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PM agride aluno na USP

Clara

Perplecta
Usuário Premium
Da coluna de Michel Blanco no Yahoo, onde tem links pra outras reportagens como a versão do aluno e o afastamento dos policiais envolvidos.

Um policial militar dá um baculejo num estudante, antes de sacar a arma e apontar na direção dele por não mostrar carteira de identificação da universidade. E tome tapa. Isso é tão 2011, nénão? Ou será 1968? Mas foi hoje (9).

Há um tempo, talvez desde 2006, a polícia paulista não se sentia tão à vontade para distribuir chá de pau: USP, Cracolândia e... USP novamente. Divulgado no YouTube, vídeo gravado por estudantes mostra a ação da PM para retirar um grupo de pessoas que estava morando no Centro de Vivência da USP.

Tudo corria dentro do que se pode considerar normalidade, como se vê no vídeo, até que Nicolas Menezes Barreto, aluno de Ciências da Natureza da USP Leste, negro (e isso não é um detalhe), resolve questionar algo. Não se sabe exatamente o que disse ao PM, pois o trecho é inaudível, mas bastou para o policial perguntar se era aluno e partir para a porrada. O aluno dá sua própria versão.

Em outro vídeo, também feito pelos estudantes, os alunos acusam os policiais de racismo e pedem para que o PM se identifique. Ele esconde a identificação, ato escandalosamente comum entre policiais, funcionários públicos, não é demais lembrar. Com a repercussão do caso, os dois PMs envolvidos no caso foram afastados.

A agressão de hoje é uma amostra do humor da Polícia Militar de São Paulo. Mas revela algo mais, como se fosse um pocket show, em versão itinerante, da controversa operação de "dor e sofrimento" deflagrada pelo governo e pela prefeitura na Cracolândia. PMs nervosinhos são o hit do verão em São Paulo.

O resultado até agora da ação na Cracolândia é a prisão de pequenos traficantes e a dispersão geral dos noias — na real, a ideia é essa mesmo. Mas o risco dessa "gente diferenciada" chegar a Higienópolis levou Geraldo Alckmin e Gilberto Kassab a fazer chegar na imprensa que não haviam autorizado a operação. Bom, há duas opções: ninguém manda na zona ou a desfaçatez é geral.

Abuso é tema batido num país conivente com a violência como instrumento de ação policial, que se recusa a encarar os crimes dos anos de repressão estatal. Soluções de força soam como redenção para grande parte da sociedade disposta a crer num passado irreal, por que não se revela ("naquele tempo era bom"). Quando a busca desorientada por votos dá uma força nessa roda, estamos diante de algo bem perigoso.


P.q.p., viu?
O que falar disso?
Às vezes eu fico tão cheia de ficar tão constantemente puta da vida e indignada.

Coméquepodeisso?
Como é que pode ainda ter gente que acha que a PM tem mesmo que ficar na USP?

E o bundão do Kassab e o cuzão do Alkimin tirando o corpo fora da questão da cracolândia?
(Pra quem não é de São Paulo, e estiver interessado, veja aqui).

Meu! Isso é verdade! Deu até no Estadão (cuja redação é lotada de PSDBistas até os cornos) os dois juram de pés juntos e mãozinhas postas que não autorizaram a operação na cracolância!

Ah gente, desculpa o desabafo tá?
Eu estou cansada.

:(
 
Última edição por um moderador:
Mas tem tanta coisa misturada nessas histórias que fica até difícil falar alguma coisa...

Primeiro não vejo porque a polícia não pode estar no campus da USP... afinal a lei também precisa ser respeitada lá dentro. O que não pode é esse abuso, como se fossem instruídos a bater primeiro e perguntar depois. Isso é meio 1968 e o mundo já mudou demais depois disso, já era tempo de aparecerem umas idéias novas na PM. Mas o discurso de que estudante tem que ter liberdade também é uma distorção, porque não está escrito em lugar nenhum que estão livres para estuprar, assassinar calouros, botar fogo nas pessoas, etc. E digo isso porque cansei de ver as barbaridades nas festas de universitários quando estava na faculdade... Não há inocentes.

