes brasileiros. Está, hoje, em torno de 4 bilhões de reais o que é retirado dos pagadores de tributos para 'ressarcir' aqueles que resolveram pegar em armas contra o governo militar ou se disseram perseguidos.

E são tantas as discriminações, que é de perguntar: de que vale o inciso IV do art. 3º da Lei Suprema?

Como modesto advogado, cidadão comum e branco, sinto-me discriminado e cada vez com menos espaço, nesta terra de castas e privilégios.


( *Ives Gandra da Silva Martins é renomado professor emérito das universidades Mackenzie e UNIFMU e da Escola de Comando e Estado do Exército e presidente do Conselho de Estudos Jurídicos da Federação do Comércio do Estado de São Paulo ).


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:tchauzim:
 
"Se um branco, por exemplo, sair à rua com uma camiseta dizendo "Sou branco", poderá ser enquadrado como delinqüente, sob a acusação de conduta racista. Se um afro-descendente – uso a expressão para não ser criticado – declarar em sua camiseta "Sou afro-descendente", não só nada lhe acontecerá, como tal qualidade lhe assegurará privilégios, como, por exemplo, o acesso às cotas universitárias.

Se um cidadão sair declarando, na comunidade, que é "heterossexual" e orgulhar-se de utilizar esse impulso natural de forma a assegurar a continuidade do gênero humano – só a união do homem e da mulher pode gerar descendência – poderá ser rotulado de preconceituoso, muito embora as "paradas do orgulho-gay" não sejam consideradas ofensivas à esmagadora maioria das pessoas que não têm as preferências de seus participantes e organizadores.

Esta cultura de valorização de certas pessoas e situações, à custa de desvalorização de outras, – um branco, para ingressar na universidade, vale menos que um afro-descendente -, em vez de auxiliar o engrandecimento de um país em que todos são iguais e que, na solidariedade, deve lastrear seu progresso, cria profundas e crescentes injustiças. Torna, o Brasil, uma nação constituída de "guetos" inconciliáveis de brancos, negros, índios e outros, aprofundando uma divisão que não deveria existir."

(tb do ives gandra)
 
:susto: :eek:

Esses textos são ótimos pra se fazer um exercício de compreensão de texto.
Mais especificamente o que se costuma chamar de "ler nas entrelinhas".
Tem um livro muito bom sobre isso: "A Arte de pensar" de Pascal Ide.

Pensar é bom... :lily:
 
Meu professor de Direito comentou algo parecido esses dias antes das férias.
Ele encontrou um cartaz na rua dizendo " 1° Encontro de mulheres negras de Porto Alegre".

E se ele por acaso encontrasse um escrito " 1° Encontro das mulheres brancas de Porto Alegre"?
 
Pois é. Ninguém nega os direitos daqueles que foram oprimidos ou coisa parecida, mas alguns erros históricos não justificam outros nem dão o direito dessas minorias serem por sua vez elas mesmas racistas, que é exatamente o que tem acontecido.

Muita gente fica com o pé atrás de comentar isso justamente por medo de ser chamada de racista, quando na verdade a atitude mais racista é outra. Mas aparentemente não se pode criticar as atitudes das minorias, independente de como tais atitudes sejam, pois não é "politicamente correto".

Parabéns ao Sr. Ives Gandra pela coragem de expressar sua opinião.
 
Nossa ! Gostei de ter criado este tópico !

Pessoal gosta de discutir um assunto social :timido:
Preciso trazer mais coisas do tipo :pipoca:




:tchauzim:
 
Também achei muito interessante o tópico, os dois textos mostram a coragem de Ives Granda em expor essas idéias, mas que, na verdade, não passam da realidade.

Gerar privilégios a negros, índios e homossexuais pode sim ser interessante, mas desde que esses privilégios não extrapolem e se tornem algo que prejudique muito os chamados brancos.

Quando isso acontece a desigualdade permanece, apenas muda de lado :sacou:

E principalmente no que se diz respeito as cotas na universidade acho que ela mudou de lado e prejudica muito algumas pessoas.
 
Desculpem, mas esses dois textos são dos exemplos mais acabados de manipulação que já vi.
Tentei fazer um distanciamento da emoção que esse tipo de texto me causou e me perguntei
se o que ele apresenta condiz com a realidade.

