V disse:
Esse é um tópico válido, apesar do post inicial apresentar uma boa dose de ingenuidade. Mas tudo bem, eu vou esclarecer algumas coisas pq a intenção foi boa.
É bom mesmo quando surgem tópicos que não sejam apenas sobre bandas especificas ou discussão sobre rótulos, etc. Algo mais abrangente no que diz respeito a música em si.
Eu respeito todos os estilos musicais, eu só não respeito todos os artistas e empresários que, hoje, representam a indústria musical.
Qualquer pessoa que puder fazer uma análise histórica baseada na eqüação "música de qualidade x produto enlatado para as massas" vai eventualmente perceber que, do vinil pra cá, a balança cada vez mais pendeu pro lado do segundo item.
É impossivei dissociar essa discussões proposta no tópico com a velha máxima sobre o que é comercial ou nao, entendendo comercial por algo ruim, de qualidade deplorável e tal.
A questão é que se fala sobre comercialização de uma forma totalmente errada e distorcida na minha opinião. Algo ser bem sucedido do ponto de vista mercadológico nao quer dizer que seja algo ruim. Infelizmente nós temos que entender que o fato de existir a palavrinha
indústria no termo
indústria cultural não é algo a toa e sem proposito.
Tudo hoje, devido ao sistema politico, economico a qual estamos submetidos, o tal capitalismo, obriga que todos os aspectos da produção humana, incluindo a produção artistica, estejam sujeita a comercialização.
Concordo se disserem que essa industrialização da arte acaba fazendo com que grande parte das coisas sejam transformadas em lixo, mas também nao podemos generalizar. Isso é estupidez.
Concordo quando você diz que uma pessoa com quantidade de massa cefálica normal tem a noção do que é algo enlatado para as massas e do que não é.
Existiram, existem e provavelmente existirão muitas bandas e artistas ótimos, digo de qualidade excelente, que surjam dentro de todo esse esquema capitalista intrincado.
Considerar algo ruim apenas por estar presente na mídia, ter representatividade ou por ser algo novo é completamente insensato, na minha opinião; considerar algo ruim pelo fato de desejar conseguir lucros, sendo um produto, e descartando a analise pela qualidade é tao insensato quanto.
É uma coisa feita com frequencia irritante por grande parte dos intelectualóides de plantão que vivem de uma nostalgia artificial, do culto a coisas imortalizadas como classicos, por nao possuirem a capacidade de distinção, critica e formulação de idéias próprias. Essa máxima da generalização pelo lance do ser comercial é uma ferramenta indispensavel para todo tipo de pseudo-qualquer-coisa (o que engloba todos os tipos de arte e suas subdivisoes).
Hoje a indústria musical se baseia muito mais na imagem do que na música em si. Quem viu "Quase Famosos" deve se lembrar de quando o Lester Bangs fala da "Industry of Cool". Bom, a gente está vivendo isso, praticamente.
É isso que eu não respeito.
Sim, isso é verdade. A imagem é muito mais impactante para as pessoas do que a música em si. Não só na industria fonografica isso, mas em tudo. Voce ve que a TV, que é o meio mais forte que existe hoje, é essencialmente imagem.
Por exemplo, Boy Bands. Artistas descartáveis, que servem apenas como transmissores de um produto. E esse produto é a imagem, não a música. A música, como o artista, serve para transmitir a imagem. E enquanto a imagem dos artistas é trabalhada no nível de glamour necessário para atingir em cheio a libido das pré-adolescentes de cabeça vazia, a música é o mais insípida e vazia possível, para que haja identificação intelectual imediata com o público-alvo supracitado.
BoyBand é o cumulo do absurdo, para nao dizer palavras mais feias q sao proibidas no horario nobre

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Voces ja viram como se construi uma boyband? E construir é a palavra ideial, pois é algo tao artificialmente nojento que nao se pode em algo formado.
Então, os produtores construem esses agrupados de caras bonitinhos, já tendo em vista um perfil de produto fechado. A "banda " está feita muito antes dela realmente existir.
Primeiro eles fazem uma seleção de garotos com traços latinos, depois de loirinhos com cara de bebe, depois de morenos com barba na cara e pose de mal.
É real e simplismente ridiculo. Eles se apoiam sempre nos mesmos esteriótipos desde os primordios da praga, da época do Menudos, New Kids on The Block, etc....podem reparar.
Esse processo vai totalmente contra o fato de uma banda ser algo organico, produção de algo através da coletividade, atrave´s da junção de individuos com o intuito de produzir
música
Um desfile de modo com roupagem de banda não da pra ser levado a sério.
Eles são talentosos? Talvez, mas estão a serviço do mal.
Sem, devemos exterminar os impuros.
É quase a mesma coisa com os grupinhos de pagode que infestavam as rádios há pouco tempo, agora nem tanto. Vocês sabiam que em praticamente
nenhum desses grupos os componentes tocavam os intrumentos na hora de gravar os discos? Não, ao invés disso eles contratavam algum músico consagrado pra tocar todos os intrumentos no lugar deles. Por que isso? Porque esses músicos mais velhos têm, é claro, muito mais talento do que os componentes do grupo, pois passaram sua
vida estudando
música, não alguns
meses estudando como
sorrir para a câmera.
O que dizer da
Britney Spears, que usou
playback da
própria voz no
Rock in Rio?
Isso ilustra perfeitamente o que eu disse sobre a importancia de atinarmos para a qualidade acima de tudo. Porque se prova por A + B que essas coisas são um lixo? Justamente pelo fato de apresentarem a qualidade deprimente através da falta de capacidade evidente, da falta de talento. Afinal qual a essencia de um bom artista, um bom musico senao seu talento? Claro que se lapida isso com estudo, mas tem que haver o talento em primeiro lugar. Caso contrario o maximo que voce vai conseguir é se tornar um ótimo leitor de partituras, um eximio masturbador de instrumentos musicais em geral.
Ou desse "funk" que eu já não tenho mais palavras pra definir o estágio em que chegou? (Chamar de "praga" seria superestimar o termo "praga". Gafanhotos não são tão nocivos.) Além da "música" se resumir a "vocais" desafinados além dos limites do ridículo e batidas programadas, a coisa é imoral. Faz apologia ao sexo irresponsável, etc. Tipo, crianças ouvem isso, caramba. É nojento.
O que eu penso é se isso, em termos de lucratividade, supre as expectativas, as metas esperadas. Ser lançado algo assim me preocupa pelo fato nivel em que colocaram as pessoas. O ser humano
Mas ainda em relação a imagem acima de tudo, podemos usar a mesma logica para analisar as bandas de hardrock glitter/poser/glam dos anos 80 por exemplo. Onde a idealização do termo rockstar estava em maior evidencia do que o proprio rock.
Ou mesmo podemos chegar a conclusao de que essas novas bandas de new metal, nao todas mas a maioria, sao a versao garoto-rebelde-crise-adolescente das cantoras pops tipo a Britney. Fazem parte do mesmo mix de produtos, mix esse que cobre toda uma area, passando pelos mais novos ate os mais velhos, pelos garotos ate as garotas, etc.
Vao muito mais além do que o Axé, o Pagode e os outros mais visados.