Já o problema da cracolândia chega a ser piada... Acredito que está se construindo um consenso de que mesmo violando os direitos individuais os drogados devem ser retirados da vista (não necessariamente resolver o problema, apenas varrer pra debaixo do tapete). Como se fosse o crack o causador da condição sub-humana que aquelas pessoas vivem e não essa condição que as faz procurar a droga. Enfim, não importa o que se faça ou quem assuma os erros ou acertos, o que parece é que de qualquer forma o ponto principal não só nunca é tocado como deixa de existir no discurso das autoridades e dos assistentes sociais.
 
Apanhou pouco. Possivelmente nem aluno da USP é!
Quanto a real necessidade da policia na USP, só as estatísticas de crimes / delitos no campus após o convenio com a PM já são suficientes para refutar os opositores. O que sobra são argumentos apaixonados oriundos e fomentados por sujeitos sejam eles estudantes profissionais ou simplesmente penetras mesmo, normalmente de partidos de esquerda (PSOL, PSTU, PCO, PCC...). Que ainda acreditam viver nos anos de chumbo.
Isso tudo sem enveredar pelo tema dos “maconheirinhos birrentos”.
 
Agentes públicos despreparados abusando de violência? Um clássico. Dr. Who, favor não juntar as pontas desse acontecido com o dos "maconheiros".

O que aconteceu aqui é injustificável... o rapaz não precisa se identificar sem motivo (constituição).. no fim ficou provado que era estudante da USP.. não precisava ser.... o erro dele? Era negro e tinha dreads....

E o meganha escondendo sua identificação... parece mesmo os generais de 68' escondendo o rosto.


E sim.... universidade não é lugar de policiais.. ao menos não dessa laia.
 
Bom, sinceramente eu aprovei a repressão dos nóia sem noção que ocuparam a USP no ano passado: eram tudo uma mistura de playboyzinho e PSTU lá no meio que queria uma anarquia lá dentro... Porra, assassinaram uma ou duas pessoas no campus ano passado, então manda a polícia para lá. E depois os manolos reclamaram porque prenderam uns caras fumando uns bagzito lá: é substância proibida, vai deixar os caras fumarem? Muito sem noção mesmo. Mas como já dizia o profeta, uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa.

Agora esse episódio foi de fuder: o cara é totalmente racista, tava de boa falando com o primeiro pessoal, mas viu o nego drama e tchau, já eras. Porra apontar a arma pro cara foi um absurdo, isso daí era pra levar um chute na bunda e ser demitido da PM (nem sei se pode isso)...

Agora sobre o episódio da Cracolândia não tenho como dar uma opinião assertiva porque nem moro lá, nem conheço a realidade do lugar. A única coisa é que era meio óbvio que ia acontecer isso de disseminar os nóias pela cidade.
 
O negócio na USP anda nebuloso. Um policial totalmente despreparado para exercer a função, e ainda há quem defenda ações desse tipo. Vale lembrar que sediaremos uma Copa do Mundo 2014 e Olimpíada 2016. Essa é a polícia que vai dar segurança nos dois eventos? Se esse rapaz estivesse na periferia seria mais uma vítima nas estatísticas de morte violenta no país. Por falar em anos de chumbo (64), é assim mesmo que a coisa funcionava “bate e atira, depois pergunta”, mas depois é preciso mostrar a cara na foto oficial. Quem não deve, não deveria temer.

“Polícia!/Para quem precisa/Polícia!/Para quem precisa/De polícia...” Titãs.


“(PSOL, PSTU, PCO, PCC...)”
PCC é partido político?
 
Primeiro não vejo porque a polícia não pode estar no campus da USP... afinal a lei também precisa ser respeitada lá dentro. O que não pode é esse abuso, como se fossem instruídos a bater primeiro e perguntar depois.

Concordo totalmente.
 
Eu não vou entrar no mérito se deve haver polícia ou não na USP, porque não vem ao caso e essa conversa já encheu o saco.
Esse fato é um típico caso de abuso de autoridade, nada mais, e poderia ter acontecido em qualquer lugar.
Calhou de ser na USP. Não o vejo como argumento para fortalecer o discurso contrário ao policiamento da universidade.


Mas, sim, esse policialzinho filho da puta tinha era que ser exonerado. Ponto.
É isso que dá pôr energúmenos com revólver na mão: os caras não conseguem conversar numa boa e no primeiro sinal de contrariedade já partem para a agressão.
Falta absoluta de preparo psicológico para o exercício da profissão!
 
Acho que um conselho que eu daria para os estudantes da USP (e de outras universidades) seria deixar a polícia trabalhar normalmente dentro do campus. Porque me parece que o mesmo consenso que vem sendo construído sobre os drogados da cracolândia vai um dia se voltar para eles se continuarem a transmitir essa imagem de paz e amor, esse movimento hippie anacrônico que os universitários adoram viver.

Não entro no mérito sobre formas de tratamento de drogados, mas me chama a atenção como está sendo mascarada a violência da miséria (e embora não seja desculpa, esse é um motivo muito forte para levar as pessoas a esse caminho). Está sendo gerado um consenso de que o drogado está em uma categoria à parte, que não pode responder totalmente por seus atos (e para poder interditar legalmente as pessoas nessa condição é só um pequeno passo). É todo um discurso psiquiátrico-sociológico que está começando a dar bases "científicas" para essa possibilidade jurídica. Pode parecer paranóico, mas quem se lembra de Foucault sabe que as coisas costumam acontecer desse jeito...

Por isso, antes de tentar transmitir essa idéia ultrapassada de hippies (acho que a revolução deve ser sempre buscada, mas não como há 50 anos atrás), esses estudantes deveriam prestar mais atenção. O perigo de um autoritarismo não está hoje na ocupação da USP pelos policiais, mas de que toda uma categoria possa ter seus direitos revogados com base no discurso científico. E pode ser que poucos achem isso importante, mas será só o primeiro passo...

Além disso, SP é uma cidade extremamente conservadora, não há como negar. Se as coisas começarem por aqui e ninguém fizer nada, logo logo o país todo vai adotar leis para interditar categorias sociais consideradas incapazes (ou perigosas). E tenho certeza que esses alunos podem muito bem se encaixar nisso. Daí que me parece que antes de ocupar reitoria, centro acadêmico, etc, para ficar discutindo com os educadores, os universitários precisam sair da ilha da fantasia e ter participação efetiva na sociedade. Se querem ser ouvidos, não é dentro do campus que isso vai acontecer, ao contrário. Como disse, SP é uma cidade conservadora, e esses atos só parecem pura baderna para quem está de fora.
 
Interessante! Em um vídeo de apenas 5 minutos, alguns "juízes de caráter" conseguem analisar toda uma carreira (pelo que pude ler) de 15 anos, e ao que parece, ilibada.
Que houve excesso é evidente, porém também há ilegalidade na recusa em se identificar a um comando policial. Enfim, o policial deveria ter algemado o nóia e o levado a delegacia para ser fichado por desobediência.
 
Não houve ilegalidade nenhuma senão da parte policial.

Um senhora ilegalidade, por sinal, que põe em xeque a pretensa carreira ilibada do sujeito.
Não consigo imaginar que um tipo desses tenha vivido até hoje sem cometer outros atos do mesmo naipe, se foi capaz de perder a cabeça por tão pouco.
Muito mais provável é que das outras vezes não houvesse alguém filmando. Só isso.



Mas... Ainda que se trate de um julgamento de caráter equivocado, é melhor errar num julgamento de caráter do que no julgamento de uma sentença: "apanhou pouco".
E apanhou exatemente pelo quê, se faz o favor de me explicar.
 
Que houve excesso é evidente, porém também há ilegalidade na recusa em se identificar a um comando policial. Enfim, o policial deveria ter algemado o nóia e o levado a delegacia para ser fichado por desobediência.

"comando policial"... "algemado o nóia"..."fichado por desobediência"

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Não houve ilegalidade nenhuma senão da parte policial.

Art. 68. Recusar à autoridade, quando por esta, justificadamente solicitados ou exigidos, dados ou indicações concernentes à própria identidade, estado, profissão, domicílio e residência:
Parágrafo único. Incorre na pena de prisão simples, de um a seis meses, e multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis, se o fato não constitue infração penal mais grave, quem, nas mesmas circunstâncias, f'az declarações inverídicas a respeito de sua identidade pessoal, estado, profissão, domicílio e residência.

http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/anotada/2734375/art-68-par-1-da-lei-das-contravencoes-penais-decreto-lei-3688-41

Um senhora ilegalidade, por sinal, que põe em xeque a pretensa carreira ilibada do sujeito.
Não consigo imaginar que um tipo desses tenha vivido até hoje sem cometer outros atos do mesmo naipe, se foi capaz de perder a cabeça por tão pouco.
Muito mais provável é que das outras vezes não houvesse alguém filmando. Só isso.