É real o que ele escreveu?
É real pra vocês?
É o que vocês vêem no vosso dia-a-dia?

Brancos discriminados?

"Assim é que, se um branco, um índio e um afrodescendente tiverem a mesma nota em um vestibular, pouco acima da linha de corte para ingresso nas Universidades e asvagas forem limitadas, o branco será excluído, de imediato, a favor de um deles! Em igualdade de condições, o branco é um cidadão inferior e deve ser discriminado, apesar da Lei Maior."

É assim mesmo? Quantos de vocês aqui neste fórum (que se consideram brancos) sofreram esse tipo de "discriminação", ou têm amigos ou parentes que a sofreram?
Quantos de vocês perderam vaga em escola, universidade ou um cargo em algum concurso público porque são brancos e tiveram que ceder a vaga a um negro ou a um índio?


"Os índios, que, pela Constituição (art. 231), só deveriam ter direito às terras que ocupassem em 5 de outubro de 1988, por lei infraconstitucional passaram a ter direito a terras que ocuparam no passado. Menos de meio milhão de índios brasileiros - não contando os argentinos, bolivianos, paraguaios, uruguaios que pretendem ser beneficiados também - passaram a ser donos de 15% do território nacional, enquanto os outros 185 milhões de habitantes dispõem apenas de 85% dele.. Nessa exegese equivocada da Lei Suprema, todos os brasileiros não-índios foram discriminados."
(grifo meu)

Isso é verdade! Eu e minha família (de brancos!) estávamos esperando umas terras lá no Tocantins e (por causa desses índios!) fomos discriminados e estamos sem terra, na rua da amargura, sem trabalho e sem casa.
Malditos índios! Porque eles têm direito à terras no Brasil e eu não?
Porque eles não vão lá pra terra deles, lá em ...
Ai!... abafa o caso! :rolleyes:
Vamos pra próxima...

"Os homossexuais obtiveram do Presidente Lula e da Ministra Dilma Roussef o direito de ter um congresso financiado por dinheiro público, para realçar as suas tendências algo que um cidadão comum jamais conseguiria" (grifo meu)

Interessante! Os homossexuais tiveram um congresso financiado pra poderem realçar suas tendências, já o cidadão comum jamais conseguiria tal financiamento pra realçar suas tendências que seriam... hmmmm?... alguém sabe?... tem uma idéia? ...
:uhum:
Bem, vamos pra próxima (tem tantas!)


Ah! Essa é supimpa!

"Se um branco, por exemplo, sair à rua com uma camiseta dizendo "Sou branco", poderá ser enquadrado como delinqüente, sob a acusação de conduta racista."
(mas o mais provável é que ele apenas seja visto como um babaca :dente: ) continuando:

" Se um afro-descendente – uso a expressão para não ser criticado – declarar em sua camiseta "Sou afro-descendente", não só nada lhe acontecerá, como tal qualidade lhe assegurará privilégios, como, por exemplo, o acesso às cotas universitárias." (grifo meu)

O que é esse nosso país, né minha gente?!
De acordo "co dotor Gandra" é só você sair por aí com uma camiseta escrita "Sou Negro" e terá assegurada uma vaga na Universidade!
:uhu:

¬¬
Ah, chega, já encheu! (o saco e o post)


Desculpem o tom irônico/babaca com que escrevi os comentários, mas é que esses textos são tão manipulados que dá até vergonha.
Não só por não expressar a verdade mas por descaradamente pegar pela emoção do leitor.
A vida no Brasil é difícil, A MAIORIA das pessoas daqui não tem acesso à educação, a um atendimento médico decente, à alimentação apropriada; conseguir (e se manter) num emprego é difícil, passar no vestibular de uma faculdade pública é muito difícil principalmente se você for jovem e não tiver dinheiro, tudo isso é difícil seja você branco, preto, japonês ou boliviano.

Aí a gente lê um texto desses, escrito por um cara que faz parte da elite paulistana, se apresentando como "modesto advogado, cidadão comum e branco" (só pode estar tirando uma da nossa cara!) partindo de exemplos singulares (ou deveria dizer, hipóteses singulares, como no
caso dos brancos discriminados num vestibular), afirmando tanta coisa com exemplos e argumentos pífios! Totalmente fora da realidade!

