Jeff Donizetti
Quid est veritas?
Ele nasceu na França, mora na Bélgica, é casado com uma americana e fala português com sotaque. Só que diz gostar de futebol. Mas o clube de coração é espanhol, o Real Madrid. Este é o porta-bandeira brasileiro dos Jogos Olímpicos de Londres, Rodrigo Pessoa, o maior cavaleiro da história do país.
Os pais, cariocas, se mudaram para Chantilly, na França, em 1965. Rodrigo nasceu sete anos depois. E fez toda a sua carreira na Europa, principal centro mundial do hipismo. Apesar disso, diz não ter ficado em dúvida ao escolher competir pelo Brasil.
[h=3]RODRIGO EM AÇÃO PELO BRASIL[/h]
“Nunca foi difícil o momento da escolha [por qual país competir], apesar de nascer na França e hoje viver na Bélgica. Isso [competir pela França] nunca me passou pela cabeça. Analisei ofertas com carinho e atenção, mas nada que me fizesse mudar. Nunca morei no Brasil, mas nunca tive razão pra direcionar minha carreira para outro lugar”, falou ao UOL Esporte.
Os motivos da escolha são claros, ele diz: manter a tradição do hipismo nacional iniciada por seu pai, Nelson Pessoa, que era o maior cavaleiro da história nacional até surgir Rodrigo, tricampeão da Copa do Mundo (98/99/2000) e medalha de ouro nos Jogos de Atenas no saltos.
“Eu tinha 18 anos e estava começando minha carreira internacional, não tinha porque optar por outro país, como a França. Então foi realmente tranquilo. Já tinha certeza que iria viver minha vida nesse trabalho. Queria continuar o que vinha sendo feito. A escolha foi fácil.”
O principal resultado do cavaleiro, em Atenas-2004, veio com atraso. Vice-campeão da prova individual de saltos, Rodrigo Pessoa viu sua prata virar ouro quando o vencedor foi desclassificado, meses depois, por um flagrante de doping em sua montaria. Rodrigo recebeu a medalha em uma cerimônia improvisada no Rio de Janeiro.
O cavaleiro competirá sua sexta Olimpíada pelo país e agora acumula a função de técnico. Mas ainda assim não tem previsão de viagem para o Brasil e nenhum projeto futuro para o desenvolvimento do esporte por aqui.
“Não tenho nenhum projeto desse tipo em vista, mas não é impossível que isso aconteça. Meu foco é competição de alto nível, e é aqui que isso se passa. Faço algumas viagens, poucas, para o Brasil durante o ano. Quando damos um tempo, tentamos ver os concursos daí. Mas por enquanto nenhum projeto no Brasil, mas não é impossível.”
O cavaleiro justifica sua permanência em solo europeu pelo alto nível técnico das competições e recomenda que se o atleta nacional quiser se desenvolver, tem que estar nas competições do Velho Continente.
“A primeira etapa [para desenvolver o hipismo] pode ser feita aí. É ter bons concursos, boas competições. Mas depois, se você quiser atingir o próximo degrau, tem que vir pra cá, é uma próxima etapa. Só que não adianta vir pra cá se você não conquistou seus colegas no Brasil. Tem que dominar no seu país. O nível aqui é bem mais elevado. É importante o desenvolvimento no Brasil [competir na Europa].”
[h=3]DEPRESSÃO DE CAVALO FEZ RODRIGO ATUAR COMO PSICÓLOGO[/h]
Ele diz tirar características benéficas tanto do jeito brasileiro como do europeu de ser. De lá, carrega uma forma curta e direta, sem rodeios, na maneira de se expressar e colocas suas opiniões. Daqui, a capacidade de improviso e calma para resolver questões mais delicadas.
“Sendo criado aqui, na base, não sei se sou mais direto, menos aberto e mais reservado. Sou uma pessoa conhecida por sempre falar o que penso em detrimento a criar dificuldade. Não escondo alguma coisa”, se define pelo lado europeu.
“O que me faz pensar nisso [do jeito brasileiro] é a faculdade de ter jogo de cintura, se ajustar numa situação, poder resolver alguma coisa de maneira simples. Isso de não ser completamente quadrado e poder se ajustar com a situação. Manter a calma e poder resolver um problema”, comentou sobre o lado tupiniquim.
A escolha do COB (Comitê Olímpico Brasileiro) para ser porta-bandeira mostra o valor por seus feitos no esporte. Ele diz, inclusive, que tem o devido reconhecimento de imprensa e povo brasileiro.
“O Brasil idolatra seus campeões. Não vejo uma grande diferença. A imprensa faz seu trabalho, as mesmas pessoas que puxam você pra cima, jogam pra baixo. A crítica é dura em qualquer país. Tem esportes em certos lugares que ocupam certo lugar na mídia. Mas Brasil dá uma atenção aos seus campeões.”
O cavalo das maiores glórias de Rodrigo foi Baloubet du Rouet, aposentado desde 2007. Além de conduzir o brasileiro ao ouro na Grécia, Baloubet foi reconhecido pelo refugo nos Jogos de Sydney, em 2000. Agora, em Londres, competirá com o cavalo Rebozo.