Achismos e suposições vazias, ainda não deixa de ser uma análise precipitada tomando-se como referência um vídeo de poucos minutos.


Mas... Ainda que se trate de um julgamento de caráter equivocado, é melhor errar num julgamento de caráter do que no julgamento de uma sentença: "apanhou pouco".
E apanhou exatemente pelo quê, se faz o favor de me explicar.

Embora me agrade bastante ver o "estudante" tomando uns cola-brincos da policia. Já no meu post anterior afirmo que o policial cometeu excessos, e por consequência deve ser punido por isso. Quanto ao "estudante", possivelmente continuará dando uns "tapas na maromba", invadindo e depredando patrimônio público isso tudo financiado pelo estado. E ai de quem tentar contrariá-lo! Afinal as leis dos homens comuns não se empregam eles!
 
O perigo de um autoritarismo não está hoje na ocupação da USP pelos policiais, mas de que toda uma categoria possa ter seus direitos revogados com base no discurso científico. E pode ser que poucos achem isso importante, mas será só o primeiro passo...
(...)
E tenho certeza que esses alunos podem muito bem se encaixar nisso. Daí que me parece que antes de ocupar reitoria, centro acadêmico, etc, para ficar discutindo com os educadores, os universitários precisam sair da ilha da fantasia e ter participação efetiva na sociedade. Se querem ser ouvidos, não é dentro do campus que isso vai acontecer,

Concordo com você e me preocupo com isso, de verdade. :sim:

Lembro muito bem de como achei estranho, fiquei até mesmo assustada quando entrei na USP e descobri que muitos alunos (muitos mesmo!) consideram o "entrar na USP" (ou em outra faculdade/universidade) como um fim, não um meio. Isso é bem triste.
Mas por outro lado sou bem mais velha do que esse pessoal (que estuda na USP) então acho meio óbvio que eu tenha uma outra visão da coisa toda, então fica difícil eu dizer qual seria minha visão disso tudo se minha história fosse outra.

É complicado, eu não gosto de julgar essas pessoas porque elas são muito jovens. =/
 
ABUSO DE AUTORIDADE. FACE AOS TERMOS DA LEI N 5249/67, E DISPENSAVEL A REPRESENTACAO DO OFENDIDO NOS DELITOS DA LEI N 4898/65. CONSTITUI ABUSO DE AUTORIDADE CONDUZIR COERCITIVAMENTE PESSOA QUE RECUSA INTIMACAO PARA COMPARECER A DP NO DIA SEGUINTE PARA ESCLARECIMENTOS, INCLUSIVE CAUSANDO-LHE LESOES CORPORAIS, CONDUCAO COERCITIVA SO E POSSIVEL EM CASO DE PRISAO EM FLAGRANTE, OU APOS O INTIMADO NAO HAVER ATENDIDO A DETERMINACAO. LESAO CORPORAL LEVE. E MATERIAL O CONCURSO DESSE DELITO COM O DA LETRA "I" DO ART. 3 DA LEI 4898/65. CONCUSSAO. COMETE-A O POLICIAL QUE SOLICITA VANTAGEM ECONOMICA PARA DEIXAR DE PRATICAR ATO DE OFICIO. PROVIDO TAO SOMENTE O APELO DE JORGE, PARCIALMENTE. (ACR Nº 696206663, QUARTA CAMARA CRIMINAL, TJRS, RELATOR: DES. WALTER JOBIM NETO, JULGADO EM 10/06/1997)





Art. 3º. Constitui abuso de autoridade qualquer atentado:
i) à incolumidade física do indivíduo;
(Lei de Abuso de Autoridade - Lei 4898/65 | Lei nº 4.898, de 9 de dezembro de 1965)



(Um caso típico de abuso de poder, para exemplificar. Notem que neste caso, a vítima provocou os policiais e os ofendeu. Se a apelação foi provida, e os agressores condenados nessas circunstâncias, imaginem se esse pulha aí não será também, por ter agredido completamente de graça!)