É isso que gostaria de chamar a atenção de vocês.
O que esse senhor escreveu, condiz com a SUA realidade?
Você conhece quantos negros que ocupam cargos de importância (gerência e/ou diretoria) nas grandes instituições (privadas e públicas)?
Quantos professores-doutores negros você tem na sua universidade?
Quantos professores-doutores abertamente gays?
Quantos alunos negros ou índios você já viu em universidade ou escola particular de ensino médio? (e mais: que tomaram o lugar de um aluno "branco"?)
Quando você vai ao centro de São Paulo, você nunca viu aqueles descendentes de índios miseráveis vendendo artesanto? Você acha que eles estão lá porque não querem trabalhar nas suas terras? As terras que, segundo o Dr.Grandra, eles tomaram de nós, brancos?
(Cara! Isso é tão absurdo que dá até vontade de rir, parece um daqueles episódios do Monthy Phyton! :rofl: )

Bom, não sei se alguém teve saco pra ler tudo até o fim, mas sabe, eu aprendi que, quando se lê um texto assim, deve-se sempre verificar as fontes e nesse caso, pra ir até "as fontes" não é preciso ler livros jurídicos e nem mesmo a Constituição, pois elas são a vida, as ruas da cidade (seja ela qual for), a escola ou Universidade, o trabalho, as pessoas que se relacionam conosco.

Quanto à mencionada "coragem" do Dr.Gandra (mencionada não só neste fórum, mas em outros lugares em que esses textos foram apresentados) vamos combinar que, pra um cidadão: branco, paulistano de elite, advogado famoso e professor universitário, escritor e com espaço garantido na mídia, é bem fácil ter esse tipo de "coragem", não?
 
[align=justify]É possível perguntar melhor, Clara. Quantos de “nós” não pudemos entrar na faculdade à revelia da meritocracia? Quantos tinham vagas reservadas?

“’Se um branco, por exemplo, sair à rua com uma camiseta dizendo "Sou branco", poderá ser enquadrado como delinqüente, sob a acusação de conduta racista."
(mas o mais provável é que ele apenas seja visto como um babaca )’”
O negro , sem dúvida, não seria babaca se fizesse isso, certo?

Provavelmente ele seria definido por alguns como alguém que “resgata o orgulho”, alguém que dá valor as suas origens e luta contra a racista sociedade branca, capitalista, eurocentrista, opressora que não trouxa nada além de democracia, liberdades individuais, imprensa livre, igualdade entre os sexos, filosofia, etc e tal. Toda essa porcaria que a África não tem e nunca precisou. (Se você gosta de Monty Python, isso terá soado familiar, não preciso nem mesmo evocar o “romans go rome”)

“Você conhece quantos negros que ocupam cargos de importância (gerência e/ou diretoria) nas grandes instituições (privadas e públicas)?
Quantos professores-doutores negros você tem na sua universidade?
Quantos professores-doutores abertamente gays?
Quantos alunos negros ou índios você já viu em universidade ou escola particular de ensino médio? (e mais: que tomaram o lugar de um aluno "branco"?)
Quando você vai ao centro de São Paulo, você nunca viu aqueles descendentes de índios miseráveis vendendo artesanto? Você acha que eles estão lá porque não querem trabalhar nas suas terras? As terras que, segundo o Dr.Grandra, eles tomaram de nós, brancos?”

Você sofisma, Clara. De acordo com suas premissas, de alguma forma misteriosa os brancos são os culpados por haver poucos negros no ensino médio e superior. De alguma forma os brancos são culpados se há “poucos professores-doutores”. Essa é a mentalidade que cria parasitismo. Nesse surrealismo, se um não-branco falha, essa falha não é culpa dele próprio(ou de fatores culturais), mas do branco (ou nipônico) correto? Se o sujeito não passa numa entrevista de emprego, isso não ocorreu porque ele resolveu aparecer por lá com a cueca aparecendo, ou com uma camiseta com marcas de tiro, ou sem um prosaico banho. Isso ocorreu, evidente, porque ele é negro e foi discriminado.

