Da coluna de Michel Blanco no Yahoo, onde tem links pra outras reportagens como a versão do aluno e o afastamento dos policiais envolvidos.
P.q.p., viu?
O que falar disso?
Às vezes eu fico tão cheia de ficar tão constantemente puta da vida e indignada.
Coméquepodeisso?
Como é que pode ainda ter gente que acha que a PM tem mesmo que ficar na USP?
E o bundão do Kassab e o cuzão do Alkimin tirando o corpo fora da questão da cracolândia?
(Pra quem não é de São Paulo, e estiver interessado, veja aqui).
Meu! Isso é verdade! Deu até no Estadão (cuja redação é lotada de PSDBistas até os cornos) os dois juram de pés juntos e mãozinhas postas que não autorizaram a operação na cracolância!
Ah gente, desculpa o desabafo tá?
Eu estou cansada.
Um policial militar dá um baculejo num estudante, antes de sacar a arma e apontar na direção dele por não mostrar carteira de identificação da universidade. E tome tapa. Isso é tão 2011, nénão? Ou será 1968? Mas foi hoje (9).
Há um tempo, talvez desde 2006, a polícia paulista não se sentia tão à vontade para distribuir chá de pau: USP, Cracolândia e... USP novamente. Divulgado no YouTube, vídeo gravado por estudantes mostra a ação da PM para retirar um grupo de pessoas que estava morando no Centro de Vivência da USP.
Tudo corria dentro do que se pode considerar normalidade, como se vê no vídeo, até que Nicolas Menezes Barreto, aluno de Ciências da Natureza da USP Leste, negro (e isso não é um detalhe), resolve questionar algo. Não se sabe exatamente o que disse ao PM, pois o trecho é inaudível, mas bastou para o policial perguntar se era aluno e partir para a porrada. O aluno dá sua própria versão.
Em outro vídeo, também feito pelos estudantes, os alunos acusam os policiais de racismo e pedem para que o PM se identifique. Ele esconde a identificação, ato escandalosamente comum entre policiais, funcionários públicos, não é demais lembrar. Com a repercussão do caso, os dois PMs envolvidos no caso foram afastados.
A agressão de hoje é uma amostra do humor da Polícia Militar de São Paulo. Mas revela algo mais, como se fosse um pocket show, em versão itinerante, da controversa operação de "dor e sofrimento" deflagrada pelo governo e pela prefeitura na Cracolândia. PMs nervosinhos são o hit do verão em São Paulo.
O resultado até agora da ação na Cracolândia é a prisão de pequenos traficantes e a dispersão geral dos noias — na real, a ideia é essa mesmo. Mas o risco dessa "gente diferenciada" chegar a Higienópolis levou Geraldo Alckmin e Gilberto Kassab a fazer chegar na imprensa que não haviam autorizado a operação. Bom, há duas opções: ninguém manda na zona ou a desfaçatez é geral.
Abuso é tema batido num país conivente com a violência como instrumento de ação policial, que se recusa a encarar os crimes dos anos de repressão estatal. Soluções de força soam como redenção para grande parte da sociedade disposta a crer num passado irreal, por que não se revela ("naquele tempo era bom"). Quando a busca desorientada por votos dá uma força nessa roda, estamos diante de algo bem perigoso.
P.q.p., viu?
O que falar disso?
Às vezes eu fico tão cheia de ficar tão constantemente puta da vida e indignada.
Coméquepodeisso?
Como é que pode ainda ter gente que acha que a PM tem mesmo que ficar na USP?
E o bundão do Kassab e o cuzão do Alkimin tirando o corpo fora da questão da cracolândia?
(Pra quem não é de São Paulo, e estiver interessado, veja aqui).
Meu! Isso é verdade! Deu até no Estadão (cuja redação é lotada de PSDBistas até os cornos) os dois juram de pés juntos e mãozinhas postas que não autorizaram a operação na cracolância!
Ah gente, desculpa o desabafo tá?
Eu estou cansada.
Última edição por um moderador: