Roy Batty
"Inconsertável"
No intuito de querer que O Hobbit não seja completamente diferente da Trilogia, às vezes nos preocupamos demais; esquecemos, por exemplo, que PJ como produtor, Philippa Boyens, Andrew Lesnie, Alan Lee, John Howe e toda a equipe de PJ que estão trabalhando em O Hobbit terão uma enorme influencia estilística, sendo que possivelmente deixarão o filme quase com a mesma cara da trilogia . PJ e Del Toro com certeza sabem que é preciso manter, acima da fidelidade, o espírito do livro, as mesmas psicologias singulares de cada personagem; mas acho que saberão trabalhar habilmente no intuito de mostrar uma certa continuidade em personagens como Gandalf, Gollum, Elrond e Bilbo. Não há razão para moldá-los do zero novamente. Tudo já está pronto, por assim dizer, pegando como referência os aspectos da personalidade que deram certo na trilogia.. Neste ponto, sobra mais tempo para desenvolver personagens inéditos, como Bard, Thranduil, Thorin, Beorn, Smaug e Gwaihir. Creio que a participação destes (na integração com a estória) se dará de maneira prioritária, já que estamos bem familiarizados com os outros principais. Tendo em vista que serão dois filmes (até onde se sabe), e ainda mais por termos menos personagens nestes do que em SDA, sobra mais tempo para que Del Toro e PJ trabalhem no sentido de melhorar os aspectos "negativos" da trilogia. PJ já deve tê-la visto milhares de vezes e anotado os pontos que o incomodam, a ponto de orientar ou trocar uma idéia informal com Del Toro no sentido de servir como uma troca de experiências que ajudem o Del Toro a seguir por um caminho mais seguro e menos incerto.
Além de não termos pela frente uma história tão difícil de ser adaptada, temos a vantagem de alguns personagens já estarem definidos numa caracterização exemplar na trilogia de PJ, o que, caso fosse diferente (se a trilogia não tivesse sido adaptada tão bem), demandaria um tempo muito maior para moldar a personalidade dos mesmos a partir de um novo ponto de vista e fazê-los funcionar; seria como um tiro no escuro. Como existe a trilogia como exemplo de como se deve trabalhar tais personagens, sobra tempo para novas situações (estas, embora inéditas, são familiares), personificadas nas novas culturas, como a dos homens de Esgaroth, os Elfos de Mirkwood, os Anões e Beorn; além de novas paisagens e arquiteturas, trilha sonora, ângulos de tomada, etc; mas tudo pegando como base o ritmo e o espírito com que questões semelhantes foram trabalhadas na trilogia. Sinto que é possível Del Toro e PJ trabalharem com a questão da inocência pegando como exemplo o início de Sociedade do Anel . Ali vemos uma inocência exata, sem que, para isso, seja preciso infantilizar (no sentido literal) a estória. É verdade que O Hobbit foi escrito para crianças, mas é complicado fazer tal afirmação como se Tolkien não admitisse que fosse possível qualquer criança lê-lo e não sentisse o horror (ou medo) da Batalha dos Cinco Exércitos ou mesmo de Smaug. Além disso, uma criança hoje em dia é mais ciente do mundo à sua volta do que uma criança de antigamente. Biológica e psicologicamente elas amadurecem mais cedo atualmente do que na época em que o livro fora escrito. Por isso, se muitas crianças adoraram a trilogia cinematográfica, não teria por que não gostarem de O Hobbit caso este filme resgate a inocência do Condado mas mantenha o clima sério e adulto nos momentos que o pedem, embora em muito menor grau, naturalmente, em comparação à trilogia
Só acho mesmo que animais carregando talheres, bolsa falante e Trolls mongolóides e com aqueles diálogos claramente infantis não precisam ser transpostos para as telas. É certeza que esses trechos não estarão nos filmes pelo simples fato de que é preciso manter a coesão, o clima que deu certo na trilogia. Não haveria motivos para destoar daquele clima, até pq o mundo é o mesmo, os personagens mais importantes idem , e o senso de perigo continua, embora de forma menos intensa. Temos em O Hobbit um medo que se refletirá de verdade nos personagens apenas no confronto contra Smaug, na Batalha dos Cinco Exércitos e na Floresta das Trevas, enquanto que na trilogia o medo é constante ou predominante desde que Frodo é ferido no Topo do Vento. O medo e o senso de seriedade é mais próximo e onipresente pq Sauron já tinha se declarado. Em O Hobbit temos, antes de tudo, uma deliciosa aventura em busca de tesouros, e todos os perigos decorrentes de tal decisão são fatores menos proeminentes do que a ação de Sauron,a traição de Saruman ou a própria malevolência do Um Anel à altura da Guerra do Anel . Sem estes ingredientes, O Hobbit ganha um ar menos soturno e desesperador. E certamente Del Toro PJ levam em consideração que só mesmo se não tivesse existido a trilogia seria possível adaptar O Hobbit de maneira totalmente nova, o que seria um risco tremendo, diga-se.