Nós vemos a igualdade a cada dia, Clara. Índios “inimputáveis” agredindo com facões aqueles que ousaram se expressar. Ministras da “Integração Racial” declarando estarem perfeitamente à vontade com a idéia – para elas justificada – de negros se recusarem a conviver com brancos. Bugres habilidosos na arte de trocar os celulares e os notebooks por alguns minutos de cara-pintada enquanto pulam para alguma câmera. Escândalo e horror (se não prisão) por qualquer expressão de pensamento que esteja em desacordo com o modo politicamente correto de ser. [/align]
 
Pretendo responder o tópico depois, mas seguem alguns textos para reflexão. Com sorte deixamos o patamar do senso comum e podemos discutir isso em outros termos.

Alex Castro, do "Liberal, Libertário e Libertino", publicou recentemente uma série de posts sobre racismo, assunto que ele estuda. Os posts são ótimos e, uma vez que chocam, talvez mudem o rumo dessa discussão. Alguns pontos merecem reparos, mas como introdução funcionam muito bem. Alguns trechos para despertar a curiosidade:

Alex Castro disse:
O racismo é um sistema político e uma estrutura de poder baseados em um Contrato Social (na verdade, um Contrato Racial) no qual os membros da raça dominante formam um acordo tácito de, ao mesmo tempo em que garantem para si a maior parte das riquezas/oportunidades/etc da sociedade, também consentem em não ver o próprio sistema, criando assim a "alucinação consensual" de um mundo sem raças, meritocrático e igualitário, que passa a mediar sua interpretação da realidade. Nem todos os brancos são signatários do Contrato Racial, mas todos são beneficiários. (Mills, 11)
[http://www.interney.net/blogs/lll/2008/12/24/o_livro_do_ano_the_racial_contract_por_c/]

Alex Castro disse:
De acordo com suas declarações, os jovens acima vivem em uma sociedade justa e meritocrática. Não pensam em raça porque isso não é necessário. No anúncio da escola, não aparecem nem brancos nem negros, só pessoas, só alunos. Sua raça é irrelevante. Quem faz o racismo existir (ou seja, antes ele não existia) são as pessoas que apontam e verbalizam a desigualdade racial - não as pessoas que a criaram ou que se beneficiam dela. O racismo não é a ação de fazer um anúncio sem negros ou a percepção disso como normal, mas sim a articulação desse fato como um problema. Se os racistas somente parassem de falar de raça, poderíamos todos viver no paraíso racial meritocrático de novo, como sempre foi.
[http://www.interney.net/blogs/lll/2008/12/19/a_invisibilidade_do_racismo/]

Alex Castro disse:
Brancos são 95% dos médicos, 98% dos diretores de empresa, blá blá, mas tudo bem, o mundo é assim mesmo, paciência.

Sempre que os negros tentam inverter o placar de 100 X 0 para 100 X 1, tipo criar uma lei que reserve 20% das vagas universitárias para negros, a maioria privilegiada fica histérica: injustiça!, revanchismo!, racismo inverso!

O termo racismo inverso surgiu no mundo do jazz americano, quando músicos, fãs e críticos brancos começaram a se sentir injustamente excluídos. Começaram até a dizer que, no mundo do jazz, vigorava a lei do Crow Jim (ou seja, o oposto da lei segregacionista Jim Crow).

Finalmente, em 1964, o músico Charles Mingus afirmou:

'Bem, até que comecemos a linchar brancos, nenhuma outra expressão terá o mesmo significado que Jim Crow. Até que sejamos os donos da Bethlehem Steel e da RCA Victor e da Columbia Records, e de várias outras indústrias, o termo Crow Jim não terá sentido.' (fonte)
[http://www.interney.net/blogs/lll/2008/12/17/racismo_reverso/]
 
Raphael disse:
[align=justify]É possível perguntar melhor, Clara. Quantos de “nós” não pudemos entrar na faculdade à revelia da meritocracia? Quantos tinham vagas reservadas?

Quando você escreve "quantos de nós" você está perguntando ou afirmando que isso existe na sua realidade, na sua vida?
Foi isso o que perguntei, pois nada do que o texto diz é real na minha vida, na minha classe social, no meu trabalho ou na faculdade que curso.

