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Por que você escreve?

Pq faz eu me sentir bem.
É admirável p mim ver o trabalho daquelas pessoas que são prodígios na escrita, mas, mais admirável ainda é como o nosso cérebro faz um belo trabalho quando junta desejos, arrependimentos, e coisas vistas durante nossa longa jornada (que é a vida) e coloca tudo isso no papel por um intermediário, nossas mãos, nossos dedos...
Harmoniosamente nossos tecidos vão se unindo e mostrando que um só não faz a diferença. A inteligência e as memórias aliadas aos nossos ossos, ou nossos tendões e células musculares... como isso é grandioso!
É incrível como ele(o cérebro) se porta diante de tudo, seja por um sonho, ou por uma escrita, e se a última n fosse tão importante ela n teria sido inventada e ter se fixado por tao longo tempo.

Não há I pad que supere o valor da escrita.:timido:

Eu escrevo pq me dá mais vida ter algo MEU escrito no mundo, mesmo que humildemente, seja uma frase, ou um texto, ou um sms p alguém. Isso aumenta nosso valor.
 
Escrevo porque não dá pra ir mais fundo que isso. Talvez com a matemática, mas não tenho certeza...

E pra compartilhar o pouco que sei com os outros também.

E pra passar o tempo.
 
Escrevo, porque não consigo parar de escrever. É como se fosse parte do meu ritual diário - acordar, orar, tomar banho, escovar os dentes, comer, fazer alongamentos, escrever, responder e-mails, cozinhar, estudar... Sinto que produzir textos me torna capaz de aprender e ensinar ao mesmo tempo. Gosto de perceber a reação em meus leitores, de ter certeza de que minhas horas, muitas vezes à madrugada, de duro trabalho causaram o efeito desejado. É como sempre digo, escrevo pra passar emoções e ideias, mesmo que camufladas, com o propósito de alcançar pessoas fisicamente inalcançáveis; arrancar lágrimas, risos e até gargalhadas.
 
Porque...porque...é minha mania, minha manipulação das palavras, minha forma de dizer: - me veja , escrevo, para eu sorrir, até meus dedos doerem, escrevo em ouvir a surpresa, não escrevo para moça, nem para o moço, escrevo para os olhos de quem vê e para boca que transmite para quem não vê minhas letras.
Escrevo para estar mais alegre, sentir orgulho, deixar alguma obra pra trás, escrever eu gosto, não sou bom, mas me faz bem, é o que vale, não? Escrevo, por mim e por ti, escrevo o que não devo, as vezes, e sempre o que quero, toda vez, errado, certo, insano, escrevo, o humor, prefiro esse, as notícias, o meu sonho, escrever as vezes fere, ser criticado é necessário, escrevo... por que sim.
 
Não sei se escrevo para me entender melhor...

Não sei se escrevo para que tenha prazer próprio ao ver as pessoas lerem o que escrevo e gostarem ou não gostarem ou comentarem...

Não sei se escrevo porque penso tanta coisa ao mesmo tempo que acho maldade desperdiçar isso tudo...

Não sei se escrevo para mostrar alguma verdade oculta sobre o mundo que só eu sei mas todo mundo já pensou...

Nem sei se escrevo por algum motivo mais específico do que gerar sentimentos nos leitores...

Aliás, nem sei por quê ainda escrevo.
 
Michel Laub escreveu:

A vida própria dos livros
Postado em Livros em 04/04/2011 por Michel Laub

(Publicado no blog da Companhia das Letras):

Há muitas maneiras de responder à pergunta eterna sobre por que se escreve. Uma das mais curiosas defende que é para trazer ao mundo os livros que estão faltando ou, numa interpretação menos pretensiosa, aqueles que o próprio escritor gostaria de ler. É interessante imaginar que Melville nunca tenha encontrado um romance decente sobre baleias, ou que Tolstói cansou de esperar por uma história verdadeiramente grandiosa sobre a Rússia na época de Napoleão, e que isso os motivou a suprir as lacunas com Moby Dick e Guerra e paz.

Embora curiosa, a resposta — como quase todas do gênero — é provavelmente falsa. Antes de mais nada, por uma obviedade: o escritor nunca lerá a si mesmo de forma inocente. Parte do interesse, do encanto e do prazer de um livro está em descobrir o que acontece ao longo das páginas, as viradas de trama, a sorte dos personagens, os sentimentos e mundos que se revelam. A leitura ideal é aquela em que saímos diferentes de como entramos, e essa é uma experiência inacessível a quem produziu o texto.

Só que as coisas são um pouco mais complexas. Não dá para desprezar, também, um fato igualmente óbvio: em literatura, há uma distância enorme entre intenção e resultado. Por mais que saibamos o que pretendemos comunicar num capítulo, num parágrafo ou numa frase, é só depois que esse capítulo, parágrafo ou frase está na tela ou no papel que podemos ter noção do seu real significado e eficiência.