Diferentemente do que concluiu o julgador, vejo que a versão apresentada pela vítima EVANDRO dizendo ter sido agredido pelos policiais denunciados, com tapas, batidas na mão e pontapés, na frente da sua casa, sem nem saber o que estava acontecendo foi reforçada pelos testemunhos de sua mãe e irmã que estavam presentes na hora do fato e oferecem conteúdo probatório com a probabilidade necessária para um juízo de reprovabilidade das conduta desses policiais.
De outra parte, os milicianos ROBSON e BRADEMIR (fls. 47/48 e 49, respectivamente) contradizem a versão vitimária negando tivessem agido com abuso de autoridade, pois deram voz de prisão por desacato e desobediência, haja vista a vítima estar proferindo palavras de “baixo calão”.
Contudo, apesar da narrativa dos policiais, ao qual merecem especial crédito, pela função exercida no desempenhado da segurança pública, a descrição pericial (Auto de exame de corpo de delito – fl. 54) descrevendo lesão na perna direita e dorso da mão direita 05 soluções de continuidade superficiais (escoriações) Medindo a maior 7,0 cm de comprimento e a menor 0,5 cm de comprimento, concluindo, a final, pela resposta SIM ao quesito primeiro, positivando a ofensa à integridade corporal ou à saúde do paciente e ao segundo quesito – instrumento contundente dão outro rumo ao deslinde da controvérsia.
Ao meu sentir, a materialidade garante um suporte probatório a definir o caminho da condenação dos denunciados, restando confirmada a palavra da vítima e seus familiares no sentido de que efetivamente agiram de forma abusiva os milicianos.

Com efeito, em que pese o entendimento do colega de 1º grau, de não haver prova suficiente para a condenação, no reexame dos elementos fáticos, somando-se ao resultado da perícia médica, ao meu sentir, se vislumbra um novo cotejo probatório capaz de demonstrar tenham os brigadianos extrapolado os limites de suas funções coercitivas, caracterizando o delito de abuso de autoridade.
Ainda mesmo que se argumente ser legítima a prisão por desacato e desobediência porque a vítima proferiu palavras difamatórias, não podem os agentes lançar mão de meios inidôneos para o cumprimento da condução coercitiva.
Como se deflui da prova colhida, sem afastar a participação de EVANDRO na ocorrência, mesmo admitindo que este tivesse desacatado a guarnição, os apelados agiram de forma a extrapolar os limites de suas funções.
Fosse caso de prisão ou de apreensão da motocicleta, seria bastante solicitar reforço e efetuar as diligências necessárias, não havendo justificativa para as agressões perpetradas na vítima.
Ademais, em se tratando de policiais militares, experientes nas lides com infratores de todas as espécies, não poderiam ter perdido o bom senso e passado à agressão, mesmo que gravemente ofendidos em sua honra ou moral. O que se espera de uma autoridade é que tenha bom senso e equilíbrio no exercício de suas funções. Não pode o policial se equiparar ao infrator. Uma atitude ilícita não justifica a outra.
No caso, a prova demonstra ter ocorrido um descontrole de parte dos policiais em razão da atitude de desacato e deboche de parte de Evandro e até de seus familiares.
MARCO AURÉLIO RODRIGUES FERREIRA (fls. 24 e 70,v.) informou, nas duas oportunidades em que foi ouvido, ter visto quando os policiais desceram da viatura e ingressaram no pátio atrás de Evandro, tentando puxar a moto para fora, enquanto que este e seus familiares tentavam evitar, razão pela qual teriam dado chutes nas pernas de Evandro para que soltasse a moto.
LILIANE DE ALMEIDA GARLET (fls. 26 e 71), confirma que seu irmão foi agredido com um tapa no rosto e jogado contra a viatura.
Também, MARIA LÚCIA DE ALMEIDA GARLET, nas fls. 25 e 69, v., presenciou o filho ser agredido pelos denunciados, especialmente por um deles, um gordinho, claro, salientando que o policial perdeu a razão quando praticou a agressão.
Ainda, a vítima e co-denunciado, EVANDRO DE ALMEIDA GARLET (fls. 18 e 69) sustenta ter sido agredido com um chute na perna direita e sua mão apertada quando o puxaram para fora, lesões estas que se coadunam com o auto de exame de corpo de delito de fl.54.
[...]
Assim, presentes os elementos definidores da infração penal, e não havendo justificativa para o agir dos denunciados, a condenação é medida impositiva.
Com efeito, opero a dosimetria da pena para ambos os réus:
São imputáveis, com plena consciência da ilicitude de sua ação, pois, por dever funcional, deveriam ter se determinado de forma diversa, agindo com maior equilíbrio no trato com supostos infratores; conduta social abonada; não registram antecedentes; nada consta acerca de suas personalidades; os motivos foram próprios do tipo penal; as circunstâncias demonstram que valeram-se da condição funcional para constranger a vítima, mas isto já integra o próprio tipo penal; as conseqüências igualmente permaneceram na esfera da infração - a existência de lesões, ainda, de natureza leves; o comportamento da vítima é certo que influiu no ânimo dos agentes, mas não ao ponto de justificar as agressões.
Desse modo, como as circunstâncias judiciais do art. 59, do Código Penal, são favoráveis, diante das penas possíveis de serem aplicadas, nos termos do art. 6º, § 3º, da Lei 4898/65, opto pela pena de multa, fixando-a no mínimo legal, em ambos os critérios.