Acho que você não leu meu post inteiro, Raphael (não o culpo, eu exagerei! mas não sou sempre assim, não! :timido: ) ou se leu, talvez eu não tenha me feito entender direito.

O que eu quis chamar a atenção é pra maneira como aquele texto foi escrito. Pra manipular os sentimentos, pra pressionar, isso é antigo, bem anterior à revolução russa, ao nazismo etc.
Não sei qual foi a intenção do Doutor Gandra ao escrever os textos, mas é óbvio que uma pessoa assim:
http://www.palestrantes.org/palestrante/palestrante_Ives_Gandra.htm
está um pouco distante de saber o que é discriminação, não é?
Por isso perguntei se aquilo que ele afirma é a realidade na vida de vocês.

Raphael disse:
Você sofisma, Clara. De acordo com suas premissas, de alguma forma misteriosa os brancos são os culpados por haver poucos negros no ensino médio e superior. De alguma forma os brancos são culpados se há “poucos professores-doutores”. (...)

e aí você continua..., porém em nenhum momento afirmei isso.
Em todo o post eu questiono se o que o texto do Dr. Gandra diz é verdadeiro, na vida dos outros, porque, repito, na minha vida não é.

Seria muita estupidez minha (sendo branca, filha de europeus) escrever em qualquer lugar "os brancos são culpados"! :blah:
Além de simplista eu seria simplória já que historiadores, filósofos, teólogos e tals vêm debatendo essa questão (do racismo) há milênios e eu apareço aqui com a resposta na ponta da língua: "os culpados são os brancos (ou os nipônicos)"



No fim este post vai ser imenso como o outro, mas desculpem mais uma vez, prometo que é a última: :timido:

Raphael disse:
“’Se um branco, por exemplo, sair à rua com uma camiseta dizendo "Sou branco", poderá ser enquadrado como delinqüente, sob a acusação de conduta racista."
(mas o mais provável é que ele apenas seja visto como um babaca )’”
O negro , sem dúvida, não seria babaca se fizesse isso, certo?

Não, o negro não vai, e isso é óbvio uma vez que os adjetivos "negro" e "preto" dependendo das circunstâncias, têm conotações racistas.
Exemplo: (isso aconteceu a semana passada, na minha rua) algumas crianças estavam brincando aqui na minha calçada. Duas delas começaram a discutir (um menino e uma menina) a certa altura o garoto fala pra menina: " vai à merd*! sua preta!" e ela responde: "Ah! olha só quem fala!" (porque o menino que a xingou era bem moreno).
Repare que a garota ficou mais ofendida de ser chamada de preta do que de ter sido mandada à merd*!
Ela (e muitas pessoas) consideram ser visto como negro(a) uma ofensa!
Portanto, a pessoa negra que sai por aí com uma camiseta na qual está estampado "100% Negro" não é babaca pois está afirmando seu orgulho de pertencer à uma raça que é discriminada. (Ou não? Você afirma que não existe discriminação no Brasil?)
Um branco ter a mesma atitude seria (tá, não vou dizer babaca) insignificante pois os brancos são maioria, o "normal" é ser branco, ninguém é discriminado por ser branco, brancos não precisam afirmar nada com relação à sua raça.
Ah, é! Esqueci do Dr Gandra! Ele se acha discriminado:
http://www.gandramartins.adv.br/
:sim:
Tadinho...
 
O Ali Kamel escreveu um livro bacana sobre o assunto :(http://www.livrariacultura.com.br/scripts/cultura/resenha/resenha.asp?nitem=1621498&sid=011313097101229719496107553&k5=2F4BC536&uid=) Entre outras coisas, ele denuncia o engano na concepção crescente de um Brasil bicolor e o esquecimento da figura do mulato.
 
[align=justify]Cara Clara, você foi a única opinião destoante do tópico (o que denota uma pessoa de convicção), é claro que precisaria de algumas linhas a mais. E sim, eu li teu post inteiro, você levanta pontos importantes que gerariam um bom debate, só usei um pouco de sarcasmo na minha resposta para contrabalançar o seu. Nada que o House não acharia saudável, penso.

