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Porto Maravilha, Rio de Janeiro

Bel

o.O
Daí que ontem minha aula de Urbanismo foi basicamente "como não fazer um projeto de reforma urbana", e o caso estudado foi o Porto Maravilha, no Rio de Janeiro.

Projeto mais mal resolvido que a primeira casinha que eu fiz no primeiro período.

O único projeto de (i)mobilidade previsto é aquele da perimetral, que não vai resolver coisa nenhuma, pois é, vai ficar praticamente da forma que está hoje. Junte a isso, um Plano diretor específico para a área permitindo construir muitas vezes mais que hoje, 90% reservado para prédios empresariais, com coeficiente de aproveitamento 12 (o mesmo de NY e Dubai), isso significa aumento de alguns milhares na quantidade de carros circulando, e a criação de apenas 900 vagas de estacionamento. Fora isso, nada mais foi planejado, o projeto é incompleto e fica assim mesmo.

Pessoas que moram e precisam passar por aquela região, preparem-se para o pior, enquanto isso rezem pra alguém ter um pouco de lucidez e resolver fazer um projeto decente enquanto ainda há tempo. Audiências públicas não existirão, então só rezem mesmo.
No mais, "Evitem o Rio." ¯\_(ツ)_/¯

Querendo ou não, eu leio muta coisa sobre esta reforma, pq ela me afeta diretamente: preciso passar pelo Porto pra chegar no trabalho. Então vou resumir mais ou menos o que sei:

- o projeto original, de 40 anos atrás, era fazer um mergulhão, não uma perimetral, e incentivar o uso de carros
- pra construir a perimetral, prédios históricos foram derrubados
- o motivo pra derrubar a perimetral agora é deixar o porto mais bonito visualmente pros turistas que chegam nos cruzeiros
- ok, tbm é pra revitalizar a área e fazer empresas construírem lá e bla bla bla

Dae eles falaram "vamos construir um condomínio residencial com 1300 apartamentos que vai ficar pronto pra ser usado pelos jornalistas durante as Olimpíadas". 4 anos depois, o Paes mudou de ideia:

Paes quer que árbitros e jornalistas fiquem na Barra nos Jogos de 2016
  • Ideia é excluir a Zona Portuária do roteiro de instalações olímpicas
RIO — Faltando pouco mais de dois anos para os Jogos Olímpicos, o prefeito Eduardo Paes vai propor, durante uma nova visita ao Rio da comissão de inspeção do Comitê Olímpico Internacional (COI) na semana que vem, que os 2.800 quartos destinados aos árbitros e parte da mídia que vai cobrir os Jogos Olímpicos de 2016 sejam realocados para da região do Porto para a Barra da Tijuca. A ideia é excluir a Zona Portuária do roteiro das instalações olímpicas. A decisão foi antecipada nesta quinta-feira pelo colunista do GLOBO Ancelmo Gois. O GLOBO apurou que uma das opções que a prefeitura vai apresentar é um novo condomínio do projeto Minha Casa Minha Vida, a ser construído na Colônia Juliano Moreira. O empreendimento será erguido nas imediações do traçado do BRT Transolímpico, que ligará a Barra a Deodoro. Nesta quinta-feira, Paes defendeu a mudança com o argumento de que ela representará uma economia entre R$ 50 milhões e R$ 70 milhões para o Comitê Organizador Rio 2016. Isso porque a entidade teria de pagar uma espécie de taxa pela ocupação do condomínio no Porto, por quase um ano.

A palavra final caberá ao COI, mas nesta quinta não faltaram críticas por parte de urbanistas. Eles reconheceram que, quando o Rio apresentou sua candidatura, a Zona Portuária não fazia parte do projeto olímpico. Mas o próprio prefeito, após ouvir a sociedade civil, convenceu o COI em 2010 a construir na Zona Portuária as vilas para os árbitros e para a chamada mídia não credenciada — jornalistas que estarão no Rio para acompanhar o dia a dia da cidade, não as competições.