ISSO POSTO, dou provimento ao apelo ministerial para condenar os réus BRADEMIR RIBEIRO BELMIRO e ROBSON BUENO ROSA ao pagamento de sanção pecuniária, no mínimo legal estabelecido no Código Penal, por estarem incursos nas sanções do art. 3º, alínea i, da Lei 4.898/65.
É como voto.

DES. CARLOS CINI MARCHIONATTI (Presidente) – De acordo.

DES. CLÁUDIO BALDINO MACIEL – De acordo.

Apelação n.º 70002885564 (Tj-RS)
 
Imagem engraçada! E os argumentos?

Não tenho nenhum.
A imagem foi pra mostrar que sei que você é maioria.
Tipos como você (e "argumentos" como os seus) eu aguento todos os dias: no trabalho, no transporte coletivo, na mesa ao lado no restaurante, nas lojas, nos jornais, no rádio, na TV ...e aqui, né?
Enfim, é isso.

E faz o favor de não encher o saco.
 
Não tenho nenhum.
Compreensível, com afirmativas como essa:

Coméquepodeisso?
Como é que pode ainda ter gente que acha que a PM tem mesmo que ficar na USP?
Mesmo frente a argumentos embasados em dados objetivos como esses:

Após morte de estudante, crimes na USP caem 60%
Luísa Alcalde / JORNAL DA TARDE - O Estado de S.Paulo
Quarenta dias após a morte de Felipe Ramos de Paiva, estudante da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA), e com a intensificação do policiamento no câmpus da Universidade de São Paulo (USP) na zona oeste da capital, os crimes caíram cerca de 60% na Cidade Universitária, segundo estatísticas da Polícia Militar.
A referência são os 40 dias anteriores ao assassinato, em 18 de maio. De acordo com os dados da PM, os assaltos caíram de 7 para 2, os furtos de 46 para 28 (na maioria no interior das faculdades) e o roubo e furtos de carro de 21 para zero. Não foram registrados sequestros - antes, havia sido computado 1 caso.
Quebra de tabu. Além de comemorar os bons resultados, o major William Evaristo Wenceslau, subcomandante do 16.º Batalhão da PM, responsável pelo patrulhamento da USP, já fala em "quebra de tabu" sobre a histórica aversão à presença de policiais militares no câmpus. "Pelo menos de boa parte da comunidade acadêmica", ressalva.
O "termômetro" usado pelo oficial para medir essa aceitação são os chamados que os policiais têm recebido. "Anteriormente, éramos acionados para intervir depois que os delitos já haviam ocorrido. Agora, são frequentes as ligações de estudantes, professores e funcionários que, ao observar pessoas em atitudes suspeitas, nos procuram para fazermos averiguações", afirma.
Uma viatura e oito motos circulam no câmpus das 6 horas às 23h30 diariamente. Quem estuda ou trabalha na USP já se sente mais seguro com os policiais mais próximos. Os estudantes peruanos de pós-graduação em Ciência da Computação Jorge Luis Guevara Diaz, de 31 anos, e Leissi Margarita Castañeda León, de 23, dizem que, agora, não estão mais receosos de andar pela Cidade Universitária, principalmente à noite. "Antes, após as 21 horas as ruas eram desertas", disseram.
Anita Leal, de 21 anos, que faz iniciação científica em Biologia, também tem visto mais carros da PM circulando pela USP. "Estou mais tranquila agora", disse.
O estudante de Ciências Sociais Luis Serrao, de 25 anos, acha que a segurança melhorou sobretudo para quem se desloca de carro dentro da universidade. Por um lado, avalia, é bom para garantir a segurança. "Mas, por outro, é uma forma de afrontar a liberdade concedida pela faculdade. Afinal, para que servem as câmeras instaladas pela USP?", questiona.
Amanda Francisco, de 17 anos, que trabalha no Hospital Veterinário, no entanto, não viu nenhuma diferença na área de segurança do câmpus depois do assassinato do estudante. "Não tenho visto mais ou menos policiais. Para mim, está igual", disse.
Furtos às escondidas. Em relação aos furtos, houve redução de 39,1%. Dos 28 casos ocorridos nos 40 dias que se sucederam ao assassinato do aluno da FEA, apenas três foram em local público. Todos os outros aconteceram no interior das faculdades ou em locais que a polícia não teria como evitar, segundo o major.
PARA LEMBRAR