Mesmo assim, preciso insistir em discordar da maioria dos seus argumentos. Você perguntou o que é real na minha vida. Creio que a experiência pessoal não é imprescindível quando se faz uma análise ampla como esta, basta ser sensato. Em todo caso, seguem trechos de um artigo meu escrito há alguns anos:

“A ânsia pelo politicamente correto faz com que alguns vivam ou num estado de simpatia exagerada (como quando brancos tratam outras etnias, principalmente negros, melhor do que tratariam alguém de sua raça) ou num extremismo violento de revolta (no caso dos neonazistas). Esse completo descaso e preconceito moderno legalizado contra o branco vem fazendo as pessoas sentirem-se cada vez mais envergonhadas ou revoltadas, enquanto outras encontram no conveniente mote: “a culpa não é minha, sou uma vitima do sistema” a desculpa perfeita em qualquer situação adversa. No Brasil, se existe descriminação, ela é social. Tanto o branco quanto o negro pobre enfrentam as mesmas dificuldades para sair da pobreza. Alguns neoracistas acreditam que por negros com o mesmo tempo de estudo que brancos ganharem supostamente menos a “opressão” do negro por parte do branco pode ser demonstrada. Ora, orientais, genericamente, também ganham o dobro que os brancos. Por acaso isso é prova de racismo? Alguém vai chegar à conclusão que, com base nisso, amarelos oprimem brancos?

Fiz o ensino médio numa escola publica. Havia brancos, negros e mulatos na sala. Apesar de haver brancos, poucos ou nenhum tinham cabelos e olhos claros como eu, haja vista que minha cidade, nas ultimas décadas, como muitas outras, recebeu levas e mais levas de migrantes nordestinos. Certa vez, entrei numa discussão sobre Cuba com um professor comunista-cristão-negro (sinistro, não?). Não lembro bem sobre o que falávamos, mas lembro que em determinado momento, irritado, ele simplesmente cortou o que eu dizia e usou o fato da maioria dos jogadores da seleção de vôlei cubano serem negros para provar sua tese de que o sistema comunista cubano era superior. Não vi sentido no argumento usado, já que não estávamos discutindo nada racial. Lembrei-o que alguns dos jogadores da seleção de vôlei são brancos, mas que a maioria esmagadora dos jogadores brasileiros de futebol, de longe o verdadeiro esporte nacional, são negros. Acho que ele deu um sorrisinho afetado ou coisa parecida como que sugerindo que aquilo seria de se esperar de alguém como eu. Depois disso a discussão enveredou, inevitavelmente, para a questão racial. Em determinado ponto ele me “lembrou” que enquanto meus ancestrais comiam em mesas suntuosas - talvez, por refletir o retrato do professor brasileiro de nível educacional não muito alto, ele realmente acreditasse que não havia proletariado explorado na Europa ou camponeses que trabalhavam de sol a sol - os dele laboravam em meio a chibatadas e que, deste modo, isso faria só os melhores da raça sobreviverem aos rigores da escravidão, “provando”assim que o negro pertence a uma raça superior. Isso mesmo, lembro de algo dessa discussão devido a essa última afirmação macabro-darwiniana feita por um professor afirmando que o negro é racialmente superior.

Perguntei-me, e provavelmente você também se pergunta, o que teria acontecido se a situação fosse inversa. Se o professor fosse branco e o aluno negro. Mas antes de dizer o óbvio, lembrei de outro exemplo simples.

Na mesma escola, sem muito interesse em ministrar a aula, certa vez uma professora negra começou a discorrer sobre como não gostaria que seu filho negro se casasse com uma branca: “Se misturar com essa gente nunca dá certo”, dizia ela, enquanto outras mulheres sentadas ao lado concordavam comentando casos pessoais. Continuou a professora, não se incomodando em diminuir a voz: “Quando meu filho nasceu ‘café com leite’ eu achei que podia ter sido um castigo de Deus”, desabafou provocando risadas.