Além de não termos pela frente uma história tão difícil de ser adaptada, temos a vantagem de alguns personagens já estarem definidos numa caracterização exemplar na trilogia de PJ, o que, caso fosse diferente (se a trilogia não tivesse sido adaptada tão bem), demandaria um tempo muito maior para moldar a personalidade dos mesmos a partir de um novo ponto de vista e fazê-los funcionar; seria como um tiro no escuro. Como existe a trilogia como exemplo de como se deve trabalhar tais personagens, sobra tempo para novas situações (estas, embora inéditas, são familiares), personificadas nas novas culturas, como a dos homens de Esgaroth, os Elfos de Mirkwood, os Anões e Beorn; além de novas paisagens e arquiteturas, trilha sonora, ângulos de tomada, etc; mas tudo pegando como base o ritmo e o espírito com que questões semelhantes foram trabalhadas na trilogia. Sinto que é possível Del Toro e PJ trabalharem com a questão da inocência pegando como exemplo o início de Sociedade do Anel . Ali vemos uma inocência exata, sem que, para isso, seja preciso infantilizar (no sentido literal) a estória. É verdade que O Hobbit foi escrito para crianças, mas é complicado fazer tal afirmação como se Tolkien não admitisse que fosse possível qualquer criança lê-lo e não sentisse o horror (ou medo) da Batalha dos Cinco Exércitos ou mesmo de Smaug. Além disso, uma criança hoje em dia é mais ciente do mundo à sua volta do que uma criança de antigamente. Biológica e psicologicamente elas amadurecem mais cedo atualmente do que na época em que o livro fora escrito. Por isso, se muitas crianças adoraram a trilogia cinematográfica, não teria por que não gostarem de O Hobbit caso este filme resgate a inocência do Condado mas mantenha o clima sério e adulto nos momentos que o pedem, embora em muito menor grau, naturalmente, em comparação à trilogia
Só acho mesmo que animais carregando talheres, bolsa falante e Trolls mongolóides e com aqueles diálogos claramente infantis não precisam ser transpostos para as telas. É certeza que esses trechos não estarão nos filmes pelo simples fato de que é preciso manter a coesão, o clima que deu certo na trilogia. Não haveria motivos para destoar daquele clima, até pq o mundo é o mesmo, os personagens mais importantes idem , e o senso de perigo continua, embora de forma menos intensa. Temos em O Hobbit um medo que se refletirá de verdade nos personagens apenas no confronto contra Smaug, na Batalha dos Cinco Exércitos e na Floresta das Trevas, enquanto que na trilogia o medo é constante ou predominante desde que Frodo é ferido no Topo do Vento. O medo e o senso de seriedade é mais próximo e onipresente pq Sauron já tinha se declarado. Em O Hobbit temos, antes de tudo, uma deliciosa aventura em busca de tesouros, e todos os perigos decorrentes de tal decisão são fatores menos proeminentes do que a ação de Sauron,a traição de Saruman ou a própria malevolência do Um Anel à altura da Guerra do Anel . Sem estes ingredientes, O Hobbit ganha um ar menos soturno e desesperador. E certamente Del Toro PJ levam em consideração que só mesmo se não tivesse existido a trilogia seria possível adaptar O Hobbit de maneira totalmente nova, o que seria um risco tremendo, diga-se.