Em 2010, o objetivo era transformar o chamado “Porto Olímpico” em uma âncora para novos empreendimentos na região. A prefeitura contratou o Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB) para realizar um concurso de projetos. O ganhador foi o Porto Olímpico, um conjunto de sete prédios com 1.300 apartamentos, já em construção. Um dos edifícios terá 40 andares e será o residencial mais alto da cidade. Até membros do COI participaram do lançamento do projeto, a convite da prefeitura.

O prefeito argumentou que o quadro atual mudou muito em relação a 2010:

— A situação hoje é diferente. Quando o Rio ganhou as Olimpíadas, ainda tentávamos tornar o projeto do Porto Maravilha viável. O empreendimento se transformou em realidade, e o condomínio será construído independentemente das Olimpíadas. Mas temos de pensar em custos. Por questões logísticas sai muito mais barato ter essa vila mais próxima do Parque Olímpico da Barra do que no Porto — afirmou Paes.

A construtora Solace, responsável pelo projeto, preferiu não se manifestar sobre a decisão. A prefeitura apenas confirmou que o cronograma de entrega dos apartamentos para os moradores, em 2017, será mantido.

O presidente do Comitê Organizador, Carlos Arthur Nuzman, por sua vez, limitou-se a afirmar que a decisão de transferir a Vila de Mídia partiu da prefeitura. Já o ex-presidente do IAB Sérgio Magalhães discordou da alteração:

— A mudança será uma dupla derrota: para o Centro e para o Porto Maravilha. Contar com um equipamento olímpico valorizaria muito mais o Porto, superando o gasto com o aluguel dos apartamentos — disse Sérgio.

O arquiteto João Pedro Beckhauser, cujo projeto venceu o concurso do IAB, também reclamou:

— Não posso achar uma notícia boa. Ter um equipamento olímpico no Porto foi uma demanda da sociedade carioca ao governo.

Enfim, a reforma ta ficando bonita sim, mas até terminar vai ser só caos :ahhh:
 
O mergulhão existirá, na praça Mauá. O problema, que é o mesmo que ocorreu aqui com uma obra menor é: Não se preocuparam com a estrutura do resto da cidade pra suportar todo o trânsito que será gerado por toda essa gente que começará a circular por lá. Uma reforma urbana é restrita a uma poligonal, mas afeta todo o resto da cidade. A impressão que eu tive ao ver o projeto é que ele foi feito às pressas e não deu tempo de pensar em tudo. E parece que foi isso mesmo.
A ideia é atrair empresários, pra isso serão levadas pra lá sedes de algumas grandes empresas (Banco Central, Docas, etc) e condomínios de luxo. As zonas com coeficientes de aproveitamento gigantesco ficam no perímetro "de dentro" voltado para a cidade, formando uma espécie de cinturão de arranha-céus, ou seja, se construírem realmente todo o potencial que foi dado pelo projeto, quem está na cidade não verá o porto.
Existe a previsão de obras de habitação social, só que esses apartamentos serão suficientes apenas para repor a moradia das pessoas que foram retiradas durante as obras, ou seja, não se cria habitação popular de fato. Não se cumpre um dos pontos principais do Estatuto das Cidades, que eles dizem seguir.
Além de que é quase certo que ocorrerá uma gentrificação das pessoas que moravam ali originalmente, devido à chegada das grandes empresas e turistas, valorizando a região e aumentando o custo de vida. (Como aconteceu em Salvador, na região do pelourinho)

Então resumindo, os principais problemas são a mobilidade urbana, que praticamente não foi pensada, a falta de planejamento do que garantirá movimento noturno, a segurança (que aparece apenas em forma de UPP em um das favelas) e a gentrificação que foi maquiada pela construção de pseudo habitação social.

Vai ficar bonito? Provavelmente sim, mas quando se fala em projetos urbanos existe muito mais coisa a se pensar.
 
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Mas porque entao voces nao vao para o trabalho de helicoptero?
Eta povo besta viu.....
 
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