O leitor, se tiver tido paciência para ler até aqui, talvez indague sobre onde está o princípio da isonomia. Não é preciso procurar muito para encontrar desigualdades “democráticas” como essa. Basta ligar a TV, ir a uma banca de jornais ou pesquisar os casos de racismo e a etnia comum dos acusados de os cometer. Sempre serão brancos. É quase impossível não lembrar de George Orwell. Se substituirmos a palavra bichos pela palavra homens, a frase ficaria mais ou menos assim: “Todos os homens são iguais, porém alguns homens são mais iguais que outros.”

Estes foram apenas alguns exemplos. Olhando para sociedade atual em que vivemos, poderíamos encontrar mais centenas de outros. O abismo separando aqueles que não se enquadram a esse novo modo politicamente correto de ser vem aumentando cada vez mais, separando o que deveria tentar unir. Enquanto isso, o governo e o sistema educacional ajudam a tornar o racismo não-branco cada vez maior e com mais embasamento legal”[/align]
 
Infelizmente é a triste realidade. O texto não é manipulação nenhuma mas a triste realidade, se continuar assim nós os brancos vamos ter que nos pintar para sermos considerados pessoas de cor.
E sem querer generalizar muitos negros adoram estar sempre a fazer papel de coitadismo. Até na Europa onde os brancos são nativos e maioria sofrem muito mais preconceito do que os negros ou outras minorias etnicas.
 
Eu fico admirada que um texto desses tenha sido escrito por uma pessoa com tantas titulações e que, a meu ver, poderia ter uma visão menos apaixonada e mais objetiva do atual momento histórico-social.

Negros, homossexuais, índios e diversas outras minorias foram vítimas de violência física e simbólica ao longo da história. Somente em meados do século passado que emergiram os primeiros movimentos sociais por igualdade de direitos. Mas é uma besteira pensar que num sistema democrático, para que as pessoas tenham igual oportunidade de situações, a igualdade de direitos basta. Uma grávida e um idoso, por exemplo, precisam ter direitos especiais numa fila de banco.

Moro num estado em que maioria das pessoas são pardas, seguidas por brancas e uma pequena parcela de negros. Sou branca e não me identifico com nada desse texto. Jamais perdi uma vaga pra um negro, homossexual(eu que acho que posso perder por ser assumida) ou índio. Sério, dá vontade de rir ao ler isso porque tenho uma amiga lésbica que JAMAIS se assumirá. Ela faz Direito e teme que, ao saberem de sua opção sexual, ela jamais conseguirá passar num concurso público pra juiza ou promotora. Esse texto foi um dos mais falaciosos que já li. Exatamente porque ele ignora o passado histórico dessas minorias e, implicitamente sugere que um sistema de regras iguais para todos trará realmente uma igualdade de direito para todos. Ora, sabe-se que maioria dos negros têm baixa renda e não têm acesso à educação de qualidade(quando têm). Como eles terão iguais chances de concorrer com um branco que estudou numa escola particular de SP? Por favor, é ser muito hipócrita.

Se um branco, por exemplo, sair à rua com uma camiseta dizendo "Sou branco", poderá ser enquadrado como delinqüente, sob a acusação de conduta racista.

Eu já vi esse sofisma em vários lugares. Mais uma vez, quem o profere ignora, joga pra debaixo do tapete, fecha os olhos pra o passado histórico do Brasil. Pra começar, não estamos numa guerra pra decidir o que é melhor: se ser negro ou ser branco. Não há uma superioridade pelo teor de melanina que você possui na pele. O fato de negros se afirmarem como orgulho de sua cor é uma forma de reagir ao preconceito que considera ser negro algo feio e sem valor. E não me digam que eu estou inventando que haja um preconceito. É raro ver alguém ofender um negro sem utilizar uma palavra indicando de forma implícita ou explícita a cor daquela pessoa. E depois, por que um branco quereria afirmar que é branco? Eu não sinto essa necessidade. Entendo perfeitamente que os negros devem lutar por uma condição social mais digna.

E, gente, parem de usar o termo "raça". É um conceito que está em decadência na ciência. Pelo menos com a conotação que vocês estão usando.
 