Jovem morreu ao lado do carro

Em 18 de maio, o estudante Felipe Ramos de Paiva, de 24 anos, foi morto com um tiro na cabeça no estacionamento da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA) da Universidade de São Paulo (USP), após ser dominado por dois assaltantes. Morreu ao lado de seu veículo blindado.
No dia 9 deste mês, Irlan Graciano Santiago, de 22, se entregou e confessou sua participação no crime - mas não a autoria da morte. Sem antecedentes criminais, foi liberado. A Justiça, porém, decretou sua prisão preventiva e ele foi detido na Favela San Remo. A polícia ainda procura o cúmplice.
Fonte: http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,apos-morte-de-estudante-crimes-na-usp-caem-60,738694,0.htm

Não há argumentos que se sustentem!
Pra não falar nisso:
É complicado, eu não gosto de julgar essas pessoas porque elas são muito jovens. =/

Se a frase não fosse relativista e de um coitadismo insuportável. Até acharia que você estava sendo irônica.
A imagem foi pra mostrar que sei que você é maioria.
Tipos como você (e "argumentos" como os seus) eu aguento todos os dias: no trabalho, no transporte coletivo, na mesa ao lado no restaurante, nas lojas, nos jornais, no rádio, na TV ...e aqui, né?
Enfim, é isso.
Incrível a capacidade que certos usuários aqui do fórum têm para julgar e generalizar. Se minha opinião hoje converge em alguns pontos com a opinião pública, isso não invalida em nada meus argumentos. Só mostra que o mainstream do pensamento acadêmico atual se sustenta em ideologias ultrapassadas do séc. XX .
E faz o favor de não encher o saco.
Desculpe por discordar de você, ao que parece posts contrários a sua opinião não são bem vindos, atitude totalmente questionável em um fórum de discussão , mas enfim.
Até mais, e não encherei mais seu saco.
 
É complicado, eu não gosto de julgar essas pessoas porque elas são muito jovens. =/

Isto daqui eu tenho que discordar de você Clara, especialmente porque acabei de me formar e sempre fui contra esses "revolucionários" de campus.

Quanto à agressão, não fica muito claro o que os PMs foram fazer lá, porque a opinião acerca do vídeo é totalmente viesada, mas é claro que o despreparo daquele policial é um absurdo.
 
primeiro, para o pessoal dos ânimos mais exaltados: calma. =P

sobre o video, concordo com o shiryu sobre não ficar claro o que os pms foram fazer lá. sem saber isso, não dá para ir muito além do óbvio: que nada justifica a reação truculenta do pm. por outro lado, eu confesso que estou de saco cheio desse blablabla anti-pm lá da usp, especialmente depois daquela invasão que, desculpe se tem alguém aqui que tem amigo lá, ou se esteve lá, mas conseguiu ser feita da pior e mais idiota forma possível, ganhando a antipatia de pessoas que normalmente os apoiariam. eu, por exemplo, fiquei pensando: esse povo não tem seminário para apresentar, não? não faz prova? porque na faculdade eu estava sempre tão cheia de coisa que o máximo de revolução que eu poderia fazer era assinar algum abaixo-assinado.

no mais, a usp não é um país à parte e deveria seguir as mesmas regras que todos os demais brasileiros seguem. a presença da pm no campus só é prejudicial a quem está fazendo algo ilegal (entre outros, os maconheiros, que ajudaram a criar essa antipatia do público pela causa, btw). se vc está lá para estudar, não tem como a presença da pm ir além de te proteger.
 

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