Fonte
Os pais, cariocas, se mudaram para Chantilly, na França, em 1965. Rodrigo nasceu sete anos depois. E fez toda a sua carreira na Europa, principal centro mundial do hipismo. Apesar disso, diz não ter ficado em dúvida ao escolher competir pelo Brasil.
[h=3]RODRIGO EM AÇÃO PELO BRASIL[/h]
Conheça um pouco mais do porta-bandeira
Nome: Rodrigo Pessoa
Idade: 39 anos
Local de nascimento: Paris (FRA)
Nacionalidade: brasileira e francesa
“Nunca foi difícil o momento da escolha [por qual país competir], apesar de nascer na França e hoje viver na Bélgica. Isso [competir pela França] nunca me passou pela cabeça. Analisei ofertas com carinho e atenção, mas nada que me fizesse mudar. Nunca morei no Brasil, mas nunca tive razão pra direcionar minha carreira para outro lugar”, falou ao UOL Esporte.
Os motivos da escolha são claros, ele diz: manter a tradição do hipismo nacional iniciada por seu pai, Nelson Pessoa, que era o maior cavaleiro da história nacional até surgir Rodrigo, tricampeão da Copa do Mundo (98/99/2000) e medalha de ouro nos Jogos de Atenas no saltos.
“Eu tinha 18 anos e estava começando minha carreira internacional, não tinha porque optar por outro país, como a França. Então foi realmente tranquilo. Já tinha certeza que iria viver minha vida nesse trabalho. Queria continuar o que vinha sendo feito. A escolha foi fácil.”
O principal resultado do cavaleiro, em Atenas-2004, veio com atraso. Vice-campeão da prova individual de saltos, Rodrigo Pessoa viu sua prata virar ouro quando o vencedor foi desclassificado, meses depois, por um flagrante de doping em sua montaria. Rodrigo recebeu a medalha em uma cerimônia improvisada no Rio de Janeiro.
O cavaleiro competirá sua sexta Olimpíada pelo país e agora acumula a função de técnico. Mas ainda assim não tem previsão de viagem para o Brasil e nenhum projeto futuro para o desenvolvimento do esporte por aqui.
“Não tenho nenhum projeto desse tipo em vista, mas não é impossível que isso aconteça. Meu foco é competição de alto nível, e é aqui que isso se passa. Faço algumas viagens, poucas, para o Brasil durante o ano. Quando damos um tempo, tentamos ver os concursos daí. Mas por enquanto nenhum projeto no Brasil, mas não é impossível.”
O cavaleiro justifica sua permanência em solo europeu pelo alto nível técnico das competições e recomenda que se o atleta nacional quiser se desenvolver, tem que estar nas competições do Velho Continente.
“A primeira etapa [para desenvolver o hipismo] pode ser feita aí. É ter bons concursos, boas competições. Mas depois, se você quiser atingir o próximo degrau, tem que vir pra cá, é uma próxima etapa. Só que não adianta vir pra cá se você não conquistou seus colegas no Brasil. Tem que dominar no seu país. O nível aqui é bem mais elevado. É importante o desenvolvimento no Brasil [competir na Europa].”
[h=3]DEPRESSÃO DE CAVALO FEZ RODRIGO ATUAR COMO PSICÓLOGO[/h]
Ele diz tirar características benéficas tanto do jeito brasileiro como do europeu de ser. De lá, carrega uma forma curta e direta, sem rodeios, na maneira de se expressar e colocas suas opiniões. Daqui, a capacidade de improviso e calma para resolver questões mais delicadas.
“Sendo criado aqui, na base, não sei se sou mais direto, menos aberto e mais reservado. Sou uma pessoa conhecida por sempre falar o que penso em detrimento a criar dificuldade. Não escondo alguma coisa”, se define pelo lado europeu.
“O que me faz pensar nisso [do jeito brasileiro] é a faculdade de ter jogo de cintura, se ajustar numa situação, poder resolver alguma coisa de maneira simples. Isso de não ser completamente quadrado e poder se ajustar com a situação. Manter a calma e poder resolver um problema”, comentou sobre o lado tupiniquim.
A escolha do COB (Comitê Olímpico Brasileiro) para ser porta-bandeira mostra o valor por seus feitos no esporte. Ele diz, inclusive, que tem o devido reconhecimento de imprensa e povo brasileiro.
“O Brasil idolatra seus campeões. Não vejo uma grande diferença. A imprensa faz seu trabalho, as mesmas pessoas que puxam você pra cima, jogam pra baixo. A crítica é dura em qualquer país. Tem esportes em certos lugares que ocupam certo lugar na mídia. Mas Brasil dá uma atenção aos seus campeões.”
O cavalo das maiores glórias de Rodrigo foi Baloubet du Rouet, aposentado desde 2007. Além de conduzir o brasileiro ao ouro na Grécia, Baloubet foi reconhecido pelo refugo nos Jogos de Sydney, em 2000. Agora, em Londres, competirá com o cavalo Rebozo.
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