A Diva é a "amostra grátis" daquilo que eu à muito digo, que "pior que um racista só mesmo um anti-racista. Passo a explicar muitos dos que se proclamam anti-racistas limitam a complexidade do ser humano a esteriotipos de dominação, ou seja para eles os negros são os eternos oprimidos, e por isso os anti-racistas são os piores racistas que existem. Além do mais preconceito, explorações e escravidão é algo transversal a todas as sociedades humanos, dizer que só as sociedades "brancas" tem essas características é indicio de uma grande ignorância histórica e completa alienação. Já para não falar de que os brancos foram vítimas de genocídio no Haiti após a independência da França, os brancos foram vítimas de genocídio após a indepedência de Angola e Moçambique por parte da quadrilha de criminosos racistas do MPLA e FRELIMO, e actualmente os brancos são vítimas de genocídio no Zimbabué e África do Sul, mas aí a media ocidental não fala nada. E depois vem fazer papel de coitadismo para os negros e outras "minorias"? Ai povinho hipócrita. Quem sofre mais preconceito são os brancos, isso é facto.
E mais querer comparar o ser homossexual com o ser negro é sacanagem, primeiro porque o homossexualismo além de ser contra natura é uma doença psiquiátrica e como tal pode ter cura, já quem nasce negro é assim para o resto da vida, e ninguém nasce homossexual. Aliás o próprio termo "homofobia" foi criada para destruir os valores e a moral da sociedade ocidental, não tem nada de mal em se ter uma postura crítica perante a homossexualidade, o problema á aceitar a destruição dos valores e a moral da sociedade, isso sim é que é inaceitável. Já para não falar que o homossexualismo é um crime contra as leis de Deus. Isso para mim como cristão nem tem discussão possível.
 
radicalismo em alta por aqui.

sei q pode parecer estranho eu, logo eu, falar isso, mas a verdade é q qq extremismo já nasce errado. talvez fosse melhor irmos de mãos dadas ou ñ com buda, pelo caminho do meio.
 
JLM disse:
radicalismo em alta por aqui.

sei q pode parecer estranho eu, logo eu, falar isso, mas a verdade é q qq extremismo já nasce errado. talvez fosse melhor irmos de mãos dadas ou ñ com buda, pelo caminho do meio.

Pois é...nosso amigo luso (acho eu) tem se mostrado fã de ideais típicos a extrema-direita. Ideais esses em ascendência no velho continente.
 
Essa é o único momento em que o brasileiro exercita a memória, quando é para dar um jeitinho de sair por cima. O que a mídia faz hoje é um jogo bem simples, eles fingem que estão apoiando a causa negra mas na verdade o sentido está bem claro: fazer o negro sentir-se inferior, cada vez mais rejeitado. O qu eme deixa aflito é ver que o Brasil está tomando um caminho regressivo, semelhante aos EUA, onde vale a lei do silêncio e da segregação. Será que até isso nós vamos copiar do americanos?

Todos podem exercer um cargo público, desde que passe no concurso. Dificil? O mundo não está fácil para ninguém, não só para o negro, mas para qualquetr que seja a pessoa que também vive lá naquela favela à margem da sociedade.

Eu tenho um amigo negro, daqueles bem ofendidos. Tudo para ele é racismo. Se barram a entrada dele num apartamento, é racismo. Se não dão um emprego, é racismo. Qualquer coisa é racismo. Sendo que ele nunca parou para ver que ele vai lá na entrevista, sob esse belo sol nordestino, todo vestido de preto e não dá sequer um sorriso. Ele não vê que na frente dele um outro negro tinha acabado de entrar no apartamente. Outra vez eu presenciei uma discursão de um negro com uma pessoa que parecia ter descendência asiática, e no meio de todo aquele barulho o asiático chama o negro de "macaco", ao que o outro começa a gritar "racista!" e corre para a delegacia. Viu as desmedidas? A poucos minutos ambos estavam falando que a mãe era isso, a irmã era aquilo, que o filho era viado.

Não estou dizendo que não exista racismo, existe sim, mas é menor do que é vendido e está relacionado com o poder aquisitivo. Até no humor, qualquer associação ao negro já suficiente para um levante inquisitivo. O mais engraçado é que atualmente a maior vítima de preconceito é o obeso, e, irônicamente, pode-se falar livremente na TV, no rádio, na internet, qualquer coisa de obeso.

É a politica das minorias, da falsidade e da hipocrisia.
 

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