Em As cidades invisíveis, de Italo Calvino, romance em que Marco Polo descreve para Kublai Kahn as dezenas de lugares onde esteve, há uma passagem em que o imperador pergunta por que os dois nunca trataram de Veneza. Marco Polo responde que deseja manter ilimitada a ideia que tem de sua cidade natal, e que se falasse dela diretamente estaria “cancelando as margens da memória”. Ou seja: como ao contar um sonho, que não obedece a nenhuma regra narrativa temporal, espacial ou lógica, as lembranças e emoções que tivemos durante a noite passam a ser apenas as palavras lineares e racionais que usamos para defini-las pela manhã.

Poucas metáforas são tão precisas para ilustrar a natureza da escrita. Ela reduz o universo muitas vezes inesgotável da mente de um indivíduo, o autor, aos limites naturalmente mais estreitos de um instrumento, a linguagem. Por isso que alguém cheio de histórias para contar, ou com uma experiência afetiva rica, ou com uma forma peculiar e inusitada de ver o mundo não necessariamente será um bom escritor. O bom escritor é o que doma a linguagem para que, por meio dela, todos esses atributos apareçam de maneira interessante no papel. O que ela cria, por meio da sonoridade das frases, do ritmo, do tom, do estabelecimento de clímax e anticlímax, entre tantos outros recursos, é sempre autônomo em relação aos elementos — teses, argumentos, emoções — que a precedem.

Eu costumava rir de ficcionistas que diziam que seus personagens “ganharam vida própria”, uma frase de efeito de quem se acredita uma espécie de instrumento mediúnico da Inspiração. Na verdade, a frase é outra boa metáfora, já que parte do processo de escrever um livro pode ser como uma sucessão de testes: você faz o personagem dizer a, dizer b, ir para o lugar x, para o lugar y, e de acordo com o efeito das simulações — o que está funcionando melhor para você como leitor — o destino desse personagem — e sua personalidade, suas motivações, sua índole — acaba sendo definido.

Na prática, é como se o escritor pudesse, sim, ser surpreendido pelo próprio trabalho. O que às vezes é uma recompensa inestimável, mas nem sempre: mesmo que tenhamos passado anos vivendo, chorando e agonizando por causa de um livro, a sensação que temos ao ler suas páginas pode ser a de que outra pessoa as produziu — em geral, claro, alguém menos interessante e divertido, com menos coisas inteligentes e originais a dizer sobre as pessoas e a vida, do que achamos que somos. Ao longo do tempo, a melhor maneira de lidar com essa frustração um tanto inevitável é nos certificarmos de que, nas circunstâncias em que um texto foi escrito, o melhor possível foi feito. Nos limites do nosso talento, técnica, experiência, até capacidade física. Mesmo que só percebamos tais limites, como leitores conformados de nós mesmos, em algum dia próximo ou muito longínquo do momento em que o resultado sai da gráfica.

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Fora isto, ele postou este link no seu blog:
– Eco, Tabucchi, J.Marías, V.Matas, Llosa e outros falam (e às vezes mentem) sobre por que escrevem: http://migre.me/3KbNc, via @jocaterron (A matéria está em espanhol, publicada no La Nación. Abs)
 
Por um pouco de tudo descrito no breve parágrafo de Tibor Fischer citado no início desse tópico.

Utilizando-me de uma única palavra citada, diria que escrevo por ESPERANÇA. Esperança de ser "ouvida", de melhorar o Mundo, de me "exorcizar" de sentimentos tulmultuados em meu Espírito, de Experimentar e trocar experiências! É algo muito INTIMISTA!

Acredito que, por mais que as palavras não sejam suficientes para descrever TUDO o que sentimos - sem contar que elas demoram a serem "ditas" e "ouvidas", quando o são! U.U - são "ferramentas" bastante eficazes para tal objetivo.

Por isso acredito na "simplicidade" das palavras de um texto e não em sua "maquiagem", pois um texto, como qualquer "objeto artístico" deve alcançar seu objetivo: compreensão alheia!

A Arte não foi feita para ser "jogada" ao léu, mas para ser "degustada"! Daí a importância de sua acessibilidade. :rodinha:

Enfim, escrevo para ME entender e, assim, ao Universo! :sim:
 
Às vezes escrever é só um grito: uma coisa 'tava entalada na gargante e precisava ser exteriorizada, ,as na maior parte do tempo, acho que escrevo por vaidade pura. Pra ler, reler e perceber que eu fui capaz de criar algo.

Talvez seja o mesmo sentimento (egoísta e vaidoso?) da maternidade: trazer ao mundo algo que tenha um pouco de mim em essência e que perdure, que continue em algum lugar (por mais ínfimo e desinteressante que seja) depois que eu morrer.
 
Escrevo pra poder dar uma chance à aquela palavras que, por um motivo qualquer, não foram ditas. Ficaram presas, sufocando em algum lugar.

É como se, ao organizá-las de tal forma na folha em branco, elas tivessem uma segunda chance quando, muitas vezes, não há fora dela. Aí o meu fôlego volta ao normal.

É como trocar o PC por um MAC: Caminho sem volta.
 
Escrevo porque gosto de contar estórias e, por meio delas, posso falar a verdade sem me preocupar com o social ou o politicamente correto.

Também escrevo para me livrar de uma estória particularmente importuna. Aquele que não vai te deixar em paz até ser posta no papel.

E, por fim, escrevo porque, apesar de ser tímida, terrivelmente tímida, de vez em quando quero falar pelos cotovelos =)
 

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